As organizações sociais e os negócios de impacto social têm um papel estratégico no terceiro setor, colaborando com o poder público e a iniciativa privada. Esses negócios, que geram resultados positivos e atuam na transformação econômica e social do país, são essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais equitativa.
Imagine um cenário sem um ecossistema empreendedor gerido por pessoas negras dedicadas à temática racial. Muitas empresas ficariam sem novas perspectivas para inovar em suas iniciativas de diversidade, prejudicando suas atuações diante das oportunidades do mercado. Muitas dessas organizações, como negócios de impacto social, têm a missão de apoiar empreendedores negros, uma realidade que cresce no Brasil.
O Festival Feira Preta, por exemplo, é um negócio de impacto social que, há 22 anos, mostra a força transformadora desse movimento. Com 160 atrações e mais de 150 empreendedores negros, o festival gera 600 empregos diretos, mais de 1200 indiretos e movimenta R$ 1.335.000,00 em vendas, com uma circulação monetária total superior a R$ 12 milhões.
A consciência social das organizações surge em contextos de adversidade, como o enfraquecimento do poder de compra, deficiência nos sistemas educacionais e aumento da disparidade social, que prejudicam o desenvolvimento econômico. A preocupação com ações filantrópicas e assistencialistas ressurge em modelos de empreendedorismo social, especialmente quando as empresas percebem ganhos expressivos de imagem.
Grandes empresas e marcas já sabem que a diversidade é essencial. Uma equipe diversa oferece respostas mais complexas aos desafios, pois soluções que passam por diferentes pontos de vista têm melhores resultados. Além disso, o consumidor está mais atento às marcas que refletem suas subjetividades. Produtos que não se conectam com as pessoas tendem a ser esquecidos e consumidos de forma menos frequente. O conceito de nicho tornou-se crucial para o marketing moderno.
É importante que o investimento social das empresas não se limite a ações assistencialistas, evitando assim retroceder no impacto sistêmico que devem promover. Devem colaborar para transformar a sociedade de maneira mais abrangente.
Na minha vivência como empreendedora, o Festival Feira Preta foi reconhecido como o maior evento de cultura negra da América Latina. Mesmo com esse reconhecimento, continuo buscando me atualizar sobre a diversidade da população negra, entendendo que a comunidade negra é fundamental para mudanças estruturais na sociedade e no mercado. Nosso objetivo é valorizar o empreendedorismo negro não apenas no consumo, mas também na criação, promovendo uma conexão entre cultura e economia.
Um ecossistema empreendedor forte e diversificado, focado na temática racial, promove inclusão e equidade, impulsionando a inovação e o crescimento econômico. Empresas que se posicionam como agentes de mudança social positiva estão mais preparadas para enfrentar os desafios de um mercado global cada vez mais complexo e interconectado.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço “Políticas e Justiça” da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Adriana Barbosa foi “Sorriso Negro”, de dona Ivone Lara.
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