Alemanha lançou na segunda-feira um novo quartel-general tático naval multinacional para o Mar Báltico na cidade costeira do norte de Rostock.
O quartel-general da Força-Tarefa de Comando (CTF) do Báltico coordenará as atividades navais para todos Aliados da Alemanha no Mar Báltico.
‘A Alemanha mantém firmemente os seus compromissos’ – Pistorius
Liderada pela Alemanha, a CTF Báltico estará “pronta para dirigir operações navais em tempos de paz, crise e guerra”, disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius.
“A nossa mensagem aos nossos parceiros e àqueles que ameaçam a nossa paz é simples: a Alemanha mantém firmemente os seus compromissos”, disse Pistorius durante um discurso em Rostock.
“Estamos empenhados em garantir a segurança da região do Báltico, a força da OTANe a defesa dos nossos valores partilhados”, acrescentou Pistorius.
Existe um estado-maior de comando no Comando Naval de Rostock, que já trabalha em conjunto com vários países, mas que no futuro desempenhará tarefas adicionais para a OTAN, de acordo com o Ministério da Defesa alemão.
O centro será liderado por um almirante alemão e tripulado por pessoal de uma dúzia de outros países da NATO.
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A importância regional do quartel-general tático
A criação da instalação sublinha a importância do Mar Báltico para a OTAN depois das relações com a Rússia terem piorado na sequência da guerra na Ucrânia, com a Frota Russa do Báltico baseada perto de Kaliningrado.
Kaliningrado é um enclave russo no Báltico, isolado do resto da Rússia continental e espremido entre a Polónia e a Lituânia.
Garantir rotas marítimas abertas através do Báltico tornou-se cada vez mais vital para a aliança depois de esta se ter expandido para leste após o fim da Guerra Fria.
A queda da Cortina de Ferro viu a Polónia, país do antigo Pacto de Varsóvia, e os antigos estados soviéticos Lituânia, Letónia e Estónia aderirem à OTAN.
Mais recentemente, depois A invasão da Ucrânia pela Rússiaos vizinhos nórdicos Finlândia e Suécia, também aderiram à OTAN.
A importância estratégica do Báltico para a OTAN mudou desde o fim da Guerra Fria.
Anteriormente, o principal papel da aliança teria sido bloquear a entrada ocidental do Mar Báltico e impedir que a Frota do Báltico da União Soviética chegasse ao Mar do Norte. A intenção era impedir que os navios de guerra de Moscovo atacassem os comboios de abastecimento dos EUA, cruciais para a defesa da Europa.
Desde a adesão dos Estados Bálticos, a OTAN deve assegurar que as rotas marítimas permaneçam abertas no caso de o estreito corredor terrestre que os liga à Polónia ficar bloqueado em qualquer conflito com a Rússia.
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Nota do editor: O título original deste artigo referia-se ao centro naval de Rostock como quartel-general da OTAN. A Command Task Force Baltic é um quartel-general tático naval alemão com participação multinacional.
kb,rc/wmr(Reuters,dpa)