NOSSAS REDES

MUNDO

Avião da Embraer pode ter sido atingido por míssil – 25/12/2024 – Mundo

PUBLICADO

em

Avião da Embraer pode ter sido atingido por míssil - 25/12/2024 - Mundo

Igor Gielow

O jato comercial da Embraer que caiu no Cazaquistão nesta quarta (25) pode ter sido vítima da defesa antiaérea da Rússia. As condições da rota, relatos de passageiros e imagens de dentro e de fora da aeronave sugerem que ela foi atingida por estilhaços de um míssil ou de um drone interceptado.

Até aqui, as autoridades são evasivas. Inicialmente, tanto o órgão regulador da Rússia, destino do voo da Azerbaijan Airlines, quanto do Azerbaijão falaram que o avião havia sido atingido por um bando de pássaros.

A versão desapareceu ao longo da tarde (manhã no Brasil), e os azeris falaram na “explosão de um balão” dentro do E-190, algo que não faz sentido ao pé da letra.

Três indícios sugerem que o avião foi atingido antes de cair. Primeiro, sua rota: ele ia de Baku para Grozni, a capital da Tchetchênia, voando pela costa do mar Cáspio a norte e fazendo uma curva à esquerda, entrando pela república russa do Daguestão, sobrevoando sua capital, Makhachkala.

Segundo sites de monitoramento de voo, a rota não mudou na última semana, sendo cumprida em média em uma hora. Nesta manhã, havia registro de ataques de drones ucranianos em toda a região, como as vizinhas Inguchétia e Ossétia do Norte.

Makhachkala teve seu aeroporto, o único da rota, fechado nesta manhã devido aos drones. O que foi possível observar por sites de monitoramento foi o desaparecimento do avião antes de chegar a Grozni, reaparecendo do outro lado do mar Cáspio, em Aktau (Cazaquistão).

Lá, vídeos de moradores mostram o avião alternando descidas e subidas, com o trem de pouso baixado, como se tivesse dificuldade de controle. Ao fim, ele parece tentar fazer um pouso de emergência e explode no solo.

O que ocorreu de um momento ao outro é mistério até aqui, mas um vídeo gravado por um passageiro dentro da aeronave dá mais uma pista. Ele mostra o que parecem ser danos internos na altura dos bagageiros do E-190, com ao menos dois sistemas de oxigênio com as máscaras penduradas. Um painel na parede da cabine também está danificado.

Relatos de sobreviventes dizem que o avião tentou pousar, presumivelmente em Grozni, mais de uma vez, quando ouve uma explosão do lado externo da aeronave. Segundo a mídia russa, a administração do aeroporto tchetcheno disse que havia dificuldades na hora do pouso devido a uma forte neblina.

Mas a evidência mais relevante veio após o desastre, com imagens de seções da fuselagem do avião. Nelas, é possível ver claramente furos compatíveis com estilhaços típicos de explosão de mísseis antiaéreos.

A Folha ouviu dois analistas militares russos que viram as imagens e concordam com a avaliação.

Grozni é defendida, segundo analistas militares russos, por sistemas de curto alcance Pantsir-S1, calibrados para atacar drones. A bateria dispara mísseis que não atingem seus alvos, mas sim explodem a uma certa distância e lançam uma nuvem de fragmentos para otimizar a chance de acertar o inimigo.

Se foi isso que ocorreu, restará saber se algum sistema antiaéreo russo estava em ação contra drones. Neste caso, o míssil pode tanto ter atingido um drone e o E-190 quanto pode ter havido algum engano por parte de operadores.

A autoridade de aviação do Azerbaijão iniciou uma apuração e cancelou todos os voos no norte do Cáucaso até segundo ordem.

O episódio, que precisa ser apurado para sair do campo das especulações, lembra à distância o famoso caso do voo da Malaysia Airlines que foi abatido sobre o leste da Ucrânia em 2014, matando 298 pessoas.

Ali, ficou estabelecido por uma investigação internacional que um míssil antiaéreo do sistema russo Buk atingiu o avião, provavelmente por engano de seus operadores. A bateria estava na região então dominada pelos separatistas pró-Moscou que iniciavam a guerra civil que, em última instância, deu à luz a invasão total de Vladimir Putin contra o vizinho em 2022.

Os russos negam responsabilidade sobre o episódio e dizem que foi um míssil de Kiev, que também operava o mesmo sistema, que derrubou o Boeing-777.





Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

A Rússia está tentando enfraquecer ainda mais o sistema energético da Ucrânia

PUBLICADO

em

A Rússia está tentando enfraquecer ainda mais o sistema energético da Ucrânia

Após ataque de drone russo, em Kharkiv (Ucrânia), 25 de dezembro de 2024.

25 de dezembro dos ucranianos começou com mais um ataque massivo de mísseis e drones russos visando infra-estruturas energéticas em seis regiões do país. As autoridades anunciaram que um funcionário da usina termelétrica foi morto e várias pessoas ficaram feridas. Centenas de milhares de casas ficaram sem eletricidade e aquecimento devido às temperaturas próximas de zero graus Celsius. “Putin escolheu conscientemente o Natal para o seu ataque. O que poderia ser mais desumano? », castigou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Telegram.

Esta é apenas a segunda vez na história do país que parte da população ucraniana celebra oficialmente o Natal no dia 25 de dezembro. A decisão foi tomada no verão de 2023 de se distanciar da Rússia que, como o resto do mundo ortodoxo, celebra o feriado religioso em 7 de janeiro.

As consequências deste décimo terceiro ataque massivo ao sistema energético ainda não estavam claramente estabelecidas na noite de quarta-feira. O principal fornecedor privado de energia, DTEK, disse que os seus equipamentos sofreram “danos graves”. Como resultado, a empresa nacional de electricidade, Ukrenergo, anunciou restrições ao fornecimento. Tais cortes de energia tornaram-se necessários porque a Rússia ataca regularmente infra-estruturas com o objectivo, segundo os ucranianos, de enfraquecer o moral da população e paralisar o país. As forças armadas russas dizem querer minar o esforço de guerra de Kiev, bloqueando indústrias e estradas.

Você ainda tem 53% deste artigo para ler. O restante é reservado aos assinantes.



Leia Mais: Le Monde

Continue lendo

MUNDO

Palavra do ano no Brasil é chantagem – 25/12/2024 – Sérgio Rodrigues

PUBLICADO

em

Palavra do ano no Brasil é chantagem - 25/12/2024 - Sérgio Rodrigues

A palavra de 2024 no Brasil, chantagem, é um substantivo feminino que chegou à língua portuguesa em fins do século 19, vinda do francês “chantage”. A “pressão exercida sobre alguém para obter dinheiro ou favores mediante ameaças” demorou todo esse tempo para subir na vida.

Por mais de um século, a palavra frequentou o vocabulário das ações moralmente condenáveis, como na “chantagem emocional”, ou mesmo francamente criminosas, caso em que era um sinônimo de “extorsão” (artigo 158 do Código Penal, pena de reclusão de quatro a dez anos).

Como se isso não bastasse, o pobre vocábulo ainda sofria assédio dos puristas –aquela gente esquisita que, não tendo nada mais útil para fazer, se dedicava a patrulhar a língua do dia a dia à caça de estrangeirismos.

Alegavam eles que a chantagem era um galicismo (era mesmo, e daí?) e que portanto deveria ser sumariamente eliminada da língua portuguesa, substituída pelo termo castiço “extorsão”.

Houve até quem apelasse para a chantagem com os falantes que usavam a palavra, ameaçando-os com os risinhos de mofa e as sobrancelhas arqueadas da condenação social. Mesmo assim, como os puristas nunca deram uma dentro na vida, a chantagem ficou.

No próprio francês o substantivo era de criação recente, registrado pela primeira vez nos anos 1830, e não se confundia inteiramente com “extorsion” –que também lá, como aqui, existia havia séculos. A nova palavra vingou porque adicionava nuances (outro galicismo) a ações escusas que iam se sofisticando: se a extorsão era o resultado, a chantagem era o meio.

Era curiosa a história da palavra. Vinha do verbo “chanter”, cantar, com o acréscimo do sufixo “- age”. A associação pode parecer estranha, mas fica mais clara quando se sabe que existia desde o século 17 em francês a expressão “faire chanter”, isto é, fazer cantar.

Seu sentido, de levar alguém (um criminoso) a confessar, é facilmente compreensível: num uso informal, cantar também tem em nosso idioma esse sentido de dar com a língua nos dentes, delatar, denunciar os companheiros ao inimigo.

Se isso ainda parece insuficiente para explicar a chantagem, acrescente-se uma extensão de sentido baseada na ideia de algo que se obtém por meio de ameaças.

Hoje, por fim, a chantagem chegou às mais altas esferas do poder no Brasil. Tornou-se não só uma atividade oficial, exercida pelo Congresso Nacional contra o Executivo à luz do dia, como também multibilionária.

Por meio da chantagem aberta, deputados e senadores se unem numa frente ampla no encalço de uma meta ambiciosa que o velho patrimonialismo brasileiro não ousou sonhar –o sequestro do orçamento federal como um todo, sem precisar nem dizer onde se vai gastá-lo.

A chantagem tem um último obstáculo a vencer: a resistência obstinada de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Flávio Dino insiste em cobrar transparência das emendas parlamentares, onde já se viu?

Saber se o dinheiro dos contribuintes será gasto em dentaduras para os eleitores de certo deputado ou num contrato com a empresa da mulher de outro é da conta dele? O cara até parece acreditar que o Brasil ainda é presidencialista.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Leia Mais: Folha

Continue lendo

MUNDO

Corrida de iates de Sydney a Hobart: atual campeão LawConnect lidera frota fora de cabeça | Corrida de iates de Sydney a Hobart

PUBLICADO

em

Corrida de iates de Sydney a Hobart: atual campeão LawConnect lidera frota fora de cabeça | Corrida de iates de Sydney a Hobart

Australian Associated Press

O atual campeão de honras da linha LawConnect liderou o Sydney para Hobart frota saindo de Sydney Heads no início da 79ª corrida do clássico das águas azuis.

Favorita para honras de linha, Master Lock Comanche estava em perseguição de seu rival supermaxi de 100 pés, a dupla deixando o icônico Sidney Porto atrás por volta das 13h15 – 15 minutos após a largada.

O Grupo URM e o Celestial V70, dois principais candidatos às honras gerais, tiveram largadas rápidas – o primeiro adotando uma abordagem tática diferente, mantendo-se perto da costa leste.

Uma grande frota de espectadores reuniu-se fora da zona de exclusão no porto de Sydney para assistir ao início da corrida e aproveitar as condições imaculadas do verão.

Espera-se que a frota de 104 pessoas comece rapidamente ao longo da costa de NSW com uma brisa de nordeste antes que uma mudança de oeste para sudoeste atinja o Estreito de Bass durante a noite, trazendo ventos fortes e possíveis aguaceiros.



Leia Mais: The Guardian



Continue lendo

MAIS LIDAS