AMAZÔNIA
12 novas espécies de animais são identificadas na Amazônia

PUBLICADO
7 anos atrásem

Em duas expedições à Amazônia, pesquisadores de São Paulo coletaram animais de pelo menos 12 espécies ainda não catalogadas de sapos e lagartos, além de uma coruja sem descrição científica.
Ao todo, o grupo liderado pelo zoólogo da Universidade de São Paulo (USP) Miguel Trefaut Rodrigues trouxe para análise mais de 1,7 mil exemplares de mais de 200 espécies diferentes de animais e plantas.
A última viagem ocorreu de abril a maio, quando o grupo viajou cerca de 80 quilômetros a partir de Manaus (AM) pelo Rio Negro até o município de Santa Isabel, próximo à região onde ocorre o encontro com o Rio Branco.
“Passamos um mês dormindo em redes dentro do barco, onde também fazíamos todas as refeições e montamos nosso laboratório. Em cada ponto diferente do rio era necessário contratar um guia local. O Rio Negro é cheio de pedras e é muito fácil acontecer um acidente”, contou Rodrigues.
Segundo o pesquisador, por ter águas muito ácidas, o Rio Negro não abriga tantas espécies de animais, como outras partes da floresta. Por isso, o grupo se aproximou do afluente. “Queríamos estudar a influência das águas do Rio Branco na diversidade e abundância de espécies”, enfatizou o pesquisador.
A expedição também recolheu dados para avaliar a influência do Rio Negro como barreira para o trânsito de espécies. “Por isso coletamos em ambas as margens”, acrescentou.
Foram usadas armadilhas com baldes e lonas de plástico para capturar principalmente répteis e anfíbios.
Nessa viagem foram coletados mais de mil animais, um número necessário para atender a demanda da pesquisa que busca entender a origem dos lagartos do gênero Loxopholis que se reproduzem assexuadamente. Algumas espécies desse tipo são formadas apenas por fêmeas.
Pico da Neblina
A primeira expedição foi realizada entre outubro e novembro de 2017, na região do Pico da Neblina, na fronteira com a Venezuela. Como parte da montanha está em território indígena Yanomami, os trabalhos tiveram autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e apoio do Exército.
A biodiversidade da região é muito diferente da encontrada em outras partes da floresta, se aproximando até das plantas e dos animais encontrados na Cordilheira dos Andes.
“Sabemos que em altitudes superiores a 1,7 mil metros prevalecem paisagens que não têm absolutamente nada a ver com a Amazônia atual: são campos abertos e com clima muito mais frio que o da floresta”, explicou Rodrigues.
Foi entre os espécimes coletados nessa ocasião que foram identificadas as 12 espécies sem descrição científica e uma nova variedade vegetal. O conjunto de plantas ainda está, no entanto, sob análise de especialistas.
Relações evolutivas
Além da descrição dos novos animais, o material obtido será usado para analisar os padrões evolutivos da fauna da América do Sul.
“Vários grupos de animais estão sendo estudados sob o ponto de vista genético, morfológico e fisiológico. Alguns desses estudos ajudarão a avaliar o risco de extinção dessas espécies caso a temperatura desses locais se eleve nos próximos anos”, ressaltou o líder das expedições.
Cada uma das viagens durou cerca de um mês, com o envolvimento de pelo menos dez pesquisadores. Os trabalhos foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Por Ciberia // Agência Brasil
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
AMAZÔNIA
LIVRO E CULTURA: Vidas em fluxo à beira do rio Araguaia

PUBLICADO
3 meses atrásem
11 de dezembro de 2024Livro de Francisco Neto Pereira Pinto apresenta as mudanças do meio ambiente e os aspectos intrínsecos da humanidade a partir da história de uma família ribeirinha.
À beira do Araguaia, a vida transcorre no mesmo ritmo da corrente. Ali, as águas são companheiras de uma família ribeirinha que atravessou casamentos, nascimentos e mortes ao lado de um dos maiores rios do país. Unidos por laços sanguíneos e um lar, pai, mãe, filho, filha e até os gatos se tornam os protagonistas da obra publicada por Francisco Neto Pereira Pinto, que convida os leitores a olharem para seus mundos internos a partir de experiências típicas da floresta amazônica.
Os 14 contos desta coletânea podem ser lidos de forma independente, mas juntos formam um mosaico da cultura daqueles que fazem da pesca artesanal, da pequena produção rural e do empreendedorismo familiar seus principais meios de sustento. Com uma linguagem poética, regionalista e experimental, os textos evocam uma memória ancestral sobre as tradições do Norte brasileiro.
A casa de Ana e Pedro no alto da ribanceira parecia ter sido feita para uma conquista como somente aquela cheia poderia impor. Uma noite espessa, pesada, úmida, escura e esvoaçante e a casa lá, com um candeeiro de chama nervosa e intensa, alimentada por azeite de mamona e pavio de algodão. (À beira do Araguaia, p. 43)
Sob o olhar ribeirinho, o autor atravessa questões essenciais do contexto social, ambiental e político do país. Entre as páginas, retrata a partida dolorosa de um pai que decide trabalhar com o garimpo em busca de melhores condições econômicas; as consequências da pesca predatória; os efeitos da destruição da natureza no cotidiano; e a história da Guerra do Araguaia. Temas como diferenças de gênero, racismo, saúde mental e luto também são abordados com um rigor estético que perpassa desde a escrita até as pinturas em acrílico de John Oliveira.
Com apresentação de Neide Luzia de Rezende, professora da Universidade de São Paulo, o livro reúne contos que se desdobram de forma similar a um romance. Sem uma linha cronológica definida, as histórias retratam as vidas de Ana e Pedro, que aparecem como protagonistas ou secundários em diferentes momentos; dos filhos Eve e Téo, com conflitos específicos entrelaçados a gênero e educação na contemporaneidade; além dos gatos Calíope e Dom, presentes para representar a força das relações entre humanos e animais.
Sobre o lançamento, que aconteceu no dia 3 e dezembro de 2024, no auditório da Reitoria, na Universidade Federal do Norte do Tocantins, em Araguaína, Francisco Neto Pereira Pinto comenta: “o projeto foi uma maneira de revisitar minhas memórias de menino, porque vivi até os 15 anos em uma vila à beira do Araguaia. Cresci ali, mas hoje vejo o rio secando, o meio ambiente sendo degradado e como isso afeta os ribeirinhos. Meu livro chama atenção para essa realidade. Tenho um desejo muito forte de preservar uma cultura que parece estar desaparecendo”.
FICHA TÉCNICA
Título: À beira do Araguaia
Autor: Francisco Neto Pereira Pinto
Editora: Mercado de Letras
ISBN: 978-6586089769
Páginas: 88
Preço: R$ 41
Onde comprar: Amazon
Booktrailer no Youtube
Sobre o autor: Francisco Neto Pereira Pinto é professor, escritor e psicanalista. Doutor em Ensino de Língua e Literatura e graduado em Letras – Português / Inglês, leciona no programa de pós-graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal do Norte do Tocantins e nos cursos de Medicina e Direito do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos. Membro da Academia de Letras de Araguaína – Acalanto, publicou os livros: “Sobre a vida e outras coisas”, “O gato Dom”, “Você vai ganhar um irmãozinho”, “Saudades do meu gato Dom” e À beira do Araguaia.
Redes sociais do autor:
Instagram: @francisconetopereirapinto
LinkedIn: Francisco Neto Pereira Pinto
Youtube: @francisconetopereirapinto
Site do autor: https://francisconetopereirapinto.online/
Relacionado
AMAZÔNIA
Tarauacá engaja-se no Programa Isa Carbono para fortalecer Políticas Ambientais

PUBLICADO
3 meses atrásem
6 de dezembro de 2024Tarauacá se destacou como um dos municípios engajados nas consultas públicas para atualização do Programa Isa Carbono, iniciativa vinculada ao Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa). Representantes das comunidades ribeirinhas, extrativistas e povos indígenas participaram do fórum organizado pelo Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). Durante o evento, foram discutidos temas como REDD+, mercado de crédito de carbono e financiamentos climáticos, com vistas a garantir uma repartição justa de benefícios socioambientais.
O fórum incluiu a criação de Grupos de Trabalho específicos para as comunidades tradicionais, que apresentou propostas ajustadas às particularidades locais. Entre os encaminhamentos, foi pactuada a produção de materiais didáticos de fácil compreensão para os participantes, o que reforça o compromisso do governo em promover uma participação verdadeiramente inclusiva. A iniciativa foi amplamente elogiada por líderes comunitários, que enfatizaram o respeito às salvaguardas socioambientais e aos direitos das populações tradicionais.
Esse marco evidencia o protagonismo de Tarauacá na preservação ambiental e na luta contra o desmatamento ilegal. O sucesso da iniciativa dependerá da continuidade do diálogo entre governo e comunidades, com atenção especial à execução das políticas deliberadas no fórum. A mobilização comunitária fortalece não apenas a conservação ambiental, mas também a construção de uma economia sustentável para a região.
Relacionado
ACRE
Morre em Rio Branco, Acre, vítima de problemas respiratórios causados por queimadas

PUBLICADO
6 meses atrásem
6 de setembro de 2024Rio Branco, AC – Uma pessoa morreu hoje na capital do Acre, Rio Branco, em decorrência de complicações respiratórias agravadas pela poluição causada pelas queimadas que afetam a região. De acordo com informações fornecidas pelas autoridades de saúde locais, a vítima, um morador da cidade, já apresentava um quadro respiratório debilitado, que se agravou devido à elevada concentração de fumaça e partículas no ar, resultado dos incêndios florestais.
A morte aconteceu em meio a uma crise ambiental que vem assolando o estado nas últimas semanas, com um número crescente de queimadas, que não só destroem áreas da floresta amazônica, mas também afetam gravemente a qualidade do ar. A Secretaria de Saúde do Acre alertou a população sobre o risco elevado de doenças respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou, nos últimos dias, um aumento significativo no número de focos de calor na região, o que contribuiu para a densa camada de fumaça que cobre Rio Branco e outras áreas do estado. Especialistas indicam que a poluição provocada pelas queimadas é altamente prejudicial, podendo desencadear e agravar doenças pulmonares e cardiovasculares.
Familiares da vítima relataram que ela vinha enfrentando dificuldades respiratórias nos últimos dias, e apesar de procurar atendimento médico, o agravamento de sua condição foi inevitável. “As queimadas têm prejudicado a saúde de todos nós, e, infelizmente, hoje perdemos alguém querido por causa disso”, lamentou um dos familiares. O nome da vítima não foi divulgado.
As autoridades locais estão em alerta e já solicitaram apoio do governo federal para conter as queimadas e promover o atendimento às vítimas dos efeitos da poluição. Enquanto isso, a população de Rio Branco segue convivendo com os impactos das chamas, sem uma previsão clara de quando a situação será controlada.
A morte registrada hoje reflete um problema mais amplo que afeta grande parte da Amazônia, com consequências que vão além da destruição ambiental, atingindo diretamente a saúde pública e a qualidade de vida dos habitantes da região.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- MUNDO6 dias ago
O ciclone tropical Alfred poderia chegar perto de Brisbane. Por que isso é um grande negócio e quando poderia atingir? | Clima da Austrália
- MUNDO7 dias ago
As pessoas pediram se preparar para o pior, já que o ciclone tropical Alfred se levanta no sudeste de Queensland | Queensland
- MUNDO5 dias ago
Australia News Live: Atualizações do ciclone tropical Alfred-cortes de energia em NSW e Queensland, enquanto os ventos da força de Gale e as ondas de 10 metros atingem a costa | Austrália News
- MUNDO6 dias ago
Razões para evangélicos comemorarem o Oscar – 03/03/2025 – Cotidiano
Você precisa fazer login para comentar.