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Alfabetização, um compromisso do governo do Acre com a educação

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Stalin Melo

Como regra, as metas da rede estadual de educação são o ensino fundamental, anos finais, e também o ensino médio. Mas isso não significa que a alfabetização não esteja nos planos e estratégias traçadas pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), pois, das 616 escolas da rede estadual, nada menos do que 110 são voltadas para o ensino fundamental, anos iniciais, o que inclui alunos do 1º e 2º anos, que estão em processo de alfabetização.

Entre as ações voltadas para a alfabetização, cujo dia nacional é comemorado nesta quinta-feira, 14, está a parceria com o Ministério da Educação (MEC), por meio de uma política territorial chamada de Compromisso Nacional de Alfabetização – Alfabetiza Acre, que preconiza que as crianças devem se alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental, anos iniciais.

Governo do Acre trabalha para reduzir índices de analfabetismo no estado. Foto: Mardilson Gomes/Arquivo SEE

O Alfabetiza Acre estabelece, entre seus princípios, a promoção da equidade educacional, considerando aspectos regionais, socioeconômicos, étnico-raciais e de gênero, a colaboração entre os entes federativos e o fortalecimento das formas de cooperação entre estados e municípios.

Entre as metas pactuadas para melhorar os resultados da alfabetização no estado estão o apoio técnico e financeiro da União para aprimorar a infraestrutura física e pedagógica das escolas e a oferta de materiais didáticos complementares para estudantes, além de materiais pedagógicos para os professores, com sistema de avaliação.

Outra ação importante realizada pela SEE, em parceria com diversas instituições como Conselho Estadual de Educação (CEE) e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), foi a realização de três ciclos formativos para articuladores regionais e municipais.

Também estão sendo realizadas avaliações formativas, de acordo com o Compromisso Nacional. Até agora foram realizadas duas avaliações formativas em todas as escolas da rede estadual, que também estão sendo disponibilizadas para as redes municipais. E até dezembro será realizada uma avaliação somativa censitária para alunos do 2º e 5º anos.

Acompanhamento pedagógico

Além dos três ciclos formativos voltados para a alfabetização de alunos do 1º e 2º anos, a SEE também realiza acompanhamentos pedagógicos voltados para a questão da rotina dos professores. Os assessores pedagógicos vão até as salas de aula para saber como estão sendo desenvolvidas as atividades de alfabetização.

Além disso, a Coordenação do Núcleo de Alfabetização da SEE, sob a coordenação de Conceição Lima, realiza a elaboração de cadernos, dois para o 1º ano e dois para o 2º.

Assessores da SEE realizam acompanhamento pedagógico nas escolas. Foto: Mardilson Gomes/Arquivo SEE

Para se ter uma ideia do trabalho do Núcleo de Alfabetização, apenas em Rio Branco, 63 escolas trabalham com o ensino fundamental, anos iniciais. São escolas urbanas seriadas e rurais multisseriadas. Em todo o estado, são 110 escolas, contabilizando 4.938 alunos no primeiro ano e 5.761 alunos no segundo ano.

Alfabetização indígena

O governo do Acre também se empenha na alfabetização da população indígena do estado. De uma população de 830 mil habitantes, o estado tem em torno de 31,6 mil indígenas, o que representa 3,82% da população, dividida em pelo menos 12 terras indígenas.

Alfabetização indígena também compõe metas da Educação do governo do Estado. Foto: Stalin Melo/Arquivo SEE

Entre a população indígena, jovens entre 15 a 19 anos têm o maior percentual de alfabetização, chegando a 90,55% dessa faixa etária. Entre a faixa etária de 20 a 24 anos, o percentual chega a 88,37%. Já entre os indígenas de 25 a 34 anos, o percentual chega 83,9% e, entre os que têm entre 35 e 44 anos, o índice alcança 73,89% de alfabetizados.

Para efeitos de comparação, em 2010, a população indígena do estado era de 17.578 pessoas, das quais 13.266 eram alfabetizadas e 4.186 não eram alfabetizadas. Isso significa que, naquele momento, no conjunto, 76,01% da população era alfabetizada e 23,99% não era alfabetizada.

Alfabetização na EJA

Além dos diversos programas do governo do Acre voltados para a alfabetização, um se destaca pela importância social, a de jovens e adultos nas escolas estaduais. De acordo com o chefe de Departamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Jessé Dantas, trata-se do primeiro segmento do ensino fundamental, carinhosamente chamado de “Ejinha’.

“O primeiro segmento da EJA representa uma nova oportunidade para aqueles que, por diversos motivos, não puderam iniciar seus estudos na idade regular e, por isso, já a partir dos 15 anos, é possível ingressar no ensino fundamental. Além de alfabetizar e fortalecer competências básicas, o primeiro segmento também capacita os alunos para uma participação mais ativa na sociedade”, afirma o gestor.

Primeiro segmento da EJA é oferecido em 55 escolas da rede estadual de ensino e atende em torno de 2.130 pessoas. Foto: Mardilson Gomes/Arquivo SEE

Atualmente, o primeiro segmento da EJA é oferecido em 55 escolas da rede estadual de ensino e atende em torno de 2.130 pessoas, matriculadas somente neste ano de 2024. “Iniciar a educação formal por meio da EJA amplia as oportunidades de emprego e melhoria da renda”, explica Dantas.

Além da leitura e da escrita, o primeiro segmento da EJA também ajuda a desenvolver no aluno o aprendizado da matemática. “Isso é de grande importância para promover a inclusão social e a cidadania e proporcionar a esses alunos uma nova oportunidade de acesso à educação básica”, destaca.

“O foco da EJA é transformar a vida dos estudantes, proporcionando a eles o acesso ao conhecimento e a confiança para enfrentar os desafios do mundo moderno. Assim, a oferta da EJA nas escolas estaduais do Acre é uma iniciativa que vai ao encontro das necessidades da comunidade, proporcionando inclusão, dignidade e esperança para aqueles que buscam retomar seus estudos”, afirma.

Sonha em ler a Bíblia

O programa Alfabetiza Acre/EJA, sob a coordenação do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da SEE, proporciona a transformação de vidas.

É o caso da aposentada Maria Olívia da Costa, que estuda em uma classe aberta na Escola Cristina Maia, no bairro Cidade do Povo, em Rio Branco. Estimulada por já conseguir assinar o nome, Maria Olívia diz que vai tirar uma nova carteira de identidade.

Dona Maria Olívia: “Já pego ônibus sozinha e sonho em ler a Bíblia”. Foto: Stalin Melo/Arquivo SEE

Dona Maria Olívia não teve vida fácil. Quando o pai e a mãe faleceram em Pauini, no interior do Amazonas, cedo foi trabalhar em uma casa de família, lavando e cozinhando. Devido aos maus tratos da patroa, fugiu aos 15 anos, quando se casou e foi morar em Manoel Urbano, onde conseguiu uma casa para morar.

“Agora eu tive essa chance de estudar. A nossa professora é maravilhosa, eu já até consigo assinar o meu nome e até já pego o ônibus sozinha. Meu sonho agora é continuar os estudos e, se Deus quiser, ler a Bíblia também”, planeja.

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Médico destaca avanços na neurociência e saúde do Acre durante fórum internacional do G20

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Luana Lima

O médico neurocirurgião Luan Messias Magalhães representou com destaque o Estado do Acre durante sua participação na 11ª Cúpula Neurociência20 (N20), realizada no Rio de Janeiro, Brasil. O evento fez parte do Fórum Internacional de Cooperação Econômica do G20, reunindo especialistas e autoridades para debater inovações, dificuldades e propostas para a saúde em diferentes contextos globais. Ele foi o único representante da região Norte nos encontros voltados à área da saúde.

Médico neurocirurgião, Luan Messias Magalhães, na 11ª Cúpula Neurociência20 (N20). Foto: Cedida

Magalhães participou de dois importantes eventos da cúpula: o G20 Social e o N20. O G20 Social abordou questões relacionadas à saúde do idoso e populações rurais e ribeirinhas, com foco na criação de soluções que reduzam desigualdades no acesso à saúde. Já o Neurociência20 (N20) concentrou-se em saúde mental e neurológica, promovendo discussões sobre avanços científicos e estratégias para aplicação prática no setor.

“Eu participei de dois eventos do G20, o G20 Social e o N20. Tive a oportunidade de palestrar e discutir com deputados e ministros de diversas áreas da saúde e da parte social possíveis soluções para os problemas que a gente tem. Como eu era o único representante do Norte da parte amazônica, fui responsável pela discussão da nossa saúde, tanto no Acre quanto no âmbito da Amazônia Legal inteira”, destacou Magalhães.

Durante as apresentações, o médico ressaltou os esforços do governo do Estado do Acre. Foto: Cedida

Durante as apresentações, o médico ressaltou os esforços do governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), liderada pelo médico Pedro Pascoal, em estruturar as regionais de saúde com especialistas e equipamentos. Ele destacou o objetivo de oferecer atendimento de qualidade nas localidades mais remotas, reduzindo a necessidade de deslocamento até a capital, Rio Branco. Magalhães também citou o papel do Instituto de Neurocirurgia e Neurologia da Amazônia Ocidental, localizado no complexo cirúrgico da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), que tem contribuído de forma significativa para a saúde da região com avanços em neurocirurgias.

“Esses esforços terão um impacto positivo e significativo nos próximos anos”, afirmou o neurocirurgião. Foto: Cedida

“Esses esforços terão um impacto positivo e significativo nos próximos anos”, afirmou o neurocirurgião, demonstrando sua visão otimista sobre o futuro da saúde no Acre e na Amazônia Legal.

Magalhães também trouxe à tona os desafios enfrentados pela população ribeirinha e indígena, buscando soluções viáveis para melhorar o atendimento nesses locais. Além disso, ele destacou que os debates resultaram em um relatório com propostas, que será enviado ao Senado e à Câmara dos Deputados para subsidiar políticas públicas de saúde.

“O legal é que a gente se encontra direto com os ministros e deputados, e eles são as pessoas que aplicam e fazem as leis. Assim, eles reconhecem diretamente a importância e onde precisa mudar e vão aplicar isso diretamente”, comentou.

Neurocirurgião aproveitou o fórum para trocar experiências com profissionais de outros países e conhecer inovações como o uso de inteligência artificial em procedimentos médicos. Foto: Cedida

O neurocirurgião aproveitou o fórum para trocar experiências com profissionais de outros países e conhecer inovações como o uso de inteligência artificial em procedimentos médicos e novas abordagens para tratar transtornos como o autismo. “A gente aprende muito com técnicas que já estão sendo utilizadas em outros países e que podem revolucionar a nossa forma de atendimento”, afirmou.

O G20, criado em 1999, é um fórum de cooperação econômica internacional que reúne as principais economias do mundo para discutir temas de interesse global, como saúde, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Este ano, o Brasil sediou o evento, e a presidência será transferida para a África do Sul em 2024.

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Nota de pesar pelo falecimento do ex-governador do Estado do Acre, Flaviano Melo

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Da Redação

O governo do Estado do Acre manifesta seu mais profundo pesar e solidariedade aos familiares e amigos pelo falecimento do ex-governador Flaviano Baptista de Melo, ocorrido nesta quarta-feira, 20 de novembro. Em sinal de respeito, decreta luto oficial de três dias.

Flaviano Melo faleceu aos 75 anos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Sua trajetória marcou profundamente a política acreana, onde deixou um legado de liderança e compromisso desde a década de 1980.

Natural de Rio Branco, Flaviano era filho de dois grandes nomes da política acreana: Dona Laudi e o ex-deputado Raimundo Melo. Ao longo de sua vida pública, ocupou importantes cargos, como governador, senador, deputado federal e prefeito de Rio Branco, dedicando sua carreira ao MDB e ao fortalecimento da boa política no Acre.

O governo do Estado presta suas condolências à esposa Luciana Videl, aos filhos e a todos os familiares neste momento de dor.

Que Deus fortaleça os corações de todos os que o amavam e conceda conforto diante dessa grande perda, com a certeza de que Flaviano agora descansa em plenitude nos braços do Criador.

Gladson de Lima Cameli
Governador do Estado do Acre

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Senappen e Polícia Penal deflagram 6ª fase da Operação Mute no Complexo Penitenciário de Rio Branco

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Isabelle Nascimento

A 6ª fase da operação Mute no Acre teve início na terça-feira, 19. E, nesta quarta-feira, 20, a mesma operação foi lançada em nível nacional. A ação é coordenada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e realizada pela Polícia Penal, com o apoio das forças integradas de segurança pública do Acre e com objetivo de combater as organizações criminosas dentro do sistema prisional e reduzir o índice de violência em âmbito nacional.

Forças de segurança trabalharam integradas na Operação Mute. Foto: Isabelle Nascimento/Iapen

A ação aconteceu no Complexo Penitenciário de Rio Branco, onde a Polícia Penal do Acre e suas forças especializadas, sendo a Divisão Penitenciária de Operações Especiais (Dpoe), a Divisão do Serviço de Operações e Escolta (Dsoe) e a Divisão de Operações com Cães (DOC), em conjunto com a Polícia Penal Federal, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), a Polícia Federal, a Polícia Militar, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) estiveram trabalhando juntos na operação.

Presidente do Iapen, Marcos Frank Costa, e secretário adjunto de Segurança Pública, Evandro Bezerra, acompanharam a Operação Mute. Foto: Lucas Manoel/Iapen

O presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Marcos Frank Costa, falou sobre os objetivos dessa ação: “Na data de hoje, executamos a sexta fase da operação Mute, que é capitaneada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais. O objetivo principal dessa ação é a apreensão de telefones celulares para cessar qualquer contato com o exterior, além de verificação da estrutura no interior dos pavilhões”, ressaltou.

Sextaª fase da Operação Mute é deflagrada no Complexo Penitenciário de Rio Branco. Foto: Lucas Manoel/Iapen

O secretário adjunto de Segurança Pública, Evandro Bezerra, que esteve acompanhando a ação, explicou que a operação está de acordo com a proposta da segurança pública, para manter a segurança dentro do sistema penitenciário: “é uma operação extremamente importante para o sistema penitenciário, para fazer a manutenção de segurança. Foi acolhida pela presidência do Iapen e o Sistema Integrado de Segurança Público que está presente, com todas as forças aqui. Isto aí vem dentro da nossa proposta da segurança pública, de manter o sistema prisional sob condições de segurança e controlado”.

Polícia Penal deflagra mais uma fase da operação Mute no Acre. Foto: Isabelle Nascimento/Iapen

O diretor operacional do Iapen, Tiênio Costa, acredita ser importante ações como essa, que intensificam as revistas dentro das penitenciárias: “a gente vê como positivo, uma forma de intensificar as revistas, intensificar a busca por aparelho celular e retirada de ilícitos, que vão trazer mais segurança, tanto para os apenados como para os servidores e a sociedade como um todo”.

Cyro Maisonnete, agente federal de execução penal e representante da Senappen. Foto: Lucas Manoel/Iapen

O agente federal de execução penal e representante da Senappen, Cyro Maisonnete, considera que a ação foi um sucesso: “é uma operação que está sendo sucesso, né? A gente está na sexta fase já, e durante todas as fases nós apreendemos celulares, drogas. Temos feito essas retiradas e conseguido realmente uma integração também entre as forças, cada vez mais forte aqui”, reiterou.

Foram retirados, durante a revista das celas, bilhetes, tabaco e um objeto cortante.

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