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A empatia e o relacionamento interpessoal nas repartições públicas

Da Redação

Em mais de vinte anos de serviço público estadual, incontáveis foram as experiências e aprendizagens que essa carreira me proporcionou, sendo uma verdadeira fonte de aprendizado para ser aplicado tanto em minha vida pessoal, como na profissional. Nessa caminhada, vou tratar os erros como uma ponte para os acertos, não dando pontos em vão para as más escolhas, sabendo que as mesmas serviram para moldar e melhorar as minhas atitudes.

Ao longo dessa trajetória, dois mecanismos comportamentais mudaram a minha forma de pensar, agir e tirar conclusões em ambientes organizacionais: a empatia e o relacionamento interpessoal. O primeiro, ouvi pela primeira vez em nosso curso de formação do cargo de técnico em gestão pública, no longínquo ano de 2006. De lá pra cá, essa palavra não saiu mais de minha mente e nem das minhas ações. O segundo mecanismo, esse bem mais complexo, fui aprendendo ao longo dessa jornada pública.

A empatia que, numa definição mais simples e direta, significa colocar-se no lugar do outro, proporciona uma experiência única e transformadora a quem dela se vale em suas experiências diárias. Como diz Roman Krznaric, “sem laços empáticos somos seres menores, e apenas parte do que poderíamos ser”. Sendo assim, quando somos empáticos, nos tornamos pessoas melhores, mais fortalecidas com as ferramentas emocionais, imprescindíveis para o equilíbrio comportamental nas repartições públicas.

Pelos resultados que nos traz, a empatia deveria ser uma palavra estampada em cada setor ou repartição e mais que isso, deveria ser parte inseparável de cada servidor, principalmente daqueles que prestam atendimento ao público. A empatia está diretamente ligada ao relacionamento interpessoal, pois, uma pessoa empática já está predeterminando que terá um bom relacionamento pessoal com quem está ao seu redor.

O relacionamento interpessoal, que é tudo aquilo relacionado à aproximação e convívio com outras pessoas, traduz-se em uma ferramenta essencial em ambientes organizacionais, uma vez que o sucesso ou o fracasso de uma equipe está diretamente ligado a esse fenômeno do comportamento.

Imagine uma vida sem a necessidade de mantermos relacionamentos com pessoas. Imaginou? Pois é, seria bem mais fácil em termos de questões problemáticas, contudo, seria uma profunda solidão e tristeza, afinal, a alegria está nas pessoas. A verdadeira felicidade está em servir alguém, em compartilhar com alguém, em ser alguém.

Para que tenhamos sucesso nas relações interpessoais, é preciso entender que somos diferentes, ao mesmo tempo que somos iguais. Diferentes nos costumes, tradições, crenças e comportamentos, iguais na essência humana. Como seres imperfeitos, podemos extrair o melhor de nós em favor das pessoas. Como seres falhos, podemos tentar acertar o máximo para sermos pessoas emocionalmente saudáveis.

Não existem relacionamentos perfeitos, existem sim, relacionamentos saudáveis e equilibrados. Sempre haverá alguém pra lhe magoar ou lhe decepcionar, isso é algo que não temos o poder de escolha. Contudo, temos as opções que a vida e os valores nos ensinam, sabendo que cada indivíduo traz consigo uma série de emoções, traumas, medos e inseguranças e, na maioria das vezes, o seu comportamento e ações são baseados em seu histórico emocional. Como diz Augusto Cury, “por detrás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. Ninguém agride os outros sem primeiro se auto-agredir. Ninguém faz os outros infelizes, se primeiro não for infeliz”.

Essa realidade é algo que precisamos entender. Não existe ninguém totalmente perfeito, nem tampouco, descartável. Todos carregam qualidades que, mesmo que escondidas, podem ser extraídas e usadas para melhorar e dar sentido à sua própria história e a daqueles que fazem parte de sua vida.

Dessa forma, a empatia e o relacionamento interpessoal são cúmplices comportamentais que devem fazer parte da vida de cada servidor público, sendo mecanismos capazes de trazer ao ambiente das repartições públicas, um clima emocional propício e saudável, chave para o crescimento profissional, pessoal e organizacional.

James Rodrigues de Souza é técnico em Gestão Pública, bacharel em Administração Pública pela Ufam, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Acre (Ufac). Possui MBA em Governança Pública e Gestão Administrativa pela Fael e Especialização em Planejamento, Organização e Sustentabilidade em Gestão Pública pela Ufac.

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