Após 34 anos, a mãe Iraci Marreira conseguiu reencontrar o filho Josenildo, que foi sequestrado quando tinha apenas 11 anos. Ele saiu de casa para vender salgadinhos e nunca mais voltou. Iraci nunca desistiu de procurá-lo.
O reencontro aconteceu de forma inesperada: Josenildo bateu na porta de uma tia em Santa Catarina. Ao ver o filho, Iraci não teve dúvidas: era ele, o menino que ela buscou por tanto tempo.
Em 2024, essa história emocionou o Brasil e viralizou. Essa foi uma das histórias mais lidas aqui no Só Notícia Boa e não poderia ficar de fora do nosso especial de fim de ano.
Certeza eterna
Iraci jamais abriu mão de reencontrar o filho. Ao redor dela, muitos tentavam convencê-la do contrário.
Ela chegou a ser “preparada” para a morte do filho. Mas, como mãe que sente sempre, não aceitava.
Em 1995, quando foi ao ar a novela “Explode Coração”, que falava de crianças desaparecidas, a Iraci teve a certeza de que iria rever o filho com vida.
Ela procurou ajuda do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
No entanto, veio a decepção: a funcionária disse que após tantos anos, Josenildo estaria com outra aparência, bem diferente da foto que mãe levava com ela. Veio a tristeza, mas jamais a desistência.
Lembranças da infância
Josenildo, por sua vez, levava com ele as memórias de criança.
Nas andanças até o Acre, perguntava aqui e acolá, falava do pai que era policial militar e foi assassinado e da mãe, quituteira.
De tanto perguntar, andar e vasculhar, o homem chegou à casa da tia materna.
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Dois nomes
Se de um lado do país, a mãe procurava o filho incansavelmente. O mesmo ocorria com o filho.
Josenildo, batizado Francisco, fugiu da casa da mulher que o sequestrou, viveu nas ruas, cometeu pequenos furtos até se acertar. Mas nunca tirou da cabeça que iria reencontrar a mãe biológica.
Assim, o homem deixou Santa Catarina de carona e com a ajuda de um aqui e outro ali até chegar no Acre e bater na porta da tia.
Mudança de nome
Após o reencontro, o problema de identidade. Por questões legais, ele teve de refazer sua carteira de identidade.
Na certidão original de nascimento o nome é Josenildo da Silva Marreira, nascido em Rio Branco no dia 1º de julho de 1975.
Porém, nas conversas com a mãe Josenildo mostrou um outro registro feito no município de Senador Guiomard (AC), no qual está escrito que seu nome é Francisco Araújo Tigre, nascido em 4 de outubro de 1980.
Com autorização judicial, agora tem os dois nomes e usa das duas famílias que a vida lhe deu. Passou a se chamar Francisco Josenildo da Silva Marreira Tigre.
“O que facilita a minha vida é que todo mundo só me chama de Neguinho. Assim, ter esse monte de nome não muda nada”, afirmou ele.
Josenildo desapareceu na busca pelo pai. A mãe Ira reencontra o filho sequestrado 34 anos depois. Jamais desistiu. Foto: O Globo/Arquivo Pessoal
Informações de O Globo