Todos os anos, o Instituto Varieties of Democracy (V-Dem), sediado na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, publica um relatório sobre o estado da democracia em todo o mundo. Publicado em março, o último revelou que, em 31 de dezembro de 2023, 71% da população mundial (em comparação com 48% há dez anos) vivia numa autocracia. Staffan Ingemar Lindberg, diretor da organização, analisa a situação atual.
O ano de 2024, um “ano supereleitoral” com votações a decorrer em 60 países, está a chegar ao fim. Que avaliação você faz disso?
A avaliação global é negativa. Dos 60 países que realizaram eleições nacionais, 31 são autocracias. Vejo três categorias. Há casos em que as repercussões das eleições são ambíguas, como na Índia. O Partido do Povo Indiano (BJP, para Partido Bharatiya Janata) perdeu a maioria (em junho) e teve que formar um governo de coalizão. Ainda não se sabe se isso levará à interrupção do processo de autocratização iniciado em 2000. Entre os casos positivos, podemos citar Taiwan, onde o Partido Democrático Progressista venceu as eleições presidenciais. (em janeiro)ou e Botsuanaque era liderado pelo mesmo partido desde 1965 e onde a democracia estava em declínio há uma década. A vitória da oposição (final de outubro) pôr claramente fim a esta evolução.
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