A Baudelaire Cookies, uma doceria do interior do Paraná, tem chamado a atenção nas redes sociais com vídeos dos seus doces. Um dos posts mais virais, que mostra cookies com muito recheio de chocolate sendo abertos, atingiu quase 2 milhões de visualizações no Instagram; no TikTok, foram mais de 1,3 milhão de curtidas.
Por trás das imagens e das receitas, estão os amigos e cofundadores Júnior Broiato, 30, e Giovani Tosi, 28. Os perfis da doceria nas redes sociais compartilham a rotina de trabalho, com postagens em estilo “porn food”, termo para comidas com visual atraente. “Isso é uma marca nossa. A gente odeia coisas que tem pouco chocolate e gosta do exagero”, conta Broiato. A marca surgiu a partir do desejo por cookies iguais aos que a dupla via na internet, mas não encontrava em Apucarana (a 360 km de Curitiba), no Paraná, onde moravam.
Em 2017, ainda na universidade, começaram a assar na cozinha de casa alguns cookies para consumo próprio e para amigos. Foi o boca a boca que levou os doces caseiros a três faculdades da cidade —precisaram até matar aulas para suprir a demanda.
Com o tempo, desenvolveram receitas próprias. Em um desses experimentos, adicionaram pontinhos de massa por fora, junto com as gotas de chocolate, para tentar fazer um cookie mais alto, o que não deu certo. Mesmo falhando, o produto caiu no gosto dos clientes e virou uma espécie de assinatura da marca.
A estratégia para vender as criações passa por mostrar quanto recheio os cookies têm. O Alpino Black (por R$ 18,50), um dos mais populares, leva massa de cacau, pedaços de chocolate Alpino e recheio de chocolate branco com meio amargo.
Outro que faz sucesso no TikTok é o Kinder (R$ 20,50), um cookie de massa de baunilha com gotas de chocolate ao leite e branco. Vem recheado com creme de Kinder Bueno White e pedaços do chocolate por cima. O que leva o nome da casa tem boa saída, feito com massa de baunilha e Nutella (por R$ 14,50).
O cardápio ainda conta com opção vegana, como o de gotas de chocolate meio amargo (R$ 19,90). Para beber, a loja prepara chocolate quente (R$ 21,50). Há também alternativas sazonais, como a pumpkin (por R$ 27), para o Halloween, que mistura sorvete, leite, especiarias e doce de abóbora.
“A gente sempre fez coisas que gostaria de consumir durante as épocas do ano”, conta Broiato. O que significa que novidades chocolatudas estão sendo pensadas para o Natal e para a Páscoa.
A loja física da dupla também foi pensada para agradar. Sempre com músicas escolhidas a dedo pelos donos, o salão tem cheiro dos cookies recém-assados. Embalagens personalizadas e ambiente instagramável ajudam a atrair mais gente para o local.
“Parte da experiência também surge de a gente mostrar a rotina e os processos. Quando as pessoas chegam na loja, elas já conhecem a nossa equipe pelos nomes”, lembra Tosi.
Hoje, a Baudelaire tem duas lojas físicas, uma em Apucarana e outra em Londrina —na qual oferece serviço de delivery. Pelo impulso que receberam das redes sociais, a dupla estuda maneiras de começar a enviar para outras regiões do país. Mas “sem perder a essência do que oferecem da loja física”. Por enquanto, os seguidores de outros estados precisam se contentar em assistir aos cookies à distância.
Se filosofar é aprender a morrer, como dizia Montaigne, estudar biologia é aprender a ouvir outros seres vivos, além dos primatas, caninos e felinos com os quais alimentamos a pretensão de nos comunicar. Morcegos, elefantes, baleias, gralhas –quem sabe até árvores– também têm algo a nos ensinar.
Ouvir, e não só empalhar, descrever, dissecar, radiografar ou sequenciar o DNA. Ouvir, literalmente: captar os sons que animais produzem, sem pressupor que sejam aleatórios, estereotipados, desprovidos de significado. Ao contrário.
Em fevereiro de 2023, uma destas colunas aqui tratou do fascínio com a possibilidade de casar a gravação de vocalizações e outros barulhos produzidos por animais com sua interpretação por inteligência artificial. E delirava com a chance de poder enfim falar com os bichos.
Para falar é preciso antes entender, parece óbvio. Ainda estamos longe disso, e provavelmente despreparados para eventualmente topar com um grito de socorro, quando conseguirmos compreender o que estão dizendo.
(Se você lê inglês, não perca. Se não lê, use o mesmo recurso de apelar para a IA, buscando um dos tradutores disponíveis na rede, como o Google Translate.)
Savage apresenta o trabalho de Shane Gero, biólogo do Canadá que estuda a comunicação de baleias há 20 anos. Ouvindo os cetáceos Gero aprendeu que esses gigantes usam sons específicos para identificar membros de um grupo (nomes, pois não?) e que cachalotes de regiões diversas do oceano utilizam dialetos.
O emprego de “nomes próprios” entre animais, de resto, não se restringe a baleias. Já foi verificado também entre elefantes, morcegos e saguis, entre outros. A IA acelerou esses estudos pela capacidade de detectar padrões em grandes massas de dados (no caso, gravações digitais).
Distinguir sinais peculiares do ruído de fundo e recensear sua repetição de pouco serviria, contudo, sem estabelecer correlações com determinados comportamentos. Por exemplo, o deslocamento de um filhote para perto da mãe após ouvir dela um som particular.
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Em outras palavras, só as ferramentas da bioacústica digital e da IA não bastam. É preciso haver observadores humanos capazes de emparelhar sons emitidos com as atitudes dos animais em estudo. Em bom português: não basta escutar, cumpre também ouvir.
A audição se complica quando os próprios animais se tornam incapazes de escutar uns aos outros. É o caso de golfinhos, baleias, tartarugas e tantos mais habitantes dos oceanos infernizados pela poluição sonora das máquinas que humanos usam para cruzar as águas ou explorar suas riquezas, como petróleo no subsolo marinho.
O episódio “Tem que levantar a voz” do podcast Radio Novelo Apresenta conta que golfinhos da baía da Guanabara passaram a se esgoelar para conseguir tagarelar entre si, com o barulho ensurdecedor na área. Ainda resistem por lá, mas o grupo que já teve 400 indivíduos hoje se vê reduzido a 30.
É de chorar.
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Começamos a semana com o Dia Nacional da Economia Solidária, celebrado neste 15 de dezembro. O modelo busca promover a cooperação, a inclusão social e a justiça econômica, em contraposição ao modelo capitalista tradicional. Exemplos são as cooperativas de trabalho, associações de produtores, feiras de economia solidária, bancos comunitários, entre outros. A prática é, inclusive, defendida por economistas como alternativa para enfrentar a crise econômica, como mostra essa reportagem de 2017 da Agência Brasil. A economia solidária também pode ser uma ferramenta para promover a inclusão social de pessoas em situação de rua, como destaca esta outra matéria da Agência Brasil, de 2024. O potencial de gerar emprego e renda também foi mostrado nesta reportagem da TV Brasil, de 2017.
Quando se fala em preservação da Amazônia um nome sempre lembrado é o de Chico Mendes, que nasceu no dia 15 de dezembro. Ecologista, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, no Acre, Chico foi precursor na luta pela sustentabilidade e contra a destruição da região. Mas pagou caro por isso, sendo assassinado dentro de casa em 1988, a mando do fazendeiro Darci Alves Pereira. Quando sua morte completou 35 anos, em 2023, seu legado foi tema desta reportagem da Agência Brasil, e desta outra do Repórter Brasil Noite, da TV Brasil. Ainda na TV, o ambientalista também foi o tema deste capítulo do programa Caminhos da Reportagem.
O Dia do Arquiteto e Urbanista também é celebrado em 15 de dezembro, em homenagem a Oscar Niemeyer, nascido nesta data. Considerado um ícone da arquitetura moderna, Niemeyer deixou mais de 600 obras espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, como o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, em Brasília; o conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte; e a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, só para citar alguns exemplos. O legado do brasileiro ganhou um tributo por ocasião de sua morte, em 2012, neste capítulo do Caminhos da Reportageme nesta reportagem do Repórter Brasil, ambos exibidos pela TV Brasil.
O dia 17 de dezembro de 2014 representa um dos maiores marcos da política internacional. Foi nesta data que Estados Unidos e Cuba anunciaram o reatamento de suas relações diplomáticas, após 53 anos de afastamento. O rompimento veio em 1961, após o fracasso da incursão americana de invadir a ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro. No ano seguinte (1962), os Estados Unidos impuseram um embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba. A Agência Brasil deu destaque à reaproximação histórica nesta reportagem, e ouviu especialistas para analisar os desafios desta nova fase nesta outra matéria. A reabertura da embaixada americana em Cuba e da contraparte cubana nos Estados Unidos foi destacada nesta edição do Repórter Brasil, da TV Brasil.
Direitos Humanos
Em todo o mundo existem 281 milhões de migrantes, segundo o Relatório Mundial sobre Migração de 2024 da Organização das Nações Unidas (ONU). Essas pessoas deixam seus países de origem pelos mais variados motivos. Alguns fogem da pobreza e sonham em conseguir uma vida melhor em outra nação. Outros são forçados a se deslocar devido a perseguições, conflitos armados, violência e violação de direitos. E, mais recentemente, cresce o número daqueles que abandonam suas casas por causa de desastres naturais, provocados pelas mudanças climáticas. Mas, além da dificuldade do deslocamento, os migrantes são hostilizados nos países onde chegam. Para estimular a solidariedade e o respeito aos direitos humanos dessa parcela da população, o 18 de dezembro foi instituído como o Dia Internacional dos Migrantes. A data ganhou destaque na Agência Brasil, nesta reportagem de 2023.
Cultura
Para fechar as efemérides desta semana, vamos falar de cultura? Considerado um dos maiores clássicos do cinema mundial, o filme “E o vento levou” estreou no dia 15 de dezembro, em 1939. O longa metragem norte-americano, dirigido por Victor Fleming, George Cukor e Sam Wood, mostra o romance entre os personagens Scarlett O’Hara e Rhett Butler, tendo como pano de fundo a Guerra de Secessão americana, no século XIX. O filme teve o recorde de 13 indicações ao Oscar, vencendo em oito categorias. A estreia de “E o vento levou” foi tema desta edição do História Hoje de 2014, da Rádio Nacional.
O maestro Glenn Miller se tornou uma lenda da música americana, não só por seu talento, mas também pela forma trágica e precoce como se deu sua morte. Ele começou como músico independente na década de 30, em Nova Iorque, e já em 1938 formou sua orquestra. Entre outras características, suas composições protestavam contra o nazismo. Tanto que, mesmo estando no auge do sucesso, Glenn Miller decidiu ir lutar na Segunda Guerra Mundial. Ele morreu no dia 20 de dezembro de 1944, aos 40 anos, quando o avião da força aérea onde viajava desapareceu no Canal da Mancha. Sua história e obra foram tema desta edição do programa Momento Três de 2016, da Rádio Nacional.
Falando agora dos músicos brasileiros, em 21 de dezembro de 2012 nascia Altamiro Carrilho, genial flautista que foi descoberto nos anos 50 na nossa Rádio Nacional, no programa de calouros de Ary Barroso. Ele escreveu mais de 200 composições e gravou mais de 100 discos, ajudando a difundir mundialmente o Choro como gênero essencial da música brasileira. A TV Brasil deu visibilidade à sua obra nesta reportagem de 2012, ano em que o músico faleceu, aos 87 anos. E como não poderia deixar de ser, a Rádio Nacional prestou homenagem ao virtuose em 2015, nesta edição do programa Momento Três, e em 2019, nesta edição do Tarde Nacional.
Confira a relação de datas do Hoje é Dia de 15 a 21 de dezembro de 2024:
Dezembro de 2024
15
Morte do músico de jazz e bandleader estadunidense Glenn Miller (80 anos)
Nascimento do seringueiro, sindicalista, ativista e ambientalista acreano Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes (80 anos)
Estreia do filme “…E O Vento Levou” (“Gone with the Wind”) em Atlanta, nos Estados Unidos da América (85 anos)
Criada a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE (65 anos) – a autarquia criada com o objetivo de promover o desenvolvimento dos estados do nordeste brasileiro
Dia Nacional da Economia Solidária
Dia do Arquiteto e Urbanista – em homenagem a Oscar Niemeyer, nascido nesta data
Aniversário da cidade de Gramado no Rio Grande do Sul (70 anos)
Primeira transmissão da Rádio Nacional do Alto Solimões (18 anos)
16
Batalha das Ardenas ou Batalha do Bulge (80 anos) – grande contraofensiva alemã lançada no fim da Segunda Guerra Mundial na floresta das Ardenas na Valônia, Bélgica; também chegou à França (Bataille des Ardennes)
17
Estados Unidos e Cuba anunciam o reatamento de relações diplomáticas após 53 anos (10 anos)
Assinatura do Protocolo de Ouro Preto, o primeiro segmento do Tratado de Assunção que estabelece as bases institucionais para o Mercosul (30 anos)
18
Morte do pianista e compositor estadunidense Louis Moreau Gottschalk (155 anos) – compôs, entre outras, a “Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro”, que dedicou a Son Altesse Impériale Madame la Comtesse d’Eu
Dia Nacional do Museólogo – comemorado por brasileiros conforme Decreto de 31 de maio de 2004, pelo qual também se criou a “Semana dos Museus” no Brasil
Dia Internacional dos Migrantes
19
Morte do empresário alagoano Pedro Collor (30 anos) – denunciou esquema de corrupção no governo de seu irmão Fernando Collor, dando início ao processo de Impeachment
Morte da soprano lírica italiana Renata Tebaldi (20 anos)
Primeira edição do jornal diário francês “Le Monde” (80 anos)
20
Nascimento do escritor e jornalista maranhense José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho, conhecido com Maranhão Sobrinho (145 anos) – considerado um dos maiores poetas simbolistas do Brasil, foi fundador da Academia Maranhense de Letras
Morte do príncipe alemão-holandês João Maurício de Nassau (345 anos)
Criação da instituição de ensino superior Fundação Getúlio Vargas (FGV) (80 anos)
Dia Internacional da Solidariedade Humana – comemoração instituída pela ONU, na Resolução nº 60/209 de 22 de dezembro de 2005
21
Nascimento do compositor e flautista fluminense Altamiro Carrilho (100 anos)
Dia do Solstício de Verão – comemorado no Hemisfério Sul
Professor chora na despedida dos alunos do 4º ano. “Amo vocês”; vídeo
15 de dezembro de 2024
– Renata Dias
O professor Geovani Vieira, de Barretos (SP), chora na despedida dos alunos : “Conexão especial”. – Foto: @giovaniii_vieira
Pela segunda vez no ano, Geovani Vieira, que só trabalha com educação especial, em Barretos, SP, emociona a internet. Agora o professor chora na despedida dos alunos do 4º ano. No vídeo emocionante, ele faz um balanço de 2024… E, os meninos e as meninas retribuem.
“Nos momentos bons ou ruins, alegres, a gente riu, brincou, ficou nervoso, teve muito puxão de orelha”, afirmou ele. ““Eu espero que vocês me perdoem se falhei em algo, sei que a gente vai melhorando a cada ano”, disse.
Em seguida, acrescentou aos alunos: “Vocês sabem que eu amo todos vocês, que tenho um carinho muito grande por cada um de vocês. Espero que vocês sigam seus caminhos fazendo o bem”.
Muitos sentimentos
No vídeo, aparece, inicialmente, o professor, sentando na mesa dele em frente ao quadro, agradecendo à turma. ““Essa turma é do 4º ano, agora todos irão para o 5º…”.
Depois, vários alunos vão abraçá-lo. Na legenda, o professor mencionou que a emoção surgiu da incerteza de continuar lecionando para a mesma turma no próximo ano. “Obrigado, a gente não vai te esquecer”, disse um. Outros vieram e reagiram de forma semelhante.
“Dou aula para eles há dois anos, no 3º e no 4º. Aqui seguimos a lei, então a atribuição de salas depende de uma lista de pontuação. É uma incógnita, pode ser que eu os pegue novamente ou não, depende da classificação”, afirmou o professor nas redes sociais.
O professor também disse que surgiu algo especial com essa turma. “Minha conexão com esta turma foi diferente, acredito que por ser a primeira turma infantil que trabalhei na vida.”
Geovani acabou falando sobre a história dele. “Sempre fui muito sozinho, e neles encontrei o amor que não tive a vida toda. Eles são verdadeiros, crianças jamais demonstram algo que não sentem, então se dizem que me amam, eu acredito.”
Desses professores muito vocacionados, Geovani confidenciou: “Temos uma conexão que vai além da sala de aula, e mesmo quando eu não for mais professor deles, estaremos juntos no coração”.
Segunda vez que emociona
Em novembro, Geovani também emocionou a web. Ele postou um vídeo em fala Kauã: aluno, com diagnóstico de TDAH e dislexia, que ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de Matemática, a OBMEP. O Só Notícia Boa, na ocasião, aplaudiu.
“Hoje eu venho externar meu orgulho em ser professor. Kauã mesmo com todas as dificuldades, ele sempre se dedicou e hoje foi medalhista de prata na OBMEP”, afirmou Geovani, nas redes sociais, sobre a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
O vídeo é emocionante. O menino, entre encabulado e satisfeito, fica quietinho do lado do professor que se derrete pelo feito do aluno. Ele competiu em meio a 900 mil estudantes de todo país.
De Barretos, em SP, o professor Geovani Vieira chora na despedida dos alunos e eles retribuem com abraços e carinho. Foto: @giovaniii_vieira
Professor Geovani Vieira chora na despedida dos seus pupilos – os alunos do 4º ano:
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