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Coligação de Pimentel obtém suspensão de pesquisa em Curitiba

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A coligação Curitiba Amor e Inovação, encabeçada pelo candidato Eduardo Pimentel (PSD), conseguiu suspender, na Justiça Eleitoral, a divulgação de uma pesquisa de intenção de votos na capital paranaense. Depois de ter impugnado várias pesquisas na véspera do primeiro turno, agora a candidatura de Pimentel conseguiu uma liminar suspendendo umlevantamento do instituto AtlasIntel, que seria divulgada nesta segunda-feira (14).

A pesquisa estava registrada no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número PR-03464/2024. Por causa da liminar, o registro já não aparece no site do TSE. A representação foi feita pelos advogados da campanha contra o que a coligação de Pimentel chamou de “divulgação de pesquisa eleitoral fraudulenta”.

Decisão que suspendeu pesquisa foi proferida sob sigilo

A decisão que concedeu a liminar suspendendo a divulgação da pesquisa em Curitiba foi concedida no plantão judicial do último sábado (12), e está sob sigilo no sistema do TSE. Um despacho mais recente, da tarde desta segunda-feira (14), assinado pela juíza eleitoral Cristine Lopes, determina a derrubada do sigilo. Até a publicação desta reportagem, o despacho ainda não havia sido cumprido.

Na liminar, à qual a Gazeta do Povo teve acesso, a defesa da coligação de Pimentel alega que a pesquisa da AtlasIntel não atenderia aos requisitos exigidos pela lei eleitoral pela falta de delimitação da área de alcance do levantamento. “Curitiba se encontra em um processo de conurbação, formando uma mancha contínua com os municípios vizinhos, da Região Metropolitana de Curitiba, o que comprometeria a segurança da pesquisa, ante a ausência mínima de bairros e de georreferenciamento”, apontou a defesa.

Outro ponto atacado pela campanha de Pimentel foi a metodologia da pesquisa, que de acordo com os advogados da coligação Curitiba Amor e Inovação estaria em desacordo com o que foi registrado pelo instituto junto à Justiça Eleitoral. Para a defesa do candidato, a pesquisa não seria aleatória nem orgânica, uma vez que o instituto “contratou impulsionamento na Meta para a divulgação dos resultados”.

Por fim, apontam os advogados, a pesquisa estaria sendo direcionada para um bairro específico da capital paranaense, além de excluir os jovens entre 16 e 18 anos. “A pesquisa fica disponível na biblioteca de anúncios pela internet, o que demonstra que em qualquer lugar, e de qualquer modo, se pode acessar a pesquisa, demonstrando que a mesma viola os princípios de uma boa pesquisa, que diz entrevistar 1.200 pessoas, mas distribuiu mais de 28.000 formulários”, alegou a defesa de Pimentel.

Para juíza, pesquisa foi direcionada para um bairro em específico

A juíza eleitoral Cristine Lopes desconsiderou o primeiro pedido, mas atendeu os seguintes. Para a magistrada, “há que se salientar a inconsistência da metodologia, já que a coleta do questionário foi realizada por impulsionamento, inexistindo, assim, aleatoriedade”.

De acordo com a juíza, “a própria Meta indica que de 30 mil a 35 mil pessoas poderiam ser estimuladas a responder tal pesquisa, evidenciando a necessidade da suspensão da pesquisa, que diz ter entrevistado 1.200 pessoas”. Ainda segundo a magistrada, “a pesquisa também vem sendo direcionada para um bairro em específico, qual seja, o Água Verde, causando desequilíbrio na pesquisa, e prejudicando sua credibilidade”.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a campanha de Eduardo Pimentel questionando os motivos que levaram ao pedido de impugnação da pesquisa, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para as manifestações dos candidatos.

Em nota encaminhada à reportagem, a campanha da candidata Cristina Graeml (PMB), que disputa o segundo turno com Pimentel, classificou como “curioso, ou talvez nem tanto, que a campanha do Eduardo impugna somente a pesquisa Atlas, mas não impugna as pesquisas registras pelas empresas Veritas, IRG e Radar. Isso demonstra que a campanha do Eduardo está com medo de mostrar para a população somente o resultado de algumas pesquisas e específicas”.

AtlasIntel explica detalhes de sua metodologia de pesquisa

Em seu perfil no Instagram, o AtlasIntel mantém postagens nas quais explica a metodologia aplicada em suas pesquisas. Diferente de outras empresas, o instituto usa um formato único de recrutamento de participantes por meio de anúncios na internet. “O Atlas Random Digital Recruitment (Atlas RDR) é uma metodologia proprietária que conta com procedimentos estatísticos complexos para calibrar amostras robustas e representativas da população-alvo”, informa.

Com o método, garante o AtlasIntel, é possível “eliminar os vieses de interação humana ao comparar com pesquisas presenciais ou telefônicas”. A empresa ainda reforça que seu sistema de segurança garante o anonimato e impede tentativas de fraudes por parte dos respondentes.

“Não é possível responder a uma pesquisa mais de uma vez. Mesmo que o anúncio da pesquisa apareça repetidas vezes para uma pessoa, nosso sistema detecta e impede múltiplas respostas”, informa o instituto.

Sob a alegação de que por estarem disponíveis na internet as pesquisas podem ser respondidas por pessoas de qualquer lugar do mundo, o AtlasIntel afirma que a exibição de anúncios para pessoas de fora das áreas de cobertura é algo raro.

“No entanto, nosso sistema de segurança verifica a geolocalização do respondente, garantindo que respostas submetidas fora da área de interesse não sejam contabilizadas”, completa a empresa.

AtlasIntel classificou suspensão de pesquisa em Curitiba como “tentativa de censura”

Na véspera do primeiro turno, quando teve uma pesquisa impugnada, o Instituto AtlasIntel publicou uma nota oficial em rede social, na qual classificou a suspensão das divulgações como uma “tentativa de censura pela campanha do candidato Eduardo Pimentel”.

“Depois do plenário do TRE-PR ter indeferido a impugnação da nossa pesquisa, um juiz atropela todos os prazos de defesa, não envia as devidas notificações, habilita advogados sem qualquer relação com a causa e aplica multas abusivas para forçar a suspensão da divulgação da pesquisa Atlas. Entendemos que todos os institutos de pesquisa estão nesta mesma situação. Denunciamos o comportamento antidemocrático, a abuso de poder e o desrespeito aos eleitores e a nossa instituição”, dizia então a manifestação do instituto de pesquisa eleitoral.



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‘Brisa’ de Ricardo Nunes causa mais estrago que o furacão Milton – 17/10/2024 – Flavia Boggio

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'Brisa' de Ricardo Nunes causa mais estrago que o furacão Milton - 17/10/2024 - Flavia Boggio

Moradores de São Paulo ficaram pelo menos quatro dias sem energia elétrica após o temporal que atingiu o município na última sexta-feira.

Mais de 1,5 milhão de imóveis ficaram sem eletricidade e pelo menos 100 mil continuavam sem luz até o fechamento desta coluna (terminada em cima da hora, porque a colunista estava ocupada congelando os alimentos que sobreviveram no gelo seco).

Os ventos de São Paulo deixaram mais residências sem luz do que o furacão Milton, que passou pelo estado da Flórida, nos EUA, na última semana. Especialistas ficaram impressionados como uma “brisa” do prefeito Ricardo Nunes foi capaz de causar mais estragos do que um enorme ciclone.

Os prejuízos já são inestimáveis, com moradores no escuro, negócios fechados e perda de toneladas de alimentos perecíveis.

Depois de ficar 30 horas em campanhas políticas em todas as estações de rádio e TV e em todos os canteiros centrais da cidade, o prefeito fez como a energia de São Paulo e desapareceu.

Muitos moradores só descobriram quem era Ricardo Nunes após procurarem quem deveriam xingar pela calamidade. Alguns ficaram decepcionados com o descaso com a rede elétrica, ainda mais vindo de um prefeito que é um poste.

Na segunda-feira, ele reapareceu para negar qualquer falta de resposta da gestão municipal. Primeiro culpou o vento, depois culpou as árvores, depois culpou a Enel que não fez a poda das árvores, como a brincadeira “batata quente”, sendo que é o paulistano que sempre queima a mão no final.

Nunes também afirmou que era impossível prever ventos tão fortes. Realmente, quem iria imaginar que uma crise climática que já causou inúmeras tragédias pelo país iria causar uma tragédia, ainda mais em uma cidade com histórico de tempestades, não é mesmo?

Segundo a prefeitura, não existe falha na poda das árvores. Poderiam perguntar para as mais de 100 árvores que caíram pela cidade com a ventania.

Já a Enel garantiu que a energia voltaria no início da semana. Na quarta, garantiu que não garante nada. Marqueteiros já planejam mudar o nome da concessionária para “EnemEu”, porque não se responsabilizar é o grande forte dos responsáveis pela eletricidade de São Paulo.


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Você pode ter direitos sem responsabilidades? | Fiona Katauskas

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Você pode ter direitos sem responsabilidades? | Fiona Katauskas

Fiona Katauskas

Depende se você segue a narrativa de Netanyahu



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Três decisões de tribunais estaduais facilitam as restrições de voto antes das eleições nos EUA | Notícias das Eleições dos EUA 2024

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Três decisões de tribunais estaduais facilitam as restrições de voto antes das eleições nos EUA | Notícias das Eleições dos EUA 2024

Decisões judiciais em três estados distintos – Nebraska, Alabama e Geórgia – reverteram ou suspenderam medidas controversas que teriam limitado a capacidade de voto no próximas eleições nos Estados Unidos.

O trio de decisões ocorre no momento em que as eleições gerais de 5 de novembro se aproximam, em questão de semanas. Uma série de escritórios locais, estaduais e nacionais estarão em votação em todo o país, incluindo a corrida à presidência.

As decisões também sublinham as inúmeras batalhas pelo acesso ao voto nos EUA.

No Alabama, um juiz tomou medidas contra um aparente esforço para eliminar os cadernos eleitorais. No Nebraska, outro juiz manteve o direito de voto para aqueles que cumpriram as suas penas criminais. E na Geórgia, um tribunal declarou inconstitucionais novas regras que teriam permitido que os resultados eleitorais fossem mais facilmente contestados.

Alguns dos esforços frustrados na quarta-feira são resultado de persistente desinformação eleitoral.

O antigo presidente Donald Trump, o actual candidato republicano à presidência, há muito que afirma – falsamente – que as eleições nos EUA são marcado por fraudesemeando dúvidas sobre a precisão dos resultados.

Trump usou este argumento para questionar a sua derrota para o democrata Joe Biden durante a corrida presidencial de 2020. Algumas autoridades republicanas responderam buscando medidas restritivas que consideram necessárias para proteger contra a má conduta eleitoral.

Na quarta-feira, porém, os grupos de direitos de voto saudaram a série de decisões judiciais como vitórias para os direitos constitucionais dos americanos.

“Em uma vitória para os eleitores do Alabama, um tribunal federal BLOQUEOU o programa ilegal de expurgo eleitoral do Alabama visando cidadãos naturalizados”, escreveu o Campaign Legal Center na plataforma de mídia social X.

O grupo estava entre os que desafiaram o expurgo dos cadernos eleitorais no estado do sul.

“Esta é uma grande vitória para nossos clientes”, escreveu.

Alabama

No estado do Alabama, no sul do país, de tendência direitista, a juíza distrital dos EUA, Anna Manasco, emitiu uma liminar contra um programa de expurgo de eleitores lançado pelo secretário de Estado republicano, Wes Allen, em agosto.

Allen disse que o programa visava remover “não-cidadãos” dos cadernos eleitorais no Alabama. Estudos demonstraram, no entanto, que as reivindicações de voto de não-cidadãos foram massivamente exagerado.

O Departamento de Justiça dos EUA e grupos de direitos de voto também argumentaram que o programa de Allen – que tornou certos eleitores inactivos – poderia privar os cidadãos que deveriam poder votar legalmente.

Qualquer eleitor inativo teria que fornecer documentos adicionais para poder votar em 5 de novembro.

Mas os opositores à medida argumentaram com sucesso que a medida de Allen violava uma lei federal que proíbe a remoção sistemática de nomes dos cadernos eleitorais 90 dias antes de uma eleição federal.

Além disso, o chefe de gabinete do secretário de Estado, Clay Helms, também testemunhou que 2.000 das 3.251 pessoas consideradas “inativas” eram, de facto, cidadãos legalmente registados.

Mais de 900 já tinham tomado medidas até Setembro para restaurar o seu estatuto de eleitor.

Nebrasca

Numa decisão separada no centro-oeste do Nebraska, o tribunal superior do estado manteve uma lei que permite que criminosos que tenham cumprido as suas penas votem.

Ao fazê-lo, o tribunal rejeitou o argumento do Secretário de Estado Republicano do Nebraska, Robert Evnen, de que a lei, aprovada em Abril, violava a constituição do estado.

O tribunal ordenou-lhe que implementasse a lei imediatamente. Evnen disse que seu gabinete cumpriria a decisão e que as autoridades eleitorais estaduais começaram a permitir que cidadãos com condenações criminais se registrassem para votar.

Jonathan Topaz, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis, disse que a decisão significa que potencialmente milhares de cidadãos poderão votar.

“Estamos gratos pela Suprema Corte de Nebraska ter invalidado esta tentativa ilegal de restabelecer a privação permanente de direitos criminais”, disse Topaz em um comunicado.

A lei de Abril faz parte de uma tendência nos EUA para aumentar o acesso ao voto para aqueles com condenações criminais. No último quarto de século, estima-se 26 estados tomaram medidas semelhantes para restaurar algum grau de acesso ao voto para aqueles com antecedentes criminais.

De acordo com a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais, aproximadamente 10 estados suspendem indefinidamente o direito de voto para aqueles que cometem crimes, seja determinando o perdão para a restauração do acesso ao voto ou exigindo que os ex-presos cumpram algum outro padrão restritivo.

Geórgia

Em uma terceira decisão na quarta-feira, um juiz de Geórgia decidiu que sete novas regras eleitorais aprovadas pela Junta Eleitoral Estadual dominada pelos republicanos eram “ilegais, inconstitucionais e nulas”.

Uma das regras exigia que os mesários contassem manualmente os votos no dia das eleições. Grupos de direitos de voto disseram que a exigência retardaria o processo de contagem e aumentaria as chances de erros.

Outras regras tinham a ver com a forma como as autoridades locais certificam os resultados eleitorais. A redação das regras suscitou preocupações de que as autoridades poderiam recusar-se a certificar a contagem dos votos do seu condado se alegassem estar preocupadas com fraude. O juiz decidiu que eles são obrigados a certificar os resultados.

Outra regra exigiria que alguém que entregasse pessoalmente uma cédula de ausência fornecesse uma assinatura e um documento de identificação com foto.

Em declarações à Associated Press, o ex-deputado estadual Scot Turner, um republicano que liderou um desafio às novas medidas, classificou a decisão como “uma vitória completa e total para a Constituição dos Estados Unidos”.

“Isto não é sobre festa. Trata-se de fazer o que é constitucional e restabelecer a separação de poderes, e isso é algo com que todos os conservadores deste país deveriam se preocupar e apoiar”, disse ele.



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