O chefe do órgão de vigilância da saúde da União Africana disse que o surto de mpox “ainda apresenta tendência ascendente em geral”, à medida que os casos se espalham.
O órgão de vigilância da saúde da União Africana alertou que o surto de mpox ainda não estava sob controlo e apelou a recursos para evitar uma pandemia “mais grave” do que a COVID-19.
“A situação ainda não está sob controlo, ainda estamos numa tendência ascendente em geral”, disse Ngashi Ngongo, do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), num briefing na quinta-feira.
Mais de 1.100 pessoas morreram de mpox em África, onde foram registados cerca de 48.000 casos desde Janeiro, segundo o CDC.
Os casos continuavam a aumentar em vários países, à medida que o continente lutava para conter outro grande surto que se seguiu à COVID-19 e que expôs as fragilidades do sistema de saúde de África.
Até agora, 19 países em África relataram casos de mpox após a detecção de uma infecção nas Maurícias, popular entre os turistas atraídos pelas suas deslumbrantes praias de areia branca e águas cristalinas.
No entanto, os fundos para conter o surto eram escassos, alertou o Africa CDC.
“O que precisamos é de uma mobilização política e financeira contínua”, disse Ngongo, acrescentando que esta é uma medida necessária para impedir que a mpox seja outra pandemia “que seria muito mais grave que a COVID-19”.
A varíola, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é causada por um vírus transmitido aos humanos por animais infectados, mas também pode ser transmitido de humano para humano através de contato físico próximo.
A doença viral relacionada à varíola causa febre, dores no corpo, inchaço dos gânglios linfáticos e erupção cutânea que se transforma em bolhas, e tem dois subtipos principais – clade 1 e clade 2.
O Reino Unido anunciou na quarta-feira que detectou o primeiro caso no país com a última variante mpox, clade 1b. Também foi detectado na Suécia e na Alemanha.
A África Central, que foi mais atingida pelo surto, é responsável por 85,7% dos casos e 99,5% das mortes no continente.
A maioria das mortes ocorreu na República Democrática do Congo, o epicentro do surto, que lançou uma campanha de vacinação no início deste mês.