POLÍTICA
A estratégia de Paulo Gonet contra Bolsonaro no dia 1 do julgamento

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Matheus Leitão
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou pela clareza e explicação dos eventos em ordem cronológica como estratégia para enfrentar as narrativas dos advogados que iniciaram as defesas após sua sustentação oral, mas antes da análise dos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal sobre a denúncia da trama golpista.
“A denúncia retrata acontecimentos protagonizados pelo agora ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que formou, com outros civis e militares, organização criminosa, que tinha como objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022. […] Os delitos descritos na denúncia não são de ocorrência instantânea. Eles compõem uma cadeia de acontecimentos, articulados para que, por meio da força ou da sua ameaça, o presidente da República Jair Bolsonaro não deixasse o poder, ou a ele retornasse, contrariando o resultado das eleições”, afirmou no início de suas declarações.
Depois de apresentar o início do resumo da trama golpista, Gonet mostrou como começou a tentativa de golpe contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. “A denúncia recorda que, a partir de 2021, o Presidente da República proferiu discursos em que adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional. Mostrava-se descontente com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor. A escalada ganhou impulso mais notável quando Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se elegível e o cenário das pesquisas eleitorais se mostrou a ele inclinado”, diz Gonet.
Após isso, relatou que o presidente iniciou ataques às urnas eletrônicas e aos outros poderes com o intuito de desestabilizar os poderes constituídos.
“Durante festejos cívicos de 7 de setembro de 2021, em São Paulo, o Presidente, com palavras viperinas, deu a conhecer o seu propósito de não mais se submeter às deliberações provenientes da Suprema Corte. Replicou a tática que inspirara entrevista dada por ele no dia 3 de agosto e outra live, no dia seguinte”, afirmou, antes de dizer que, com a proximidade das eleições, o foco principal da organização criminosa foi o de lançar descrédito ao sistema eleitoral.
A sustentação oral com o resumo da denúncia continua até o dia 8 de Janeiro de 2023, quando a tentativa de golpe levou à destruição das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas.
“Os casos de invasão, destruição e brutalidades ocorridos em 8 de janeiro de 2023 têm sido analisados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal em diversos processos penais. O Supremo Tribunal neles discerniu a ocorrência de crimes contra a ordem democrática, afirmando reiteradas vezes a tentativa de golpe. O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada, especialmente pelos denunciados que estavam, a esta altura, na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manter no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, por fim, tentado, posto em curso, não prosperasse”, afirmou.
A tese também foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso: como parte do comando militar brasileiro não aderiu ao golpe, a ideia foi tentar usar os apoiadores golpistas acampados na frente dos quartéis para tentar abolir o estado democrático de direito.
Nas últimas semanas, Paulo Gonet se dedicou a preparar o resumo para esta terça-feira, 25, diminuindo sua agenda de aparições públicas e de reuniões internas com integrantes do Ministério Publico Federal ou não. O foco total era a montagem dessa estratégia.
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Câmara analisa projeto que usa dinheiro de multas…

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25 de março de 2025
Nicholas Shores
A Câmara deve votar nesta terça-feira as emendas do Senado ao projeto de lei que destina dinheiro arrecadado com multas de trânsito para o custeio da habilitação de motoristas de baixa renda. O texto é de autoria do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Uma das mudanças feitas pelos senadores determina que as empresas de transporte individual por aplicativo, como Uber e 99, deverão exigir dos seus condutores a comprovação prévia da realização do exame toxicológico.
Como mostrou o Radar, os deputados terão uma pauta livre de projetos polêmicos nesta semana com a ausência de Hugo Motta (Republicanos-PB), que participa da comitiva do presidente Lula em viagens oficiais ao Japão e ao Vietnã.
Também estão na pauta a criação da Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro (PNCMar), autorização para a movimentação da conta do FGTS por ocasião do nascimento ou adoção de filho e a criação da Política para Educação Especial e Inclusiva, para atendimento às pessoas com Transtorno Mental, Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Além disso, há projetos na área da saúde e da proteção à criança e ao adolescente.
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A resposta de Moraes a Bolsonaro e outros acusados…

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7 horas atrásem
25 de março de 2025
Matheus Leitão
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da trama golpista, rebateu ponto a ponto as reiteradas reclamações dos advogados de defesa de Jair Bolsonaro – e de outros envolvidos na tentativa de abolir o estado democrático de direito – sobre suposto cerceamento de defesa durante a produção do inquérito da Polícia Federal.
Desde o início das investigações, defensores dos 34 envolvidos, mas mais especificamente os do ex-presidente, afirmaram que não tinham acesso aos autos e que a PF estaria de posse de outros documentos que não haviam sido juntados ao processo.
Tudo isso, na narrativa desses advogados, fazia com que a Súmula vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal, que garante o acesso à defesa de tudo que está documentado nas investigações, estaria sendo desrespeitada.
Alexandre de Moraes citou como exemplo pedidos de Walter Braga Netto, de Augusto Heleno e até de Jair Bolsonaro para mostrar que todas as peças da PF, ou da procuradoria-geral da República, foram acessadas pelas defesas dos acusados.
“E cito não só elas [peças], mas as certidões, demonstrando que o acesso é igual, tanto para a Procuradoria-Geral da República, quanto para as defesas, como também para cada um dos eminentes ministros. Para análise dos fatos, nós tivemos acesso exatamente ao mesmo material probatório que a Procuradoria Geral teve e as defesas tiveram”, afirmou.
Ao fim da explanação sobre o suposto cerceamento de defesa, o magistrado mostrou, na primeira turma do STF, uma tabela com as datas de acesso dos advogados de defesa dos acusados aos autos do processo. No arquivo, havia o nome do advogado e o número da OAB para não deixar dúvida sobre o amplo direito de defesa.
Apenas a título de exemplo, os defensores do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira acessaram 14 vezes os autos somente no ano de 2024, segundo Moraes. Um dos advogados do general Braga Netto acessou 11 vezes o processo durante todo o ano passado, também de acordo com o magistrado.
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Filhos de Vladimir Herzog e Zuzu Angel acompanham…

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9 horas atrásem
25 de março de 2025
Valentina Rocha
O primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por tentativa de Golpe de Estado contou com a presença, na primeira fila, de Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, e Hildegard Angel, filha da estilista Zuzu Angel, símbolos de resistência e vítimas da Ditadura Militar Brasileira.
Ao todo, o primeiro dia de julgamento, nesta terça-feira, 25, está sendo acompanhado por 15 convidados, entre eles, o ex-preso político da Ditadura Militar e ex-ministro de Direitos Humanos de Lula, Paulo Vannuchi. A sessão segue até amanhã, quarta-feira, 26.
Vladimir Herzog
A presença do filho de Herzog no julgamento acontece no ano que marca 5 décadas da morte do jornalista, que foi assassinado em 1975 nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (antigo Doi-Codi), em São Paulo. Na época, Herzog teve sua morte forjada como suicídio.

Zuzu Angel
Foi uma das principais estilistas da história do Brasil e ficou amplamente conhecida pela busca por seu filho Stuart Angel, assassinado durante a ditadura militar. Ela teve papel importante nas denúncias contra o regime e foi morta na noite de 14 de maio de 1971 em um acidente de carro arquitetado por agentes da ditadura.

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