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Aumento de coqueluche pode ser ligado à perda de imunidade – 14/11/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Laiz Menezes

O aumento expressivo de casos de coqueluche no Brasil pode estar relacionado à perda de imunidade da vacina depois de cinco a dez anos de aplicação, associado à restrição etária do público-alvo elegível para receber o imunizante. A dose só está disponível para crianças de até quatro anos, gestantes, parteiras e profissionais de saúde.

As infecções por coqueluche aumentaram 1.419% em 2024 no Brasil, na comparação com todo o ano passado. Até o dia 31 de outubro, foram registrados 3.252 casos da doença e 12 mortes. Em 2023 e 2022 foram 214 e 245 infecções no país, respectivamente, sem óbitos.

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece três tipos de vacinas contra a coqueluche. A pentavalente é disponibilizada em três doses para crianças menores de um ano. Depois, há uma dose da DTP (vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis) aos 15 meses de idade e uma segunda dose aos quatro anos.

Além dessas, a vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto) é aplicada em grávidas a partir da 20ª semana de gestação, profissionais da saúde e parteiras.

O Ministério da Saúde afirma que “a imunidade [das três vacinas] não é permanente. Após cinco a dez anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente”. A pasta informou que não tem previsão ou planos de alterar o público-alvo das vacinas.

A meta de vacinação estabelecida é de 95%. A cobertura da pentavalente está em 86,89%, enquanto a primeira e segunda dose da DTP, em 86,90% e 86,05%, respectivamente. A dTpa apresenta cobertura de 84,91%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Apesar dos números não serem considerados baixos, infectologistas ouvidos pela Folha afirmam que eles não são suficientes. Em 2023, a cobertura dos imunizantes foi parecida com 2024, mas a segunda dose da DTP teve um percentual menor: 78,28%.

A faixa etária mais afetada pela coqueluche é a de 10 a 14 anos, com 801 casos.

O infectologista Antônio Bandeira, assessor técnico do Lacen-BA (Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia), diz que o ideal seria oferecer mais uma dose da vacina para pessoas entre 10 e 20 anos. Segundo o médico, não há contraindicação do imunizante.

“O Programa Nacional de Imunização [PNI] tem que pensar em oferecer um reforço da vacina para adolescentes ou jovens adultos. Isso iria prevenir muitas infecções e óbitos”, diz.

O público com 30 anos ou mais é o segundo mais afetado pela doença, com 715 casos. Bandeira acrescenta que o Brasil também poderia passar a oferecer uma dose de reforço da vacina para idosos, já que nessa idade a infecção pode ser mais grave e levar ao óbito.

Marcelo Otsuka, coordenador do comitê de infectologia pediátrica da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), destaca que são vários os fatores que podem levar ao aumento no número de casos da coqueluche. Segundo ele, a doença tem picos a cada cinco ou sete anos.

“Existe uma oscilação. Tem períodos que não têm muitos casos e têm outros em que a população pode estar mais suscetível, o que causa um aumento de infecções”, explica.

A vacinação de gestantes, segundo Otsuka, permite que os bebês nasçam com uma resposta imune para a coqueluche. A cobertura insuficiente, no entanto, pode contribuir para que os menores de um ano sejam também um dos públicos mais afetados, com 502 casos até o momento.

“A criança ou adolescente, gestantes e outras pessoas que não se vacinaram podem levar a um aumento de casos na população. Podem transmitir a doença para pessoas mais vulneráveis, como bebês e idosos.”

Sobre a cobertura vacinal, o Ministério da Saúde afirma que houve um “crescimento significativo das coberturas das vacinas contra a coqueluche” e que o “aumento é resultado de mais de R$ 5,6 bilhões que foram investidos para compra de imunizantes e R$ 150 milhões que foram repassados aos estados e municípios para apoio das ações de imunização com foco em ações de comunicação regionalizadas”.

Coqueluche afeta sistema respiratório

A coqueluche —conhecida popularmente como tosse comprida— é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. A transmissão se dá por meio de gotículas eliminadas pela tosse, fala e pelo espirro. Outra forma, menos frequente, se dá através de objetos contaminados com secreções de infectados. O período de incubação é de cinco a dez dias, em média, mas pode variar de quatro a 21 dias.

“A doença acomete especificamente o aparelho respiratório, a traqueia e os brônquios humanos. A característica principal dela são as tosses, a tosse seca. , explica o infectologista Claudilson Bastos, professor da Uneb (Universidade do Estado da Bahia).

A doença tem três fases. Começa com um resfriado comum, com febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas. A pessoa tosse em guinchos e chega a perder o fôlego. Em alguns casos, ocorre vômito. Nesta fase —que pode durar de duas a seis semanas e é chamada de paroxística— é comum surgirem as maiores complicações da coqueluche.

Por último vem o período da recuperação. A tosse diminui, mas pode demorar cerca de três meses para ir embora.

Crianças, adultos com doenças crônicas e imunossuprimidos têm risco para evolução grave da doença. Nos pacientes abaixo de quatro anos —principalmente menores de um ano— a coqueluche pode ser muito grave e levar à morte.

O projeto Saúde Pública tem apoio da Umane, associação civil que tem como objetivo auxiliar iniciativas voltadas à promoção da saúde



Leia Mais: Folha

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Anvisa autoriza primeira insulina semanal para pacientes com diabetes tipo 1 e 2

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Esse jovem de Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe, compra uma moto só com moedas de R$ 1. Ele levou um balde cheio para pagar a motocicleta dos sonhos. – Foto: @msmotosoficial

Notícia boa para pacientes com diabetes tipo 1 e 2. A primeira insulina semanal acaba de ser autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para vendas no Brasil. A inovação já está em uso em vários países e acaba com a necessidade de picadas diárias.

⁠A primeira insulina basal com dosagem por semana, após injetada no organismo do diabético, controla o nível de glicose no sangue, reduz sua produção e aumenta a captação.

O medicamento é desenvolvido pela Novo Nordisk, mesma fabricante que produz o Ozempic e o Wegovy, e tem o nome de Awiqli.⁠ Porém, ainda não há uma previsão exata para o lançamento no Brasil.⁠

Aprovada em outros países

Segundo a Novo Nordisk, a insulina semanal icodeca já foi aprovada para adultos com diabetes tipo 1 e 2 pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) e em países como Austrália, Suíça, Alemanha, Japão e Canadá.

Na China, a medicação foi aprovada para o tratamento de diabetes tipo 2 em adultos.

“Os pedidos também já foram submetidos ao FDA [Food and Drugs Adminstration, agência reguladora norte-americana] para avaliação”, diz o texto, segundo a Agência Brasil.

Leia mais notícia boa

As pesquisas

Em nota, o fabricante informou que houve vários ensaios clínicos Onwards, indicando a eficácia do remédio no controle dos níveis de glicose em pacientes com diabetes tipo 1, alcançando controle glicêmico comparável ao da insulina basal de aplicação diária.

“Pacientes que utilizaram icodeca mantiveram níveis adequados de glicemia ao longo da semana com uma única injeção.”

Ainda de acordo com os estudos, a insulina icodeca também demonstrou segurança e controle glicêmico eficaz, comparável ao das insulinas basais diárias em pacientes com diabetes tipo 2.

Importância da insulina

A insulina desempenha um papel fundamental no controle farmacológico da glicemia em pacientes com diabetes.

A maioria deles faz uso de injeções diárias de insulina de ação prolongada e, quando necessário, as de ação rápida, antes das refeições.⁠

E essa aprovação da Anvisa pode levar mais qualidade de vida para pessoas com a doença.

A primeira insulina semanal para pessoas com diabetes, com autorização da Anvisa, ainda não tem data para ser comercializada. Mas promete reduzir o incômodo das injeções diárias disponíveis no país. – Foto: Agência Brasil A primeira insulina semanal para pessoas com diabetes, com autorização da Anvisa. Ela promete reduzir o incômodo das injeções diárias disponíveis no país. – Foto: Agência Brasil



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‘Você está livre de novo’: Cartas de despedida dos combatentes da resistência belga executada encontrados, 80 anos depois | Segunda Guerra Mundial

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'Você está livre de novo': Cartas de despedida dos combatentes da resistência belga executada encontrados, 80 anos depois | Segunda Guerra Mundial

Senay Boztas

Christel Van Iseghem estava sentado em um estúdio de rádio quando ouviu as últimas palavras de seu tio -avô Norbert, assassinado pelos nazistas por seu papel na resistência belga.

“Meu coração ficou parado”, disse o homem de 71 anos de Kallo na Flandres. “Isso era algo que eu não sabia que existia. Eu sentei lá tremendo, minhas mãos tremendo … isso significa muito para mim. Ele não será esquecido. ”

Antes de sua execução em Munique, em 27 de outubro de 1944, ao lado de seu amigo Noël Boydens, Norbert Vanbeveren, de 19 anos, escreveu aos pais que ele sentiu “um tipo de paz e satisfação em meu coração, porque nossa morte terá servido um propósito, afinal: que você está livre novamente e não precisa mais viver sob ocupação”.

Norbert Vanbeveren tinha 19 anos quando os nazistas o executaram. Por 80 anos, sua família assumiu que ele não havia escrito uma carta de despedida. Fotografia: folheto

Vanbeveren era um dos 1.500 combatentes da resistência belga permitidos a escrever para seus entes queridos antes que os nazistas o assassinassem. Sua carta é uma das 20 que surgiram recentemente graças ao Últimas palavras Projeto, uma colaboração entre o Vrije Universiteit Bruxsel (Vub), o Heróis da resistência Associação de lembrança e 15 voluntários, aumentando um arquivo de cerca de 350 letras.

Dany Neudt, co-fundador da Heroes of the Resistance, leu as palavras de Norbert em voz alta na rádio belga e está pedindo uma reavaliação de grupos de resistência, cujo heroísmo que ele acredita foi esquecido em um silêncio traumatizado após a guerra, enquanto a colaboração – inclusive por nacionalistas flamengos – foi vista com mais simpatia.

Neudt Postagens todos os dias nas mídias sociais a história de um “herói” e organiza “CAF de resistênciae ”noites para compartilhar seus contos. Ele quer que mais pessoas pesquisem sótãos e arquivos em busca de exemplos dessas cartas das últimas palavras. “A guerra traz o pior das pessoas … mas também o melhor da humanidade, e é isso que você vê nas histórias de resistência.”

A libertação de Bélgica tinha começado quando Vanbeveren foi morto, mas seu pai estava morto e a carta não chegou à mãe. Van Iseghem, sua grande sobrinha, foi o primeiro membro da família a ouvir suas palavras, oito décadas depois.

A busca de Neudt por este arquivo começou depois que seu pai morreu durante a pandemia e ele começou a pesquisar seu avô, Henri Neudtparte do grupo de resistência de Geheim Leger (Exército Secreto), que escapou por pouco de deportação para a Alemanha no Trem “fantasma”. “Foi o último trem que vai ao campo de concentração de Neuengamme, mas foi atacado pela resistência e voltou”, disse ele. “Meu avô estava naquele trem, mas nada foi dito na minha família. Que situação estranha é que, na Flandres, sabemos sobre colaboradores, mas não sabemos nomes de pessoas na resistência. Mesmo para mim, como historiador, este é um ponto cego. ”

As palavras finais de Norbert Vanbeveren, escritas antes de ser executado em 27 de outubro de 1944
As palavras finais de Norbert Vanbeveren, escritas antes de ser executado em 27 de outubro de 1944. Fotografia: folheto

Muitos historiadores modernos acreditam que o fragmentado movimento de resistência belga sofreu um problema de imagem do pós -guerra, de acordo com Nel de Mûeleneere, professor de história contemporânea e presidente dos traços do projeto de resistência. “Os colaboradores nacionalistas flamengos, mais unificados e com o apoio de políticos nacionalistas e católicos flamengos, se retrataram falsamente como jovens enganados que foram seduzidos por anticomunismo e, injustamente, punidos após a guerra pela resistência, que eram oportunistas, criminosos, comunistas”, disse ela. “Na França, você teve Geral do Gaullea idéia de que a França se libertou pela resistência; na Holanda que você tem Hannie Schaft. Na Bélgica, era um movimento fraturado e uma memória fraturada … (de) trauma e repressão. ”

Outros, como Ellen de Soete, cujo tio, Albert Serreyn, foi executado, argumentam por um renascimento do 8 Maylibeation Day Holiday Public. “Especialmente na Flandres, houve muita colaboração, e alguns partidos políticos pensavam que se as histórias fossem esquecidas, em algumas gerações, as pessoas não saberiam”, disse ela. “Era uma maneira de limpar histórias da memória coletiva. Mas agora os jovens querem saber, e um novo vento está soprando. ”O Dr. Samuël Kruimia, historiador da guerra e violência do século XX na Universidade de Amsterdã, disse que reviver histórias de resistência pode ser uma maneira de a Bélgica se afastar do pensamento em preto e branco. “Atos de resistência ocorreram após a Segunda Guerra Mundial conscientemente emoldurados como atos a favor do estado unitário belga”, disse ele.

“Há também a memória da Primeira Guerra Mundial, onde a Bélgica também está sob ocupação alemã, e as instruções formais dadas aos belgas pelo governo no exílio foram que a resistência rápida apenas provocaria retaliação. Isso está conscientemente tentando reformular e redescobrir o enorme heroísmo pessoal das pessoas que resistem ao governo nazista. ”

Tropas alemãs entrando em Liège, Bélgica. Fotografia: Ullstein Picture Dtl./ullstein Bild/Getty Images

De Mûeleneere disse que, com o retorno da conversa na Europa Ocidental, essas cartas ressoam. “Eu estava lendo um ontem à noite e era de um homem que morava em uma pequena vila muito perto de onde minha família é”, disse ela. “No final da carta, dizia: Saudações à Família de Mûelenaere. É um mundo que quase podemos tocar. Precisamos dessas histórias … e a idéia quase curativa de que pessoas comuns disseram não a um regime autoritário. ”



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Milhares de mulheres marcham contra o femicida na Argentina | Direitos das mulheres

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Milhares de mulheres marcham contra o femicida na Argentina | Direitos das mulheres

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Milhares de mulheres foram às ruas de Buenos Aires no Dia Internacional da Mulher para protestar contra os planos do presidente argentino Javier Milei de remover o crime de femicida do Código Penal. Teresa Bo falou com manifestantes que dizem que a mudança é particularmente prejudicial, já que uma mulher é morta a cada 30 horas no país.



Leia Mais: Aljazeera

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