Juliana Queiroz
A publicitária, jornalista e servidora pública do Estado do Acre Larissa Costa foi diagnosticada com câncer de mama em dezembro de 2020, aos 39 anos. Em plena pandemia de covid-19, realizou tratamento no Hospital A.C. Camargo, em São Paulo (SP), unidade que é referência nacional no tratamento de câncer, e ali atravessou seis ciclos de quimioterapia.
Como efeitos colaterais, sentiu náuseas, perda de apetite, emagrecimento e queda de cabelo. Também enfrentou uma cirurgia de mastectomia e realizou mais 14 ciclos de quimioterapia e 15 sessões de radioterapia. Por último, com o início da reconstrução da mama, obteve recuperação e superou fisicamente toda a grande dificuldade do tratamento. Nesta segunda-feira, 21, em ação alusiva ao Outubro Rosa, após uma desafiadora e vitoriosa jornada de tratamento, Larissa conta, às 17h, a sua história no Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco.
Conhecida mundialmente como campanha dedicada à conscientização e prevenção do câncer de mama, um dos tipos mais comuns entre as mulheres, o Outubro Rosa propicia, por meio de instituições de saúde, empresas e governo, a divulgação de muitas informações, bem como como a promoção de mutirões de exames preventivos e palestras destinados a informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, procedimento que aumenta significativamente as chances de tratamento e cura.
“Descobri [o tumor] de uma forma bem inusitada, brincando com meu cachorro. Coloquei a mão no local e, como eu já tinha um histórico familiar de câncer de mama, logo marquei o mastologista para verificar. É importante ressaltar que a gente tem que conhecer o próprio corpo e, sempre que notar algo diferente, procurar um médico para obter um diagnóstico e saber o que está acontecendo, porque pode ser um resultado benigno, mas também pode ser maligno”, explica Larissa.
Larissa tem razão. Por isso, durante todo o Outubro Rosa, é destacada a importância da realização do autoexame das mamas e de exames regulares como a mamografia, especialmente para mulheres acima de 40 anos ou com histórico familiar de câncer. A campanha também busca desmistificar o tratamento, por meio da divulgação de histórias de superação e do apoio a pessoas que enfrentam o câncer de mama.
“Não é um tratamento fácil. Tudo o que eu passei na minha quimioterapia foi bem dolorido, mas é o que precisa ser feito para poder ter a cura dessa doença. Muitas pessoas, quando escutam ‘câncer’, já associam a morte, mas a gente vê cada vez mais casos de mulheres que conseguiram passar pelo tratamento e hoje estão contando a história delas. então o diagnóstico precoce é importante para que haja um resultado bom ao fim do tratamento, que, no caso, é a cura”, observa.
O Ministério da Saúde (MS), por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ressalta que é importante que as mulheres estejam sempre atentas aos sinais e sintomas suspeitos do câncer de mama: nódulo (caroço), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou com textura semelhante a casca de laranja; alterações no mamilo (bico do peito) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região da axilas.
Hoje aos 43 anos, a jornalista Larissa Costa deixa um alerta as mulheres, lembrando que quanto antes se inicia o tratamento, maiores são as chance de cura. “Façam atividade física, cuidem da mente, estejam sempre atentas a vocês, façam os exames regulamente, minha mensagem principal é o cuidado”, recomenda.
Para que mulheres acima de 40 anos possam dar entrada em exame de mamografia, devem procurar, em Rio Branco, o Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon) ou, nos demais municípios, as unidades básicas de saúde (UBS).
Confira a programação
A Universidade Federal do Acre (Ufac) estará promovendo nesta segunda-feira, 21, a partir das 14h, no Centro de Convenções, em Rio Branco, uma tarde de programação alusiva ao Outubro Rosa.
Às 14h, realizará serviços de saúde, aferição de pressão arterial, testes rápidos e teste de glicemia.
Às 15h, a enfermeira, empreendedora, docente e tutora do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) para a Saúde, Cássia Lima palestra sobre “Garantias dos direitos sociais de mulheres com câncer”.
E às 17h é a vez da palestra Outubro Rosa! Minha História, ministrada por Larissa Costa e pelo médico oncologista e gerente de Assistência à Saúde da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) de Rio Branco, Rafael Teixeira.
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