O carregamento de celulose pelas ferrovias no ano passado cresceu 26%, maior índice na comparação com as demais commodities. Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, a alta do açúcar, a segunda maior, foi de 15,8%. O setor agrícola concentrou um quarto do transporte por ferrovias entre os demais setores da economia.
Em volume, o ferro liderou mais uma vez, representando 67,23% das movimentações ferroviárias.
O professor Felippe Serigati, coordenador do mestrado profissional em Agronegócio da FGV, diz que o resultado das movimentações da celulose pelo país se explica pelo aumento da oferta, principalmente no Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul.
Nesses estados, empresas fizeram investimentos estratégicos em áreas de pastagens degradadas, conseguindo terrenos com preços favoráveis e ampliando a produção nacional da commodity. Com isso, o país se tornou muito competitivo no mercado internacional, ao lado do Chile.
“Esse aumento de movimentação da celulose se dá principalmente porque temos aumentado a produção e acessado cada vez mais mercados”, diz Serigati.
Como essa não é uma cultura temporária, já que o ciclo da commodity é longa, de cerca de sete anos, seus resultados são mais persistentes. Por isso, o professor diz que esse aumento de oferta do produto deve perdurar ao longo dos próximos anos, com um amadurecimento cada vez maior do setor.
Igor Guedes, analista de commodities da Genial Investimentos, cita como exemplo desses investimentos feitos pelo setor a operação Cerrado, da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), inaugurada há alguns meses.
No local, o transporte da celulose é feito por ferrovia até o porto de Santos. Segundo Guedes, no início do ano passado, a empresa recebeu o Green Santos, maior navio dedicado à celulose do mundo, com capacidade de 72 mil toneladas, para atender ao aumento do volume de exportação dessa fábrica.
Com Stéfanie Rigamonti
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