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Acre registra 159 focos de queimadas em 21 dias de julho, aponta boletim

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) fazem um alerta importante. Somente em julho, nos 21 dias, foram registrados 159 focos de calor no Acre, ou seja, do acumulado de janeiro a 21 de julho, que é de 296, apenas 137 focos não foram registrados no mês de julho.

A seca nesse período do ano também já anuncia o aumento das queimadas, sejam urbanas ou rurais. Por isso, os bombeiros fizeram, neste sábado (23), um simulado de incêndio e resgate de vítimas.

Em entrevistas à Rede Amazônica, o tenente Freitas Filho, disse que militares de diferentes estados participaram de uma troca de experiências e puderam ver as adversidades da região.

“É bastante difícil essa atividade, bastante penosa, exige bastante condicionamento físico, muito conhecimento técnico e muito envolvimento institucional e profissional de cada um. Durante esta semana, nesse nivelamento do conhecimento, tivemos instruções de APH [atendimento pré-hospitalar], já que a região amazônica é de difícil acesso e estamos suscetíveis a acidentes, tanto na área urbana, como rural. Tivemos instruções também de sobrevivência na selva, tivemos a parte de prevenção e combate a incêndio, tanto a nível educativo como operacional de respostas, então nossos militares puderam fazer”, disse.

Ele pontua ainda o que acaba contribuindo para ocorrências de incêndio serem ainda mais complexas.

“O vento é um fator preponderante para dificultar essa nossa ação. Temos também as condições meteorológicas, a umidade relativa do ar baixa, então tudo isso favorece para que o incêndio a ser controlado nos imponha um altíssimo grau de dificuldade, não é à toa precisamos de combatentes com bom condicionamento físico, bom condicionamento mental, porque muitas vezes se ver encurralado pelas chamas, então tudo isso é preparado, por isso esse treinamento contínuo”, destaca.

Por fim, o tenente reforçou que queimada é crime e que o alto número dessas ocorrências impacta diretamente em diversos segmentos da sociedade.

“É proibido queimar nessa época do ano, com algumas exceções apenas, temos decretos que regulamentam isso. Quem pratica esse tipo de ação está cometendo um crime e, além de estar cometendo esse tipo de ação, está impactando o meio ambiente, saúde pública, porque vemos hospitais com alto estresse com grande atendimento de pessoas com doenças respiratórias. Simulamos, inclusive, o caos que provoca na saúde e economia, com perda de pastos e plantações”, finaliza.

Operação Guardiões do Bioma

Em um balanço parcial, divulgado pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Acre, em duas semanas da Operação Guardiões do Bioma, cinco pessoas já foram presas por desmatamento ilegal no estado e mais de 254 hectares já foram fiscalizadas nesse período.

Além disso, 28 polígonos foram fiscalizados, cinco motosserras e um trator apreendidos e mais um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) registrado.

A operação de combate a incêndios e queimadas florestais é do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e coordenada no Acre pela PM no Acre, começou no dia 1º de julho.

Esta é segunda edição da Operação Guardiões do Bioma e tem como objetivo a atuação nas regiões da Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e da Caatinga. O balanço parcial é referente aos primeiros 15 dias de ações, segundo informou o coordenador das ações no estado, coronel Atahualpa Ribera.

Colaborou Kelton Pinho, da Rede Amazônica Acre.

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