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Brasil tem aumento de até 3ºC na temperatura de algumas regiões

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Brasil tem aumento de até 3ºC na temperatura de algumas regiões

Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil

Nos últimos 60 anos, o aquecimento em algumas regiões brasileiras foi maior que média global, chegando a até 3º Celsius na média das temperaturas máximas diárias em algumas regiões, aponta o relatório Mudança do Clima no Brasil – síntese atualizada e perspectivas para decisões estratégicas. De acordo com o estudo, desde o início da década de 1990, o número de dias com ondas de calor no Brasil subiu de sete para 52, até o início da década atual.

“Eventos extremos, como secas severas e ondas de calor, serão mais frequentes, com probabilidade de ocorrência de eventos climáticos sem precedentes”, destaca o relatório.

O estudo, que será lançado oficialmente em Brasília, nesta quarta-feira (6), é um recorte para o Brasil do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e de outros estudos científicos atuais, resultado de um esforço que reuniu o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação com as organizações sociais da Rede Clima, o WWF-Brasil e o Instituto Alana.

Projeção

A partir das projeções para os próximos 30 anos, apresentadas de forma inédita pelo IPCC, com o objetivo de orientar ações de adaptações, os pesquisadores também concluíram que se o limite de 2ºC for atingido, em 2050 limiares críticos para a saúde humana e a agricultura serão ultrapassados com mais frequência.

Nesse cenário, a população afetada por enxurradas no Brasil aumentará entre 100 e 200%. Doenças transmitidas por vetores como os da dengue e malária também causarão mais mortes.

A Amazônia, por exemplo, perderá 50% da cobertura florestal pela combinação de desmatamento, condições mais secas e aumento dos incêndios. O fluxo dos rios serão reduzidos e a seca afetaria mais os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. O ciclo de chuvas no Brasil e na América do Sul também serão afetados.

Os estoques pesqueiros serão reduzidos em 77%, com redução de 30% a 50% dos empregos no setor. O impacto estimado na receita, em relação ao Produto Interno Bruto é 30%.

O Nordeste, onde vivem atualmente quase 55 milhões de pessoas, segundo dados preliminares do Censo 2022, pode ter 94% do território transformado em deserto.

Pessoas que vivem nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte ficarão expostas à escassez de água. A estimativa é que no cenário de mais 2ºC, em 2050, 21,5 milhões de pessoas em áreas urbanas sejam afetadas pela quebra do ciclo hídrico e do impacto nas safras.

Medidas

Nas conclusões, os pesquisadores consideram ser necessário manter o limite de 1,5ºC no aumento médio da temperatura global e não permitir que as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo e para isso é necessário rever as ambições das políticas nacionais. “As metas brasileiras não têm correspondido ao tamanho da redução das emissões que cabem ao país” destaca o relatório.

Entre os ajustes imediatos apontados pelo estudo estão: zerar o desmatamento em todos os biomas, investir em programas de pagamentos por serviços ambientais para incentivar a conservação, migrar para uma agricultura de baixo carbono, por meio de sistemas agroflorestais e integração entre lavoura, pecuária e floresta.

A gestão integrada dos recursos hídricos e a adoção de sistemas agrícolas resilientes às mudanças climáticas são apontados pelos cientistas como saídas para garantir as seguranças hídrica e alimentar.

Soluções baseadas na natureza são medidas necessárias para adaptar as cidades às mudanças climáticas, com o aumento de áreas verdes que tornem as regiões urbanas mais permeáveis com drenagem natural. O relatório também aponta a necessidade de investimentos em transporte público de baixo carbono, como incentivo ao uso de transportes coletivos e não motorizados.

O estudo aponta ainda a importância da cooperação internacional no financiamento climático desenvolvimento e transferência de tecnologias limpas, além do reforço coletivo para diminuir as emissões de gases do efeito estufa.



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Violência doméstica: brasileiras têm apoio em Londres – 12/12/2024 – Cotidiano

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Angela Boldrini

“Eu sofri calada por três anos, ele me bateu a gravidez inteira”, conta a brasileira Lorenia Alvarenga, 40, sobre o período em que sofreu violência doméstica nas mãos do parceiro, logo depois de se mudar para Londres, em 2003.

Ela lembra que o ex-companheiro, também imigrante brasileiro, atuava como seu tradutor e a impedia de ficar sozinha em ambientes que considerava de risco para que ela o denunciasse, como o consultório médico durante o pré-natal. “Eu só consegui denunciar ele depois que eu aprendi a língua”, diz ela.

Hoje, Lorenia é presidente da organização evangélica Sons and Daughters of the King (filhos e filhas do rei, em inglês), que ajuda mulheres brasileiras imigrantes vítimas de violência doméstica no Reino Unido. “Como sobrevivente, eu conheço as barreiras que elas estão enfrentando: não saber a língua, não entender como o sistema funciona”, afirma ela.

Dados do governo brasileiro mostram que 188 casos desse tipo de crime foram cometidos contra brasileiras no país em 2024, o terceiro com maior incidência de casos. O número pode ser maior, porque muitas mulheres têm medo de denunciar.

Parte do medo está relacionada à situação migratória, já que as vítimas podem não ter situação regular no país e têm medo de ser deportadas. Vivem no Reino Unido cerca de 200 mil brasileiros regularizados, mas não há contabilidade daqueles que estão no país sem documentação em dia.

“Nós não temos nenhuma obrigação de reportar status migratório e não é para isto que estamos aqui”, afirma Juliana Rondon, diretora de planejamento e estratégia da ONG Respeito.

Com sede no sul de Londres, em uma área conhecida como Little Portugal (pequeno Portugal, em inglês), a Respeito atua dando suporte a mulheres lusófonas que estejam fugindo de uma situação violenta.

O consulado brasileiro também afirma que a ajuda independe de situação migratória. Desde 2023, a instituição conta com o Emub (Espaço da Mulher Brasileira), que dá auxílio e orientação às vítimas. O projeto existe também nos consulados ou embaixadas de Roma, Nova York, Boston, Miami, Buenos Aires, Madri e Beirute.

O auxílio vai desde ajudá-las com tradução, para que entendam uma audiência ou documento, até projetos para estimular o empreendedorismo e a independência financeira. Às vezes, faltam às vítimas informações básicas sobre o sistema legal inglês.

Por exemplo, as ativistas ouvidas são unânimes ao dizer que muitas brasileiras não sabem que há uma previsão na lei inglesa para que vítimas de violência doméstica mantenham a permissão de morar no país. A regra serve para aquelas que tenham visto de dependente e que perderiam o direito a ficar no Reino Unido em caso de separação.

“Mas existe muito medo dentro da comunidade, dizem que você vai ser deportada, que vão tomar seus filhos”, afirma Lorenia.

Há casos em que a deportação é uma realidade. Em dezembro, o jornal britânico The Guardian afirmou que 600 imigrantes foram enviados para o Brasil em três voos secretos neste ano. Entre eles, estaria uma mulher vítima de violência doméstica que estaria sendo apoiada pela LAWA (Latin American Women’s Aid), outra ONG ligada ao auxílio de mulheres imigrantes, nesse caso todas as latino-americanas.

De acordo com o jornal, a mulher teve o direito de ficar no Reino Unido com os dois filhos negado, sendo deixada sem opção a não ser a de voltar com as crianças.

Um estudo de 2018 realizado por universidades britânicas e brasileiras entrevistou 175 brasileiras moradoras de Londres. Na amostra, 48% das mulheres afirmaram já terem sofrido algum tipo de violência de gênero no Reino Unido.

A pesquisa encontrou uma baixa taxa de denúncias, motivada por vergonha, falta de informação, medo de deportação ou sensação de que nada seria feito.

Mas há vários tipos de ajuda que as vítimas podem receber. Organizações como a LAWA possuem serviços de emergência. Isso quer dizer que ela possui abrigos para permanência das mulheres —a orientação em caso de perigo imediato é de ligar para a polícia.

Outras ONGs, como a Respeito, fazem um apoio continuado. “Nós estamos sempre em contato com as organizações que têm serviços de emergência, e nós continuamos dando o suporte para essa mulher depois que ela sai da fase ‘aguda’ da crise”, explica Juliana Rondon.

Esse apoio vem na forma de ajuda legal, para casos de disputa por guarda de crianças, por exemplo, além de aconselhamento psicológico e serviços logísticos, como a abertura de conta bancária e registro no serviço de saúde.

Fundada em 2016 por duas imigrantes portuguesas, a Respeito tem visto crescer a presença de brasileiras entre suas atendidas. Elas atribuem esse crescimento a um possível aumento da população brasileira geral, mas também a uma maior divulgação dos serviços de apoio às vítimas.

SERVIÇOS DE APOIO A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO REINO UNIDO

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis





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Dá para acreditar que ele tem 70 anos? Venceu a depressão malhando

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Aos 77 anos, Seu Josué Siqueira, de SC, é um idoso que prova que a idade não limita a nada e realiza seu sonho: formar em Biomedicina. - Foto: @Unisselvi

Setentão com aparência de novinho! Jorge Shimabukuro, de São Paulo, venceu a depressão malhando e mostrou que a idade não é limitante a nada. Ele mudou de vida e meteu um shape incrível!

Aos 70 anos, o idoso conquistou mais de 50 mil seguidores nas redes ao mostrar sua transformação. Com uma rotina de treinos intensa e alimentação regrada, ele chegou a 9% de gordura corporal. Esse número é comum apenas entre atletas!

Mas a transformação não foi fácil e ele precisou superar um grande trauma, que o levou à depressão. E foi na atividade física que ele achou a solução para os problemas. Jorge se apaixonou pela academia e chegou a fazer mais de mil abdominais em um dia!

Superou trauma

Em 2002, o hoje aposentado enfrentou um duro golpe. Sua primeira esposa faleceu durante um assalto em São Paulo. Jorge se viu sozinho, com dois filhos.

“Eu pensava que queria ter ido no lugar dela. Mas eu tinha dois filhos para cuidar, precisava ser forte. Comecei a correr e me sentia bem quando eu ficava muito cansado, ofegante, no meu limite mesmo, a ponto de passar mal”, explicou em entrevista ao QG Globo.

Na época, ele já praticava exercícios, mas não da maneira correta.

Um dia, saiu para correr e levou o corpo à exaustão máxima. “Pensei: ‘Por que estou fazendo isso comigo? Se estou aqui, tenho que viver bem, e não ficar me maltratando”, foi o pontapé que ele precisava.

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Rotina de treinos

E lá foi ele, aos 70 anos, em busca da transformação. A atual esposa, Aline, é sua fiel companheira na rotina.

Começou a participar de corridas de rua e entrou para a musculação. Os benefícios foram vistos logo nos primeiros meses: uma melhor qualidade de vida física e mental!

Na segunda e quinta-feira treina peito e braço. Costas e pernas ficam para terça e sexta. Na quarta, o treino de abdômen.

Já no sábado, completa o cárdio com crossfit. Domingo ele descansa? Nada disso, participa de corridas de rua com Aline!

Alimentação na regra

Para ganhar ainda mais desempenhou, foco na alimentação.

Com o acompanhamento com um nutricionista, Jorge tem um cardápio muito saudável e diz que tem dificuldade em sentir fome.

“Muitas pessoas voltam da academia com muita fome, não sinto isso. Às vezes comia somente frutas depois de treinar, porque preciso me alimentar”, contou.

Mas apesar das regras, em ocasiões especiais ele se permite. É tudo questão de equilíbrio!

“É uma alimentação bem saudável e light. Fritura eu já não como há muito tempo e refrigerante também não tomo mais, e evito açúcar no dia a dia também”, finalizou.

Veja um pouquinho como foi a transformação de Jorge:

E não acha que é porque ele tem 70 que os treinos são leves. Olha isso!

Pouco a pouco, dia a dia, Jorge superou o quadro de saúde mental e mudou de vida!

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Emmanuel Macron na Polônia para falar sobre apoio a Kiev, enquanto a Rússia se aproxima de Pokrovsk

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Emmanuel Macron na Polônia para falar sobre apoio a Kiev, enquanto a Rússia se aproxima de Pokrovsk

Dois anos após o início da guerra em grande escala, a dinâmica do apoio ocidental a Kiev está a perder ímpeto: a ajuda recentemente comprometida diminuiu durante o período de agosto de 2023 a janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o último relatório do Instituto Kielpublicado em fevereiro de 2024. E esta tendência pode continuar, o Senado americano lutando para aprovar ajudae a União Europeia (UE) teve toda a dificuldade em conseguir que uma ajuda de 50 mil milhões fosse adoptada em 1é Fevereiro de 2024, devido ao bloqueio húngaro. Tenha em atenção que estes dois pacotes de ajuda ainda não foram tidos em conta na última avaliação feita pelo Instituto Kiel, que termina em Janeiro de 2024.

Dados do instituto alemão mostram que o número de doadores está a diminuir e está concentrado em torno de um núcleo de países: os Estados Unidos, a Alemanha, os países do norte e do leste da Europa, que prometem tanto ajuda financeira elevada como armamento avançado. No total, desde Fevereiro de 2022, os países que apoiam Kiev comprometeram pelo menos 276 mil milhões de euros a nível militar, financeiro ou humanitário.

Em termos absolutos, os países mais ricos têm sido os mais generosos. Os Estados Unidos são de longe os principais doadores, com mais de 75 mil milhões de euros em ajuda anunciada, incluindo 46,3 mil milhões em ajuda militar. Os países da União Europeia anunciaram tanto ajuda bilateral (64,86 mil milhões de euros) como ajuda conjunta de fundos da União Europeia (93,25 mil milhões de euros), num total de 158,1 mil milhões de euros.

Quando relacionamos estas contribuições com o produto interno bruto (PIB) de cada país doador, a classificação muda. Os Estados Unidos caíram para o vigésimo lugar (0,32% do seu PIB), bem atrás dos países vizinhos da Ucrânia ou das antigas repúblicas soviéticas amigas. A Estónia lidera a ajuda em relação ao PIB com 3,55%, seguida pela Dinamarca (2,41%) e pela Noruega (1,72%). O resto do top 5 é completado pela Lituânia (1,54%) e Letónia (1,15%). Os três Estados bálticos, que partilham fronteiras com a Rússia ou com a sua aliada Bielorrússia, têm estado entre os doadores mais generosos desde o início do conflito.

No ranking da percentagem do PIB, a França ocupa o vigésimo sétimo lugar, tendo-se comprometido com 0,07% do seu PIB, logo atrás da Grécia (0,09%). A ajuda fornecida por Paris tem estado em constante declínio desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia – a França foi a vigésima quarta em abril de 2023 e a décima terceira no verão de 2022.



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