POLÍTICA
Como a PF escancarou o surgimento do novo Marçal n…

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Matheus Leitão
Uma operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira, 10, escancarou a existência do novo Pablo Marçal da política brasileira. Trata-se do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), da cidade paulista de Sorocaba, político investigado por desvios na área da saúde.
Antes de entrar para a página policial, no entanto, o prefeito conseguiu mídia positiva no noticiário por, supostamente, ter um perfil descolado (tosco, na realidade) no TikTok – aplicativo mais conhecido por ser usado por jovens para postarem vídeos deles mesmos dançando ou fazendo gestos repetitivos, sem nenhuma fala.
Manga, assim como Marçal, aposta em falar nas redes, fazer bobagens e absurdos para chamar a atenção do público a qualquer custo, mesmo que seja preciso mentir a respeito de coisas óbvias. É um comportamento derivado da forma deturpada de encarar a vida, que é propagada por líderes da extrema-direita como Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Há poucos dias, o noticiário registrou que Manga anunciou sua “pré-candidatura” a presidente da República. Ou seja: mais uma mentira. Pré-candidatura a presidência da República, a essa altura do campeonato, sequer existe – ainda mais para um político que tem tantas chances de concorrer ao Planalto quanto de ser o novo secretário-geral da ONU.
Ou seja, nenhuma.
Outro nome do campo bizarro-direitista, o cantor sertanejo Gusttavo Lima, também anunciou sua pré-candidatura ao Planalto após ser alvo de uma investigação criminal envolvendo o setor das “bets”, que ganham dinheiro em cima da exploração do vídeo e da doença alheia. Após emplacar a narrativa de que teria alguma viabilidade política, Lima viu o processo ser arquivado. Depois, anunciou que estava desistindo da “pré-candidatura”.
Tudo somado, as novas tecnologias de comunicação, como os smart phones e as redes sociais, trouxeram inúmeros benefícios, como o encurtamento de distâncias e o barateamento das interações. Para a política e a democracia, no entanto, o que conseguiram fazer, até agora, foi estimular um ambiente degradado, no qual predominam a bizarrice, a mentira, a manipulação da informação e a criação de falsas celebridades e especialistas.
Até quando ficaremos presos nesse rodamoinho que não nos leva a lugar algum? O Brasil precisa, de uma vez por todas, impor uma regulamentação às redes e acabar com a impunidade para quem manipula informação.
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POLÍTICA
As estratégias do filho de Márcio França para coma…

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27 de abril de 2025
Ricardo Chapola
Prestes a assumir a presidência do diretório estadual do PSB em São Paulo, o deputado federal Caio França (PSB) reafirmou que vai defender que o partido lance uma candidatura própria ao governo paulista nas eleições do ano que vem. O parlamentar ocupará o lugar do pai, o ministro do Empreendedorismo Márcio França, atual presidente do diretório e cotado para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2026 — ele lançou sua pré-candidatura no último sábado, 26.
“A gente percebeu que quando o PSB tem uma candidatura própria com viabilidade, as chances de o partido conseguir eleger mais deputados são muito maiores. Queremos dobrar a bancada paulista do PSB em Brasília e aumentar o número de parlamentares na Assembleia”, disse. Hoje, o partido possui dois deputados federais eleitos por São Paulo e quatro deputados estaduais.
“Foi assim em 2018, quando meu pai foi candidato ao governo. Foi assim em 2010, quando Paulo Skaf foi o candidato. São aprendizados que tivemos sobre como ter um projeto próprio é importante”, completou. Uma das apostas para atingir esse objetivo, segundo ele, será a próxima janela partidária, quando pretende atrair para a sigla deputados insatisfeitos com seus respectivos partidos.
De olho em 2026
Para o filho do ministro, elevar a quantidade de congressistas será fundamental para dar mais condições ao partido de fazer reivindicações futuras ao governo federal e exigir mais cargos na Esplanada. Atualmente, a legenda, considerada estratégica para a vitória do petista sobre Bolsonaro em 2022, ocupa dois ministérios.
Com o discurso alinhado aos de outros dirigentes, Caio França também defende a manutenção de Geraldo Alckmin como candidato a vice de Lula, caso o petista concorra à reeleição. O atual presidente nacional dos socialistas, Carlos Siqueira, já declarou que o PT cometerá “um erro gravíssimo” se não repetir a dobradinha com Alckmin em 2026.
O nome do ex-tucano, que governou São Paulo por mais de 20 anos, também já foi aventado dentro do PSB como postulante ao Palácio dos Bandeirantes, mas Alckmin tem sinalizado a colegas de partido seu interesse em permanecer na vice-presidência. “O que está no horizonte hoje é Márcio França como pré-candidato a governador e Alckmin para continuar na vice-presidência. Sempre quando estive com o vice, ele dá mostras de que apoia a manutenção da chapa”, diz o dirigente.
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Matheus Leitão
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POLÍTICA
Lula abraça o tom de campanha eleitoral, mas pesqu…

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27 de abril de 2025
Heitor Mazzoco
Durante a campanha de 2022, em meio a uma disputa apertada contra Jair Bolsonaro, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a cinco dias do segundo turno: “Eu, se eleito, serei um presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população”, afirmou. Logo depois de vencer, no entanto, pouca gente duvidava que ele mudaria de ideia e iria, sim, tentar um novo mandato. Isso só foi posto em dúvida no final de 2024, quando, além da aprovação em queda, sofreu um grave acidente doméstico (cortou a cabeça ao cair no banheiro). Dali, passou a condicionar uma nova candidatura ao cenário político e a suas condições de saúde (ele completará 81 anos em 2026) — o que criou muita aflição, especialmente no PT, que passou a discutir nos bastidores quem poderia substituir o seu líder histórico. Nas últimas semanas, no entanto, as dúvidas parecem ter se dissipado. Lula tem empilhado eventos, em Brasília e pelo país, em que discursa como candidato: lista o que fez, diz que ainda fará o que foi prometido e não foi feito e lança novas promessas para um horizonte que vai muito além do fim do seu mandato.
A mudança de tom vem se desenhando aos poucos, mas sempre na mesma direção: mostrar que é candidato à reeleição. Em fevereiro, durante encontro com prefeitos em Brasília, martelou o que considera sua maior qualidade, que seria atender todo mundo, inclusive adversários, e mandou o recado. “Quando terminar o meu mandato, vocês vão dizer: “Lulinha, Lulinha, fica, porque nós precisamos de um presidente que goste de nós”, disse. Em 3 de abril, capitaneou o evento “O Brasil dando a volta por cima”, pensado pelo ministro-chefe da Secom, Sidônio Palmeira, para embalar o que o governo fez em dois anos e insistir na pregação de que a primeira metade da gestão foi para superar a terra arrasada deixada por Bolsonaro. Um dia depois, em reunião com senadores da base (incluindo siglas como PSD, MDB e União Brasil), houve um bate-papo reservado que tinha só uma finalidade: esboçar estratégias para a campanha à reeleição do petista.
Paralelamente a isso, Lula foi para as ruas servir de mascate de seu governo. Um exemplo claro da apresentação de promessas para além de 2026 se deu há pouco mais de uma semana, em evento de ampliação da produção da fábrica da Nissan, em Resende (RJ), no último dia 15. “Nós tomamos uma decisão de que até 2030 todas as crianças brasileiras estarão alfabetizadas até o segundo ano”, afirmou — 2030, vale lembrar, seria o último ano de um eventual quarto mandato. Um dia antes, ao inaugurar um campus da Universidade Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes (RJ), também discursou em tom de campanha. Criticou a elite, que “só imaginava que a gente fosse cortador de cana” e disse que “precisou um torneiro mecânico, sem diploma universitário, governar este país para ser o presidente que mais fez universidades na história”. “Analise quantas escolas foram feitas no mandato que terminou outro dia”, disse, já cutucando Bolsonaro.
O ritual é muito parecido nos eventos, para onde sempre leva integrantes do primeiro escalão para apoiar a sua explanação sobre os feitos do governo. O ministro Fernando Haddad (Fazenda), por exemplo, falou nos últimos encontros sobre a proposta de empréstimo consignado para trabalhadores no regime CLT. “Procure trocar a sua dívida cara por uma barata. É saber fazer bom uso desses instrumentos que o governo federal está criando para ajudar o trabalhador”, disse no anúncio de investimentos do Mercado Livre, em São Paulo, em 7 de abril. Outros ministros espalham boas-novas, como a ampliação da faixa de renda do Minha Casa, Minha Vida e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais por mês, dois trunfos com os quais o governo conta para ganhar o coração da classe média. Sem contar a estratégia de martelar o tempo todo a paternidade de iniciativas populares, como Bolsa Família, Mais Médicos e Samu.

A preocupação eleitoral também pode ser notada pelo roteiro de viagens. Só entre fevereiro e abril, foram quatro idas a Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, onde Lula ganhou de Bolsonaro em 2022 por 0,4 ponto percentual e onde a direita é franca favorita a vencer em 2026. Em abril, também esteve em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará — todos estados entre os dez maiores colégios eleitorais do país. A oposição já percebe o movimento eleitoral do petista. “O povo vê com clareza: ele age como candidato, não como presidente. Usa dinheiro público para tentar se manter no poder em 2026, mas não engana mais ninguém”, diz o deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), para quem cada viagem de Lula é uma tentativa frustrada de esconder a rejeição crescente do eleitor. “Enquanto o Brasil enfrenta problemas reais, Lula está mais preocupado em fazer autopromoção”, afirma o vice-líder da oposição na Câmara, Ubiratan Sanderson (PL-RS).
Indiferente a essas críticas, o petista tem ao menos duas motivações, além, claro, de melhorar a imagem do governo. Uma é apagar eventuais inseguranças no seu campo político. Internamente, os líderes de partidos de esquerda não trabalham com outra opção que não seja a de Lula subir no palanque para a sétima disputa presidencial de sua carreira. Mesmo no PT, no qual várias correntes se digladiam para ver quem assume o comando do partido em julho, há uma unanimidade: o candidato é Lula. “Vamos construir um partido forte, combativo e capaz, inclusive, de reeleger o presidente Lula em 2026, que é nossa grande meta”, diz o deputado Rui Falcão, que desafia exatamente o candidato de Lula, o ex-prefeito Edinho Silva. Outro que foi instado pelo presidente a voltar de vez para o cenário político é o ex-ministro José Dirceu, escalado para ajudar a eleger Edinho, disputar uma vaga na Câmara e articular a formação de uma frente, para além da esquerda, que possa enfrentar a direita.

O trabalho, no entanto, não será fácil. Levantamento sobre a sucessão presidencial divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta semana mostra que Lula terá de suar para conseguir um quarto mandato (veja o quadro). No segundo turno, ele aparece atrás de todos os adversários sondados: Bolsonaro (que está inelegível e tenta reverter a situação), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e, o mais provável, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para piorar, o petista tem a maior rejeição: 51,9% não votariam nele de jeito nenhum, enquanto apenas 24,5% dizem que o escolheriam com certeza se seu nome aparecesse de novo na urna. E, por fim, a desaprovação ao seu governo chegou a 57,4%, o maior número da série histórica do instituto iniciada em agosto de 2023.
Lula, é claro, confia em reverter a tempo o quadro e disfarça cada vez menos que deseja ir para mais uma disputa. O anúncio oficial já tem até data. Será em julho, logo depois da eleição interna do PT. Até lá, o presidente vai tentar mudar os humores de grande parte dos eleitores. “Mas não adianta citar o PIB e outros dados macroeconômicos se as pessoas não têm a percepção de que o país melhorou”, afirma Eduardo Lima, mestre em história social pela Unesp. Com o preço dos alimentos em alta (dois em cada três dos brasileiros mais pobres passaram a comprar menos comida, segundo o Datafolha), por exemplo, Lula vai ter de gastar muita saliva e sola de sapato daqui para a frente.
Publicado em VEJA de 25 de abril de 2025, edição nº 2941
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