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1° indígena Kaxixó a se formar em medicina pela UFMG comemora; “que eu não seja o único”

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No ranking das melhores cidades do mundo para se comer, São Paulo é a única do Brasil. Como referências pão de queijo e coxinha. - Foto: Pixabay

Aos 30 anos, Otávio Kaxixó conseguiu um marco histórico: tornou-se o primeiro indígena Kaxixó a se formar em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG.

O desejo dele é um só: tornar-se referência e abrir as portas para outros. O novo médico é da aldeia Capão do Zezinho, população com aproximadamente 89 indígenas aldeados, à margem esquerda do Rio Pará, Martinho Campos.

Desde jovem ele sonhava em cursar Medicina, mas por conta dos desafios, pensou em desistir várias vezes. Em 2019 a aldeia toda vibrou com sua aprovação. Agora, eles vibram ao ver Otávio subir no palco e pegar o diploma com o maracá e um cocar na cabeça. Histórico! “Nunca mais uma medicina sem nós”, disse ele em uma publicação no Instagram.

Pensou em desistir

Quando estudava para o vestibular, foram várias reprovações. E não foi só uma vez que ele pensou em desistir.

Além de enfrentar os desafios diários que um indígena enfrenta no país, parecia que ele nunca conseguiria cursar a tão sonhada Medicina.

Mas tudo mudou em 2019. Depois de muita dedicação e superação, a aprovação veio. Vitória coletiva da aldeia!

“Em meu último ano da faculdade de Medicina estar aqui não é somente por ocupar uma cadeira no mais alto curso de “elite”. Estar aqui é sinônimo de resistência e ao mesmo tempo estampar e provar pro mundo que não importa de onde viemos, somos capazes de conquistar o que também é direito nosso – acesso a universidade”, compartilhou o agora médico.

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Estágio em Saúde Indígena

Durante os 6 anos de curso, Otávio sempre fez valer sua vivência, de onde veio.

Quando entrou no curso, ele sabia que gostaria de passar por um internato em território indígena, e conseguiu.

O jovem teve a oportunidade de atender indígenas no Parque Indígena do Xingu e, para ele, a experiência foi intensa.

“Foi muito interessante ser indígena e estar dentro de uma equipe não indígena atendendo indígenas. Acredito que tenha afinado ainda mais o meu cuidado para lidar com a saúde dos povos tradicionais”, destacou.

Cocar e Maracá

E quando foi chamado para receber o diploma no palco, Otávio comemorou muito. A plateia que estava no local, também aplaudiu de pé o jovem médico.

Com um Maracá na mão esquerda e um cocar na cabeça, ergueu o instrumento e gritou em voz alta: “É nosso!”.

Agora, além de se tornar médico, ele também quer ser referência.

“Enfim, 1° Kaxixó Médico pela UFMG. Que eu não seja o único e sim, a referência de continuidade”, finalizou.

Durante a faculdade, ele estagiou no Xingu:

Quando foi pegar o diploma, Otávio homenageou seu povo:

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crônica de quinze anos de cegueira

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crônica de quinze anos de cegueira

E se tudo tivesse sido escrito há – pelo menos – quinze anos? Todos. Um comércio de drogas em expansão, com notícias minuciosamente examinadas e tendências antecipadas; repetidas advertências dirigidas às autoridades públicas sobre o aumento irresistível do crime organizado até a iminência de “ponto de inflexão” mencionado por Bruno Retailleau, em 1é novembro. E se este ponto de inflexão tivesse sido alcançado há anos?

O mundo pôde consultar dezenas de documentos do serviço de informação, inteligência e análise estratégica do crime organizado (Sirasco), da gendarmaria, do Gabinete Antinarcóticos (Ofast), centenas de páginas, na maioria das vezes confidenciais que perspectivam, desde 2009, as ameaças da máfia que pesam sobre a sociedade. Que também traçam a consciência tardia das autoridades até ao doloroso despertar, no barulho mortal das rajadas de armas automáticas batendo ao pé das grades dos edifícios, nas ruas das cidades médias, nas estradas rurais: mais de 300 assassinatos e atentados ligados ao tráfico de drogas foram registrados em 2023. “Essa onda de violência criminosa contribuiu para levantar o assuntoconfirma a comissária divisionária Annabelle Vandendriessche, chefe da Sirasco. É através deste prisma que se tem sensibilizado ao mais alto nível do Estado para todos os outros fenómenos criminais, desde a corrupção até à digitalização do crime. »

A culpa não é dos serviços especializados por terem aumentado o número de alertas. Este é o objetivo do Sirasco, criado em 2009 por iniciativa de Frédéric Veaux, então vice-diretor responsável pela luta contra o crime organizado. O futuro diretor-geral da Polícia Nacional (de 2020 a 2024) está então convencido da necessidade de dotar finalmente a Polícia Judiciária (PJ) de instrumentos de análise eficazes para esquadrinhar as metamorfoses do “crimorg”, o crime organizado. Os começos são modestos.

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Mudança climática: governo reparte riscos em rodovias – 26/12/2024 – Mercado

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Mudança climática: governo reparte riscos em rodovias - 26/12/2024 - Mercado

Paulo Ricardo Martins

As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em abril e maio pegaram a CCR de surpresa. A catástrofe no Sul e as fortes chuvas que assolaram a Rio-Santos (BR-101) em 2022 causaram um prejuízo de R$ 500 milhões à companhia, dinheiro que vem sendo alocado em obras de reparo dos ativos. A empresa, aliás, discute com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) um reequilíbrio contratual da ViaSul, concessionária do grupo responsável por rodovias gaúchas.

Mais intensas ante o colapso climático presenciado ao redor do mundo, enchentes, queimadas e outros eventos extremos da natureza ameaçam a sustentabilidade financeira do setor de infraestrutura. A nova realidade levou a ANTT e o governo federal a adicionar e revisar regras dos contratos de estradas no país.

Segundo Felipe Queiroz, diretor da ANTT, a legislação brasileira e a estruturação dos contratos, incluindo os estudos de viabilidade das concessões, já abrangiam a questão ambiental. Ele afirma, porém, que a partir de 2024 a agência deu início a uma nova matriz de risco, com compartilhamento de prejuízos com o governo.

A matriz abrange, por exemplo, o risco extraordinário. O termo se refere a riscos que se materializam de forma muito maior do que o previsto anteriormente pela companhia —como grandes enchentes, explica.

Por exemplo, o contrato da BR-381, conhecida como Rodovia da Morte, em Minas Gerais, arrematada pela gestora 4UM em agosto, prevê o compartilhamento entre a concessionária e o governo dos efeitos extraordinários de eventos que impactem exclusivamente os preços de insumos e a receita tarifária da concessão.

“A questão relacionada a talude e chuva está prevista lá [nos contratos], mas pode chover de uma forma imprevisível, muito acima da média. Esse é um risco extraordinário”, exemplifica Queiroz à Folha.

Ele afirma que os contratos consideram também riscos residuais, aqueles que nem estavam previstos, como uma pandemia.

Queiroz diz ainda que possíveis reequilíbrios financeiros podem gerar impacto na tarifa, como forma de garantir a sustentabilidade dos projetos. Outras opções, mais complexas, são a extensão do prazo de concessão e diminuição das obrigações elencadas no contrato.

“Em geral, é mais confortável trabalhar na tarifa, por uma série de razões. Você não prorroga prazos [do contrato], por exemplo. Isso é um limitante quando o impacto é muito grande, com um incremento muito alto de tarifa. Mas isso não é observado com frequência. No geral, [o ajuste] é na tarifa mesmo.”

Outra medida tenta incentivar obras que tornem os ativos mais preparados a impactos de eventos climáticos extremos. Trata-se da portaria 622, publicada em julho e assinada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho. O texto prevê que os novos projetos rodoviários destinem, no mínimo, 1% da receita bruta da concessão para o desenvolvimento de infraestrutura resiliente, com o objetivo de reduzir os impactos das mudanças climáticas.

As concessões deverão prever ações voltadas à mitigação das emissões de gases de efeito estufa, ao incentivo ao uso de fontes de energia renováveis e à conservação da fauna e da flora, entre outras medidas.

Ainda segundo Queiroz, a ANTT também avalia a modernização de contratos antigos, que não previam riscos agora considerados na concessão —a análise será feita caso a caso.

A CCR já conta com um núcleo de resiliência climática, que desenvolve ações voltadas para o tema. A empresa possui uma parceria com o Climatempo, que produz relatórios periódicos sobre a situação climática das rodovias da concessionária.

Segundo Juliana Silva, diretora de sustentabilidade da CCR, a companhia vem traçando uma estratégia com mapeamento e precificiação dos riscos climáticos dos ativos.

Silva diz que há um movimento de adaptação tanto do governo federal como do Governo de São Paulo. Ela cita, por exemplo, a Rota Sorocabana, conjunto de estradas estaduais leiloadas neste ano pela gestão Tarcísio. O projeto foi arrematado pela CCR, por um lance de R$ 1,601 bilhão.

O contrato da concessão prevê a possibilidade de reequilíbrio financeiro para investimentos realizados pela concessionária —e não previstos no contrato— para a restauração do tráfego e garantia da segurança dos usuários em razão de impactos de eventos climáticos extremos. “É um movimento que veio para ficar e que só tem acelerado em razão dos ocorridos.”

Marco Aurélio Barcelos, presidente da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias), diz que hoje a engenharia prevista nos contratos está mais adaptada ao contexto atual.

“Por exemplo, dada a avaliação do regime pluviométrico recente de algumas regiões, é exigido agora que os bueiros tenham uma vazão maior ou que se pense em outras soluções para além de bueiros. Eventualmente vai ter que colocar uma ponte para dar conta disso”, explica Barcelos.

Entidade que representa companhias como CCR, EPR e EcoRodovias, a ABCR prevê lançar em breve um estudo que vai apontar quais rodovias registram variações climáticas que podem apresentar riscos à concessão. O material também vai indicar possíveis intervenções de engenharia para ampliar a resiliência desses ativos, segundo Barcelos.





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Decidir ler um livro por semana foi a melhor resolução de ano novo que já tomei | Katie Cunningham

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Decidir ler um livro por semana foi a melhor resolução de ano novo que já tomei | Katie Cunningham

Katie Cunningham

EUSempre fui um leitor. Na escola primária, eu rasgava cerca de 60 livros em um mês, quando o Read-A-Thon anual acontecia (eram principalmente livros do Babysitters Club, mas ainda assim). Então, quando adolescente, descobri a beleza tranquila que pode ser encontrada em grandes romances, consolando-me nessas páginas enquanto os hormônios e o ensino médio tornavam o mundo real horrível.

Aos 20 anos, porém, meu ritmo começou a oscilar. Eu ainda estava lendo 15 ou 20 livros por ano, mas de forma menos consistente. Em parte, isso aconteceu porque eu precisava arranjar tempo para um novo e excitante hobby chamado consumo excessivo de álcool. Mas também fiquei cada vez mais distraído com o poço sem fundo que era o meu iPhone. Sempre acontecia da mesma maneira: eu ia lendo até encontrar um livro que simplesmente não era tão interessante. Eu gradualmente parava de procurá-lo à noite, à medida que a rolagem do apocalipse no Reddit se tornava uma perspectiva mais atraente, então eu olhava para cima e percebia que já fazia um mês desde que virei uma página.

E assim, nos últimos dias de 2018, fiz a única resolução de ano novo que consegui cumprir com sucesso: prometi começar a ler um livro por semana. Eu estava prestes a completar 30 anos e parecia uma coisa boa e adulta de se fazer.

Para que isso acontecesse, algumas coisas tiveram que mudar. Para quebrar meu mau hábito de voltar a pegar o telefone, tive que implementar uma política de crueldade. Se eu não estava gostando de um livro, jogava-o de lado rapidamente e pegava outra coisa.

A próxima tática veio da necessidade financeira, mas acabou sendo uma virada de jogo. Muito falido naquele momento da minha vida para comprar 52 livros novos, entrei na biblioteca e comecei a reservar qualquer coisa que parecesse boa com total abandono. Mas eu não conseguia controlar quando essas reservas chegavam – às vezes eu pedia um livro e o recebia no dia seguinte. Em outras, eu me juntava a uma longa fila de leitores disputando o mesmo novo lançamento e ficava surpreso, um ou dois meses depois, quando ele finalmente estava pronto para ser lançado. Então me vi com uma pilha cada vez maior de livros da biblioteca ao lado da minha cama, cada um com entrega em três semanas, obrigando-me a tentar acompanhar.

Tirar meus livros da biblioteca também tornou mais fácil descartar aqueles que eu não estava gostando. Quando você paga US$ 34,99 por um romance, há uma espécie de imperativo financeiro para terminá-lo e fazer com que seu dinheiro valha a pena. Pegá-los emprestados removeu essa culpa e me permitiu abandonar os insucessos sem remorso.

Por último, tornei-me responsável. Hoje, postar qualquer coisa nas redes sociais me deixa imediatamente envergonhado. Mas na época eu não tive tais escrúpulos e anunciei minha resolução aos meus seguidores do Instagram, depois comecei a postar uma breve resenha do livro de cada semana à medida que os terminava.

Reservar um tempo para ler foi a parte mais fácil. Eu me enroscava na cama com um livro por 30 minutos antes de dormir todas as noites – primeiro guardando meu telefone e fora do alcance – e depois por mais uma ou duas horas nas manhãs de sábado. Foi isso.

Funcionou. Li 52 livros naquele ano e mantive o hábito nos anos seguintes, com a rotina agora firmemente estabelecida. Hoje em dia, meu número anual sobe e desce com base na espessura dos livros que procuro, mas geralmente chega a algo em torno de 50. É certo que no ano passado consegui apenas 41 – recentemente conheci meu parceiro e sacrifiquei parte daquele sábado tempo de leitura para sua empresa. Parecia uma troca justa pelo amor verdadeiro.

Quase seis anos depois da resolução inicial, algumas coisas mudaram, enquanto outras permaneceram iguais. Tornou-se mais difícil encontrar livros verdadeiramente excelentes, à medida que eu vasculhava muitos dos maiores sucessos daqueles primeiros anos. Agora leio a maior parte das minhas leituras em um leitor de e-books, que tem a vantagem de me permitir ler no escuro enquanto meu namorado dorme. Mas ainda deixo de lado impiedosamente os livros que me aborrecem. Comecei e abandonei mais 47 livros desde 2019, alguns depois de apenas algumas páginas, outros na metade – seja qual for o momento em que percebi que não estava gostando. Vivo de acordo com uma regra simples: se não me sinto animado para pular na cama todas as noites e ler meu livro, passo para o próximo. Meu horário de leitura noturno se tornou minha parte favorita de todos os dias e não quero desperdiçá-lo tentando avançar em algo no meio.

Provavelmente também há uma lição a ser aprendida aqui, sobre que tipo de resoluções permanecem. O meu era limitado no tempo e claramente definido, em vez de uma promessa vaga de “perder peso” ou “gastar menos”. E não foi um castigo, mas uma forma de enriquecimento, uma mudança de vida que me entusiasmava em vez de suportar. Ainda não consegui tomar outra resolução como esta – mas estou feliz em compartilhar a fórmula.



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