Neste sábado, 5, o estado do Acre foi novamente afetado por um apagão de internet da empresa Oi causado, segundo informações da área de serviços da manutenção da empresa, por mais um rompimento de fibra óptica, ocorrência que tem sido cada vez mais rotineira. A queda do sinal durou, desta vez, cerca de 12 horas.
Mas os problemas relacionados às quedas de sinal ou lentidão de internet no estado por conta da empresa responsável por disponibilizar o acesso à internet na grande maioria dos municípios interioranos não se restringem aos rompimentos do cabo de fibra óptica, que muitas vezes são alvo de vandalismo.
Ainda muito dependentes dos serviços da empresa Oi, principalmente no que diz respeito à internet banda larga fixa, os municípios de Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil são fortemente afetados pela inconstância e falta de qualidade do produto ofertado aos usuários.
Nesses locais ainda não há a oferta da tecnologia de fibra óptica pela empresa, muito mais rápida e estável do que a estrutura que é disponibilizada atualmente, que usa cabos de cobre para a transmissão de dados. O resultado disso é o acesso a uma internet precária cujo padrão é a lentidão e a instabilidade.
Em Xapuri, por exemplo, não há disponibilidade de novas portas de internet para pretensos usuários do serviço, ou seja, não há investimento da empresa na melhoria da atual infraestrutura e muito menos na implantação de uma nova rede, de fibra óptica, que possa ampliar a oferta e a qualidade do serviço.
As informações acima são baseadas em conversa com um profissional da área de manutenção de serviços de telecomunicações que atua na regional do Alto Acre. Alegando questões de cunho ético, ele prefere que seu nome não seja divulgado pela reportagem.
O técnico diz que o cabeamento de fibra óptica já chegou aos municípios, mas ainda falta a rede de distribuição dentro das cidades, o que corresponde à estrutura que leva a internet até as casas. Segundo ele, não há uma previsão de quando esse novo patamar de qualidade será efetivado pela empresa Oi.
“Essa rede atual, de cabos de cobre, é muito antiga, e pelo que sabemos não haverá mais investimento nessa estrutura e a empresa não pode mais vender assinaturas para esse tipo de serviço. A única saída é aguardar a fibra óptica, mas não existe uma previsão exata para quando isso vai acontecer”, disse.
Nos municípios de Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri, algumas empresas de menor porte estão disponibilizando acesso a uma internet de melhor qualidade, por meio de fibra óptica, mas o serviço ainda está muito distante do que oferece, por exemplo, a Oi Fibra em Rio Branco, por um preço bem mais alto.
Mas não é apenas com a internet fixa que os usuários dos serviços de telecomunicações têm dificuldades nos municípios do Alto Acre e demais regionais do estado. O sinal de internet e telefonia móvel, onde entram outras empresas como Vivo, Claro e Tim, também não possui a qualidade desejada pelos consumidores.
A reportagem já tentou por diversas vezes encontrar um canal de atendimento (telefone ou email) por meio do qual pudesse falar com as empresas citadas a respeito do que é exposto nesta matéria, mas não conseguiu sucesso até o momento. O jornal se coloca à disposição para qualquer esclarecimento ou retificação.
Floresta Digital
Há 10 anos do lançamento do fracassado projeto Floresta Digital, por meio do qual o governo Binho Marques prometeu tornar o Acre o primeiro estado do Brasil totalmente coberto por internet livre e gratuita, uma torre tomada pelo mato simboliza a situação de descaso em que se encontram, na atualidade, os serviços de telecomunicações no município de Xapuri.