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Cláudio Castro e Flávio Bolsonaro articulam mudanç…

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Cláudio Castro e Flávio Bolsonaro articulam mudanç...

Nicholas Shores

Enquanto o STF avança no julgamento da chamada “ADPF das favelas”, o governador do Rio, Cláudio Castro, e o senador Flávio Bolsonaro (PL) estão articulando uma “minirreforma” do Código Penal, a ser apresentada pela Comissão de Segurança Pública para endurecer as punições a integrantes de facções criminosas.

Depois de se reunir com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Flávio Bolsonaro ficou encarregado de consolidar uma série de propostas antigas da Casa em um único projeto.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635 foi apresentada pelo PSB em novembro de 2019, quando, dois meses antes, a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, havia sido morta com um tiro nas costas durante uma operação policial no Complexo do Alemão.

Em fevereiro de 2022, o ministro Edson Fachin, do STF, fixou uma série de restrições às operações policiais, entre elas a excepcionalidade do uso de força letal, a obrigação de uso das câmeras corporais, o cumprimento de mandados de busca e apreensão apenas durante o dia e a proibição de que residências e imóveis particulares fossem usados pela polícia como base operacional.

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Castro e Bolsonaro afirmaram nesta terça que a “ADPF das favelas” levou “insegurança jurídica” à atuação da PM fluminense no combate a facções, fez com que líderes de organizações criminosas de outros estados se estabelecessem no Rio de Janeiro e desencadeou guerras entre grupos por domínio territorial.

De acordo com o senador do PL, o novo projeto terá como um dos pilares a criação do conceito de “habitualidade” para audiências de custódia, que substituiria o critério da reincidência.

A ideia da “habitualidade”, segundo Flávio Bolsonaro, é que uma pessoa que cumpre pena por um crime violento em liberdade provisória e, dentro de um período determinado – dois anos, por exemplo – , volte a cometer um crime desse tipo passe automaticamente ao regime fechado.

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Trata-se de um endurecimento em relação ao critério da reincidência, na qual incorre quem pratica um crime depois de ter transitado em julgado uma sentença que o condenou por crime anterior.

Flávio Bolsonaro também afirmou que incluirá no projeto um dispositivo para agravar a pena para pessoas condenadas por crimes violentos com o uso de fuzis.

Outra proposta é liberar os investimentos no combate ao crime organizado dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e do regime de recuperação fiscal (RRF).





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A nova tentativa de apagar o escândalo do mensalão

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A nova tentativa de apagar o escândalo do mensalão

Laryssa Borges

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Quase vinte anos depois de o Ministério Público ter detectado que agências de publicidade do empresário Marcos Valério eram responsáveis por operacionalizar o esquema de corrupção utilizado para abastecer o mensalão, o publicitário Cristiano Paz, antigo sócio de Valério, apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reescrever a história. Condenado a quase 24 anos de cadeia, Paz contratou uma perícia para tentar demonstrar que espinha dorsal do escândalo – o uso do Banco do Brasil e de empresas de propaganda e marketing para drenar dinheiro usado para subornar deputados no primeiro governo Lula – nunca existiu.

Na trama de corrupção envolvendo a atuação de mensaleiros e contratos de publicidade, o Supremo concluiu que o então diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, e os publicitários Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach atuaram no desvio de milhões de reais do BB. De acordo com o Ministério Público, o chamado núcleo publicitário do mensalão embolsou 2,9 milhões de reais em bônus de volume, uma gratificação paga pelos veículos de comunicação, enquanto 73,8 milhões de reais foram pagos pelo banco público à agência de publicidade DNA, de Valério, sem que houvesse comprovação de qualquer serviço prestado.

Cristiano Paz recorreu ao STF com a alegação de que o serviço teria sido, sim, efetuado e apresentou novos documentos sobre o caso. Na chamada revisão criminal – possível quando um condenado apresenta provas novas de um fato e reabre o caso judicialmente – ele tenta ser absolvido do crime de peculato.

De acordo com a perícia contratada pelo publicitário, ele teria como comprovar que pelo menos 66,5 milhões de reais foram gastos pela agência de publicidade para promover o fundo Visanet. Com isso, alega que, ao contrário do que decidiu o STF no julgamento do mensalão, o Banco do Brasil não teria sido lesado nem tido recursos desviados. Na época, o tribunal atestou que 80.000 notas fiscais frias foram usadas para justificar os serviços.

O também publicitário Ramon Hollerbach já havia batido às portas do Supremo tentando revisar o escândalo do mensalão. Não funcionou. O caso de Cristiano Paz será analisado pelo ministro André Mendonça.





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STF nega pedido de lobista para ter acesso a mensa…

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STF nega pedido de lobista para ter acesso a mensa...

Laryssa Borges

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves acesso às mensagens armazenadas no telefone celular do advogado Roberto Zampieri, base de uma investigação revelada por VEJA e aberta pela Polícia Federal para apurar um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Zanin é responsável pelo acervo de conversas que aponta que Andreson mercadejava sentenças em pelo menos quatro gabinetes no STJ e nos tribunais de justiça do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás.

Ele foi alvo de buscas no final de outubro em uma operação que mirava desembargadores sul-matogrossenses e teve o próprio celular confiscado. O aparelho é considerado peça-chave para se desvendar a amplitude do esquema e eventuais novos participantes do comércio clandestino de veredictos dos ministros do STJ Isabel Gallotti, Paulo Moura Ribeiro, Og Fernandes e Nancy Andrighi. VEJA teve acesso aos mais de 3.500 arquivos compilados no telefone de Zampieri, assassinado em Cuiabá no final de 2023. Eis algumas das frentes de atuação da dupla Andreson-Zampieri no STJ:

Minuta fantasma

Certa vez, um casal bateu às portas de um grande banco com um pedido de empréstimo de 4 milhões de reais e deu como garantia partes de uma propriedade no município de Barra do Garças. Inadimplente, passou a ser cobrado pela instituição financeira, que entrou na justiça para leiloar o bem. Durante a briga judicial, porém, a dupla acertou uma promessa de compra e venda da mesma fazenda a um posseiro da região. Defendido na causa por Roberto Zampieri, o pretenso novo comprador também passou a alegar ter direitos sobre o imóvel rural.

No STJ, Andreson Gonçalves acionou comparsas nos gabinetes de dois ministros para garantir ganho de causa a Zampieri. Um aliado do lobista produziu um rascunho de voto do então presidente do STJ, João Otávio de Noronha, e o ofertou a Andreson para os devidos achaques. Às 15h23 do dia 27 de julho de 2020, Zampieri recebeu o documento em um aplicativo de mensagens, seguido da cobrança de 50.000 reais para o “amigo” que providenciou a sentença. Identificado com códigos para atestar que se trata de uma versão autêntica, o papel oficialmente não consta do sistema interno da Corte nem tampouco tem registro no gabinete de Noronha.

Menos de dois meses depois da primeira operação, a quadrilha consegue uma decisão sobre o caso com os mesmos fundamentos no gabinete da ministra Isabel. Com a decisão publicada, a comemoração. “Aqui resolve, Zampi. Até a vírgula é igual Lkkkk”, escreveu o lobista.

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Vendendo o ministro

Embora a Polícia Federal investigue assessores lotados em quatro gabinetes, Andreson e Zampieri fazem referência a processos relatados por pelo menos outros 12 ministros do STJ – sendo um já aposentado e outro falecido recentemente. Na tarde de 23 de fevereiro de 2021, por exemplo, Andreson escreve ao advogado: “estou aqui com amigo do buzzi”. Na sequência, envia uma foto de um suposto assessor do ministro sentado à mesa com ele em um gabinete. Pouco mais de dois meses depois da alegada visita ao “amigo” do juiz, em 12 de maio veio o feedback de uma suposta decisão favorável. “Esse assunto aqui. Reverti tudo olha aí. Cara pagô preço justo”, relatou o lobista a Zampieri. Não era bem assim. Segundo o próprio Andreson admitiria depois, o ministro Marco Buzzi, integrante da turma de Direito Privado, havia proferido despachos em dois processos diferentes de interesse dele: em um, a decisão o favorecia, em outro, o prejudicava. A Polícia Federal não trabalha com evidências de que o magistrado sabia, estimulava ou se beneficiava do esquema.

O caminho do dinheiro

Nas conversas armazenadas no celular, há dados sobre o que pode ser o caminho do dinheiro usado para corromper assessores e lavar valores do esquema. Além de apelos para que os “amigos” de Andreson recebam pagamentos de pelo menos 50.000 por voto em favor dos interesses da quadrilha, existem diversos comprovantes bancários com transferência de valores de uma conta corrente de Zampieri no município de Ouro Verde (MT) para a empresa de transportes do lobista, a Florais Transportes, com sede em Cuiabá. São repasses de 50.000, 100.000 e 200.000 reais por transação.

Tentáculos no CNJ

A certa altura de 2020, com a Operação Faroeste a pleno vapor, o lobista Andreson informou Zampieri que um ofício sigiloso havia chegado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e requeria informações sobre um delator que entregou o esquema de venda de sentenças judiciais no Judiciário da Bahia. Em outra abordagem, um conselheiro do CNJ consultou o sistema interno do colegiado em busca de um processo contra um desembargador do Mato Grosso suspeito de comercializar decisões.

Em 2022, uma terceira ofensiva. Andreson Gonçalves informa que acionou um juiz auxiliar da Corregedoria para monitorar se havia uma investigação administrativa contra um parceiro. “Se chegar lá algo ele já pega e organiza para arquivar”, escreveu o lobista. “No CNJ ainda não entrô com nada. todos avisando já”, completou.



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O esforço do militar que fez plano de assassinato…

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O esforço do militar que fez plano de assassinato...

Marcela Mattos

O general Mario Fernandes, acusado pela Polícia Federal de elaborar um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, era uma figura frequente no Quartel-Geral do Exército em Brasília, local onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro armaram um acampamento em busca de pressionar a força a reagir ao resultado das eleições de 2022.

De acordo com a PF, as visitas do militar ao acampamento começaram em novembro de 2022, logo após a derrota de Bolsonaro para Lula. À época, ele ocupava o cargo de chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência. No local, o general dava suporte às demandas dos manifestantes – ele próprio relatou manter contatos com caminhoneiros e com representantes do agronegócio.

Mensagens encontradas pelos investigadores mostram que o assessor palaciano era acionado em busca de resolver dificuldades dos manifestantes. Um deles, Rodrigo Yassuo, pede ajuda para a liberação do ingresso de uma tenda, barrada pela Polícia do Exército. Ele também pediu orientações sobre uma manifestação. A esposa de Rodrigo acabou presa dias depois, após os ataques em 12 de dezembro à sede da Polícia Federal.

Conforme relatos colhidos por VEJA, o general da reserva de fato levava as demandas dos manifestantes adiante. Militares que atuavam no Comando Militar do Planalto, responsável pela área do QG, afirmam que Mario Fernandes era insistente nos contatos e tentava reverter diretamente nas conversas com seus colegas de farda os entraves do grupo. Eram dificuldades com a entrada de tendas e a liberação de caixas de som.

Ele relatava o temor de que os manifestantes acabassem desistindo da mobilização por causa da ausência de itens básicos. A saída do grupo, reforçava, levaria à diminuição da pressão para que Bolsonaro tomasse alguma medida para reverter o veredito das urnas.

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Segundo a PF, Mário Fernandes, “além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG do Exército em Brasília, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 8 de janeiro de 2023”.

O general foi indiciado na última quinta-feira, 21, pelos crimes de organização criminosa e tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático. Somadas, as penas vão até 28 anos de prisão.

 



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