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Aneel contesta transferência da Amazonas Energia – 18/10/2024 – Mercado

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Aneel contesta transferência da Amazonas Energia - 18/10/2024 - Mercado

Fábio Pupo

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) contestou na Justiça Federal em Brasília a transferência da Amazonas Energia à Âmbar, empresa de energia do grupo J&F (dos irmãos Batista). O argumento é que as assinaturas dos executivos envolvidos na transação foram registradas após as 24h do dia 10 de outubro –ou seja, depois de expirados os efeitos da MP (medida provisória) que abriu caminho para a transferência de controle da empresa.

A agência alegou, por meio da Procuradoria Federal (da Advocacia-Geral da União), que “todas as assinaturas das partes envolvidas deveriam ter sido lançadas no respectivo termo aditivo até o final do dia 10/10/2024”.

Procurado pela Folha na noite desta quinta-feira (17), o grupo J&F não havia emitido um posicionamento até a publicação desta reportagem.

Fontes ligadas às empresas envolvidas não consideram válido o argumento da Aneel por entender que prevalece o horário da assinatura do representante da própria agência, no dia 10 de outubro, e pelo fato de o órgão ter disponibilizado o documento faltando menos de dois minutos para a meia-noite.

A Aneel já havia divulgado anteriormente que apenas o diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, assinou o termo ainda no dia 10. Já as assinaturas dos representantes da Amazonas e da Âmbar ficaram registradas no sistema da Aneel após a meia-noite, o que desde então levantou dúvidas sobre a validade da transferência.

“Tal conduta implica a perda de objeto também por falta de interesse da autora em relação ao pedido de implementação da medida provisória nº 1.232, de 12 de junho de 2024, no que diz respeito ao estabelecimento das condições necessárias para a transferência do controle acionário da Amazonas Energia”, diz a Aneel em contestação na Justiça, em peça divulgada primeiro pela agência Infra.

“A conduta da autora pode ser caracterizada como desistência ou renúncia tácita da pretensão, ao agir de forma incompatível com o pedido inicial nesse ponto.”

Tabela da Aneel mostra que a assinatura de Sandoval está registrada às 23h59 de 10 de outubro. A de Marcelo Zanatta, CEO da Âmbar, entrou no sistema 21 segundos após as 24h.

“Dessa forma, embora tenha sido beneficiada por provimento judicial que lhe assegurava a transferência de controle nos termos da medida provisória, a própria Amazonas Energia deixou de usufruir desse provimento ao assinar o termo aditivo fora do período de eficácia da referida medida provisória. O mesmo ocorreu com os pretensos novos acionistas controladores”, afirmou a Aneel por meio da Procuradoria.

A MP do governo, editada em junho, permitiu a transferência do controle societário da Amazonas Energia como alternativa à extinção da concessão –um caminho evitado pelo Ministério de Minas e Energia com a justificativa de que a distribuição de energia naquele estado poderia colapsar.

O texto trouxe também uma série de flexibilizações para tornar viável a operação no Amazonas. Pouco tempo depois da medida provisória, a Âmbar apresentou proposta para assumir a Amazonas Energia.

Durante a vigência da MP, houve uma série de idas e vindas sobre o caso na Aneel –que demonstrava resistência ao plano apresentado pela Âmbar. No fim das contas, a venda foi aprovada na agência apenas pelo diretor-geral Feitosa, atendendo pedido de liminar da Justiça Federal do Amazonas. Se a liminar cair, a leitura jurídica é que os benefícios também perderiam a validade.

O plano aprovado pela Aneel, por força da liminar, prevê condições apresentadas pela Âmbar no fim de setembro. A proposta prevê custos de R$ 14 bilhões, pelos próximos 15 anos, aos consumidores de energia elétrica de todo o país. Para reduzir a dívida da concessionária amazonense, a Âmbar também se comprometeria com um aporte de capital de R$ 6,5 bilhões.

Diante da autorização precária, a J&F resistia a aceitar o negócio afirmando que havia elevada insegurança jurídica –um suspense que durou até os últimos minutos de vigência da MP. Os executivos acabaram assinando, mas, de acordo com os registros da Aneel, isso ocorreu fora do prazo.





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Musk pode ter poder sobre agências que regulam empresas – 22/10/2024 – Mundo

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Musk pode ter poder sobre agências que regulam empresas - 22/10/2024 - Mundo

Eric Lipton, David A. Fahrenthold, Aaron Krolik, Kirsten Grind

A influência de Elon Musk sobre o governo federal dos Estados Unidos é extraordinária —e extraordinariamente lucrativa.

A empresa de foguetes de Musk, a SpaceX, dita o cronograma de lançamentos da Nasa, a agência espacial americana, e o Departamento de Defesa depende do bilionário para colocar a maioria de seus satélites em órbita. Suas empresas receberam a promessa de US$ 3 bilhões em quase cem contratos diferentes no ano passado com 17 agências federais.

Seu envolvimento com órgãos regulares é tão amplo quanto tortuoso. Suas empresas foram alvo de pelo menos 20 investigações ou revisões recentes, incluindo sobre a segurança de produtos da Tesla, sua montadora de carros elétricos, e danos ambientais causados pelos foguetes da SpaceX.

Dada a imensa presença de Musk, ele será um ator importante no trato com o governo, independentemente de quem vencer a eleição.

Mas o bilionário colocou sua fortuna e seu poder a serviço do ex-presidente Donald Trump; em troca, o republicano prometeu fazer de Musk o chefe de uma nova “comissão de eficiência governamental” com o poder de recomendar cortes em agências reguladoras e mudanças em regulamentações federais.

Isso daria ao homem mais rico do mundo e grande contratante do governo o poder de regular os reguladores que têm influência sobre suas empresas, resultando, portanto, em um potencial —e enorme— conflito de interesses.

Por meio de uma revisão de documentos judiciais, dossiês regulatórios e dados de contratos do governo, o New York Times fez um levantamento dos arranjos comerciais de Musk com o governo federal americano e das violações, multas e outras investigações que as agências federais ordenaram contra suas empresas.

Juntos, esses documentos mostram uma teia profunda de relações com essas instituições. Em vez de entrar no novo papel como um observador neutro, portanto, Musk estaria julgando seus próprios clientes e reguladores.

O bilionário já discutiu como usaria a nova posição para ajudar suas próprias empresas. Ele questionou, por exemplo, uma regra que exigia que a SpaceX obtivesse uma permissão para descarregar grandes quantidades de água potencialmente poluída de sua plataforma de lançamento no Texas.

O bilionário também afirmou que limitar esse tipo de supervisão poderia ajudar a SpaceX a chegar a Marte mais cedo. “O Departamento de Eficiência Governamental é o único caminho para estender a vida além da Terra”, escreveu ele.

Independentemente de quem for eleito presidente, os laços profundos entre Musk e o governo dos EUA provavelmente não mudarão tão cedo, com as agências tornando-se cada vez mais dependentes dos veículos, foguetes, internet e outros serviços que suas empresas fornecem. O que ele entrega ao governo dos EUA é extenso, de acordo com dados de contratos federais.

A ideia de uma comissão de eficiência nasceu com o próprio Musk. Quando o bilionário entrevistou Trump no X em agosto, ele mencionou a ideia três vezes —retornando ao tópico quando Trump desviou a conversa para outros assuntos.

“Acho que seria ótimo ter uma comissão de eficiência governamental que analisasse essas coisas e garantisse que o dinheiro dos contribuintes fosse gasto de uma boa maneira”, disse Musk pela terceira vez durante a entrevista. “E eu ficaria feliz em ajudar em tal comissão.”

“Eu adoraria”, Trump finalmente respondeu. “Bem, você, você é o maior cortador [de gastos].”

Maya MacGuineas, presidente do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, aplaudiu a ideia de uma comissão de eficiência e disse que a experiência de Musk com empresas poderia ser boa o bastante para que ele a liderasse.

Ela afirmou também que o poder de Musk, de um ponto de vista formal, provavelmente seria limitado. De acordo com MacGuineas, outros presidentes desde Theodore Roosevelt, que governou no início do século 20, tentaram usar comitês de empresários para repensar o governo. Para que as ideias deles se tornem lei, no entanto, o Congresso tem que concordar com elas. Normalmente, segundo ela, isso não acontece.

Uma simples sugestão de Musk, no entanto, ainda poderia ser prejudicial para uma agência, caso ele a destacasse para Trump como um exemplo de desperdício ou má gestão.

Especialistas nas regras federais de ética e no uso de empresários como conselheiros do governo dizem que as interações de Musk com o governo federal são tão amplas que pode não ser possível para ele servir como um conselheiro proeminente do presidente sem criar grandes conflitos de interesse.

Musk “teve interações e envolvimentos muito contenciosos com reguladores”, disse Kathleen Clark, advogada de ética que atuou como conselheira do escritório do Procurador-Geral do Distrito de Columbia. “É totalmente razoável acreditar que o que ele traria para essa auditoria federal é seu próprio conjunto de preconceitos, rancores e interesses financeiros.”

O empresário e suas empresas frequentemente questionam as regulamentações federais, particularmente quando elas ameaçam retardar planos de expansão de operações das companhias.

Nos últimos anos, Musk atacou particularmente a Comissão de Valores Mobiliários, que em 2018 o acusou de fraude por uma série de tweets enganosos ou falsos relacionados ao fechamento do capital da Tesla.

Musk havia postado no então Twitter que planejava fechar o capital da empresa a US$ 420 por ação e que tinha “financiamento garantido” para uma transação. Como parte de um acordo posterior com a comissão, ele renunciou ao cargo de presidente da Tesla e a empresa pagou uma multa de US$ 20 milhões.

Em uma palestra em 2022, Musk criticou os reguladores, chamando-os de “bastardos”.

Mesmo sem o cargo na possível futura comissão, Musk já tem pedido a eliminação ou o enfraquecimento das regulamentações federais e a redução dos gastos do governo. “Se Trump vencer, temos a oportunidade de fazer uma desregulamentação e redução do tamanho do governo que acontece uma vez na vida”, disse Musk em uma conferência em Los Angeles em setembro.

Se Musk conseguisse um papel de conselheiro sênior em uma nova gestão Trump, os agentes reguladores poderiam colocar na conta de suas decisões como as eventuais medidas tomadas contra uma das empresas do bilionário afetariam seu orçamento ou autoridade, mesmo que Musk não pressionasse diretamente essas agências a recuar, afirmou Clark.

Musk também insinuou outra mudança em termos de eficiência governamental que gostaria de ver e tem relação direta com o mercado em que atuam suas empresas: acabar com o contrato Starliner da Nasa com a Boeing, sua principal concorrente na indústria de foguetes.

“O mundo não precisa de outra cápsula”, escreveu ele no início deste ano, referindo-se ao sistema da Boeing, que teve problemas em seu primeiro voo de teste com humanos. Ele não abordou, no entanto, se o comitê de eficiência proposto trataria disso.

Trump já enfrentou acusações de que criou conflitos de interesse ao nomear certos executivos como conselheiros.

Isso incluiu, por exemplo, sua nomeação do investidor bilionário Carl Icahn como conselheiro especial em questões regulatórias em 2017, mesmo enquanto Icahn fazia lobby para que os reguladores federais reformulassem uma regra que permitiria a uma refinaria de petróleo no Texas, da qual ele era um dos proprietários, economizar centenas de milhões de dólares. Icahn acabou renunciando ao cargo meses após sua nomeação, após ampla crítica ao arranjo.




Eric Lipton
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INSS: sistema agiliza cumprimento de concessão judicial de benefícios

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INSS: sistema agiliza cumprimento de concessão judicial de benefícios

Agência Brasil*

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) implementou a concessão judicial de benefícios por incapacidade de forma automática. Com a ferramenta, chamada de INSSJUD, as sentenças serão implantadas em questão de minutos.

Os benefícios que serão concedidos nessa modalidade mais ágil são: por incapacidade temporária previdenciário e acidentário, e a aposentadoria por invalidez.

“As primeiras concessões de auxílio-doença previdenciário e de aposentadoria por invalidez levaram 1 minuto entre o momento que a juíza deu a sentença e a efetiva concessão. Em 4 minutos a informação já constava nos autos do processo”, comemorou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em nota divulgada na última sexta-feira (19) quando a medida entrou em vigor.

A automação é fruto de parceria firmada em 2019 pelo INSS com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Para que o Tribunal Regional Federal (TRF) tenha acesso à implantação automática é preciso utilizar um sistema disponibilizado pelo CNJ, o PrevJud. Esse sistema é integrado ao INSSJUD.

Os tribunais que já estão integrados são: TRF-2 (Espírito Santo e Rio de Janeiro), TRF-3 (São Paulo e Mato Grosso do Sul), TRF-4 (Sul), TRF-6 (Minas Gerais).

O TRF-1, que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima, Tocantins, está com o piloto do projeto em teste no Amazonas.

Segundo nota do INSS, os demais tribunais estão, aos poucos, ajustando seus sistemas para utilizar a ferramenta.

“A expectativa é de que a ferramenta seja utilizada em todo país, garantindo rapidez às decisões para implantação dos benefícios concedidos na esfera judicial”, informou Stefanutto.

Padrão

Para que o benefício por incapacidade seja implantado automaticamente é precisa seguir um padrão que permita ao sistema INSSJUD “ler” a decisão do juiz.

O documento precisa conter – além do nome do titular do benefício, espécie de concessão, data de início e duração do auxílio –, a Renda Mensal Inicial (RMI). É a renda mensal que servirá de parâmetro para que o sistema do INSS capture as informações e processe automaticamente o benefício.

A nova regra passou a ser implementada em despachos realizados desde a última sexta-feira. Os despachos que já estão no INSS serão implantados pelas Centrais de Análise de Benefícios – Decisões Judiciais (Ceab-DJ).

*Com informações do INSS



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Professora de história usa memes para alunos assimilarem conteúdo

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A família do Pedro comemorou com direito a coreografia após conhecer a namorada do jovem que desencalhou. - Foto: @julialyrab/TikTok

A professora de história Cíntia Beñák inovou para que seus alunos aprendam História de uma maneira mais leve: ela usa memes. As aulas ficaram mais divertidas e os estudantes passaram a assimilar o conteúdo muito mais!

Unindo o útil ao agradável, ela levou a internet para a sala e mudou a maneira como as aulas são lecionadas. Todas as imagens são selecionadas com relevância histórica e o objetivo é um só: desenvolver o senso crítico dos alunos!



Cíntia é docente da rede estadual do Rio de Janeiro e vinha tendo dificuldades com os alunos do Ensino Médio. Depois de participar de um curso sobre novos métodos de ensino, ela percebeu que os memes faziam parte da realidade da turma.

Memes na sala

Ao ensinar sobre a Era Napoleônica, por exemplo, Cíntia usou um meme do Jackie Chan com uma cara confusa.

“Eu quando descobri que Napoleão fugiu da Ilha de Elba”.

Além de usar os memes nas aulas, Cíntia também faz com que as imagens apareçam nas provas e apresentações de trabalho.

“A discussão de hoje envolveu temas muito sensíveis que precisam de grandes reflexões e os memes foram os nossos aliados nesse processo”, disse ela no Instagram.

Leia mais notícia boa

Curso de especialização

Foi em um curso de especialização na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que ela abriu novos horizontes.

Os métodos tradicionais de ensino são importantes, mas Cíntia viu que para inovar é preciso ir além do quadro e do pincel.

E por que não as redes sociais? Algo tão próximo do mundo dos alunos? Ela apostou e deu super certo!

Dissertação virou livro

Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Cíntia fez o mestrado com a temática “Também com memes se ensina e se aprende história: uma proposta didático-histórica para o Ensino Fundamental II.

Na época, a professora escreveu sobre “o objetivo é apresentar reflexões que surgiram de experiências didáticas com a apropriação desse artefato cultural midiático em turmas do 6º e 8º anos do Ensino Fundamental II”.

A pesquisa ficou tão famosa e tão elogiada que inspirou outros profissionais e se tornou livro.

Para a professora, usar abordagens não tradicionais na sala de aula faz toda a diferença, principalmente quando aproxima os estudantes de meios que eles já estão familiarizados.

Veja como é a aula ministrada pela professora que usa memes:

A professora transformou sua tese de mestrado em um livro. A pesquisa foi sobre memes e práticas na sala de aula! - Foto: @profcintiabenak/Instagram A professora transformou sua tese de mestrado em um livro. A pesquisa foi sobre memes e práticas na sala de aula! – Foto: @profcintiabenak/Instagram



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