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Câncer de mama: entenda diagnóstico e tratamento no SUS – 18/10/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Câncer de mama: entenda diagnóstico e tratamento no SUS - 18/10/2024 - Equilíbrio e Saúde

Laiz Menezes

É comum que surjam dúvidas após o diagnóstico de câncer de mama, especialmente quanto ao tratamento adequado. No Sistema Único de Saúde (SUS), a paciente pode ser acompanhada desde os primeiros sintomas, com acesso a diversas terapias para combater o tumor e promover a recuperação.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2024 é que o Brasil registre 73.610 novos casos de câncer de mama, o que equivale a 66,54 casos por 100 mil mulheres.

Pessoas que apresentam sinais de irregularidade nas mamas, como caroço e sangramento, devem procurar atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), que é a principal porta de entrada do SUS. Para mulheres com mais de 50 anos, mesmo sem sintomas, a mamografia de rastreio deve ser realizada a cada dois anos.

Na UBS, o médico realizará uma consulta inicial e solicitará exames de imagem, como mamografia e ultrassom. Após passar pela lista espera, esses testes podem ser feitos na própria unidade ou a paciente poderá ser encaminhada para clínicas e ambulatórios especializados.

O exame de imagem vai identificar possíveis alterações na mama e a extensão da lesão. Depois, é preciso fazer uma biópsia, que é a retirada de um fragmento da área afetada para análise em um laboratório do SUS ou por meio de parcerias público-privadas, a fim de confirmar a existência e o tipo do tumor.

Com o diagnóstico da doença, a paciente entra em uma fila de espera nos hospitais de alta complexidade, onde o câncer é tratado. Pelo SUS, as pacientes devem ter acesso à biópsia em até 30 dias (Lei 13.896/2019) e iniciar o tratamento em, no máximo, 60 dias (Lei 12.732/2012).

Veja o passo a passo simplificado:

  • 1° passo – Ao perceber irregularidades nas mamas, como caroços e sangramentos, a paciente deve procurar atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde). Mesmo sem sintomas, a paciente maior de 50 anos deve realizar a mamografia de rastreio a cada dois anos.
  • 2º passo – Caso seja encontrada uma lesão na mama, a paciente será encaminhada pela UBS para fazer uma biópsia em um centro especializado, e uma amostra da lesão será enviada para um laboratório de patologia do SUS para análise. Por lei, todos os exames necessários para o diagnóstico devem ser realizados e liberados em até 30 dias.
  • 3º passo – Com o câncer confirmado, a paciente entra na fila de espera para receber tratamento em um hospital de alta complexidade. Por lei, o primeiro tratamento deve ser realizado em até 60 dias.
  • 4º passo – No hospital, o tumor pode ser tratado com cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Durante o tratamento, a paciente também pode ser encaminhada para profissionais de suporte, como fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

Diagnóstico precoce é essencial

Para aumentar as chances de cura, é fundamental que a mulher tenha um diagnóstico precoce, com o tumor ainda em fase inicial. Apesar disso, um dos desafios para o tratamento do câncer de mama no sistema público é a dificuldade no diagnóstico. O tempo de espera entre o atendimento na UBS, a realização de exames de imagem e a biópsia pode ser muito longo.

Em 2023, segundo o Inca, 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram laudos liberados em até 30 dias após a solicitação do exame. No entanto, cerca de 36% dos exames foram liberados com mais de 60 dias.

Entre 2019 e 2023, a maioria dos casos de câncer de mama notificados pelo Inca levou mais de 60 dias para que o tratamento oncológico fosse iniciado. No ano passado, 50,9% dos tumores mamários do país foram tratados após o período de dois meses.

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, mais de 60% dos exames de biópsia de mama realizados no SUS tiveram resultado liberado em até 30 dias. Já nas regiões Norte e Nordeste, menos da metade desses exames teve resultado liberado em até 30 dias.

O oncologista Roberto Gil, diretor-geral do Inca, afirma que há iniciativas em andamento para que o diagnóstico seja mais rápido e eficaz. Ele também destaca a importância da mamografia de rastreio.

“Ainda precisamos aumentar nossa capacidade de rastreamento; temos uma cobertura de cerca de 60% no Brasil para as pacientes entre 50 e 69 anos que fazem a mamografia de rastreio, mas precisamos chegar a 100%”, afirma Roberto Gil.

Tratamento é multidisciplinar

Quando a paciente chega a hospitais especializados e capacitados para tratar o câncer de mama, o médico elabora um plano de tratamento individual que considera o estadiamento (extensão e grau de disseminação) e o tipo do tumor, além de fatores como idade e comorbidades, como hipertensão e diabetes.

“Alguns casos serão operados inicialmente, então a paciente será encaminhada para serviços de mastologia. Outros casos terão que passar por quimioterapia antes, então irão para um serviço de oncologia clínica”, explica o oncologista.

A necessidade de radioterapia e hormonioterapia também é avaliada, já que o tratamento do câncer de mama é multidisciplinar e pode envolver o apoio de fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

A comunicadora social Gislene Charaba, 36, tratou um câncer de mama na rede pública de saúde após identificar um caroço na mama em 2016, aos 29 anos. Ela buscou atendimento em uma UBS de São Paulo, mas como não tinha cartão do SUS, precisou solicitá-lo e retornar à unidade dias depois.

Na consulta com um ginecologista, Gislene descobriu que precisava entrar em uma fila de espera para realizar os exames de imagem, o que levaria cerca de 30 dias, e só depois poderia fazer a biópsia. Com medo de esperar tanto tempo, decidiu pagar pelos testes.

“Voltei para o SUS já com o resultado do ultrassom das mamas e a biópsia, que confirmou um câncer invasivo de estágio 3 para 4, mas precisei aguardar na fila novamente para ser encaminhada a um hospital”, conta.

Foi então que Gislene descobriu a lei dos 60 dias e buscou garantir que ela fosse cumprida. Cerca de dois meses após o diagnóstico, conseguiu fazer quimioterapia, cirurgia e radioterapia no Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

“Acho que a maior demora foi no meu diagnóstico e encaminhamento ao hospital, mas quando consegui ser atendida na alta complexidade, fiz todos os procedimentos no tempo certo e pude me recuperar”, afirma.

A advogada e consultora em direito da saúde Natália Guimarães orienta que, quando os prazos estabelecidos por lei para a realização da biópsia e início do tratamento não são cumpridos, os pacientes devem fazer uma reclamação na ouvidoria da secretaria de Saúde do estado onde são atendidos. Foi o que Gislene fez.

“Os pacientes também podem registrar reclamações na ouvidoria da unidade de saúde onde são acompanhados. Se houver demora na resposta, é possível ingressar com uma ação judicial para solicitar o cumprimento das leis, por meio de um defensor público”, afirma.

Esta reportagem faz parte de projeto desenvolvido com apoio do Hospital Sírio-Libanês





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Volks atualiza Nivus e abre espaço para novo SUV compacto – 20/10/2024 – Eduardo Sodré

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Volks atualiza Nivus e abre espaço para novo SUV compacto - 20/10/2024 - Eduardo Sodré

Após a atualização do T-Cross, chegou a vez de a Volkswagen modernizar o SUV compacto Nivus. Por fora, as mudanças mais perceptíveis estão na dianteira —em que se destaca a nova barra iluminada, que vai de um farol ao outro.

Por dentro, materiais plásticos aparentemente mais nobres e acolchoados resolvem um problema do modelo, que era criticado por ter acabamento simplório. Esse upgrade tem o objetivo de abrir espaço para um terceiro SUV compacto, que será o futuro modelo de entrada da marca neste segmento.

O Nivus evoluído custa a partir de R$ 136.990 na versão Comfortline, que agora vem com botão de partida e ar-condicionado com regulagem digital de temperatura. A lista de itens de série traz ainda seis airbags, câmbio automático de seis marchas e sistema multimídia com tela de 10,1 polegadas.

O motor 1.0 turbo flex (128 cv) é o mesmo de antes, mas com mudanças para reduzir a emissão de poluentes e se adequar à oitava fase do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).

A opção Highline vem com rodas de liga leve aro 17, sensores de chuva e de luminosidade, bancos revestidos com material que imita couro e retrovisores com rebatimento elétrico, entre outros equipamentos. Quem quiser o pacote opcional de segurança, que inclui frenagem autônoma e alerta de saída de faixa, terá de pagar R$ 4.470.

No próximo ano, ocorrerá a estreia da versão GTS. Essa opção deverá ter motor 1.4 TSI (150 cv), mas há outra possibilidade: a montadora desenvolve o futuro 1.5 turbo com tecnologia híbrida flex.

O que não muda é o espaço interno: no banco traseiro, passageiros mais altos podem esbarrar com a cabeça no teto, devido à carroceria de estilo SUV-cupê. Já o porta-malas é bom, com 415 litros de capacidade.

O Nivus nasceu em meio à pandemia de Covid-19. Apresentado em julho de 2020, passou por paralisações na linha de produção devido à falta de semicondutores e levou tempo para ter as entregas normalizadas. Na época, seu preço começava em R$ 85.890.

Hoje, o modelo mais em conta da linha Volkswagen é o hatch compacto Polo Track, que custa a partir de R$ 90.990.


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Índia x Nova Zelândia: Black Caps registram a primeira vitória no teste na Índia desde 1988 | Notícias de críquete

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Índia x Nova Zelândia: Black Caps registram a primeira vitória no teste na Índia desde 1988 | Notícias de críquete

Rachin Ravindra e Will Young guiam os Black Caps para casa no quinto dia do primeiro teste atingido pela chuva em Bengaluru.

A Nova Zelândia derrotou os homens de azul por oito postigos, garantindo sua primeira vitória no teste na Índia desde 1988, enquanto os Black Caps perseguiam 107 e humilhavam o time da casa no último dia da abertura da série interrompida pela chuva em Bengaluru.

Depois dispensando Índia com seu pior total em casa de 46 e fazendo 402 nas primeiras entradas, a Nova Zelândia eliminou o time de Rohit Sharma por 462 na segunda e preparou a plataforma para uma vantagem de 1 a 0 na série de três partidas no domingo.

Rachin Ravindra e Will Young permaneceram calmos sob pressão após a perda de dois postigos iniciais para fazer o trabalho, rendendo à Nova Zelândia apenas a terceira vitória em solo indiano em 38 tentativas desde 1955.

A Nova Zelândia teve um início instável quando o jogo começou após um atraso devido à chuva, quando o novo capitão permanente Tom Latham foi preso por Jasprit Bumrah na segunda bola do dia por um pato, com os turistas ainda sem marcar.

Bumrah e seu companheiro de ritmo Mohammed Siraj dificultaram a vida dos batedores da Nova Zelândia no início do dia, enquanto a Índia tentava fazer o que nenhum time fez na história do teste e vencer uma partida depois de conceder uma vantagem de mais de 350 corridas no primeiro turno.

Conway sofreu alguns golpes dolorosos no corpo, bolas que passaram zunindo pela lâmina e olhares hostis dos arremessadores em meio a vaias de torcedores partidários no Estádio M Chinnaswamy antes de cair para Bumrah por 17.

O postigo pareceu ficar plácido após a expulsão, enquanto a Nova Zelândia alcançava uma vitória famosa.



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“As pessoas estão traumatizadas pelos bombardeamentos, mas também pelo ataque dos pagers”

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“As pessoas estão traumatizadas pelos bombardeamentos, mas também pelo ataque dos pagers”

Nascida em 1992, Adrienne Surprenant é fotógrafa de imprensa há dez anos. De origem canadiana, vive em França e trabalha regularmente em zonas de conflito, seja em Ucrâniaem República Centro-Africanaou mesmo em Sudão. Ela trabalhou inúmeras vezes para o jornal O mundopara o qual cobriu a situação no Líbano de 24 de setembro a 11 de outubro.

Como foi a partida para o Líbano?

Eu estava comendo numa cantina na estrada para Grand-Popo, no Benin, onde estava envolvido em um projeto de longo prazo sobre mudanças climáticas, e tinha acabado de organizar uma série de reuniões importantes quando recebi o telefonema do departamento fotográfico do jornal . eu já estava acompanhandonotícias no Oriente Médio constantemente, então não hesitei muito antes de sair.

Na verdade, na minha cabeça eu já estava no Líbano. Voei o mais rápido possível para Paris, onde passei quatro horas, tempo para receber os equipamentos de segurança fornecidos pelo jornal (colete à prova de balas, capacete balístico, dinheiro, etc.) e para fazer as malas. Naquela mesma noite, eu estava em Beirute.

Como ocorre a chegada ao país?

Encontrei Hélène Sallon, correspondente do jornal no Líbano, para fazer um balanço e fui ao ministério da informação, onde tive que preencher muita papelada e esperar duas horas na companhia de um grupo de jornalistas internacionais antes de ter a autorização de trabalho emitida pelo governo.

Como prevíamos ir para o sul do país nos dias seguintes, também tive de me candidatar ao exército para obter um passe para trabalhar nesta zona, que tem um estatuto especial. Finalmente, a notícia manteve-nos mais tempo em Beirute: o O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um atentado na capital libanesa.

Em um café próximo ao American University Hospital. Na TV, as imagens são transmitidas ao vivo dos subúrbios ao sul da capital libanesa, em Beirute, no dia 28 de setembro de 2024.
Place des Martyrs, em Beirute, 28 de setembro de 2024. “Esta surpreendente foto de alegria tem uma história especial. Quando a morte de Nasrallah foi anunciada, as ruas libanesas ficaram em choque. Naquela época eu estava na Place des Martyrs, em silêncio, quando ouvi fortes vozes vindas dos cafés ao redor. O ecrã da televisão tinha transmitido um discurso arquivado de Hassan Nasrallah, mas com a faixa “ao vivo”, o que enganou as pessoas deste café, que pensavam que o líder do Hezbollah não estava morto”. Place des Martyrs, em Beirute, 28 de setembro de 2024. “Esta surpreendente foto de alegria tem uma história especial. Quando a morte de Nasrallah foi anunciada, as ruas libanesas ficaram em choque. Naquela época eu estava na Place des Martyrs, em silêncio, quando ouvi fortes vozes vindas dos cafés ao redor. O ecrã da televisão tinha transmitido um discurso arquivado de Hassan Nasrallah, mas com a faixa “ao vivo”, o que enganou as pessoas deste café, que pensavam que o líder do Hezbollah não estava morto”.
Um homem grita e chora perto da mesquita Mohammed Al-Amin, Praça dos Mártires, logo após o anúncio oficial da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, em 28 de setembro de 2024. Um homem grita e chora perto da mesquita Mohammed Al-Amin, Praça dos Mártires, logo após o anúncio oficial da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, em 28 de setembro de 2024.

Como isso acontece, em termos concretos, quando você chega com a câmera no chão, depois de um bombardeio, por exemplo?

Em Beirute ouvimos as detonações ao longe, e somos rapidamente informados pelas redes sociais, pelo que não houve dificuldade em saber quando e onde ocorreram os bombardeamentos. Sempre que possível trabalho em dupla com outro fotógrafo, Ali Khara, que mora no Líbano.

Cá entre nós, temos uma avaliação muito melhor dos riscos, e decidimos juntos se vamos ou não a um local. Circular por Beirute no momento é muito complicado. A cidade é um engarrafamento gigante, já em tempos normais. Agora, há mais pessoas que fogem dos seus bairros após cada bombardeamento, e as ruas estão entupidas com os veículos de numerosos refugiados do sul do país, que foram para a capital para fugir das operações do exército israelita. Encontramos um taxista eficiente com quem trabalhávamos diariamente.

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