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Códigos verdes ajudam a diminuir impacto ambiental de apps – 13/12/2024 – Mercado

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Códigos verdes ajudam a diminuir impacto ambiental de apps - 13/12/2024 - Mercado

Vitor Hugo Batista

Criadores de sites, programas e aplicativos para aparelhos móveis e televisores têm adotado técnicas mais “limpas” na hora de criar os sistemas que serão utilizados por milhares de usuários. São práticas conhecidas como software verde, um conceito antigo, mas que tem ganhado força agora, especialmente entre empresas estrangeiras.

O objetivo é reduzir o custo ambiental crescente que surge com o uso das tecnologias da informação e sistemas de inteligência artificial (IA). Consultar o saldo bancário ou pedir ajuda a uma IA, por exemplo, consomem água e energia, um impacto que já tem sido calculado. Pedir entre 10 e 50 respostas do Chat GPT equivale a “beber” uma garrafa de 500 ml de água, segundo Shaolei Ren, professor associado da UC Riverside —sem falar dos bilhões de quilos de lixo eletrônico produzidos todo ano no mundo.

No Brasil, o movimento ainda é incipiente, devido à falta de investimentos e políticas públicas de incentivo, afirmam especialistas.

As técnicas de software verde envolvem a forma como os programadores escrevem as instruções —ou códigos— para que o computador, o celular ou a televisão possam realizar uma tarefa. Esses aparelhos são como um chefe de cozinha, que sabe seguir receitas detalhadas se escritas de uma forma que ele entende.

Há várias receitas para chegar no mesmo resultado. Algumas são simples e outras mais complexas, e vão demandar um esforço diferente do cozinheiro. Na programação, códigos simples exigem menos processamento, enquanto códigos complexos exigem mais.

Essa diferença afeta os servidores e data centers onde ficam guardadas as informações.

Quando processam códigos complexos, essas máquinas consomem mais energia e aquecem mais, podendo alcançar temperaturas de até 300°C (graus Celsius), o que exige resfriamento constante. Para evitar um superaquecimento, utiliza-se ar-condicionado para jogar ar frio sobre as máquinas, o que consome grandes quantidades de água.

Já códigos mais simples, que reduzem o tempo de processamento por serem mais objetivos e rápidos e consomem menos energia, evitam o aquecimento excessivo das máquinas, reduzindo também a necessidade de resfriamento e o consumo de água.

“O uso das imagens, dos vídeos, das fontes, das cores, tudo isso vai impactar em quanta energia vai ser requerida dos servidores. Como desenvolvedores, somos responsáveis em desenhar softwares que vão exigir menos consumo”, afirma Facundo Armas, diretor do Estúdio de Negócios Sustentáveis da Globant, setor especializado em sustentabilidade e tecnologia.

A empresa é responsável por pensar em soluções de TI e aplicativos para diversas marcas globais, como KFC, MCDonald’s, grupo Royal Caribbean, Avianca, Nissan e FIFA, além de streamings populares de séries e filmes.

Dos quase 30 mil funcionários, 13 mil já foram treinados em técnicas de TI verde para minimizar o impacto ambiental, abrangendo cinco módulos que incluem codificação, infraestrutura e interface do usuário, diz Facundo.

“A energia é limitada no mundo. Então, como eu consigo fazer um código mais eficiente que consuma menos energia? Se você tem essa consciência, você começa a pensar em estratégias de hackear o sistema para fazer algo da forma mais simplificada possível”, diz Kefreen Batista, vice-presidente de tecnologias da Globant Brasil.

VEJA COMO ESCOLHAS DO PROGRAMADOR REDUZEM CONSUMO DE ENERGIA

Algumas escolhas simples de codificação e design dos aplicativos já ajudam a reduzir o impacto energético do uso e, consequentemente, o consumo de água.

É o caso de fundos escuros nos apps. Cada pixel claro consome mais energia para se iluminar. Os pixels que mostram tons escuros, especialmente os pretos, praticamente desligam, o que mantém um consumo energético mais sustentável.

Imagens e vídeos consomem muito espaço e também exigem mais processamento para serem exibidos. Uma solução de software verde é desenvolver apps que fazem a compressão dos arquivos em tamanhos reduzidos.

Além disso, o aplicativo pode exibir essas mídias em baixa resolução e aumentar a qualidade somente se o usuário escolher visualizar a imagem ampliada. Além de economizar energia, reduz o uso de dados.

Nos aplicativos de bancos, por exemplo, o botão de consulta de saldo, que exige um toque do usuário para ser ativado, evita consultas automáticas desnecessárias. É uma maneira de reduzir o impacto energético de algo que muitos usuários talvez nem queiram consultar toda vez que acessam o aplicativo, porque, apenas para exibir o saldo, o app precisa acessar dois computadores bancários de alto desempenho (mainframes).

No caso de sistemas que geram registros de atividade ou criam novas versões de arquivos, os dados podem se acumular e ocupar muito espaço de armazenamento, além de exigir mais processamento para organizar ou encontrar as informações relevantes. Um design de programação sustentável pode suprimir registros desnecessários e eliminar versões redundantes para contornar esse problema.

ADOÇÃO DE CÓDIGOS VERDES AINDA ENGATINHA NO BRASIL

Segundo Danielle Costa, professora e pesquisadora em tecnologia, banco de dados e ciência de dados na UFPA (Universidade Federal do Pará), pouquíssimas empresas adotam práticas de sustentabilidade no Brasil —atitude mais comum entre as multinacionais com sede no país, caso da Globant, de origem argentina.

Em suas pesquisas de mestrado e doutorado, Costa concluiu que grandes empresas brasileiras de tecnologia ainda estão longe de implementar indicadores de sustentabilidade, algo comum entre as estrangeiras. Para a pesquisadora, a demanda por práticas sustentáveis no país deve vir do mercado e dos investidores, como ocorreu no exterior.

“O ESG [sigla em inglês para ambiental, social e governança] só ganhou força quando grandes investidores passaram a exigir indicadores sustentáveis para investir. As mudanças só ocorrem quando o impacto financeiro é sentido”, afirma.

A pesquisa “Maturidade ESG nas empresas brasileiras 2024,” encomendada pela Beon ESG, Nexus e Aberje, revela que 51% das empresas de médio e grande porte no Brasil adotam práticas sustentáveis, um aumento de 14 pontos percentuais desde 2021.

A doutora em engenharia da computação e sistemas digitais pela USP (Universidade de São Paulo) e especialista em sustentabilidade e inovações tecnológicas, Márcia Machado, considera que a adoção dessas práticas não deve ser apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente.

“Não é apenas um detalhezinho, não é só o design. Estamos falando de um desenho de aplicativo, software e sistema voltados para a sustentabilidade. É algo bastante importante diante do contexto climático que estamos vivendo”, afirma.

Marco Konopacki, hackerativista e doutor em ciência política na área de inovações democráticas pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), avalia as técnicas de software verde como passos “louváveis” para conscientizar sobre o uso dos recursos finitos do planeta.

“Se aplicadas em larga escala, o impacto sobre os recursos é ainda mais relevante”, afirma.

Apesar dos códigos verdes ajudarem a mitigar o impacto ambiental, isoladamente, são insuficientes para enfrentar o problema, de acordo com Costa, da UFPA. Para ela, a responsabilidade deve ser compartilhada entre empresas e consumidores.

“Esse consumo digital excessivo é um fenômeno global. As pessoas precisam repensar os hábitos e se conscientizar do impacto que geram. No caso das empresas, se não houver política pública e fiscalização, as práticas sustentáveis não vão ser priorizadas, porque é muito confortável para elas se manterem do que jeito que estão”, diz.

Costa acredita que políticas públicas são necessárias para garantir mudanças reais, especialmente em regiões onde o mercado e os investidores não atuam com tanta força, como na Amazônia. “Esses investidores não chegam nesses lugares”, diz, referindo-se à ausência de fiscalização e incentivos nas áreas remotas.

Ela observa ainda que, no Brasil, muitas práticas de ESG ainda são “marketagem”, onde empresas divulgam ações sustentáveis mais para a imagem pública do que por compromisso ambiental, prática conhecida como “greenwashing”.

Konopacki defende ainda a implementação de incentivos tanto positivos, que recompensam práticas sustentáveis adotadas pelas empresas, e negativos, como multas e penalizações para as que não se adequam às práticas.





Leia Mais: Folha

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Atividade econômica cresce 0,1% em outubro

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Atividade econômica cresce 0,1% em outubro

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

Pelo quarto mês seguido, em outubro deste ano a atividade econômica brasileira teve crescimento, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central (BC), em Brasília. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 0,1% em outubro em relação a setembro, de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).

No mês, o IBC-Br atingiu 154,4 pontos. Na comparação com outubro de 2023, houve crescimento de 7,3% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais). No acumulado em 12 meses, o indicador também ficou positivo em 3,4%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 12,25% ao ano.

O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Inflação

A inflação oficial do país perdeu força na passagem de outubro para novembro e fechou o último mês em 0,39%. Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia sido de 0,56%. No acumulado de 12 meses, a inflação soma 4,87%, acima do teto da meta de 3%, que tem tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o BC aumentar o ritmo de alta dos juros, na reunião da última quarta-feira (11). O órgão informou que elevará a taxa Selic em um ponto percentual nas próximas duas reuniões, em janeiro e março, caso os cenários se confirmem.

Esse foi o terceiro aumento seguido da Selic. A taxa retornou ao nível de dezembro do ano passado, quando estava em 12,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.

Após passar um ano em 13,75% ao ano – entre agosto de 2022 e agosto de 2023 – a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto entre agosto do ano passado e maio deste ano.

Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto, e novembro, quando subiu 0,5 ponto.

 Produto Interno Bruto

Divulgado mensalmente, o IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.”

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Com resultado trimestral, superando as projeções, no terceiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9% na comparação com o segundo trimestre de 2024, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta acumulada no ano, de janeiro a setembro, é de 3,3%. Em 2023, o PIB do Brasil cresceu 3,2%.



Leia Mais: Agência Brasil



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De príncipe a pária: a queda interminável de André em desgraça | Príncipe André

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De príncipe a pária: a queda interminável de André em desgraça | Príncipe André

Guardian staff

EUFoi uma queda espetacular em desgraça – e que parece nunca ter fim. De príncipe partidário a pária real, as imagens do belo e jovem piloto retornando do combate nas Malvinas desapareceram verdadeiramente.

A retirada das funções militares e dos patrocínios reais de Andrew parecia marcar um ponto mais baixo para o segundo filho da rainha, após as revelações sobre seu relacionamento com o criminoso sexual infantil condenado, Jeffrey Epstein.

Mas os escândalos continuaram chegando.

Para aumentar a lista de embaraços, alguém que ele considerava um “confidente” foi barrado no Reino Unido – uma decisão mantida em recurso – devido a receios de que pudesse ser um espião chinês.

O empresário, disseram os juízes na quinta-feira, parecia ter garantido um “grau incomum de confiança de um membro sênior da família real que estava preparado para iniciar atividades comerciais com ele”.

Tom Tugendhat, o deputado conservador de Tonbridge que serviu no Gabinete como ministro de Estado da Segurança no governo anterior, admitiu na sexta-feira que o episódio foi “extremamente embaraçoso”.

“O Departamento de Trabalho da Frente Unida, que é um ramo do Partido Comunista, está buscando influência em todo o Reino Unido em tudo, nas áreas social, acadêmica, financeira, industrial e várias outras”, disse ele.

O duque de York, Virginia Giuffre e Ghislaine Maxwell. Giuffre acusou o príncipe em documentos legais de agredi-la. Ele negou as alegações. Fotografia: Departamento de Justiça dos EUA/PA

“Isso demonstra que temo que o Estado chinês seja extremamente claro quanto à sua ambição de garantir influência sobre países estrangeiros.”

O autor Andrew Lownie, que está escrevendo uma biografia do duque e da duquesa de York, disse ao Times que era hora de “divulgação completa” sobre as viagens do príncipe Andrew ao exterior – ele foi enviado comercial durante 10 anos.

O banimento sem precedentes do príncipe para os confins da firma real agora parece completo.

Foi uma queda vertiginosa para o filho favorito da ex-rainha. Era uma vez, ele era uma espécie de herói. Ele ingressou na Marinha Real como piloto de helicóptero em treinamento e serviu por 22 anos – seu momento de glória capturado pela câmera quando ele voltou das Malvinas com uma rosa entre os dentes.

Seu casamento com Sarah Ferguson na Abadia de Westminster em 1986 levou milhares de pessoas às ruas do centro de Londres.

O príncipe Andrew retorna da guerra das Malvinas em setembro de 1982, a bordo do HMS Invincible. Ele chegou com o resto da tripulação ao porto de Portsmouth, onde foi recebido pela rainha, o príncipe Philip e a princesa Anne. Fotografia: David Levenson/Getty Images

Mas as sementes da sua autodestruição foram plantadas nos anos 90 – e na sua amizade com Epstein, um banqueiro de investimento e financista. Eles se conheceram através de uma amiga em comum, Ghislaine Maxwell – filha do falecido magnata da mídia Robert Maxwell.

Em 2000, Epstein, Maxwell e Andrew foram vistos no clube Mar-a-Lago de Donald Trump, na Flórida. Mais tarde naquele ano, Epstein e Maxwell participaram de uma festa de aniversário conjunta no Castelo de Windsor organizada pela Rainha, e o príncipe organizou um fim de semana de filmagens para o aniversário de Maxwell.

Quinze anos depois, em abril de 2015, alegações de que ele fez sexo com Virginia Giuffre surgiu em documentos judiciais na Flórida . Ela alegou que foi forçada a fazer sexo com ele quando tinha 17 anos, idade inferior à idade de consentimento segundo a lei da Flórida.

O Palácio de Buckingham negou as acusações.

Mas as perguntas não iriam embora – e em 2019 foi anunciado que ele estava afastando-se das funções públicas “para o futuro próximo”.

A decisão veio depois de uma entrevista desastrosa à BBC TV na qual ele alegou que não poderia ter tido sexo com Giuffre porque ele estava em casa depois de um visita à Pizza Express em Wokinge que a descrição dela de ele ter dançado com ela antes não poderia ser verdadeira porque ele não conseguia suar.

Em 12 de janeiro de 2022, um juiz de Nova Iorque rejeitou as tentativas do príncipe para rejeitar um processo civil de abuso sexual movido contra ele por Giuffre e um dia depois a rainha efetivamente o demitiu como membro trabalhador da família real.

Na véspera do jubileu de platina da Rainha, em 10 de março de 2022, Andrew deveria prestar depoimento sob juramento como parte do caso de agressão sexual civil nos EUA movido contra ele por Giuffre, mas antes de prestar depoimento e em uma reviravolta notável, chegou a um acordo de princípio com Giuffre, no qual concordou em fazer uma “doação substancial” para uma instituição de caridade e aceitou que Giuffre “sofreu como vítima comprovada de abuso”.

Num documento apresentado ao tribunal de Nova Iorque, Andrew diz que se arrependeu da sua associação com Epstein.

Desde que deixou a vida pública, pensa-se que lhe foi dada uma subsídio anual de £ 1 milhão. No entanto, esse acordo chegou ao fim no início deste ano. Agora, é relatado que ele corre o risco de ser expulso de sua casa atual – a Loja Real.

O rei Carlos deseja que ele se mude para Frogmore Cottage – uma residência menor e mais modesta que já está dentro do círculo de segurança do rei. Também faz parte do portfólio de propriedades da família real desde o século XIX.

Se Andrew se recusar a se mudar, ele poderá ser forçado a financiar seus próprios custos de segurança, acomodação e estilo de vida.

Parece óbvio que Andrew tomou decisões terríveis ao longo dos anos, mas Tugendhat disse que o príncipe pode não ser inteiramente culpado por fazer amizade com alguém que poderia ter sido um espião. Seus conselheiros também podem ser os culpados.

“Não é imediatamente óbvio, pode ser alguém britânico que trabalha na China e está sob influência, por isso não é tão preto no branco como pode parecer à primeira vista – mas é certamente extremamente embaraçoso.”



Leia Mais: The Guardian



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Como Gukesh Dommaraju da Índia se tornou rei do xadrez em um país louco por críquete | Notícias explicativas

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Como Gukesh Dommaraju da Índia se tornou rei do xadrez em um país louco por críquete | Notícias explicativas

Prodígio do xadrez indiano Gukesh Dommaraju tornou-se o mais jovem campeão mundial de xadrez de todos os tempos, depois de derrotar o atual campeão Ding Liren, da China.

A vitória de Gukesh na quinta-feira aconteceu no último jogo dos 14 jogos Campeonato Mundial de Xadrez em Singapura. A Índia, louca pelo críquete, está exultante com a vitória do jovem de 18 anos.

Aqui está mais sobre Gukesh e como ele conquistou o título mundial:

Quem é Gukesh?

Gukesh vem de Chennai, capital do estado de Tamil Nadu, no sul da Índia. Ele frequentou a Escola Velammal Nexus de Chennai.

Ele começou a jogar xadrez aos sete anos de idade, disse Gukesh em uma entrevista publicada em 2019 pelo Festival Internacional de Xadrez de Gibraltar.

“O xadrez é tão complexo que adoro”, disse Gukesh no vídeo. “Quero me tornar um campeão mundial.”

Aos 12 anos, Gukesh tornou-se um grande mestre – o título mais alto que um jogador de xadrez pode alcançar – tornando-o o terceiro grande mestre mais jovem da história e o mais jovem da Índia.

Gukesh vê beleza e filosofia em peões, bispos e tabuleiros. Um vídeo do YouTube enviado pela publicação de notícias de xadrez ChessBase India mostra as prateleiras de seu quarto em sua casa em Chennai repletas de troféus e livros de xadrez, como Under the Surface, de Jan Markos, e Practical Chess Beauty, de Yochanan Afek.

Chennai passou a ser conhecida como a capital do xadrez da Índia. Dos 85 grandes mestres do xadrez na Índia, 31 são de Tamil Nadu. O estado abriga até um templo dedicado ao jogo

Ele é o mais jovem campeão mundial de xadrez?

Sim.

Antes de Gukesh, a lenda russa Garry Kasparov foi o mais jovem a se tornar campeão mundial aos 22 anos em 1985.

Como Gukesh venceu?

Gukesh qualificado para o campeonato em abril ao vencer o Torneio de Candidatos masculino da Federação Internacional de Xadrez (FIDE). Ele foi o candidato mais jovem a vencer o Torneio de Candidatos.

Ele competiu contra outros sete competidores no evento realizado em abril em Toronto, Canadá. O vencedor do torneio round-robin duplo desafia o atual campeão pelo título mundial.

Ding, 32 anos, sagrou-se campeão mundial em 2023. A partir de 25 de novembro, Gukesh e Ding se enfrentaram em 14 jogos intensos.

No xadrez, um jogador ganha um ponto por vitória e meio ponto por empate.

Ding assumiu a liderança ao vencer o primeiro jogo. O segundo turno terminou empatado.

Gukesh venceu o terceiro jogoempatando com Ding em 1,5 cada. Eles permaneceu empatado para vários jogos, desenhando cada um deles.

Na 11ª partida Gukesh jogando com as brancas assumiu a liderança depois que Ding cometeu um erro. Mas Ding se recuperou ao vencer o 12º jogonivelando o campo de jogo mais uma vez. O 13º jogo resultou em empate.

O momento da vitória

Gukesh jogou com as pretas na 14ª e última partida. No meio do jogo, o empate parecia iminente. Mas Ding cometeu o erro de mover a sua última peça poderosa, a sua torre, para fora de uma posição forte. O erro de Ding pegou Gukesh de surpresa, e ele olhou atentamente para o tabuleiro e calculou seus próximos movimentos.

Ding, à esquerda, e Gukesh competem no jogo 14 do Campeonato Mundial FIDE de 2024 em Cingapura, em 12 de dezembro de 2024 (Simon Lim/AFP)

Depois de perceber seu erro, Ding ficou visivelmente desapontado e renunciou três lances depois, concedendo o título de campeão mundial a Gukesh.

“Demorei um pouco para perceber que errei. … Acho que joguei meu melhor torneio do ano.

“Eu poderia estar melhor, mas considerando a sorte de ontem, é um resultado justo perder no final. Não me arrependo”, disse Ding em entrevista coletiva após o jogo, dizendo que continuaria a jogar xadrez.

O grande mestre de xadrez da China, Ding Liren, compete contra o grande mestre da Índia, Gukesh Dommaraju, durante o jogo 14 do Campeonato Mundial FIDE de 2024, em Cingapura, em 12 de dezembro de 2024.
(Simon Lim/AFP)

Quando Gukesh percebeu que havia vencido, começou a chorar. Falando aos repórteres após o jogo, Gukesh disse que inicialmente não percebeu o erro de Ding, mas quando percebeu: “Foi provavelmente o melhor momento da minha vida”.

O grande mestre da Índia, Gukesh Dommaraju (R), reage após vencer o grande mestre de xadrez da China, Ding Liren, no jogo 14 do Campeonato Mundial FIDE de 2024, em Cingapura, em 12 de dezembro de 2024.
Gukesh reage após vencer. (Simon Lim/AFP)

Gukesh disse que Ding “lutou como um verdadeiro campeão”.

Quem são os primeiros 17 campeões?

  1. Guilherme Steinitz: Nascido em Praga, Steinitz foi o primeiro campeão mundial oficial, conquistando o título em 1886 e mantendo-o durante oito anos em quatro campeonatos.
  2. Emanuel Lasker: Nascido na Prússia, onde hoje é a Polônia, Lasker conquistou o título em 1894 e conquistou-o em seis campeonatos.
  3. José Raúl Capablanca: Vindo de Cuba, Capablanca conquistou o título em 1921.
  4. Alexandre Alekhine: O russo que obteve a cidadania francesa wno título primeiro em 1927 e três vezes depois disso.
  5. Max Euwe: O matemático holandês wno título em 1935.
  6. Mikhail Botvinnik: O russo wno título cinco vezes, primeiro em 1948.
  7. Vasily Smyslov: O russo sagrou-se campeão mundial em 1957.
  8. Michael Tal: O letão sagrou-se campeão mundial em 1960.
  9. Tigran V Petrosian: O armênio rpermaneceu campeão mundial de 1963 a 1969.
  10. Boris Spassky: O russo sagrou-se campeão mundial em 1969.
  11. Bobby Fisher: O americano be sagrou-se campeão mundial em 1972.
  12. Anatoly Karpov: O russo hconquistou o título de 1975 a 1985, vencendo cinco vezes.
  13. Gary Kasparov: O russo hconquistou o título de 1985 a 2000, vencendo seis vezes.
  14. Vladímir Kramnik: O russo hconquistou o título de 2000 a 2007, vencendo três vezes.
  15. Viswanathan Anand: O primeiro grande mestre e campeão mundial da Índia conquistou o título em 2007 e manteve-o até 2013, vencendo quatro vezes.
  16. Magno Carlsen: O O grande mestre norueguês conquistou o título em 2013 e manteve-o até 2023.
  17. Ding: O O grande mestre chinês manteve o título de campeão mundial por 20 meses, depois de vencê-lo em abril de 2023.

Quais são as reações à vitória de Gukesh?

Primeiro-ministro indiano, Narendra Modi: Modi postou no X na quinta-feira: “Este é o resultado de seu talento incomparável, trabalho duro e determinação inabalável.

Líder da oposição indiana, Rahul Gandhi: Gandhi também postou no X: “Gukesh, você deixou toda a Índia orgulhosa!”

Ananda: O primeiro campeão mundial indiano, que orientou Gukesh e várias outras jovens estrelas indianas do xadrez. postado no X: “É um momento de orgulho para o xadrez, um momento de orgulho para a Índia… e para mim, um momento de orgulho muito pessoal.”

Do ex-campeão Kasparov ao CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai, Gukesh recebeu mensagens de parabéns no X de diversas figuras públicas.

O mundo do críquete também não ficou intocado.

A principal franquia de críquete de sua cidade natal, Chennai Super Kings, parabenizou o jovem campeão em uma postagem no X na quinta-feira:

Gukesh também recebeu elogios do ex-capitão indiano de críquete Sachin Tendulkar, que é amplamente considerado um dos maiores batedores da história do esporte. Ele escreveu em um post X que Gukesh está “agora guiando a próxima onda de prodígios do xadrez indiano”.

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