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Kassab anaboliza PSD e mantém hábil ‘ginástica’ en…

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15 de março de 2025
Valmar Hupsel Filho
O ato de filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao PSD, no último dia 10, foi pensado para ser uma demonstração de força política não só da nova pessedista, que pretende concorrer à reeleição em 2026, mas também do presidente da legenda, Gilberto Kassab, e seu plano expansionista. Na ocasião, ele deu um recado direcionado tanto ao público interno quanto ao externo para manter o poder de atração para sua órbita: disse que o partido terá candidatura própria ao Planalto em 2026 e até lançou o nome de Raquel para uma eventual candidatura presidencial em 2030. A cerimônia, com ares de comício, ilustrou também o talento para malabarismo do cacique, que segue com um pé no governo e outro na oposição. O evento teve a presença dos três ministros do partido, Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca), além de deputados federais e senadores, não só do PSD, mas também de partidos antagônicos que rivalizam no plano político nacional: o PT do presidente Lula e o PL de Jair Bolsonaro.
A filiação de Raquel, primeira mulher a governar Pernambuco, reforça a anabolização recente do partido. Com ela, o PSD chega a três governadores — já tem Ratinho Junior (PR) e Fábio Mitidieri (SE) —, número menor apenas que os de PT e União Brasil, ambos com quatro. Questionado se negocia a filiação de outro governador, Kassab diz apenas que “nossas lideranças, em cada estado, estão trabalhando para isso” e completa afirmando que “é possível termos mais governadores eleitos” — o que é facilitado pelo fato de o partido ter sido o que mais emplacou prefeitos em 2024 (891), base fundamental para conquistar mais estados em 2026. Em meio a discussões sobre fusão com o PSDB, Kassab já conversou com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e recentemente se reuniu com o de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e seu antecessor, Reinaldo Azambuja — todos no minguante ninho tucano. Um passo certo será a filiação em maio do ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, hoje no MDB. A ideia é que ele saia ao Senado ou tente novamente o governo.
Parte do sucesso que o PSD tem tido em crescer atraindo políticos de diferentes matizes ideológicos está na sentença inaugural dada por Kassab ao fundar o partido: a de que ele não seria “nem de direita nem de esquerda nem de centro”. É isso que permite atrair e manter filiados com perfis tão diversos quanto o deputado Sargento Fahur (PR), bolsonarista de carteirinha, e o senador Otto Alencar (BA), que prega apoio irrestrito a Lula. A predileção é estar perto do poder, seja ele qual for. Ao mesmo tempo que se fortalece, aumentando sua bancada no Congresso ou ocupando cargos em governos à direita e à esquerda, como os de Lula e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o PSD não se vincula a nenhum deles.
A ginástica de Kassab é mesmo admirável. Embora integre os governos de Lula e Tarcísio, dois potenciais candidatos ao Planalto no ano que vem, o cacique vem martelando nos últimos dias a mensagem de que o PSD terá o seu presidenciável. Questionado sobre isso pela reportagem de VEJA, diz que “candidatura própria é sempre prioridade” e afirma que Ratinho Jr. é o plano “caso o partido defina, no momento adequado, que teremos candidatura própria”. Ele, no entanto, deixa aberta a possibilidade de composição a depender do cenário no ano que vem. O aceno mostra que Kassab segue uma cartilha com muito potencial na política: manter-se relevante para garantir assento privilegiado nas principais negociações que surgirem nos próximos embates eleitorais. “Para estar no acerto, tem que estar na mesa. Time que não tem torcida não joga”, resume a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Uma coisa que conta a favor de Kassab e do PSD é que o cenário é de indefinição. A esquerda aposta em Lula, mas fatores como a queda de popularidade e as condições de saúde do petista põem em dúvida a presença dele no páreo em 2026 — se isso ocorrer, não será fácil viabilizar uma alternativa. Já à direita, com Bolsonaro inelegível e perto de ir ao banco dos réus por tentativa de golpe, há uma proliferação de nomes e nenhuma certeza sobre quem será seu herdeiro eleitoral. Diante da falta de concretude dos dois lados, Kassab vai montando seus palanques, dando guarida a quem chega e fazendo promessas até para 2030.
Publicado em VEJA de 14 de março de 2025, edição nº 2935
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PGR se manifesta contra pedido de Bolsonaro para t…

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14 de março de 2025
Da Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta sexta-feira, 14, ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contra o recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro que pedia para derrubar a decisão que negou o afastamento dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento da denúncia sobre a trama golpista.
O julgamento de Bolsonaro e mais sete investigados pela trama golpista será no dia 25 de março. Nesse dia, a Primeira Turma da Corte decidirá se aceitará a denúncia da PGR. Em caso afirmativo, os acusados se tornarão réus.
Na última segunda-feira, 10, os advogados recorreram da decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que negou o impedimento dos dois ministros.
No recurso, os advogados de Bolsonaro pedem que o caso seja julgado pelo plenário da Corte, colegiado formados pelos 11 ministros, entre os quais, André Mendonça e Nunes Marques, nomeados para a Corte durante o governo Bolsonaro.
No mês passado, Barroso entendeu que as situações citadas pela defesa de Bolsonaro não são impedimentos legais contra a atuação dos ministros.
No parecer, o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, disse que os impedimentos de Dino e Zanin não se encaixam na legislação.
“Os acontecimentos apontados pelo agravante como comprometedores da imparcialidade são incompatíveis com as hipóteses previstas no artigo 144 do CPC [Código de Processo Civil] e no artigo 252 do CPP [Código de Processo Penal]. Além disso, conforme sintetizado na decisão agravada, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite interpretação extensiva ou ampliativa do rol taxativo de impedimento previsto na legislação processual penal”, afirmou Gonet.
Primeira Turma
As ações de impedimento foram direcionadas aos ministros porque eles fazem parte da Primeira Turma do Supremo, colegiado que vai julgar a denúncia contra Bolsonaro.
Para pedir o afastamento, a defesa do ex-presidente alegou que Flávio Dino entrou com uma queixa-crime contra Bolsonaro quando ocupou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública nos primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No caso de Zanin, a defesa de Bolsonaro diz que, antes de chegar à Corte, o ministro foi advogado da campanha de Lula e entrou com ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
(Agência Brasil)
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Por unanimidade, STF mantém suspensão da rede soci…

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14 de março de 2025
Da Redação
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira, 14, manter a suspensão da rede social Rumble no Brasil.
O colegiado decidiu referendar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que, no dia 21 de fevereiro, suspendeu as atividades da empresa após a constatação de que estava sem representante no país, condição obrigatória pela legislação. Conforme documentos que constam nos autos, os advogados da empresa renunciaram ao mandato e novos representantes não foram indicados.
A votação virtual começou no dia 7 de março e foi encerrada nesta sexta-feira. Além do relator, Alexandre de Moraes, votaram para manter a suspensão os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
A suspensão se deu no mesmo processo no qual foi determinada a prisão e a extradição do blogueiro Allan dos Santos, acusado de disseminar ataques aos ministros da Corte. Atualmente, ele mora nos Estados Unidos.
Segundo Moraes, apesar da determinação da suspensão dos perfis nas redes sociais, Allan continua criando novas páginas para continuar o “cometimento de crimes”.
O ministro também disse que o Rumble tem sido utilizado para “divulgação de diversos discursos de ódio, atentados à democracia e incitação ao desrespeito ao Poder Judiciário nacional”.
O CEO do Rumble, Chris Pavlovski, já declarou na rede social X que não vai cumprir as determinações legais do STF.
(Agência Brasil)
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