Para Gómez-Suárez, se o conflito da Colômbia é regional, então a solução também deveria ser.
Ele traça um contraste entre a sua abordagem aos Comuneros e a forma como o governo colombiano negociou anteriormente a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que já foi o maior grupo rebelde do país.
Em 2016, sob o então presidente Juan Manuel Santos, a Colômbia assinou um acordo de paz histórico com as FARC que prometia reformas rurais e desenvolvimento em troca da desmobilização nacional dos combatentes do grupo.
As negociações que levaram ao acordo, no entanto, foram tensas – e algumas partes das FARC dividiram-se em grupos dissidentes em vez de concordarem com os termos.
Gómez-Suárez argumentou que a sua abordagem específica à região poderia ser mais eficiente.
“Com os acordos anteriores, nomeadamente com os guerrilheiros das FARC, havia esta ideia de que nada está definido até que tudo esteja acordado, o que implicava que as partes só começariam a implementação depois de assinado um documento final”, disse Gómez-Suárez.
“Nosso caso é impressionante porque às vezes até implementamos antes que os acordos sejam formalmente alcançados.”
Salientou que os Comuneros propuseram um cessar-fogo unilateral ainda antes da sua primeira reunião com os delegados do governo, como sinal de boa fé.
Desde então, as partes assinaram dois acordos e planeiam iniciar a transição dos Comuneros para a vida civil antes das próximas eleições presidenciais em 2026.
O primeiro acordo compreende quatro pontos, incluindo um cessar-fogo bilateral definitivo, a destruição gradual das armas do grupo e um programa colaborativo para remover minas terrestres em Nariño.
O segundo estabelece garantias de segurança para a Cruz Vermelha, uma organização humanitária sem fins lucrativos, operar no território dos Comuneros.
Além disso, o acordo prevê a criação de uma equipa composta por membros da Comuneros que serão treinados e encarregados de procurar pessoas desaparecidas durante o conflito.
Em troca, o governo prometeu financiamento para a construção de estradas, aquedutos, escolas e universidades no território, para ajudar a resolver a pobreza e as deficiências de infra-estruturas em Nariño.