À medida que as nações do Sahel se aproximam da Rússia, o principal diplomata do Chade diz que o país tem “muito ciúme da sua soberania”.
O Chade disse que está a terminar o seu acordo de cooperação em defesa com a ex-potência colonial França, uma medida que exigirá que os soldados franceses deixem o país centro-africano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Abderaman Koulamallah, chamou a França de “um parceiro essencial”, mas disse que “deve agora também considerar que o Chade cresceu, amadureceu e é um Estado soberano que tem muito ciúme da sua soberania”.
O anúncio foi feito na quinta-feira, horas após a visita do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot.
O Chade cooperou estreitamente com as nações ocidentais forças militares no passado, mas aproximou-se da Rússia nos últimos anos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que a decisão de rescindir o acordo, que foi revisto em 2019, permitiria ao país redefinir as suas parcerias estratégicas.
A França tem actualmente cerca de 1.000 soldados, bem como aviões de guerra, estacionados no Chade, que é o último país do Sahel para hospedar tropas francesas.
A França foi forçada a retirar as suas tropas do Mali, Níger e Burquina Faso nos últimos dois anos após golpes militares.
Koulamallah não informou uma data para a retirada das tropas francesas.
Ele falava em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, após uma reunião entre Barrot e o presidente Mahamat Idriss Débyque tem procurado laços mais estreitos com a Rússia.
“O governo da República do Chade informa a opinião nacional e internacional da sua decisão de pôr fim ao acordo no domínio da defesa assinado com a república francesa”, disse Koulamallah num comunicado no Facebook.
Deby tomou posse como presidente em maio, após três anos como líder interino sob regime militar. O seu pai, Idriss Deby, governava o Chade desde um golpe de Estado no início da década de 1990.
O Chade, sem litoral, faz fronteira com a República Centro-Africana, o Sudão, a Líbia e o Níger, todos os quais acolhem forças paramilitares da Rússia. Grupo Wagner.
A declaração do Ministério das Relações Exteriores na quinta-feira disse que o Chade, um aliado ocidental fundamental na luta contra grupos armados na região, queria afirmar plenamente a sua soberania após 66 anos de independência.
“De acordo com os termos do acordo, o Chade respeitará as modalidades de rescisão, incluindo os prazos necessários, e colaborará com as autoridades francesas para garantir uma transição harmoniosa”, afirmou.
O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, disse numa entrevista à televisão estatal francesa na quinta-feira que era inapropriado que as tropas francesas mantivessem presença no seu país.
Ele não chegou a dizer se ou quando as tropas francesas seriam convidadas a partir. Cerca de 350 soldados franceses estão baseados no Senegal.