Ricardo Chapola
A Controladoria-Geral da União (CGU) rejeitou um recurso movido por Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, para tentar reverter uma decisão que resultou em sua demissão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde era professor desde 2014.
O ex-ministro foi alvo de uma investigação interna da instituição, acusado de não cumprir a carga horária de trabalho e também de não justificar as ausências.
A negativa da CGU foi divulgada na edição do dia 19 de fevereiro do Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo presidente Lula. A Controladoria determinou a demissão de Weintraub no início do mês. De acordo com a investigação, o ex-ministro deixou de comparecer nada menos do que 218 vezes ao trabalho entre outubro de 2022 e setembro de 2023.
“Considerando as medidas adotadas para a instauração e instrução do referido procedimento, o processo foi encaminhado em 2023 à Controladoria Geral da União (CGU) – âmbito no qual também houve um procedimento administrativo e, posteriormente, foi aplicada a penalidade de demissão”, diz um trecho da decisão publicada. O ex-ministro estava com os salários suspensos desde o início das apurações.
Assim como Weintraub, a mulher dele, que também era docente da universidade, foi também foi demitida.. Daniela Weintraub era lotada no Departamento de Ciências Atuariais e foi alvo de investigação interna por conta de faltas injustificadas e abandono do cargo. Enquanto o caso era investigado, ela também ficou sem receber salário. O casal tinha uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Reclamação em Cortes internacionais
Procurado, o ex-ministro de Bolsonaro afirmou que, ao sair do ministério, pediu uma licença não remunerada. Ele também informou que está processando o governo brasileiro em Cortes internacionais. Weintraub foi ministro da Educação entre 2019 e 2020. Depois de deixar o cargo, mudou-se para Washington, nos EUA, ocasião em que recebeu um convite para assumir uma vaga de direção no Banco Mundial.