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Se você reassistiu (ou assistiu pela primeira vez) a “Gladiador” antes de ir ao cinema ver “Gladiador 2” e agora está numa onda de grandes épicos, trago hoje outras histórias de “espadas e sandálias”.
Existe uma definição mais estreita do que é um filme desse gênero (italiano, dos anos 1950-60, conta histórias da Antiguidade greco-romana com figuras mitológicas, ou histórias bíblicas), mas preferi abrir o escopo e contemplar também coisas um pouco diferentes. Tendo espada e tendo sandália, está valendo!
“As Façanhas de Hércules” (1958)
“Le fatiche di Ercole”. Looke, NetMovies e Oldflix, 99 min.
Estrelado pelo campeão do Mr. America (1947) e do Mr. Universo (1950) Steve Reeves, “As Façanhas de Hércules” abriu as portas para todo o gênero das espadas e sandálias. Produzido com um baixíssimo orçamento na Itália e dublado em inglês, o filme foi um sucesso em bilheterias na Europa e nos Estados Unidos. A narrativa, na verdade, coloca o semideus na história de Jasão e os argonautas, com o filho de Zeus ajudando o herdeiro de Iolcos na busca pelo velo de ouro.
Max e Oldflix, 222 min.
Primeiro filme a ganhar 11 Oscars (das 12 indicações que recebeu), conta a história de Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um príncipe judeu em Jerusalém que resiste aos avanços do Império Romano, personificados na figura de Messala (Stephen Boyd), seu amigo de infância que se tornou chefe de uma guarnição romana na Judeia.
“Spartacus” (1960), “Spartacus” (2010-2013)
Telecine, Looke, NetMovies, 197 min.
MGM+, quatro temporadas, 45 episódios
“Eu sou Spartacus!”, dizem os soldados todos na icônica cena de resistência perante a tirania. O verdadeiro Spartacus (Kirk Douglas) é o líder de uma revolta de proporções épicas, um trácio que luta para voltar para casa, um homem cuja mulher é tirada de seus braços, um gladiador movido pelo ódio. Dono da maior bilheteria de 1960, o filme ganhou quatro Oscars, incluindo o de melhor ator coadjuvante, para Peter Ustinov.
A série, por sua vez, não muito popular mas que tem lá seus defensores, tem mais sexo e violência explícita, como era o costume no canal que a originou, o Starz. Tem no elenco Andy Whitfield (nas duas primeiras temporadas) e Liam McIntyre (que assume o papel principal após a morte de Whitfield), Lucy Lawless (a eterna Xena, a princesa guerreira) e John Hannah (de “A Múmia”).
“Hércules” (1997)
“Hercules”. Disney+, 93 min.
Versão da Disney, de 1997, explica que Hércules (Tate Donovan) é um semideus por ter perdido sua imortalidade em um golpe de seu tio, Hades (James Woods), e não por ter uma mãe mortal (como na mitologia greco-romana). Para recuperar seu lugar no Olimpo, ele terá que se tornar um verdadeiro herói. Para isso, é treinado por Philoctetes (Danny DeVito) e derrota monstros como a Hidra.
“Tróia” (2004)
“Troy”. Max, 163 min.
Após o sucesso de “Gladiador”, Hollywood tentou apostar numa nova leva de filmes épicos. Além de “Tróia” (2004), houve, por exemplo, “Alexandre” (2004), “Rei Arthur” (2004), “Cruzada” (2005), “300” (2006), “Fúria de Titãs” (2010), “Centurião” (2010), “Imortais” (2011) e “Pompeia” (2014), todos com estrelas saradas lutando grandes batalhas em filmes de inspiração antiga ou medieval, mitológica ou bíblica. Nenhum, porém, atingiu as alturas do filme de Ridley Scott.
Não que os épicos musculosos tivessem em algum momento parado de existir —os anos 1980 nos deram “Conan – O Bárbaro”, afinal, e os anos 1990, “Coração Valente”.
De todos esses pós-“Gladiador”, pelo menos “Tróia” teve a oitava maior bilheteria de 2004, tem Brad Pitt, Diane Kruger e Brian Cox e não foi dirigido por Zack Snyder.
“The Woman King”. Prime Video, 135 min.
Antes de você reclamar, caro leitor, eu sei que este filme não se encaixa exatamente em nada do que eu disse até aqui. Se passa na África no século 19, não tem togas, nomes em latim, nem Zeus. Mas tem lutas! Bem filmadas! E guerreiras fortes! E sandálias! Por que deixar um detalhe nos impedir de ver um bom filme?
Dirigido por Gina Prince-Bythewood, conta a história das guerreiras Agojie, que protegem o reino do Daomé de seus inimigos do império Oyo e seus aliados, os portugueses. A general Nanisca (Viola Davis) lidera o exército, entre elas a nova recruta Nawi (Thuso Mbedu), uma jovem talentosa e impulsiva com um passado nebuloso.
O QUE ESTÁ CHEGANDO
As novidades nas principais plataformas de streaming
“Um Espião Infiltrado”
“A Man on the Inside”. Netflix, oito episódios.
Baseado no documentário chileno “O Agente Duplo”, a nova série de Mike Schur (“The Good Place”) acompanha um professor aposentado (Ted Danson) que se infiltra numa casa de repouso para ajudar uma detetive particular a resolver o caso do sumiço de uma joia.
“Piano de Família”
“The Piano Lesson”. Netflix, 127 min.
Mais uma das adaptações de peças de August Wilson, depois de “A Voz Suprema do Blues” e “Um Limite Entre Nós”. É dirigida por Malcolm Washington (filho de Denzel Washington) e estrelada por Danielle Deadwyler e John David Washington (irmão de Malcolm) como dois irmãos que divergem sobre o que fazer com um piano que guarda a história de sua família. Como costuma acontecer com coisas que têm Danielle Deadwyler, vale ver por mais um de seus “tours de force”.
“Amor da Minha Vida”
Disney+, dez episódios. Estreia nesta sexta (22).
Nova série nacional —para maiores de idade— da Disney+, tem Bruna Marquezine e Sérgio Malheiros como melhores amigos tentando tomar as decisões certas na vida. Enquanto ele, Victor, tenta salvar a loja de seu pai e lida com um relacionamento estagnado, ela, Bia, conhece Marcelo (Danilo Mesquita) e acha que finalmente encontrou o amor de sua vida.
“Millie Black”
Max. Cinco episódios, às segundas a partir do dia 25.
Millie Black (Tamara Lawrance), uma ex-detetive da Scotland Yard, retorna à Jamaica de sua infância, onde vira policial. Assombrada pelos acontecimentos que levaram à sua saída do Reino Unido e por sua relação complicada com o irmão e a mãe, Millie se dedica à busca por uma garota desaparecida que vai, inevitavelmente, levá-la a uma conspiração.
VEJA ANTES QUE SEJA TARDE
Uma dica de filme ou série que sairá em breve das plataformas de streaming
“Saída à Francesa” (2020)
“French Exit”. Na Netflix até 30.nov, 113 min.
Michelle Pfeiffer é uma viúva que, após torrar a herança de seu marido (Tracy Letts), se muda para um apartamento em Paris com o filho (Lucas Hedges) e seu gato. De Azazel Jacobs, cujo filme mais recente, “As Três Filhas”, chegou em setembro à Netflix.
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