AMAZÔNIA
Artesanato indígena contribui para melhoria na renda de famílias nas aldeias
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6 anos atrásem
Conhecido mundialmente por suas culturas, tradições e espiritualidade, o povo Yawanawa é referência também no artesanato indígena. Utilizando recursos naturais, as mulheres confeccionam tapetes, leques e vasos de palha de jaci, matéria-prima extraída da floresta, entre outras peças ornamentais.
Com miçangas, elas fabricam pulseiras, colares, anéis, brincos e tiaras, além de objetos de uso comum nas tradições dos povos da floresta.
As políticas públicas desenvolvidas pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) e Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres), têm favorecido a independência das indígenas em diferentes aldeias. No Mutum, as mulheres afirmam ter adquirido mais respeito dos homens desde que começaram a fazer parte do programa de artesanato acreano e adquirir a própria renda.
Nas feiras nacionais, o artesanato indígena conquistou a clientela que opta por adquirir peças que configurem a identidade dos povos nativos. Com uma exuberância e design diferenciado, o artesanato dos povos Yawanawa conquista novos mercados.
A quebra de paradigma entre os Yawanawas, com a responsabilidade e liderança da aldeia sob o comando de uma cacica, tem atraído pessoas de diferentes lugares do mundo. A holandesa Tessa Van de Ven afirma que ouvia falar sobre as tradições e lhe chamou atenção saber que uma mulher é uma das principais lideranças Yawanawa e considera que o universo feminino é responsável pelo progresso mundial.
“Sempre ouvia falar sobre essas culturas e sobre a espiritualidade desses povos e me chamou atenção saber que uma mulher é a maior autoridade na aldeia, desconstruindo a conjuntura de que é uma função genuinamente masculina. Não imaginava que isso pudesse existir numa sociedade tão machista, mas isso é muito legal. Na Holanda, as mulheres são tão independentes quanto os homens, e é importante esse contexto social. Já vim outras vezes aqui nesta aldeia e é sempre uma emoção diferente, gosto muito desse povo”, disse.
A artesã Francisca Yawanawa reafirma a importância do artesanato para a vivência nas aldeias. “Nós queremos muito agradecer as pessoas que vêm nos visitar e sempre compram nossos produtos. É com esse dinheiro que ajudamos nossos maridos a comprarem algumas coisas necessárias para o trabalho do dia a dia”, disse.
O coordenador do Artesanato Acreano, Wanderson Lopes, não esconde a satisfação de estar gerindo uma equipe sempre disposta a galgar novos desafios por meio do artesanato e se considera honrado em poder contribuir com a realização desse projeto.
“Estar à frente de uma coordenação de tanta expressividade como o artesanato acreano é motivo de honra, e saber onde chegamos e quem alcançamos com os projetos de capacitação, incentivo e aperfeiçoamento da produção. Ainda há muito a fazer, mas muito já foi feito. Hoje temos um reconhecimento internacional por meio desses profissionais que nos ajudam a construir a história do artesanato acreano”, ressaltou.
“Nós ensinamos nossas gerações a fazer cordões, pulseiras brincos e tudo o mais que a nossa floresta nos permite. Utilizamos palheiras, cipós e folhagem além de sementes para deixar nosso artesanato cada vez mais bonito, porque assim as pessoas não deixam de nos ajudar comprando os nossos produtos. Fazemos com muito carinho para conquistar cada vez mais a preferência das pessoas”, destacou a artesã Márcia Yawanawa.
O artesanato
Considerada uma atividade universal, o artesanato se diferencia no modo de fazer, no material empregado e nas formas ou padrões empregados em cada época e região e envolve algumas técnicas manuais, o que torna o profissional um artista, pois seus produtos são considerados verdadeiras obras de arte.
O artesanato acreano é referência nacional por suas formas e cores tipicamente regionais e ganha novos espaços com a participação de artesãos em eventos nacionais que fomentam a economia no setor.
Desenvolvido também nas comunidades indígenas, o artesanato se destaca pela riqueza de cores e beleza e possui grande valor artístico, pois representa a expressão das diferentes culturas dos povos nativos.
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AMAZÔNIA
LIVRO E CULTURA: Vidas em fluxo à beira do rio Araguaia
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2 meses atrásem
11 de dezembro de 2024Livro de Francisco Neto Pereira Pinto apresenta as mudanças do meio ambiente e os aspectos intrínsecos da humanidade a partir da história de uma família ribeirinha.
À beira do Araguaia, a vida transcorre no mesmo ritmo da corrente. Ali, as águas são companheiras de uma família ribeirinha que atravessou casamentos, nascimentos e mortes ao lado de um dos maiores rios do país. Unidos por laços sanguíneos e um lar, pai, mãe, filho, filha e até os gatos se tornam os protagonistas da obra publicada por Francisco Neto Pereira Pinto, que convida os leitores a olharem para seus mundos internos a partir de experiências típicas da floresta amazônica.
Os 14 contos desta coletânea podem ser lidos de forma independente, mas juntos formam um mosaico da cultura daqueles que fazem da pesca artesanal, da pequena produção rural e do empreendedorismo familiar seus principais meios de sustento. Com uma linguagem poética, regionalista e experimental, os textos evocam uma memória ancestral sobre as tradições do Norte brasileiro.
A casa de Ana e Pedro no alto da ribanceira parecia ter sido feita para uma conquista como somente aquela cheia poderia impor. Uma noite espessa, pesada, úmida, escura e esvoaçante e a casa lá, com um candeeiro de chama nervosa e intensa, alimentada por azeite de mamona e pavio de algodão. (À beira do Araguaia, p. 43)
Sob o olhar ribeirinho, o autor atravessa questões essenciais do contexto social, ambiental e político do país. Entre as páginas, retrata a partida dolorosa de um pai que decide trabalhar com o garimpo em busca de melhores condições econômicas; as consequências da pesca predatória; os efeitos da destruição da natureza no cotidiano; e a história da Guerra do Araguaia. Temas como diferenças de gênero, racismo, saúde mental e luto também são abordados com um rigor estético que perpassa desde a escrita até as pinturas em acrílico de John Oliveira.
Com apresentação de Neide Luzia de Rezende, professora da Universidade de São Paulo, o livro reúne contos que se desdobram de forma similar a um romance. Sem uma linha cronológica definida, as histórias retratam as vidas de Ana e Pedro, que aparecem como protagonistas ou secundários em diferentes momentos; dos filhos Eve e Téo, com conflitos específicos entrelaçados a gênero e educação na contemporaneidade; além dos gatos Calíope e Dom, presentes para representar a força das relações entre humanos e animais.
Sobre o lançamento, que aconteceu no dia 3 e dezembro de 2024, no auditório da Reitoria, na Universidade Federal do Norte do Tocantins, em Araguaína, Francisco Neto Pereira Pinto comenta: “o projeto foi uma maneira de revisitar minhas memórias de menino, porque vivi até os 15 anos em uma vila à beira do Araguaia. Cresci ali, mas hoje vejo o rio secando, o meio ambiente sendo degradado e como isso afeta os ribeirinhos. Meu livro chama atenção para essa realidade. Tenho um desejo muito forte de preservar uma cultura que parece estar desaparecendo”.
FICHA TÉCNICA
Título: À beira do Araguaia
Autor: Francisco Neto Pereira Pinto
Editora: Mercado de Letras
ISBN: 978-6586089769
Páginas: 88
Preço: R$ 41
Onde comprar: Amazon
Booktrailer no Youtube
Sobre o autor: Francisco Neto Pereira Pinto é professor, escritor e psicanalista. Doutor em Ensino de Língua e Literatura e graduado em Letras – Português / Inglês, leciona no programa de pós-graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal do Norte do Tocantins e nos cursos de Medicina e Direito do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos. Membro da Academia de Letras de Araguaína – Acalanto, publicou os livros: “Sobre a vida e outras coisas”, “O gato Dom”, “Você vai ganhar um irmãozinho”, “Saudades do meu gato Dom” e À beira do Araguaia.
Redes sociais do autor:
Instagram: @francisconetopereirapinto
LinkedIn: Francisco Neto Pereira Pinto
Youtube: @francisconetopereirapinto
Site do autor: https://francisconetopereirapinto.online/
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AMAZÔNIA
Tarauacá engaja-se no Programa Isa Carbono para fortalecer Políticas Ambientais
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2 meses atrásem
6 de dezembro de 2024Tarauacá se destacou como um dos municípios engajados nas consultas públicas para atualização do Programa Isa Carbono, iniciativa vinculada ao Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa). Representantes das comunidades ribeirinhas, extrativistas e povos indígenas participaram do fórum organizado pelo Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). Durante o evento, foram discutidos temas como REDD+, mercado de crédito de carbono e financiamentos climáticos, com vistas a garantir uma repartição justa de benefícios socioambientais.
O fórum incluiu a criação de Grupos de Trabalho específicos para as comunidades tradicionais, que apresentou propostas ajustadas às particularidades locais. Entre os encaminhamentos, foi pactuada a produção de materiais didáticos de fácil compreensão para os participantes, o que reforça o compromisso do governo em promover uma participação verdadeiramente inclusiva. A iniciativa foi amplamente elogiada por líderes comunitários, que enfatizaram o respeito às salvaguardas socioambientais e aos direitos das populações tradicionais.
Esse marco evidencia o protagonismo de Tarauacá na preservação ambiental e na luta contra o desmatamento ilegal. O sucesso da iniciativa dependerá da continuidade do diálogo entre governo e comunidades, com atenção especial à execução das políticas deliberadas no fórum. A mobilização comunitária fortalece não apenas a conservação ambiental, mas também a construção de uma economia sustentável para a região.
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ACRE
Morre em Rio Branco, Acre, vítima de problemas respiratórios causados por queimadas
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5 meses atrásem
6 de setembro de 2024Rio Branco, AC – Uma pessoa morreu hoje na capital do Acre, Rio Branco, em decorrência de complicações respiratórias agravadas pela poluição causada pelas queimadas que afetam a região. De acordo com informações fornecidas pelas autoridades de saúde locais, a vítima, um morador da cidade, já apresentava um quadro respiratório debilitado, que se agravou devido à elevada concentração de fumaça e partículas no ar, resultado dos incêndios florestais.
A morte aconteceu em meio a uma crise ambiental que vem assolando o estado nas últimas semanas, com um número crescente de queimadas, que não só destroem áreas da floresta amazônica, mas também afetam gravemente a qualidade do ar. A Secretaria de Saúde do Acre alertou a população sobre o risco elevado de doenças respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou, nos últimos dias, um aumento significativo no número de focos de calor na região, o que contribuiu para a densa camada de fumaça que cobre Rio Branco e outras áreas do estado. Especialistas indicam que a poluição provocada pelas queimadas é altamente prejudicial, podendo desencadear e agravar doenças pulmonares e cardiovasculares.
Familiares da vítima relataram que ela vinha enfrentando dificuldades respiratórias nos últimos dias, e apesar de procurar atendimento médico, o agravamento de sua condição foi inevitável. “As queimadas têm prejudicado a saúde de todos nós, e, infelizmente, hoje perdemos alguém querido por causa disso”, lamentou um dos familiares. O nome da vítima não foi divulgado.
As autoridades locais estão em alerta e já solicitaram apoio do governo federal para conter as queimadas e promover o atendimento às vítimas dos efeitos da poluição. Enquanto isso, a população de Rio Branco segue convivendo com os impactos das chamas, sem uma previsão clara de quando a situação será controlada.
A morte registrada hoje reflete um problema mais amplo que afeta grande parte da Amazônia, com consequências que vão além da destruição ambiental, atingindo diretamente a saúde pública e a qualidade de vida dos habitantes da região.
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