POLÍTICA
Caiado diverge de candidatura única na direita e d…

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Marcela Mattos
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), será o primeiro presidenciável a formalizar a sua pré-campanha à Presidência da República. O ato está previsto para acontecer no dia 4 de abril em Salvador, na Bahia, e deve contar com a presença de celebridades e lideranças políticas.
A um ano e meio para o próximo pleito, outros nomes do campo da direita são cotados a alçar voos mais altos em 2026. São eles os governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Paraná, Ratinho Junior (PSD) e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Como mostra reportagem desta edição de VEJA, em meio ao enrosco jurídico do ex-presidente Jair Bolsonaro, o grupo tem traçado planos para pavimentar um nome forte capaz de rivalizar com o presidente Lula ou com alguém indicado pelo petista em 2026.
Não há, porém, consenso com essa estratégia. A VEJA, Caiado afirmou que não há uma condicionante de que saia apenas um candidato da direita. “Nós vamos ter várias candidaturas”, disse.
Segundo o governador, o afunilamento seria um erro e beneficiaria apenas o atual presidente, que conta com a máquina a seu favor. “Você arrisca uma candidatura quando leva apenas um candidato da oposição contra um candidato que está com a máquina do governo na mão. Com um candidato só, é muito mais fácil para aquele que está na Presidência fazer mais de 50% dos votos do que se tiver uma multiplicidade de nomes da oposição que tenham votos”, argumenta Caiado.
Ele acrescenta que, no momento em que saem candidatos de diversos partidos, esses postulantes vão dar conta de mobilizar pelo menos o eleitorado de sua região. “Depois, quem chegar ao segundo turno terá o apoio dos demais”, afirmou.
“O que cabe a mim como candidato é andar o Brasil inteiro e pedir votos. Não é polemizando com candidatura de quem quer que seja. Porque todos nós podemos fazer campanha eleitoral, não tem problema nenhum. E quem tiver maior capacidade chega ao segundo turno”, acrescentou.
Entrega de ministérios no governo Lula
Enquanto trabalha para ter uma candidatura de oposição em 2026, o União Brasil ocupa três ministérios no governo Lula. Para Caiado, a situação faz parte da “vida congressual” e os assuntos devem ser separados.
Segundo ele, a maior parte dos quadros do partido foi eleita no campo da centro-direita e não conta com votos do eleitorado petista.
“[O partido] está fazendo o óbvio. Acha que deve neste momento ficar no governo e ter ministérios, mas quando chegar 2026 cada político vai optar pela reeleição dele. O eleitor é do União Brasil, não é do Lula. Você não pode ter uma ideia de que, por ter ministros, o eleitor do partido é o de esquerda. Aí é querer não enxergar a política”, afirmou o governador de Goiás.
Caiado acrescentou que a entrega dos ministérios deve acontecer no momento em que acontecer a convenção partidária, encontro que antecede a campanha eleitoral no qual são definidas as candidaturas e alianças. “Aí, é lógico que não tem como conviver. Mas, até lá, sempre vai existir esse jogo de alguns que querem continuar com a sua parcela no governo”, explicou.
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9 de março de 2025
Robson Bonin
A Câmara dos Deputados intimou recentemente Wolmer Araújo (PL-MA) a pagar 8.822 reais por ter, acredite, furado o limite da generosa cota de exercício de atividade parlamentar.
No caso do Maranhão, Wolmer tinha mensalmente 47.945 reais para gastar com “despesas típicas do exercício do mandato parlamentar, como aluguel de escritório de apoio ao mandato no estado, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro, combustível, entre outras”.
A utilização da Cota Parlamentar pode ser feita por meio de reembolso ou por débito no valor da Cota, segundo a Câmara.
Araújo, que ficou como suplente nas eleições de 2018 e 2022, assumiu o mandato na Casa em diferentes ocasiões, em 2023 e 2024.
Ele tem 30 dias para quitar a dívida ou ficará com o nome sujo na praça.
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Fator tempo joga contra Lula e Bolsonaro – e favor…

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9 de março de 2025
Daniel Pereira
Reportagem de capa da nova edição de VEJA mostra que a queda de popularidade de Lula e o cerco judicial a Jair Bolsonaro criaram as condições ideais para viabilizar a candidatura à Presidência da República do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). Em público, Tarcísio diz que concorrerá a um novo mandato no Palácio dos Bandeirantes e defende a candidatura do inabilitado Bolsonaro em 2026. Nos bastidores, no entanto, há sinais de que ele é cada vez mais mais cortejado para concorrer ao Planalto no ano que vem.
No páreo preliminar dos possíveis presidenciáveis, o governador corre por fora e não tem pressa para definir seu projeto eleitoral. Por enquanto, ele apoia o nome de Bolsonaro – mesmo sabendo que o ex-presidente dificilmente recuperará o direito de disputar a próxima eleição – por lealdade ao padrinho político. Tarcísio age também por cautela, já que o capitão escolherá o sucessor nas urnas e já se mostrou impiedoso para acabar com a carreira de aliados que, segundo ele, traíram a sua confiança. Ninguém quer entrar na sua lista de desafetos.
Políticos de centro apostam que o ex-presidente, tão logo fique clara a impossibilidade de disputar a Presidência, ungirá Tarcísio como candidato. Em entrevistas, Bolsonaro insinuou que pode escolher um de seus filhos ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas os caciques partidários acreditam que, na hora da definição, optará por Tarcísio, que tem rejeição menor do que integrantes do clã Bolsonaro e maior capacidade de reunir forças. O desafio do governador, cumprido com êxito até aqui, é simular desinteresse pela vaga e deixar que as peças se acomodem naturalmente no tabuleiro.
Rivais em apuros
Os dois favoritos à Presidência são Lula e Bolsonaro, mas ambos enfrentam momentos desafiadores. O ex-presidente, além de inelegível, corre o risco de ser punido com até 40 anos de prisão caso o Supremo Tribunal Federal (STF) o condene por liderar uma trama golpista que tinha o objetivo, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), de implodir a democracia e garantir a sua permanência no poder. Quanto mais o tempo passa, menor a chance de o capitão reverter sua restrição judicial, que ainda pode ser ampliada com uma temporada na cadeia.
Já Lula lida desde a virada do ano com um processo acelerado de derretimento de imagem, que fez aumentar a especulação de que, com medo de ser derrotado, pode desistir da candidatura à reeleição. O presidente está fazendo mudanças no ministério e lançando novas medidas para atenuar a insatisfação popular. Na prática, está correndo contra o tempo a fim de tentar recuperar popularidade e chegar competitivo ao ano eleitoral de 2026. Acossados, o petista e o capitão têm pressa. Já o governador joga parado e vê crescerem as chances de a bola sobrar para ele.
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Matheus Leitão
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