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Bolsonaristas estudam acionar STF para instalar CP…

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Bolsonaristas estudam acionar STF para instalar CP...

Ricardo Chapola

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Márcio Bittar (União-AC) protocolou um requerimento no qual pede a abertura de uma CPI para investigar os Correios. Apenas no ano passado, o prejuízo registrado pela empresa foi de 3,2 bilhões de reais. B

O parlamentar foi orientado por Bolsonaro a pressionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a quem cabe a decisão de colocar ou não a comissão para funcionar. Se a pressão não surtir efeito, os bolsonaristas não descartam a possibilidade de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF).

+ Em meio a denúncias, oposição articula para que Senado crie uma CPI dos Correios

Para tentar convencer Alcolumbre, Bolsonaro sugeriu que Bittar negocie apoio político com o presidente do Senado, já que, segundo aliados do ex-presidente, ele tem todo o interesse de permanecer no comando da Casa por mais um mandato. Pelos cálculos dos bolsonaristas, a direita ocupará a maioria absoluta dos assentos do Senado a partir de 2026, e Alcolumbre precisará do apoio de todos esses parlamentares para que consiga se reeleger.

Os apoiadores do ex-presidente, porém, reconhecem que convencer Alcolumbre não será tarefa fácil, sobretudo porque ele tem evitado se indispor com o governo Lula. Caso a resistência persista, os bolsonaristas poderão entrar com um recurso no STF. Caso isso aconteça, será uma situação curiosa.

Em 2021, o então presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se negava a instalar a CPI da Covid, requerida pela bancada de oposição ao governo Bolsonaro. Na época, o senador Alessandro Vieira impetrou uma ação no Supremo invocando o direito da minoria. O ministro Luís Roberto Barroso acolheu o pedido. Os bolsonaristas classificaram a decisão como uma interferência indevida do Judiciário nas prerrogativas do Legislativo.

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O que está sob suspeita?

Com 85.000 funcionários e 10.472 agências, os Correios sofrem com uma sequência de resultados financeiros negativos. Para a oposição, a gestão de Fabiano Silva dos Santos, atual presidente da estatal, é responsável pelos prejuízos – seja por decisões equivocadas, seja por iniciativas suspeitas. Bittar afirma que a CPI serviria, por exemplo, para esclarecer motivos que levaram a empresa a desistir de litigar em uma ação trabalhista na qual foi obrigada a pagar 614 milhões de reais.

Outra decisão questionada diz respeito a um acordo através do qual os Correios assumiram uma dívida de 7,6 bilhões do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários. O acordo teria gerado honorários milionários ao escritório de advocacia que atuou na causa — o mesmo que, no passado, tinha o presidente dos Correios como um dos sócios. Santos nega ter cometido qualquer ilegalidade.



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POLÍTICA

A estratégia de Paulo Gonet contra Bolsonaro no dia 1 do julgamento

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Matheus Leitão

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou pela clareza e explicação dos eventos em ordem cronológica como estratégia para enfrentar as narrativas dos advogados que iniciaram as defesas após sua sustentação oral, mas antes da análise dos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal sobre a denúncia da trama golpista.

“A denúncia retrata acontecimentos protagonizados pelo agora ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que formou, com outros civis e militares, organização criminosa, que tinha como objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022. […] Os delitos descritos na denúncia não são de ocorrência instantânea. Eles compõem uma cadeia de acontecimentos, articulados para que, por meio da força ou da sua ameaça, o presidente da República Jair Bolsonaro não deixasse o poder, ou a ele retornasse, contrariando o resultado das eleições”, afirmou no início de suas declarações.

Depois de apresentar o início do resumo da trama golpista, Gonet mostrou como começou a tentativa de golpe contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. “A denúncia recorda que, a partir de 2021, o Presidente da República proferiu discursos em que adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional. Mostrava-se descontente com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor. A escalada ganhou impulso mais notável quando Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se elegível e o cenário das pesquisas eleitorais se mostrou a ele inclinado”, diz Gonet.

Após isso, relatou que o presidente iniciou ataques às urnas eletrônicas e aos outros poderes com o intuito de desestabilizar os poderes constituídos.

“Durante festejos cívicos de 7 de setembro de 2021, em São Paulo, o Presidente, com palavras viperinas, deu a conhecer o seu propósito de não mais se submeter às deliberações provenientes da Suprema Corte. Replicou a tática que inspirara entrevista dada por ele no dia 3 de agosto e outra live, no dia seguinte”, afirmou, antes de dizer que, com a proximidade das eleições, o foco principal da organização criminosa foi o de lançar descrédito ao sistema eleitoral.

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A sustentação oral com o resumo da denúncia continua até o dia 8 de Janeiro de 2023, quando a tentativa de golpe levou à destruição das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas.

“Os casos de invasão, destruição e brutalidades ocorridos em 8 de janeiro de 2023 têm sido analisados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal em diversos processos penais. O Supremo Tribunal neles discerniu a ocorrência de crimes contra a ordem democrática, afirmando reiteradas vezes a tentativa de golpe. O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada, especialmente pelos denunciados que estavam, a esta altura, na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manter no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, por fim, tentado, posto em curso, não prosperasse”, afirmou.

A tese também foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso: como parte do comando militar brasileiro não aderiu ao golpe, a ideia foi tentar usar os apoiadores golpistas acampados na frente dos quartéis para tentar abolir o estado democrático de direito.

Nas últimas semanas, Paulo Gonet se dedicou a preparar o resumo para esta terça-feira, 25, diminuindo sua agenda de aparições públicas e de reuniões internas com integrantes do Ministério Publico Federal ou não. O foco total era a montagem dessa estratégia.

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Frase do dia: Gilberto Kassab

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Frase do dia: Gilberto Kassab

Matheus Leitão

Frase do dia: Gilberto Kassab | VEJA

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“O candidato em São Paulo é o Tarcísio de Freitas, e o meu candidato será o dele. Caso ele decida disputar a Presidência e avalie que o meu nome é o mais adequado, eu aceito a missão” (Gilberto Kassab, presidente do PSD, um dia antes do início do julgamento da trama golpista  no Supremo Tribunal Federal, que analisará denúncia contra Jair Bolsonaro. A declaração mostra que a direita começou a se organizar oficialmente para o pós-Bolsonaro)


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Senador aliado diz que só ‘milagre’ livra Bolsonar…

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Senador aliado diz que só ‘milagre’ livra Bolsonar...

Nicholas Shores

Senador aliado diz que só ‘milagre’ livra Bolsonar… | VEJA

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Aliado de Jair Bolsonaro, o senador Marcos Rogério (PL-RO) afirmou que o julgamento iniciado nesta terça-feira pelo STF para decidir se recebe a denúncia contra o ex-presidente, o general Walter Braga Netto e outras seis pessoas acusadas pela PGR de tentar dar um golpe de Estado (assista abaixo) é um “jogo de cartas marcadas”.

“Espero que haja o milagre da consciência jurídica”, disse o parlamentar ao chegar pela manhã à Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), da qual é presidente. “Ele já foi pré-julgado. Alguém espera alguma surpresa? A surpresa seria o inverso (a rejeição da denúncia).”

Se a denúncia da PGR for aceita, Bolsonaro será o primeiro ex-presidente da República a se tornar réu por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.


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