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EXCLUSIVO: A VINGANÇA DA HISTÓRIA.

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Era o dia 14 de março de 1983, uma segunda-feira, por volta das oito horas da manhã, quando o governador Joaquim Falcão Macedo[1] e sua comitiva passaram pela estrada de chão Dias Martins para inaugurar mais uma de suas principais obras. Naquele 14 de março, muita gente rumou naquela direção para assistir o ato solene. Tratava-se da aguardada inauguração do novo Presídio do Acre, uma “obra suntuosa”[2] que vinha gerando intensas expectativas já há alguns meses. “O novo estabelecimento prisional garantirá aos órgãos responsáveis pelos presos, maior faixa de segurança, tendo em vista que se trata de uma obra, cujo sistema de segurança encontra-se entre os melhores das penitenciárias do país”, propagandeava o Jornal O Rio Branco, 11 dias antes[3].
Na terça-feira os rio-branquenses, ao custo de Cr$80,00, liam no jornal: “O governador Joaquim Macedo, na manhã de ontem, inaugurou diversas obras na capital (…). As solenidades tiveram início às 07:00 horas quando o governador manteve uma reunião com todo seu secretariado em sua residência, partido então para o Estabelecimento Penitenciário “Francisco de Oliveira Conde”, localizado na Estrada de ligação à colônia Dias Martins, na altura do Km 12. (…)”. A crer neste jornal, mais cinco inaugurações foram realizadas no decorrer do dia. Na terceira, do Porto Major Izidoro, no 1º Distrito, o governador discursou: “Saio absolutamente tranqüilo vou deixar o governo do Estado com a consciência tranqüila do dever cumprido. Meu governo foi voltado ao bem estar do povo. Um compromisso assumido no início de nossa administração. Se não fizemos um grande Estado, deixamos o embrião” [4]. Era o fim do seu mandato, seu último dia.
Foto de jornal. Joaquim Falcão Macedo, Governador do Acre (PDS) até o dia 15 de março de 1983. Fonte: Jornal O Rio Branco.
Naquela mesma terça-feira, dia 15, Nabor Júnior era empossado como o novo governador do Acre, tendo como bandeira de luta a frase modificar para melhorar. Entrava o PMDB, saia o PDS. No parlamento, os vinte e quatro deputados estaduais eleitos já haviam sido empossados quatorze dias antes. Destes, doze eram peemedebistas, onze pedessistas e um petista[5]. Esta distribuição “deixou folgada zona de manobra ao governador eleito Nabor Júnior. É necessário, entretanto, que o líder do Governo Nabor seja hábil, tenha jogo de cintura, a fim de acomodar situações favoráveis ao PMDB”, narrava o Jornal O Rio Branco[6]. As novas relações de poder exigiam novas reconfigurações, novas posturas.
Enquanto alguns desses parlamentares aguardavam ansiosamente o passar dos dias para saber qual seria a postura do novo governador para que pudessem decidir que posições políticas adotariam, lia-se com humor hilariante na famosa página 06 do O Rio Branco: “moradores querem acabar com o inferninho”, “valentão deixou a mulher nocauteada no asfalto”, “polícia prende ladrão de botija de gás”, “colono das 3 Palheta esfaqueado”[7]. A crer nos jornais da época, a cidade de Rio Branco estava inquieta com o grande aumento da “delinqüência” desde o início da década, e amargava “agora” tempos de crise econômico-social, incertezas e insegurança pública. Eram muito comuns essas notícias nos jornais, sobretudo naqueles vinculados ao governo, como o Jornal O Rio Branco – ORB. Desde o ano de 1982 esses jornais já alardeavam como altos os índices de violência e criminalidade na capital acreana; ostentando a urgência de medidas repressoras, quer dizer, medidas policiais eficazes, pois, o aparelhamento policial, as delegacias de polícia e o antigo presídio, afirmavam, já não eram mais suficientes para coibir a ação dos “delinqüentes”[8] e “marginais”. Esse foi o discurso inventado pelas autoridades e [re]produzido pelos jornais para justificar a necessidade de intervenção estatal nas camadas populares, tidas como focos de “delinqüentes”, “bandidos” e “gente corrompida”. Criminalidade vista como sinônimo de pobreza. O pobre é necessariamente um criminoso em potencial: foi partindo dessa concepção que homens públicos pontuaram suas ações.
Foto de jornal. Francisco Walquírio Gondim, o “Velho”. Que “usando um grampo de cabelo (…) escapou sensacionalmente da polícia”. Na opinião das autoridades da época um maconheiro, bandido e assaltante. Fonte: Jornal O Rio Branco.
Podemos observar que esse discurso, do “aumento da delinqüência e da criminalidade”, foi, portanto, produzido para se fazer acreditar na necessidade do poder público intervir. Não sabemos ao certo, porém, se esse alarido das autoridades foi acompanhado de estatísticas. Para sabermos adequadamente se houve ou não “crescimento da delinqüência”, seria necessário empreendermos buscas específicas sobre os livros de registro de ocorrências diárias das Delegacias de Polícia de Rio Branco dos anos de 1982/1983, os quais são hoje ótimas fontes de pesquisa a respeito desses acontecimentos. Seja como for, os jornais [re]produziram cotidianamente essa representação de mundo e, por isso, não é difícil supor que os leitores daquela época acreditassem que realmente era necessária a intervenção do Estado. Que traga o Leviatã para punir-vos! Fato é que as autoridades acreanas, sobretudo aquelas vinculadas à segurança pública, empenharam-se em fazer acreditar que era necessário punir ou “combater”, como em uma guerra, os “delinqüentes” e “marginais” – que ao nosso sentir são produtos da expropriação, do esbulho ou, em tom romântico, da divisão injusta das riquezas e da propriedade privada.
Ora, não há dúvidas de que “a pobreza força os homens livres a fazer muitas coisas servis e mesquinhas”[9], assim como não há dúvidas de que existem pessoas pobres que são honestas e trabalhadoras, quer dizer, não-criminosas. A perspectiva das autoridades, porém, era outra: pessoas de posse não se corrompem, pois não passam fome, não tem precisão de roubar, logo, são honestas e virtuosas, ao passo que o pobre reagindo ao seu instinto de sobrevivência é capaz de realizar qualquer ação, inclusive “criminosa”. Daí resultando a seguinte moral: a prisão é para pobres. Os jornais aliados do governo participaram desse processo, contribuindo com a divulgação desses significados sociais, os quais, no fundo, serviram para justificar a repressão, a moralização por parte do Estado nas camadas mais pobres. Na figura abaixo, o jornal já divulgava o presídio como moderno, como se tudo que fosse moderno promovesse bem-estar, desenvolvimento humano, melhorias em prol da condição humana. O desenvolvimento, o progresso efetivo de um povo se reflete nos corpos dos indivíduos, não em paredes e mulharas.
Foto de jornal. Vista do presídio URS/FOC. Fonte: ORB, 13.03.1983. A matéria propagandeava: “O moderno complexo prisional de Rio Branco, um coroamento de idéias livres e humanas na tentativa de reeducar o indivíduo”, sob o título SEIJUS crê na integração do presidiário.
Por essas razões, foi se gestando durante alguns meses certa euforia em torno do novo presídio. O jornal O Rio Branco em 1982 relatava: “O Governador Joaquim Macedo pretende inaugurar até o final de sua administração, alguns dos pavilhões da nova penitenciária de Rio Branco, (…). Vários pavilhões serão inaugurados até março do próximo ano. (…) trata-se de uma obra, cujo sistema de segurança encontra-se entre os melhores das penitenciárias do país. Toda a área dos pavilhões será cercada com muros, onde será instalados sistemas de alarmes”[10].
As expectativas geradas pela nova penitenciária eram muitas, pois, acreditava-se equacionaria muitos dos supostos problemas que, segundo o discurso dos jornais, dramatizavam a “vida na capital”, quer dizer, perturbavam os representantes das classes privilegiadas. Infelizmente, não sabemos exatamente quem ou quantos acreditaram nesse alarido de que “havia uma crescente onda de assaltos e crimes em Rio Branco”. Mas é possível supor que lendo e ouvindo cotidianamente esse discurso, muitos leitores acreditassem. As informações, contudo, são muito escassas. Mas é fato que um discurso foi inventado e um presídio foi construído.
Foto de jornal. Vista do presídio URS/FOC. 1983. Fonte: ORB. A matéria anunciava “(…) 10 pavimentos confortáveis para abrigar aproximadamente 330 detentos”.
A idéia das autoridades acreanas não era só construir um “presídio modelo” – conforme observamos nas propagandas dos jornais da época – mas também ampliar e construir “delegacias nos municípios acreanos”[11] a fim de evitar que o “detento tenha que ser deslocado do seu ambiente familiar, o que poderá pesar contra sua recuperação (…)”[12]. Isolar não isolando absolutamente, era esta uma das idéias.
Para homens como o ex-Secretário de Interior e Justiça Omar Sabino de Paulo[13] – um dos entusiastas dessa idéia – tais obras não significavam, porém, que o “governo irá instalar imensos depósitos de presos”, ao contrário, são “estabelecimentos penais voltados principalmente para a recuperação do marginal” [14]. Tais idéias foram insistentemente propagandeadas e talvez eficazmente incutidas no imaginário popular da época.
Foto de jornal. Omar Sabino de Paula, primeiro Secretário de Interior e Justiça do Governo Macedo. Fonte: ORB.
Durante esse período era corriqueiro os leitores de jornais, como O Rio Branco, lerem que o novo presídio “permitirá a aplicação de sistema pedagógico e profissionalizante”, além do cultivo de “arroz, feijão, mandioca, milho, hortaliças, etc., cuja renda (…) ajudará nas despesas do próprio presídio (…)”[15]. Assim agindo, as autoridades romantizavam o presídio e tornavam possível o improvável: a aceitação da prisão como medida punitiva e “ressocializadora”. E para legitimar o novo presídio e tornar a prisão possível, um batalhão de profissionais foi convocado: pedagogos, assistentes sociais, professores, médicos, psiquiatras, enfermeiros, advogados, psicólogos, etc. Todos estes profissionais para dizer ao preso, ao “criminoso”, para fazê-lo acreditar que seu lugar é na prisão. Que precisa se ressocializar. Que, portanto, deve aceitá-la!
A inauguração do novo presídio, naquela segunda-feira, pelo então governador Joaquim Falcão Macedo foi mesmo um marco histórico. No dia anterior àquele, no domingo, dia 13 de março, o Jornal O Rio Branco, principal meio de comunicação do governo Macedo, aplaudindo as ações da Secretaria de Interior e Justiça (SEIJUS) relatava: “(…) o Departamento Judiciário teve como metas prioritárias a reintegração do presidiário à sociedade onde deva conviver e, para isto, necessário se tornou a criação de estabelecimentos penais, providos de segurança e conforto para os presidiários e pessoal de segurança, enfermarias, dormitórios individuais, salas de trabalho profissionalizante, bibliotecas, quadras, administração, dentro dos padrões mais satisfatórios possíveis, (…). O Complexo Penitenciário não é nada mais do que a coroação de idéias livres e humanas, na tentativa de reeducar o indivíduo”[16]. Portanto, é neste contexto de frenética propaganda, de superestimação do novo presídio e, por outro lado, de absoluto desprezo ao velho presídio Evaristo de Morais – o qual “encontrava-se em estado lastimável, com muita sujeira, mau-cheiro, moscas e pouca iluminação, com uma superlotação carcerária”[17] – que [re]surge em Rio Branco a ideologia da regeneração moral ou do discurso político de “reeducar o detento” ou de que é “necessário prepará-lo para sua volta ao convívio social”[18].
A história, porém, freqüentemente apresenta revezes e contradições, senão vejamos. Se o novo presídio de fato apresentava “estruturas modernas”, por que em 05.11.1996 o Departamento Penitenciário Nacional, na pessoa do seu Diretor Geral, à época, Dr. Paulo Tonet Camargo, relatou que “(…) sem dúvida alguma é o pior estabelecimento prisional inspecionado até esta data, em todo o território nacional (…)”[19]? Por que apenas treze anos depois o presídio Dr. Francisco D’Oliveira Conde já era “o pior” do Brasil? São muitas lacunas a espera de respostas.
PARTE I, do texto: “A CONSTRUÇÃO DO NOVO PRESÍDIO: A euforia pelo novo, o desprezo pelo velho”.
A invenção do discurso da “recuperação social”. 2009. 93 f.
Monografia (Graduação em História – Licenciatura/Bacharelado) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Acre, Rio Branco – Acre, 2009. CDU 343.812.
Orientador: Prof. Dr. Gerson Rodrigues de Albuquerque.
- Prisão, 2. Ideologia, 3. Reeducandos, 4. Recuperação social, I. Título
Notas de rodapé:
[1] O vice-governador José Fernandes do Rego geralmente inaugurava as obras do interior do Estado.
[2] Jornal O Rio Branco, 24.03.1983, quinta-feira, p.06. “Obra suntuosa” foi a forma como o novo Secretário de Interior e Justiça Francisco Gonzaga Castro definiu a nova penitenciária.
[3] Jornal O Rio Branco, 03 de março de 1983, p. 02. A matéria tem o título “Nova penitenciária de Rio Branco fica pronta nesta quizena”. O nome do presídio – “Dr. Francisco D’Oliveira Conde” – foi dado em “homenagem ao advogado e governador interino (do Acre) no período de setembro de 1928 a outubro de 1929 (…)”, segundo Débora da Rocha Silva. Ver A inclusão dos reeducandos no mercado de trabalho, p.23.
[4] Jornal ORB, 15.03.1983, terça-feira. Matéria de capa.
[5] Os deputados eram: Ivan de Castro Melo (PT); Adauto Frota, Félix Bestene, Isnard Barbosa Leite, Narciso Mendes, Kleber Campos, Railda Pereira, Maria das Vitórias, Edgar Fontes, Romildo Magalhães, Luiz Pereira, Hermelindo Brasileiro (todos do PDS); Edson Cadaxo, Manoel Pacífico, Raimundo Sales, Manoel Machado, Francisco Thaumaturgo, Félix Pereira, Raimundo Melo, Geraldo Maia, Alcimar Leitão, Maria Pinho Pascoal, Adalberto Aragão e Jader Machado (todos do PMDB). Na votação das matérias o Presidente da Mesa Diretora Edson Cadaxo só votava em caso de empate, é o chamado voto de minerva.
[6] Jornal ORB, Ano XIV, 01.03.1983, p.05. Matéria “O que esperar da nova Bancada do Legislativo”, assinada por Luís Carlos.
[7] Jornal ORB, Ano XIV, 01.03.1983, p.06.
[8] De acordo com Marcos Inácio Fernandes “na medida em que a urbanização se acentuava, devido à intensificação do êxodo rural* acelerado, iam-se avolumando os problemas sociais nas áreas urbanas. A infra-estrutura precária de Rio Branco não tinha suporte para absolver o contingente populacional expulso do campo”, in O PT no Acre: a construção de uma terceira via. UFRN, 1999 (dissertação de mestrado), pp.41.
[9] Demóstenes, Orationes, 57.45. Citação extraída de Hannah Arendt, A condição humana, p. 74.
[10] Jornal ORB, Ano XIII, nº.1.671, 01.09.1982. Matéria de capa: “Nova penitenciária pronta ainda este ano”.
[11] Jornal ORB, 10.09.1982, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Os caminhos do crime”.
[12] Jornal ORB, 10.09.1982, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Os caminhos do crime”.
[13] Omar Sabino de Paula era advogado e professor. Foi deputado constituinte, vice-governador e deputado federal. Em 23.03.1983 foi nomeado pelo Presidente da República, o general João Figueiredo, Reitor da Universidade Federal do Acre – UFAC, em substituição ao ex-reitor Áulio Gélio Alves de Sousa.
[14] Jornal ORB, 10.09.1982, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Os caminhos do crime”. *Este termo foi cunhado pela Igreja Católica nos anos 60, talvez o melhor seja falar “migrações internas”.
[15] Jornal ORB, 10.09.1982, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Os caminhos do crime”.
[16] Jornal ORB, 13.03.1983, domingo, caderno 2.
[17] Jornal ORB, Ano XIII, nº.1.830, 25.03.1983, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Gonzaga Castro constata: preso não levou peia”.
[18] Jornal ORB, 10.09.1982, sexta-feira, pp.06. Matéria: “Os caminhos do crime”.
[19] Citado por MOREIRA Felismar M.; FILHO, José Rui da S. L.; MARQUES, Odilardo José B., em O trabalho e a execução penal: impressão sobre o trabalho prisional na Unidade de Recuperação Social Dr. Francisco de Oliveira Conde, artigo, 2006, 14 pág. Biblioteca da Uninorte. Arquivo cód. M365.66098112/M835t. Ver p. 11. Os autores não citam a fonte do relatório.
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ACRE
Parceria entre os governos estadual e federal vai investir R$ 1,1 milhão em inclusão social para mulheres

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14 de março de 2025
Jairo Carioca
Uma parceria entre o Estado do Acre e o governo federal, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e o Instituto Federal do Acre (Ifac), vai investir R$ 1,1 milhão em inclusão social para mulheres em situação de vulnerabilidade. Trata-se do Programa Mulheres Mil que teve aula inaugural realizada no auditório do Ifac, em Rio Branco, na tarde desta sexta-feira, 14.
O evento foi marcado por muita emoção e significados, interpretados por grupos musicais e teatrais e por uma dinâmica de discurso motivador para as 90 mulheres selecionadas pela SEASDH para a primeira etapa do programa de capacitação micro empreendedor individual (MEI).
A vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, representou o governo do Acre na solenidade. Ela destacou a coragem das mulheres em dar um passo importante para a carreira profissional. “Esse programa vai na ponta, beneficia quem mais precisa de inclusão trabalhando a educação e a qualificação. O investimento reflete um comprometimento com o empoderamento feminino e o fortalecimento da autonomia econômica dessas mulheres” afirmou.

Ainda de acordo Mailza, a união dos níveis de governo com parceiros que promovem a educação e a cultura reforça a importância do trabalho transversal na luta pela igualdade de oportunidades e na valorização do papel da mulher no desenvolvimento econômico e social. “São ações essenciais para enfrentar os desafios da vulnerabilidade e fomentar um futuro mais igualitário. Hoje é um dia feliz para quem faz política pública com amor”, acrescentou.
O reitor do Ifac, professor Fábio Storch de Oliveira, agradeceu o trabalho que ele classificou ser de excelência, desenvolvido pela SEASDH, por meio da Coordenadoria do Centro de Referência em Direitos Humanos, na seleção das alunas que receberão a qualificação. Ao todo, são 90 mulheres dividas nas regionais do Calafate, Sobral e na Cidade do Povo, na capital.
“Serão 40 dias de muito aprendizado. A parceria com o gabinete da vice-governadora tem sido de excelência, certamente essa ação conjunta vai ajudar a transformar a vida dessas mulheres”, analisou Storch.

Mulheres como Rita Nascimento de Lima estão sendo beneficiadas. Aos 67 anos, moradora da regional Calafate, ela conta que aceitou o convite para melhorar a gestão de seu pequeno atelier de costura. “Vai me ajudar a crescer e melhorar a renda da família. Estou com muita expectativa e esperançosa”.
A dona de casa Taina Almeida, moradora da Sobral, afirmou que com os conhecimentos do curso ela vai montar um bazar. “Agarrei a oportunidade com muita vontade de mudar de vida, crescer, ter uma renda própria”, afirmou.
O deputado estadual Pedro Longo, representou a Assembleia Legislativa do Estado. Em seu discurso, falou sobre a importância da educação e a qualificação andarem juntas por meio de conceitos relacionados que preparam as pessoas para o mercado de trabalho. “Parabéns à vice-governadora Mailza pelo trabalho que vem realizando em prol das pessoas, parabéns ao Ifac e todos os profissionais envolvidos nesta ação que cria um ambiente inspirador”, disse o parlamentar.

A coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos, Liliane Moura, informou que durante 40 dias, cada beneficiária receberá uma bolsa de R$ 560. Em todas as etapas, 300 mulheres receberão qualificação profissional. Pelo Ifac, a coordenação do programa Mulheres Mil é de responsabilidade da professora Aldenisa Rosetto. “É incrível perceber como a educação pode mudar a vida das mulheres, elevando sua escolaridade, fortalecendo-as e dando-lhes voz”, frisou Rosetto.
A vice-governadora recebeu um kit do Programa Mulheres Mil. Prestigiaram o evento pelo Estado, o secretário de governo, Luiz Calixto, o presidente da Cageacre, Pádua Cunha, e a controladora-geral do Estado, Mayara Bandeira, e o presidente da Fundação Elias Mansour, Minoru Kinpara.
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ACRE
Construção do Porto de Cruzeiro do Sul ganha força com parceria entre governo do Acre e DNIT

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14 de março de 2025
Gabriel Freire
O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avançaram nesta sexta-feira, 14, nas tratativas para construção do novo Porto de Cruzeiro do Sul, projeto iniciado em 2022 pelo governador Gladson Camelí para melhorar o acesso e fortalecer a economia local.
A presidente do Deracre, Sula Ximenes, destacou que as discussões com o DNIT estão em andamento há mais de um ano e ressaltou a importância do projeto para a região. O novo porto atenderá a uma demanda histórica de Cruzeiro do Sul, facilitando o escoamento de produtos e a chegada de insumos, além de reduzir os custos logísticos no Acre.
“O governador Gladson Camelí iniciou esse projeto em 2022 com o compromisso de fortalecer a economia local, e seguimos em tratativas com o DNIT para viabilizar essa obra essencial para Cruzeiro do Sul. O novo porto será um marco para a região, facilitando o transporte de produtos e reduzindo custos logísticos no Acre”, afirmou Sula.
A reunião contou com a presença do diretor de Portos e Aeroportos do Deracre, Sócrates Guimarães, da chefe de Convênios do Deracre, Gina Maria Oliveira, e do diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Edme Tavares, reforçando o compromisso das instituições com o avanço do projeto.

O coordenador de Obras de Infraestrutura Portuária do DNIT, Lindomar Luiz de Abreu Júnior, detalhou o projeto, que inclui a construção de uma Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4). “A obra resolverá problemas geotécnicos locais e oferecerá à população uma infraestrutura adequada para cargas e passageiros”, afirmou.

O DNIT será responsável pela execução das obras, elaboração do Anteprojeto de Engenharia e contratação dos serviços necessários, incluindo a recuperação e reforma das estruturas existentes, que são de propriedade do Estado e serão transferidas para a União.
A parceria entre o Estado e o DNIT é fundamental para o desenvolvimento da infraestrutura portuária no Acre, com a construção do Porto de Cruzeiro do Sul servindo como modelo para outras cidades, como Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. “O IP4 atenderá operações de passageiros, mercadorias e cargas de médio a pequeno porte, o que é essencial para o crescimento da região”, explicou Lindomar.

A expectativa é que o novo porto melhore a logística no Acre, facilite o transporte de produtos e insumos e impulsione a economia local, beneficiando a população com melhores condições de transporte e acesso.
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ACRE
Em Brasília, Acre articula estratégias para fortalecimento da segurança e direitos humanos no estado

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14 de março de 2025
Ana Paula Xavier
Uma comitiva de representantes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) esteve em Brasília, durante toda esta semana para uma série de reuniões estratégicas com o objetivo de fortalecer as ações de segurança pública e promover os direitos humanos no estado. A missão incluiu encontros com autoridades e a apresentação de demandas essenciais para o avanço das políticas públicas no Acre.
Para o diretor operacional da Sejusp, Atahaulpa Ribera, a articulação em Brasília reflete uma estratégia abrangente para enfrentar os desafios da segurança pública e da proteção dos direitos humanos no estado. “Essas iniciativas demonstram o comprometimento conjunto das autoridades do Acre em promover a segurança e assegurar os direitos humanos, buscando construir um ambiente mais seguro e justo para todos os cidadãos”, destacou.

A primeira agenda foi realizada com o Gabinete da Presidência, onde a equipe acreana obteve apoio para a articulação de informações, um passo fundamental para a implementação de políticas eficazes. A colaboração entre os diferentes níveis de governo foi destacada como crucial para o sucesso das iniciativas planejadas.
Na sequência, a equipe se reuniu com o titular da Secretaria Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema, que propôs a assinatura de um acordo técnico entre a Secretaria Nacional de Justiça (Senajusp) e a Sejusp. Este acordo visa desenvolver iniciativas de enfrentamento ao tráfico de imigrantes, contrabando de pessoas e migração em geral, além de oferecer cursos profissionalizantes para as forças de segurança, capacitando os agentes para lidar com essas questões complexas.

O diretor de Políticas Públicas de Segurança, Justiça e Integração, Álvaro Mendes, enfatizou a importância da discussão sobre o enfrentamento ao tráfico de imigrantes. “É indispensável que trabalhemos juntos para desenvolver estratégias eficazes que protejam nossas fronteiras e promovam a dignidade humana. O tráfico de imigrantes é uma questão séria que requer atenção e ação imediata”, afirmou.
Outra agenda foi o encontro no escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), onde foi firmada uma parceria que resultará na elaboração de um projeto específico para a realidade da Região Norte, particularmente para a fronteira do Acre. O projeto busca obter financiamento para ações de combate ao tráfico de pessoas e drogas, com a realização de estudos que visam entender as dinâmicas locais e gerar informações úteis para a implementação das políticas públicas.

O coordenador do Grupo Especial de Fronteiras (Gefron) , Assis dos Santos, destacou a efetividade da elaboração de ações que respeitem as particularidades das fronteiras acreanas. “É fundamental que nossas ações considerem as especificidades locais. O Acre possui um contexto único, e nossas estratégias devem ser adaptadas para que possamos enfrentar os desafios de forma eficaz e respeitosa”, ressaltou.

As discussões também se estenderam ao Ministério dos Direitos Humanos, que anunciou a criação de uma diretoria que oferecerá cursos tanto para as forças de segurança quanto para defensores dos direitos humanos. Durante essa reunião, foi solicitada uma parceria para capacitar policiais e outros agentes sobre diversas temáticas relacionadas aos direitos humanos, garantindo que todos os envolvidos estejam alinhados com os princípios de proteção e respeito aos direitos.

Além disso, foi proposta a criação de um convênio de abrigo provisório para vítimas ameaçadas de morte, uma medida que será implementada com base em uma proposição de justiça. As questões da população em situação de rua também foram abordadas, com foco nas pautas de inclusão e no fortalecimento dos equipamentos de defesa para essa população extremamente vulnerável.
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