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Brasiléia vive 2ª maior enchente da história do município e mais de três mil tiveram que sair de casa

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Em Brasiléia, a mais de 200 km da capital Rio Branco, quase três mil pessoas em oito bairros estão fora de casa. Situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal.

Capa: Vista aérea das regiões alagadas em Brasiléia, no interior do Acre — Foto: Arquivo pessoal.

A cidade de Brasiléia, no interior do Acre, já enfrenta a segunda maior enchente de sua história, de acordo com a Defesa Civil do município. Às 6h de terça-feira (27), o nível do Rio Acre já estava em 14,88 metros, mais de três metros acima da cota de transbordo estabelecida em 11,40 metros para a cidade.

O Acre enfrenta uma cheia histórica em 2024. Em todo o estado, mais de 11,5 mil pessoas estão fora de casa, dentre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização nesta terça (27). Além disto, 17 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes.

O volume já ultrapassou o nível máximo atingido em 2012, de 14,77 metros e agora já é considerada a segunda pior enchente da história do município. Agora, falta pouco menos de um metro para atingir a marca de 15,55 metros, registrada em 2015 naquela que ficou conhecida como a pior cheia da história da cidade, quando as águas do manancial cobriram 100% da área urbana do local.

Neste ano, a enchente já provocou o isolamento da cidade por via terrestre, já que a Ponte Metálica José Augusto, que liga a cidade a Epitaciolândia, município vizinho, teve que ser interditada no último domingo (25).

A ponte, que fica na BR-317, é a única via de acesso terrestre para tanto para Brasiléia quanto para a cidade de Assis Brasil, na fronteira com o Peru. É por ela que chegam mercadorias, suprimentos, medicamentos e combustível.

Situação grave

 

A prefeita da cidade classificou a situação como muito grave. “Brasiléia nesse momento pede socorro às nossas autoridades do governo federal e do governo estadual. A situação é muito grave. De 11 bairros que nós temos, 9 estão alagados. Há pontos de isolamento também na zona rural”.

Em Brasiléia, há, até o momento, 1.540 pessoas desabrigadas e 1.256 pessoas desalojadas, que foram atingidas em nove bairros – em todo o estado são mais de 11 mil pessoas fora de casa e 17 cidades em emergência, incluindo Brasiléia . Na cidade, doze abrigos foram preparados para receberem os necessitados. 138 indígenas adultos e crianças estão nestes abrigos.

A situação fez com que 30 pacientes em tratamento de hemodiálise da região do Alto Acre, interior do estado, tivessem que cruzar em canoas a distância entre Epitaciolândia e Brasiléia para que não tivessem seus tratamentos interrompidos. Eles foram transferidos nessa segunda-feira (26).

Os pacientes vivem nas cidades de Epitaciolândia e Xapuri e fazem tratamento na Clínica do Rim em Brasiléia , esse é o único centro de referência para os quatro municípios da região do Alto Acre, Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri.

Com a interdição do principal acesso à cidade, foi necessário utilizar canoas no transporte para garantir que as pessoas pudessem voltar para suas casas.

A cidade de Brasiléia está isolada por via terrestre — Foto: Asscom/ Prefeitura de Brasiléia

A cidade de Brasiléia está isolada por via terrestre — Foto: Asscom/ Prefeitura de Brasiléia

De acordo com a prefeitura, a população do município sofre com a quarta alagação em 11 anos e com isolamento da única ponte de acesso ao lado brasileiro. A Ponte Metálica José Augusto é de mão única que liga também ao município vizinho Epitaciolândia. Sem essa ligação, não é possível trafegar por terra até a fronteira boliviana.

Diante desse cenário em Brasiléia, a prefeita decretou no sábado (24), situação de emergência e teve o reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Governo Federal nesta segunda-feira (26).

Prefeitura decretou emergência no último sábado (24) — Foto: Asscom/Prefeitura de Brasiléia

Prefeitura decretou emergência no último sábado (24) — Foto: Asscom/Prefeitura de Brasiléia

Mais de 11 mil desabrigados

A inundação provocada pelo Rio Acre já fez com que mais de 11,5 mil pessoas deixassem suas casas até esta terça-feiraDo total, 5.768 estão desabrigadas e 5.806 desalojadas, segundo o governo do estado.

Entre as cidades mais críticas está Jordão, que fica no interior do estado. A prefeitura decretou calamidade, após 80% da zona urbana ficar alagada. O hospital foi invadido pelas águas e os pacientes precisaram ser levados para um prédio da secretaria de assistência social.

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Polícia Militar tem novo comandante no 8º Batalhão

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Joabes Guedes

Com uma trajetória consolidada na segurança pública, o capitão Fábio Diniz assumiu, nesta terça-feira, 11, o comando do 8º Batalhão da Polícia Militar do Acre (8º BPM). O oficial, que já atuava como subcomandante da unidade, agora tem a missão de liderar o batalhão responsável pela segurança de mais de 61 mil habitantes nos municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.

Capitão Fábio Diniz possui vasto histórico na segurança pública. Foto: Joabes Guedes/PMAC

A cerimônia de passagem de comando contou com a presença da comandante-geral da PMAC, coronel Marta Renata Freitas, além de oficiais, praças, autoridades do Estado e Município e membros da comunidade local. Diniz sucede a capitã Ivanise Pontes, que esteve à frente da unidade desde novembro de 2022.

Capitã Ivanise Pontes comandou a unidade nos últimos dois anos. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Com um efetivo de 102 policiais militares, a unidade desenvolve diversas modalidades de policiamento, incluindo radiopatrulha, policiamento de trânsito, Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), Patrulha Comunitária Rural, Patrulha Maria da Penha e Policiamento Comunitário, que inclui o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).

Compromisso com a comunidade

O novo comandante destacou a honra de liderar o batalhão e reafirmou seu compromisso com a comunidade local e com a Polícia Militar. “Assumir o comando do 8º BPM, na cidade onde nasci, é uma grande responsabilidade e uma honra imensurável. Nosso compromisso será fortalecer cada vez mais o trabalho já realizado, garantindo uma polícia presente, eficiente e próxima da comunidade. Contamos com o empenho de toda a tropa para continuar servindo e protegendo Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus”, afirmou Diniz.

A coronel Marta Renata parabenizou o novo comandante e destacou a importância do batalhão para a segurança pública local. “Essa unidade desempenha um papel fundamental na região do Purus, e temos plena confiança na capacidade do capitão Fábio Diniz para dar continuidade a esse trabalho de excelência. Agradecemos à capitã Ivanise pelo empenho e dedicação à frente dessa unidade. Seu profissionalismo e liderança foram essenciais para os bons resultados que alcançamos até hoje aqui”, ressaltou.

Comandante-geral da PMAC, coronel Marta Renata Freitas presidiu a solenidade. Foto: Joabes Guedes/PMAC

Vasta experiência

Aos 36 anos, o capitão Fábio Diniz possui um vasto histórico na segurança pública. Iniciou sua carreira como policial penal em 2008, ingressou na Polícia Civil em 2014 e, em 2016, entrou para a Polícia Militar do Acre como aluno-oficial. Após concluir sua formação, foi lotado no 8º BPM, onde exerceu funções estratégicas até ser nomeado subcomandante em 2022.

O oficial é graduado em Direito, possui pós-graduação em Ciências Penais e Segurança Pública e concluiu recentemente o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aprimorando seus conhecimentos para os desafios do novo cargo.

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Centro Oncológico do Acre é referência no diagnóstico de câncer de mama e de colo do útero

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Liz Melo

O Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon) se destaca como referência no diagnóstico de câncer de mama e colo do útero. Atuando como a única unidade especializada do estado, o Cecon oferece serviços de alta tecnologia e acolhimento humanizado a pacientes de todas as regiões. Com equipamentos avançados, como o mamógrafo mais moderno da região, o centro realiza diagnósticos precisos e ágeis, transformando o enfrentamento ao câncer em um processo mais acessível e eficiente.

De acordo com a gerente-geral do centro, Muana Araújo, o diagnóstico de câncer é desafiador, mas no Cecon as pacientes recebem apoio integral. “A unidade oferece atendimento psicológico e acompanhamento social, garantindo que as mulheres diagnosticadas sejam amparadas emocional e socialmente. Nosso objetivo é proporcionar suporte total, desde o diagnóstico até a continuidade do acompanhamento, oferecendo segurança e esperança às pacientes”, afirmou.

Gerente-geral Muana Araújo destaca o acolhimento feito na unidade. Foto: José Caminha/Secom

O Cecon tem como objetivo oferecer atendimento especializado de média complexidade, garantindo um serviço gratuito, equitativo e universal para a população do Acre. Seu foco é o controle, diagnóstico e tratamento de lesões precursoras de câncer de mama e colo do útero, promovendo a saúde e o bem-estar da mulher.

Superação e esperança: o testemunho na luta contra o câncer de mama

Pedagoga de 44 anos e moradora de Cruzeiro do Sul, Erivalda Menezes compartilha sua história de coragem e fé após ser diagnosticada com câncer de mama em julho de 2023. A descoberta aconteceu durante um banho, quando ela percebeu um nódulo incomum em sua mama. Imediatamente procurou atendimento médico e, após exames e biópsia, recebeu a confirmação do diagnóstico: câncer de mama no estágio 2.

Cecon é a unidade de referência no estado para tratamento de câncer de mama e colo do útero. Foto: José Caminha/Secom

Ela relata que em sua jornada, se apoiou na fé, no otimismo e no trabalho conjunto com os profissionais da saúde. Ela destacou ainda a importância de confiar tanto em Deus quanto na medicina, acreditando que a luta contra a doença é um processo complexo, mas possível de ser vencido. Após passar por cirurgias, quimioterapia, radioterapia e bloqueios hormonais, Erivalda se considera curada e agradece todos os dias pela recuperação.

“Fui muito bem atendida durante o exame. Os profissionais foram muito solícitos, tanto os que realizaram o procedimento quanto a equipe administrativa da direção. Tive a oportunidade de conversar com pessoas que estavam ali para nos ajudar, dar força e nos fazer acreditar que o câncer não é uma sentença de morte. Muitas pessoas vencem, muitas são curadas. Só precisamos acreditar, seguir com o  tratamento e não desistir”.

Serviços oferecidos e diagnóstico

A unidade realiza, em média, 300 a 350 mamografias por mês, número que representa até quatro vezes mais procedimentos individuais, considerando as particularidades de cada exame. Além disso, todas as coletas de PCCU (Preventivo do Câncer do Colo do Útero) realizadas em unidades de saúde do Estado são encaminhadas ao local, somando cerca de 4.300 diagnósticos mensais.

O centro dispõe de ginecologistas, mastologistas, técnicos e patologistas que analisam exames e, em caso de alterações, encaminham pacientes para consulta imediata com especialistas. A unidade também realiza exames complementares como ultrassonografia transvaginal e de mama, além de biópsias.

Centro dispõe de uma equipe multidisciplinar de profissionais. Foto: Elenilson Oliveira/Secom

A história da pedagoga Erivalda Menezes é um testemunho de resiliência, esperança e da força que a fé pode proporcionar, mostrando que, mesmo diante de desafios tão grandes, é possível encontrar forças para vencer e inspirar outras pessoas. Ela também ressalta a importância do apoio de médicos e profissionais da saúde, que desempenham papel fundamental na recuperação dos pacientes. Ela afirma que sem o apoio dos profissionais o tratamento não teria tanto sucesso: “Foram essenciais para a minha recuperação e agradeço todas a todos os médicos, enfermeiros e equipe técnica”.

Procedimentos

Consultas e procedimentos ginecológicos são alguns dos serviços disponibilizados no espaço. Os diagnósticos e tratamentos especializados incluem cauterização do colo do útero; cirurgia de alta frequência (CAF) e exérese da zona de transformação (EZT); aplicação de ácido tricloroacético (ATA) para pacientes em acompanhamento; colposcopia; biópsia do colo e vulva; ultrassonografia endovaginal; consultas e procedimentos em mastologia, além de atendimentos em enfermagem.

Fluxo de atendimento ágil

O Cecon segue os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, garantindo que o diagnóstico e o encaminhamento para tratamento sejam realizados em até 60 dias. No entanto, a unidade já alcança a média de 40 dias, reduzindo ainda mais o tempo entre a detecção e o início do tratamento.

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Programa Mulheres Recomeçando oferece apoio para vítimas de violência doméstica e debate saúde mental

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Rebeca Martins

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) promoveu nesta terça-feira, 11, em Rio Branco, mais uma ação do programa Mulheres Recomeçando, iniciativa que tem como objetivo fornecer uma rede de apoio e escuta ativa para mulheres vítimas de abuso e violência doméstica.

O programa combina escuta ativa com atendimento psicológico e ações práticas, o que, por meio de uma roda de conversa, possibilita que mulheres vítimas de violência tenham a oportunidade de compartilhar suas experiências e recebam o devido suporte emocional e orientações sobre saúde mental.

Programa combina escuta ativa com atendimento psicológico e ações práticas. Foto: Rosely Cabral/Semulher

Durante a roda de conversa, uma das participantes compartilhou sua história e relatou o impacto do programa em sua vida, destacando que, desde que começou a participar dos encontros, voltou a se reconhecer novamente.

“Me comunicar com as pessoas tem sido bastante importante para mim, quase que não conseguia vir, mas eu precisava me abrir mais. Eu sou mais extrovertida e, no momento que estou passando, estou sendo muito fechada, e eu não quero ficar assim. O programa está sendo muito importante, tem me ajudado bastante em relação a isso”, relatou N.A.

N.A.: “Me comunicar com as pessoas tem sido bastante importante para mim”. Foto: Rosely Cabral/Sermulher

Além dos relatos das vítimas, a psicóloga do programa, Isadora Souza, enfatizou a importância do diálogo, da saúde mental e da rede de apoio no processo de cura e reconstrução de vida. Ela destacou a necessidade de compartilhar as experiências em espaços como esse para ajudar no processo de superação.

“Para o processo de cura, é preciso falar sobre o que aconteceu. Tem pessoas que ainda não estão preparadas para isso e tudo bem, mas é por isso que a gente ainda precisa insistir naquela pessoa. Vir para cá nesse momento já mostra que vocês querem uma melhora, principalmente na saúde mental”, analisou.

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