POLÍTICA
Carla Zambelli está a 2 votos de ser cassada e con…

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Felipe Barbosa
O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino votou neste domingo, 23, para condenar a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) a cinco anos e três meses de prisão, além da perda de mandato parlamentar, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Dino acompanhou o relator do caso, o ministro Gilmar Mendes, no julgamento que começou na sexta-feira 21 e que ocorre no plenário virtual, juntando-se aos colegas Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Desta forma, Zambelli está a dois votos de ser condenada. O prazo final para os sete demais magistrados votarem acaba na sexta-feira que vem.
Entenda o caso
Em outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições presidenciais, a deputada Carla Zambelli sacou uma arma e ameaçou um homem apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em plena luz do dia nas ruas dos Jardins, área nobre de São Paulo.
Relator do caso no Supremo, Mendes considerou que o contexto em que Zambelli persegue, em via pública, com uma arma de fogo, um indivíduo desarmado de corrente partidária adversa, na véspera das eleições, após troca de insultos recíprocos, revela um elevado grau de reprovabilidade.
O voto dele foi acompanhado pouco depois por Cármen Lúcia, Moraes e agora Dino.
Advogado da deputada, Daniel Bialski, afirmou a VEJA que o voto do relator é “equivocado” e que a defesa foi cerceada.
Confira a nota na íntegra:
“Infelizmente, apesar da defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ter reivindicado seu legítimo direito de efetivar defesa oral, o pleito sequer foi analisado pelo ilustre relator do processo no STF. Essa seria a melhor oportunidade de evidenciar que as premissas colocadas no voto proferido estão equivocadas.
Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado — cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste.
Mas, apesar desse cerceamento da defesa, foram ainda enviados e despachados memoriais com os ministros para motivá-los a ter vistas e examinar minuciosamente os autos”.
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POLÍTICA
A estratégia de Paulo Gonet contra Bolsonaro no dia 1 do julgamento

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25 de março de 2025 Matheus Leitão
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou pela clareza e explicação dos eventos em ordem cronológica como estratégia para enfrentar as narrativas dos advogados que iniciaram as defesas após sua sustentação oral, mas antes da análise dos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal sobre a denúncia da trama golpista.
“A denúncia retrata acontecimentos protagonizados pelo agora ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que formou, com outros civis e militares, organização criminosa, que tinha como objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022. […] Os delitos descritos na denúncia não são de ocorrência instantânea. Eles compõem uma cadeia de acontecimentos, articulados para que, por meio da força ou da sua ameaça, o presidente da República Jair Bolsonaro não deixasse o poder, ou a ele retornasse, contrariando o resultado das eleições”, afirmou no início de suas declarações.
Depois de apresentar o início do resumo da trama golpista, Gonet mostrou como começou a tentativa de golpe contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. “A denúncia recorda que, a partir de 2021, o Presidente da República proferiu discursos em que adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional. Mostrava-se descontente com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor. A escalada ganhou impulso mais notável quando Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se elegível e o cenário das pesquisas eleitorais se mostrou a ele inclinado”, diz Gonet.
Após isso, relatou que o presidente iniciou ataques às urnas eletrônicas e aos outros poderes com o intuito de desestabilizar os poderes constituídos.
“Durante festejos cívicos de 7 de setembro de 2021, em São Paulo, o Presidente, com palavras viperinas, deu a conhecer o seu propósito de não mais se submeter às deliberações provenientes da Suprema Corte. Replicou a tática que inspirara entrevista dada por ele no dia 3 de agosto e outra live, no dia seguinte”, afirmou, antes de dizer que, com a proximidade das eleições, o foco principal da organização criminosa foi o de lançar descrédito ao sistema eleitoral.
A sustentação oral com o resumo da denúncia continua até o dia 8 de Janeiro de 2023, quando a tentativa de golpe levou à destruição das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas.
“Os casos de invasão, destruição e brutalidades ocorridos em 8 de janeiro de 2023 têm sido analisados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal em diversos processos penais. O Supremo Tribunal neles discerniu a ocorrência de crimes contra a ordem democrática, afirmando reiteradas vezes a tentativa de golpe. O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada, especialmente pelos denunciados que estavam, a esta altura, na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manter no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, por fim, tentado, posto em curso, não prosperasse”, afirmou.
A tese também foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso: como parte do comando militar brasileiro não aderiu ao golpe, a ideia foi tentar usar os apoiadores golpistas acampados na frente dos quartéis para tentar abolir o estado democrático de direito.
Nas últimas semanas, Paulo Gonet se dedicou a preparar o resumo para esta terça-feira, 25, diminuindo sua agenda de aparições públicas e de reuniões internas com integrantes do Ministério Publico Federal ou não. O foco total era a montagem dessa estratégia.
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Matheus Leitão
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“O candidato em São Paulo é o Tarcísio de Freitas, e o meu candidato será o dele. Caso ele decida disputar a Presidência e avalie que o meu nome é o mais adequado, eu aceito a missão” (Gilberto Kassab, presidente do PSD, um dia antes do início do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal, que analisará denúncia contra Jair Bolsonaro. A declaração mostra que a direita começou a se organizar oficialmente para o pós-Bolsonaro)
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POLÍTICA
Senador aliado diz que só ‘milagre’ livra Bolsonar…

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25 de março de 2025
Nicholas Shores
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Aliado de Jair Bolsonaro, o senador Marcos Rogério (PL-RO) afirmou que o julgamento iniciado nesta terça-feira pelo STF para decidir se recebe a denúncia contra o ex-presidente, o general Walter Braga Netto e outras seis pessoas acusadas pela PGR de tentar dar um golpe de Estado (assista abaixo) é um “jogo de cartas marcadas”.
“Espero que haja o milagre da consciência jurídica”, disse o parlamentar ao chegar pela manhã à Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), da qual é presidente. “Ele já foi pré-julgado. Alguém espera alguma surpresa? A surpresa seria o inverso (a rejeição da denúncia).”
Se a denúncia da PGR for aceita, Bolsonaro será o primeiro ex-presidente da República a se tornar réu por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
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