Eduardo Sodré
A Chevrolet não pretende fazer volume no Brasil com carros puramente elétricos, e o novo Equinox EV confirma essa estratégia. O SUV de porte médio chega ao mercado por R$ 419 mil, valor próximo ao pedido pelo BMW iX1 (R$ 437.950). Para ganhar espaço no segmento premium, a marca americana aposta em autonomia e itens tecnológicos.
Segundo a GM, seu utilitário esportivo é capaz de rodar 443 quilômetros no ciclo estabelecido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). É possível prever que, no uso urbano, o alcance real se aproxime dos 600 km —desde que o motorista não abuse dos 292 cv de potência oferecidos pela combinação de dois motores.
O desenho não tem nenhuma semelhança com o do Equinox a gasolina vendido até então no Brasil. Além de estar uma geração à frente, o elétrico traz elementos futuristas comuns a tantos carros elétricos.
A barra luminosa que atravessa a parte dianteira está lá, o que reforça a nova moda da iluminação em LEDs. Os faróis, diminutos, ocupam nichos no meio do para-choque. Quando estão apagados, desaparecem em meio a um friso preto.
O interior traz uma tela gigante para a central multimídia, com 17,7 polegadas. É possível baixar aplicativos e “conversar” com o carro por meio de ferramentas de inteligência artificial. Não é um bate-papo fluido, mas há respostas rápidas para comandos do veículo, como ajustes de temperatura.
No porta-malas, há capacidade para 440 litros de bagagens. É pouco para um automóvel de cinco lugares que tem 4,84 metros de comprimento –quase tão longo como o Trailblazer (4,89 m), SUV derivado da picape S10 e movido a diesel.
LEDs espalhados pela cabine permitem escolher diferentes combinações de cores, outra solução presente em grande parte dos carros eletrificados atuais. A montadora, contudo, afirma que buscou um design mais equilibrado, sem ser “demasiadamente minimalista ou exageradamente excêntrico”, segundo Alexandre Ameri, gerente de design da GM América do Sul.
O Equinox EV é parte de uma estratégia que foi revista pela empresa americana. Em janeiro de 2021, a fabricante anunciou que encerraria a produção de veículos a gasolina ou a diesel em 2035. O Brasil estava incluído neste plano.
Hoje, esse não é mais o objetivo da GM. Além de o crescimento das vendas de carros a bateria seguir um ritmo mais lento que o esperado, há o efeito China.
A montadora americana acreditou que desenvolver suas próprias soluções e pular a etapa de tecnologias híbridas seria o caminho do futuro. Entretanto, as marcas do país asiático tiveram impulso governamental para dominar a eletrificação em todas as suas possibilidades.
Mas foi o alto investimento em projetos independentes que permitiu à GM oferecer produtos como o Equinox EV. Assim como o Blazer EV (R$ 479 mil), o novo SUV tem padrão construtivo típico de carro premium, e passa a impressão de ser mais refinado que os utilitários chineses elétricos de menor preço que lideram vendas mundo afora.
No Brasil, esses veículos a bateria serão as opções mais caras e de menor volume do portfólio da GM nesta década. As opções oferecidas em grande escala serão equipadas com motorização híbrida flex, com estreias confirmada para 2025. O primeiro lançamento nessa categoria será a renovação do SUV compacto Tracker.