POLÍTICA
A resposta de Moraes a Bolsonaro e outros acusados…

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Matheus Leitão
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da trama golpista, rebateu ponto a ponto as reiteradas reclamações dos advogados de defesa de Jair Bolsonaro – e de outros envolvidos na tentativa de abolir o estado democrático de direito – sobre suposto cerceamento de defesa durante a produção do inquérito da Polícia Federal.
Desde o início das investigações, defensores dos 34 envolvidos, mas mais especificamente os do ex-presidente, afirmaram que não tinham acesso aos autos e que a PF estaria de posse de outros documentos que não haviam sido juntados ao processo.
Tudo isso, na narrativa desses advogados, fazia com que a Súmula vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal, que garante o acesso à defesa de tudo que está documentado nas investigações, estaria sendo desrespeitada.
Alexandre de Moraes citou como exemplo pedidos de Walter Braga Netto, de Augusto Heleno e até de Jair Bolsonaro para mostrar que todas as peças da PF, ou da procuradoria-geral da República, foram acessadas pelas defesas dos acusados.
“E cito não só elas [peças], mas as certidões, demonstrando que o acesso é igual, tanto para a Procuradoria-Geral da República, quanto para as defesas, como também para cada um dos eminentes ministros. Para análise dos fatos, nós tivemos acesso exatamente ao mesmo material probatório que a Procuradoria Geral teve e as defesas tiveram”, afirmou.
Ao fim da explanação sobre o suposto cerceamento de defesa, o magistrado mostrou, na primeira turma do STF, uma tabela com as datas de acesso dos advogados de defesa dos acusados aos autos do processo. No arquivo, havia o nome do advogado e o número da OAB para não deixar dúvida sobre o amplo direito de defesa.
Apenas a título de exemplo, os defensores do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira acessaram 14 vezes os autos somente no ano de 2024, segundo Moraes. Um dos advogados do general Braga Netto acessou 11 vezes o processo durante todo o ano passado, também de acordo com o magistrado.
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Mesmo nos EUA, Eduardo Bolsonaro recebeu salário d…

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28 de março de 2025
Nara Boechat
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Mesmo estando nos Estados Unidos há cerca de um mês, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) recebeu o salário integral da Câmara dos Deputados, referente ao mês de março. De acordo com o Portal da Transparência, o parlamentar recebeu o valor bruto de mais de 46 mil reais (R$ 46.366,19). Com os descontos, o valor vai para 34,6 mil (R$ 34.615,76). Eduardo entregou o pedido de licença do cargo no dia 20 de março para cuidar de “interesses particulares”. O comunicado foi feito dias antes de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, se tornar réu após julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe.
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Matheus Leitão
(Carlos Moura/SCO/STF)
A construção de Débora Rodrigues dos Santos, a bolsonarista que vandalizou a estátua em frente ao Supremo no 8 de Janeiro, como símbolo da “perseguição” de Alexandre de Moraes é a maior jogada política da extrema direita dos últimos tempos.
Conhecida como “mulher do batom”, a cabeleireira transformou-se no norte da narrativa que pretende amealhar mais de 300 votos de parlamentares no Congresso Nacional para o projeto de anistia aos golpistas.
É uma estratégia que tirou o STF da zona de conforto a ponto de o “ministro xerife” ceder e mandá-la para a prisão domiciliar nesta sexta, 28.
Ainda que se saiba que ela não fez apenas a pichação na estátua – e que ela participava ali de um movimento para pressionar um golpe de estado com a ajuda da banda podre das Forças Armadas -, Débora ganhou a batalha contra Xandão.
A ida dela para casa pode ajudar ainda mais a narrativa de que há exageros na mais alta corte do país.
É que no caso da cabeleireira, por ter dois filhos e ter pedido desculpas à corte, alegando que foi sendo levada pela momento, continuará a ser aproveitada na próxima manifestação da extrema direita marcada para o dia 6 de abril na avenida paulista.
“Levem a arma que ameaçou a democracia, um batom”, bradou Flávio Bolsonaro, o filho Zero Um do ex-presidente, às mulheres que estarão presentes no ato que promete não ser um fiasco como o último em Copacabana.
O pano de fundo, contudo, não tenham dúvidas, leitores: é a anistia. Anistia aos golpistas do dia 8, aos generais de quatro estrelas que queriam rasgar mais uma vez nossa constituição, à cúpula do governo anterior e a Jair Bolsonaro, o ex-presidente líder da trama.
A construção do símbolo Débora Rodrigues dos Santos nada mais é que o Cavalo de Tróia para a impunidade.
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Com Bolsonaro réu, vem aí um surpreendente movimen…

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10 horas atrásem
28 de março de 2025
Matheus Leitão
O futuro da direita e futuro do bolsonarismo terão o mesmo caminho?
O bolsonarismo – como ele entendido e praticado – é uma visão extrema da direita, que não convive com a democracia, tanto que está respondendo no banco dos réus por tentativa de golpe e abolição do estado democrático de direito.
Estamos falando de um ex-presidente, da inteira cúpula de um governo, junto com generais e outros militares de alta patente, mantendo a tradição golpista das Forças Armadas.
Mas no momento em que Jair Bolsonaro se transformou em réu, um novo capítulo político começou a ser escrito pela direita brasileira, especialmente porque a pauta do ano de 2025 será em cima desse julgamento.
O provável movimento da direita será o de fazer uma guinada ao centro, à medida que mais detalhes da trama golpista – muito bem documentada pela acusação – forem se tornando conhecidos da sociedade pela exposição do julgamento.
Vem aí desradicalização da direita?
Coincidentemente, o nome mais cotado para assumir o espólio político de Bolsonaro hoje é o de Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo que tenta se impor como moderado.
Não existe bolsonarista não extremista. Isso é um fato. Mas é esse o caminho que a direita pode tentar seguir para a próxima eleição após o recado do eleitor na eleição municipal. Anotem!
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