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Cemaden quer ampliar em 70% locais monitorados contra desastres
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Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil
Os radares e satélites espalhados pelo país detectam uma formação de nuvens pesadas se aproximando do litoral. Um sinal de alerta se acende na sala de situação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), onde os dados meteorológicos aparecem quase em tempo real em uma imensa tela, do tamanho daquelas encontradas nos cinemas. Um grupo de profissionais especializados em quatro diferentes áreas (meteorologia, deslizamentos de terra, inundações e reação a desastres) analisa as informações, na sede do órgão, em São José dos Campos (SP).
Ainda não é possível prever, com muita precisão, se haverá um desastre em algum lugar, mas a situação meteorológica requer atenção, então o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) é notificado, para que comece a informar as defesas civis locais sobre a possibilidade de um evento climático adverso.
Mas o trabalho não para por aí. Uma rede de pluviômetros, espalhada por 1.130 municípios brasileiros, começa a receber informações sobre a quantidade de chuva que está caindo no trajeto das nuvens que os radares, e também os satélites, já vinham monitorando há algum tempo.
Os instrumentos são automatizados e conectados ao sistema do Cemaden. As informações sobre a dimensão da precipitação, medidas em milímetros, ou seja, a quantidade de litros de chuva que cai em uma área de 1 metro quadrado.
Os dados são atualizados a cada dez minutos. Se a precipitação for muito forte e ameaçar determinada localidade, seja por risco de deslizamento de terra ou de inundações, a informação é destacada na tela da sala de situação e acende um novo alerta para a equipe de profissionais.
Há ali pelo menos quatro profissionais 24 horas por dia (alguns em trabalho remoto e outros de forma presencial), um para cada área de especialização. Com base nos dados meteorológicos e nos mapas de risco fornecidos por outros órgãos como o Serviço Geológico do Brasil, a equipe precisa tomar uma decisão rápida e preparar a emissão de um alerta às localidades atingidas pelo evento meteorológico.
Cada segundo conta, na tentativa de evitar desastres, uma vez que as defesas civis precisam saber dos riscos, para orientar sua população, evacuar áreas de risco e preparar abrigos para essas pessoas. Em menos de 20 minutos, os alertas precisam ser disparados.
“Não é um alerta de chuva forte. É um alerta de deslizamento de terra ou de inundação. E ainda podemos informar que tipo de inundação, se é uma rua alagada, se é enxurrada, se é um rio que vai transbordar. O alerta é o mais preciso possível”, afirma o coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi.
Atualmente 1.133 municípios são monitorados pelo centro com a ajuda de pluviômetros. O limite de chuvas necessário para acionar o alerta varia em cada ponto de medição, pois depende de questões como os rios que cortam a cidade, o perfil das encostas, a ocupação dessas áreas e o tipo de solo, por exemplo.
São José dos Campos – Sala de Situação do Cemaden, no Parque de Inovação Tecnológica . Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
“Outro dado muito útil é saber onde estão ocorrendo descargas elétricas. Sua grande vantagem é que ele é em tempo absolutamente real. É muito útil para aquelas tempestades de fim de tarde, que provocam alagamentos, que arrastam carros. Eu posso acompanhar seu deslocamento. Sei onde elas estão e para onde estão se deslocando. Se uma tempestade [com raios] está em Guarulhos, por exemplo, sei que em meia hora estará em São Paulo”, diz Seluchi.
Ao mesmo tempo em que monitora os eventos meteorológicos, o Cemaden aprende com os dados e as ocorrências registradas. A ideia é melhorar, cada vez mais, os modelos de previsão de desastres.
O Cemaden também estuda novos equipamentos como os sensores de umidade no solo, que permite aos pesquisadores aprenderem, por exemplo, quanto tempo demora para determinado solo secar após períodos de chuva. Solos saturados com água são mais suscetíveis a deslizamentos que aqueles secos.
Há cerca uma centena de locais sendo monitorados com esses sensores atualmente. “Essas estações geotécnicas são sensores colocados embaixo do solo e vão medindo a umidade do solo em diferentes profundidades até 3 metros de profundidade. Quando a umidade do solo passa de um determinado valor, ela deixa de se comportar como uma massa sólida e passa a se comportar quase como uma massa líquida”.
O desafio não é apenas melhorar seus métodos e equipamentos, como também ampliar a área monitorada. Desde o ano passado, o governo federal tem destacado que é importante aumentar o total de municípios observados pelo Cemaden. As enchentes do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre, deixaram essa necessidade ainda mais evidente.
O projeto do governo é que o total de municípios chegue a 1.972 até o fim de 2026, de acordo com Seluchi. “Para ser monitorado, o município obviamente tem que ter um histórico de desastres com impactos; precisa ter as áreas de risco mapeadas, porque nossos alertas focam as áreas de risco; e precisa ter equipamento instalado para conseguir acompanhar a chuva”.
Segundo ele, para ampliar a rede de monitoramento, são necessários levantamentos das áreas de risco, dinheiro para adquirir equipamentos e orçamento para ampliar a força de trabalho do centro. “A gente não cuida de quase 2 mil municípios com o mesmo número de pessoas [com que cuida de 1.133]. Isso degrada um pouco a qualidade do monitoramento. Vamos ganhar algumas pessoas agora, com um concurso, mas ainda está aquém”.
Seluchi acredita que o número de municípios que necessitarão de monitoramento deve aumentar ainda mais nos próximos anos, devido às mudanças climáticas. “Os eventos extremos estão se tornando mais frequentes e mais abrangentes espacialmente. Regiões que antigamente não tinham histórico de grandes eventos estão passando a ter. Um exemplo muito claro é boa parte do Rio Grande do Sul”.
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Vai investir, não vai investir? A Indonésia aguarda a confirmação da Apple de um novo investimento de mil milhões de dólares (960 milhões de euros), fruto de um embate que começou em outubro com a proibição da venda do iPhone 16, o seu mais recente smartphone, neste país de 277 milhões de habitantes. habitantes.
A Apple recebe ordens de Jacarta para aumentar, para seus smartphones vendidos na Indonésia, o “proporção de componentes fabricados internamente”uma política conhecida como TKDN (“Certificado de Nível de Conteúdo Nacional”) que rege o acesso ao mercado indonésio para muitas categorias de produtos, desde equipamentos médicos a painéis solares e veículos elétricos. Para smartphones 4G e 5G, o TKDN é de 35%. Um fabricante pode, no entanto, adiar esta medida se lhe for atribuída uma classificação suficientemente elevada graças a investimentos alternativos em formação, investigação e desenvolvimento e software.
Foi isto que a Apple escolheu: a empresa de Cupertino (Califórnia) criou três Apple Developer Academy para formar codificadores e designers, mas não atingiu o limite prometido em 2023 de 1.600 mil milhões de rúpias (95 milhões de euros) de investimentos. O governo indonésio ameaçou assim suspender a licença do seu modelo 2024, o iPhone 16. A Apple propôs então uma prorrogação de 10 milhões de dólares, perante uma nova recusa, de 100 milhões de dólares, sob a forma de uma quarta academia, em Bali, e uma fábrica de almofadas para fones de ouvido. Novo fim da inadmissibilidade: a proposta da Apple, protestou Jacarta, desvia-se do “princípios de equidade” em termos de criação de emprego e conteúdo local em comparação com os seus concorrentes.
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Norte-coreanos em ação em Kursk, diz Kyiv – DW – 14/12/2024
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14 de dezembro de 202414/12/202414 de dezembro de 2024
Drones ucranianos atingem terminal petrolífero na região russa de Oryol
Drones ucranianos realizaram um ataque noturno a uma instalação petrolífera na região ocidental de Oryol, na Rússia. A instalação é uma importante fonte de combustível para as tropas russas, disseram os militares ucranianos.
Os drones atingiram o terminal petrolífero Stalnoy Kon, que fica a cerca de 170 quilómetros (107 milhas) da fronteira com a Ucrânia, disse um comunicado militar.
Anteriormente, o governador regional russo, Andrei Klychko, disse no aplicativo de mensagens Telegram que drones ucranianos atingiram uma instalação de infraestrutura de combustível, causando um incêndio, mas sem vítimas.
A região de Oryol faz fronteira com a Rússia Região de Kurskonde as tropas ucranianas assumiram o controle de alguns assentamentos após cruzarem o território russo em agosto.
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14/12/202414 de dezembro de 2024
Zelenskyy diz que a Rússia está usando tropas norte-coreanas em Kursk
Moscovo começou a envolver um “número notável” de Norte-coreano tropas em seus esforços para expulsar as forças ucranianas da região russa de Kursk, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, em seu discurso regular à nação.
“Hoje já existem dados preliminares de que os russos começaram a usar soldados da Coreia do Norte nos ataques – um número notável”, disse Zelenskyy.
“Os russos os incluem em unidades consolidadas e os utilizam em operações na região de Kursk. Por enquanto, só existe lá”, acrescentou o presidente ucraniano.
As tropas ucranianas iniciaram a sua incursão na região de Kursk em agosto e ainda controlam alguns assentamentos ali. A medida faz parte da tentativa de Kiev de aliviar a pressão sobre as suas forças no leste da Ucrânia, onde a Rússia tem feito incursões constantes.
Autoridades ucranianas e sul-coreanas disseram anteriormente quemais de 10.000 soldados norte-coreanos estão na Rússia.
Forças ucranianas lutam para manter o controle das terras russas
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dh/jcg (AP, AFP, dpa, Reuters)
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Ataques israelenses em Gaza matam 18 pessoas, diz Hamas – 14/12/2024 – Mundo
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14 de dezembro de 2024Pelo menos 18 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses em Gaza neste sábado (14), segundo médicos da Palestina, cujo Ministério da Saúde é controlado pelo Hamas.
O exército de Israel disse que os alvos eram homens armados que operavam em abrigos e depósitos de ajuda.
Em uma das ações, dez pessoas foram mortas em um ataque aéreo perto do prédio da prefeitura em Deir Al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, onde pessoas se reuniram para receber ajuda, conforme os médicos.
As vítimas estavam sendo levadas a pé, em carroças e carros particulares do local do ataque para o hospital, segundo os profissionais de saúde. O ataque matou o chefe do comitê administrativo dirigido pelo Hamas na Faixa de Gaza central, disse uma fonte do Hamas à agência de notícias Reuters.
O exército de Israel investiga o caso. Anteriormente, aeronaves israelenses atingiram militantes e depósitos de armas perto de um espaço de ajuda, depois que homens armados dispararam foguetes contra Israel a partir dali, segundo militares de Israel.
Um outro ataque separado na Cidade de Gaza aconteceu em um abrigo de pessoas deslocadas e teve como alvo combatentes do Hamas, de acordo com Israel. Pelo menos sete pessoas foram mortas nesse ataque, disseram os médicos palestinos, incluindo uma mulher e um bebê que era filho dela.
Não há confirmação se havia combatentes entre as outras pessoas mortas. O exército de Israel disse que tomou precauções para reduzir o risco de danos a civis.
Um ataque separado na Cidade de Gaza matou um jornalista local, segundo médicos.
A guerra em Gaza começou quando o grupo terrorista Hamas invadiu Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 250 reféns de volta para Gaza, segundo Israel.
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Israel então lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre que matou pelo menos 44.000 pessoas, na maioria civis, conforme autoridades da Faixa de Gaza dirigida pelo Hamas. A ação israelense forçou quase toda a população a se deslocar e deixou grande parte do enclave em ruínas.
Uma nova tentativa de Egito, Catar e Estados Unidos de alcançar um cessar-fogo ganhou força nas últimas semanas.
O governo do Egito anunciou que o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi discutiu no sábado com autoridades americanas os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza.
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