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Argentina: Sacrifício não será em vão, diz Javier Milei – 10/12/2024 – Mercado
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Mayara Paixão
Em seu melhor momento, Javier Milei apelou a uma das palavras mais comuns no vocabulário argentino hoje em seu discurso de um ano de gestão: o sacrifício. “O sacrifício que vocês fizeram é comovedor, asseguro-lhes que não será em vão”, disse em cadeia nacional de TV e rádio nesta terça-feira (10).
“No início do mandato, disse que atravessaríamos um período de dor, que era uma verdadeira prova de fogo”, seguiu o ultraliberal ao lado de boa parte de seus ministros e com uma ausência já comum, a de sua vice Victoria Villarruel. “O bom tempo produz homens fracos, mas os tempos difíceis produzem homens fortes.”
Sobre o tema que mais interessa ao mercado financeiro, o fim do chamado “cepo” (os controles cambiais), prometeu fazê-lo em 2025. Essa é a principal cobrança do mercado a Milei.
“Veremos a recomposição dos salários e das aposentadorias, e a convergência do câmbio ‘blue’ e o oficial [a diferença entre um e outro agora é de somente 5%, algo raro] nos aproxima da saída do ‘cepo’.”
Também retomou promessa de que haverá “livre concorrência de moedas” na Argentina. Ele explicou: “Os argentinos poderão utilizar a moeda que queiram [pesos ou dólares] nas transações cotidianas; cada argentino vai poder comprar e vender em dólares, somente o pagamento de impostos seguirá sendo em pesos.”
“Estamos saindo do deserto, a recessão terminou, o país finalmente começa a crescer, e podemos começar o novo ano com a certeza de que o futuro será cada vez melhor”, afirmou após reduzir a inflação mensal de 25% a 2,7% no período, mas ver a pobreza ser catapultada a quase 53%.
Nos próximos três anos que tem de mandato, prometeu que ainda fará 3.200 reformas estruturais. “Fizemos a maior reforma estrutural da história”, seguiu o argentino, que colheu vitórias no Congresso, como a de aprovar sua gigante Lei de Bases, de desregulamentação econômica, mas que também vetou decisões do Legislativo com canetada.
Sem mencioná-lo nominalmente, chamou seu antecessor, o peronista Alberto Fernández, hoje investigado por corrupção e por violência de gênero, de ser um “degenerado fiscal”. “Nós aplicamos um torniquete na emissão monetária e controlamos a inflação.”
Chegou a dizer que os Estados Unidos, muito em breve governados por Donald Trump, seu ídolo, inspiram-se na Argentina.
Milei mencionou brevemente o Departamento de Eficiência Governamental que Trump criará e colocará nas mãos do bilionário Elon Musk. Disse que seria inspirado no argentino Ministério de Desregulamentação e Transformação do Estado, patenteado por ele.
Também voltou a prometer que fará um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, tema que azeda o clima no Mercosul, o bloco que recém se reuniu em Montevidéu. No encontro da última semana, Milei disse que o grupo se tornou uma prisão e pressionou por abertura para tratados como esse que diz que fará com Washington.
Ele disse que agora começa a “motossera profunda”, em referência a como chama sua política de rígido ajuste fiscal e corte de gastos. Prometeu anúncios para os próximos dias.
Entre eles, o que seria um “plano nucler” argentino. “O aumento da demanda de energia para a inteligência artificial vai gerar no mundo todo o renascimento da energia nuclear após décadas de declínio, e não vamos ficar para trás”, afirmou. “Vamos ter um plano nuclear argentino com a construção de novos reatores.”
Milei já vinha dizendo que seu país seria um polo global de IA. A promessa era usar a energia excedente, principalmente da produção de gás, como o oriundo da formação de Vaca Muerta, para abastecer polos de inteligência artificial que poderiam também se estabelecer nessas regiões de exploração do solo, com clima adequado e cenário de segurança tranquilo para as empresas.
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Blue Origin funga no cangote da SpaceX – 15/12/2024 – Mensageiro Sideral
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15 de dezembro de 2024Fique esperta, SpaceX, a concorrência vem aí. A empresa americana Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, está correndo para lançar ainda neste ano seu foguete New Glenn –sério candidato a ser o segundo veículo de grande porte com primeiro estágio reutilizável, a exemplo dos lançadores Falcon 9 e Falcon Heavy, da SpaceX.
O voo inaugural está em fase final de preparação, no Complexo de Lançamento 36 da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, e aguarda autorização da FAA (agência que regula aviação civil e foguetes comerciais nos EUA) no que será essencialmente um lançamento de certificação. A bordo, uma carga útil da própria empresa, chamada Blue Ring, um veículo de transferência para colocar satélites em diferentes órbitas, capaz de comportar até três toneladas deles.
Contudo, o principal teste é mesmo do foguete em si. Seu desenvolvimento foi anunciado em 2016, e então a Blue Origin esperava o primeiro voo para 2020. Já são quatro anos de atraso, mas agora parece que vai. E a confiança é tão grande que a empresa pretende tentar recuperar o primeiro estágio em uma plataforma marítima no oceano Atlântico –uma balsa similar às usadas pela SpaceX.
Não se espante se não der certo na primeira tentativa —basta lembrar que também foi assim com a empresa de Elon Musk, nas primeiras tentativas de pousar o estágio inicial do Falcon 9. Mas, desta feita, já sabemos que é possível, de modo que é só uma questão de tempo até que o evento de recuperação se torne corriqueiro também para a Blue Origin.
Diz a empresa que cada primeiro estágio do New Glenn terá capacidade de realizar ao menos 25 reutilizações. O do Falcon 9 que teve mais voos até agora realizou seu 24º pouso no último dia 4. A SpaceX tem como meta reutilizar seus estágios até 40 vezes. São claramente competidores nesse quesito.
As duas empresas também disputarão mercado pelos mesmos lançamentos, já que o New Glenn tem uma capacidade intermediária entre o Falcon 9 e o Falcon Heavy; o da Blue Origin pode levar até 45 toneladas à órbita terrestre baixa; já os dois lançadores da SpaceX transportam 23 e 64 toneladas, respectivamente. Voos do New Glenn e do Falcon 9 saem pelo mesmo preço, cerca de US$ 69 milhões.
Mesmo sem ter realizado um voo sequer, o novo lançador da Blue Origin já tem contratos com a Nasa, a empresa de telecomunicações Telesat e com o Projeto Kuiper, constelação de satélites de internet da Amazon, outra empresa de Bezos. No ano que vem, o New Glenn também deverá lançar uma missão lunar robótica da Blue Origin, com o módulo Blue Moon Mark 2.
Moral da história: a recuperação e reutilização de foguetes de grande porte tem data para deixar de ser exclusividade da SpaceX. É um caminho sem volta para o futuro da exploração espacial, que promete reduzir ainda mais o custo de futuras missões e abrir novas oportunidades. É nessa hora que temos de admitir que isso é muito mais do que uma disputa fútil entre bilionários apaixonados pelo espaço. É uma nova realidade econômica que se descortina diante dos nossos olhos. Quem viver, verá.
Esta coluna é publicada às segundas-feiras na versão impressa, em Ciência.
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Prazo para repatriar recursos no exterior acaba neste domingo
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15 de dezembro de 2024 Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Termina neste domingo (15) o prazo para pessoas físicas e empresas repatriarem bens mantidos no exterior e regularizarem rendimentos não declarados no Brasil até 31 de dezembro de 2023. O imposto e a multa devem ser pagos até esta segunda-feira (16).
Sancionada em setembro, a Lei 14.973 reabriu o prazo para a adesão ao Regime Especial de Regularização Geral de Bens Cambial e Tributária (RERCT-Geral). Essa é a terceira edição do programa de repatriação de recursos, que regularizou recursos mantidos no exterior em 2016 e 2017, em troca da anistia criminal.
A nova edição do RERCT ampliou o programa e permitiu a regularização de rendimentos não declarados no Brasil. Quem aderir ao programa pagará 15% de Imposto de Renda (IR) e multa de 15%. Em condições normais, o contribuinte paga 27,5% de IR e multa de 75%, após a autuação, com a possibilidade de responder criminalmente.
Na primeira edição, em 2016, a repatriação arrecadou R$ 45,8 bilhões com o programa. Nesta edição, a Receita não forneceu estimativas de arrecadação. No entanto, o programa foi ampliado para incluir não apenas bens no exterior, mas rendimentos não declarados no Brasil, o que poderá resultar em receitas expressivas.
Apesar da possibilidade de adesão de políticos e de parentes ao programa, o governo conta com as receitas para cumprir a meta de déficit primário (resultado negativo nas contas sem os juros da dívida pública) de R$ 28,75 bilhões para este ano. Essa meta considera apenas os gastos dentro do arcabouço fiscal.
Com as despesas fora do marco fiscal, como os créditos extraordinários para a reconstrução do Rio Grande do Sul, para combate a incêndios florestais e o pagamento de precatórios, o déficit para este ano está estimado em R$ 64,426 bilhões.
Procedimento
Para aderir ao programa, a pessoa física ou empresa deverá entregar a Declaração de Regularização Cambial e Tributária (Dercat) e pagar os 15% de Imposto de Renda e a multa de 15%.
A declaração pode ser feita online, por meio do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC), acessível no site da Receita Federal. Ao acessar o e-CAC, o contribuinte deve clicar em “Declarações e Demonstrativos” e, em seguida, escolher a opção “Apresentar Dercat”.
Após o preenchimento da declaração, o contribuinte terá um dia para pagar o imposto devido e a multa. Mesmo quem declarou a RERCT de forma incompleta poderá regularizar a situação. Nesse caso, o devedor recolherá os mesmos percentuais (15% de IR e 15% de multa) sobre o valor da complementação.
A Receita Federal elaborou um guia de perguntas e de respostas para o RERCT.
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Fernanda Torres é elogiada no ‘The New York Times’; destaca esperança do Oscar
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15 de dezembro de 2024Fernanda Torres, que brilhou em ‘Ainda Estou Aqui’, agora foi destaque em uma matéria do prestigiado jornal norte-americano, ‘The New York Times’. A publicação elogiou a atuação da atriz brasileira e alimentou, ainda mais, as esperanças do Oscar para o país!
O jornal relembrou que, há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Torres, fazia história ao ser a primeira atriz brasileira indicada à estatueta.
Agora, mais de duas décadas depois, Fernanda Torres seguiu o caminho brilhante da genitora e tem sido bem cotada, pela crítica internacional, para ganhar na categoria de ‘Melhor Atriz’. Imagina que cenário perfeito seria?
Simbolismo familiar
Segundo o Times, a possível indicação ao Oscar coloca Fernanda em um caminho repleto de simbolismo familiar. Em 1999, Montenegro foi indicada pela sua atuação em ‘Central do Brasil’.
A perda para Gwyneth Paltrow foi como uma injustiça e os fãs brasileiros tiveram que engolir a amarga derrota. Ou não engolir, né?
Para a filha, “seria uma grande vitória”. Seria uma história incrível se eu chegasse lá, seguindo minha mãe. Agora, ganhar – considero impossível”, destacou.
“Ainda Estamos Aqui”
Sobrou tempo até para brincadeiras. Descontraídas, mãe e filha mostraram uma forte conexão e comemoraram a atuação em conjunto.
“Minha mãe ainda está viva; está tudo bem com ela”, disse Fernanda Torres.
“Por acaso, ainda estou aqui”, respondeu Montenegro. “Ainda Estamos Aqui”, finalizou a filha, enquanto dá um largo sorriso para a mãe.
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- Sony inscreve Ainda Estou Aqui em 8 categorias do Oscar
Diálogos com o presente
A matéria também exaltou o sucesso de bilheteria de ‘Ainda Estou Aqui’, que ultrapassou a marca de 2,5 milhões de ingressos vendidos.
O filme conta a história da família Paiva, durante a ditadura militar no Brasil dos anos 1970, e o jornal fez paralelos com a realidade atual.
“A história pessoal da família Paiva é a história coletiva de um país”, disse Walter Salles, cineasta responsável pelo longa.
Já para Marcelo Rubens Paiva, o momento do filme foi perfeito.
“Foi, infelizmente, perfeito, porque mostrou que essa história não está apenas no nosso passado”, disse ao The New York Times.
‘Ainda Estou Aqui’ é um verdadeiro de sucesso de bilheteria no mundo todo. – Foto: María Magdalena Arréllaga
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