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Como está o governo do Líbano, sem dinheiro, a responder à guerra? | Notícias explicativas

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Como está o governo do Líbano, sem dinheiro, a responder à guerra? | Notícias explicativas

A guerra de Israel contra o Líbano lançou um país que já sofre de crises agravadas – económicas, bancárias, políticas – num vazio ainda mais profundo.

Um dia depois do início da guerra em Gaza em 7 de outubro de 2023Israel e o grupo Hezbollah do Líbano começaram a trocar ataques através da fronteira, o que deslocou dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados.

Em 23 de setembro, Israel intensificou seus ataques ao Líbano e alguns dias depois lançou um invasão terrestreelevando o número de pessoas deslocadas no Líbano para mais de 1,2 milhões e matando mais de 2.300.

Os serviços governamentais para os deslocados e feridos têm sido insuficientes, à medida que o governo provisório se esforça para satisfazer a necessidade.

Aqui está uma olhada na situação no Líbano hoje enquanto seu governo luta:

O que há de errado com o Líbano e o seu governo?

Em Outubro de 2019, a economia entrou em colapso e os bancos fecharam, isolando os depositantes das suas poupanças e dando início a uma crise econômica.

No ano seguinte, a pandemia da COVID-19 atingiu ainda mais a economia, e um dos as explosões não nucleares mais fortes já registradas devastou o porto de Beirute e os bairros vizinhos.

A lira libanesa perdeu mais de 98% do seu valor em meio a taxas de inflação de três dígitos.

Para agravar a crise, o governo interino do Líbano está em grande parte paralisado por disputas políticas e pela corrupção desenfreada.

O Líbano também acolhe mais refugiados per capita do que qualquer outro país, promovendo a tensão económica.

Milhares de libaneses estão lutando para colocar comida na mesa enquanto a pior crise econômica do país em décadas se acelerou nas últimas semanas (Arquivo: Joseph Eid/AFP)

O que está acontecendo com o povo libanês?

A pobreza no Líbano triplicou entre 2012 e 2022.

A crise financeira eliminou a maior parte da classe média e empurrou quase metade da população libanesa para a pobreza, segundo o Banco Mundial.

As questões decorrem da obstinação e do fracasso das classes dominantes em reformar, apesar da pressão internacional, segundo analistas.

O povo libanês levantou-se em 2019 contra o governo e as elites que controlam o país e os seus recursos. Os protestos em todo o país foram prejudicados pela COVID-19 e pela explosão no porto.

Apesar da corrupção desenfreada e da recusa da classe política em aprovar reformas significativas que levariam à responsabilização e a mais transparência, estados estrangeiros continuam a dar aos líderes do Líbano ajuda.

Como é que a guerra de Israel está a piorar as coisas no Líbano?

O bombardeio e a invasão terrestre de Israel prolongaram o deslocamento de residentes no sul, no leste e nos subúrbios ao sul de Beirute.

O bombardeamento do Sul do Líbano – o coração agrícola do Líbano – também destruiu uma fonte de receitas para muitos residentes deslocados.

“Agora é a época da colheita das azeitonas”, disse Laila Al Amine, que dirige o escritório de Beirute da organização humanitária internacional Mercy Corps. “Aqueles que perderam a colheita do ano passado também perderão outra este ano.”

Uma família deslocada que foge dos ataques aéreos israelenses no sul, sentada em uma calçada na corniche de Beirute, Líbano, segunda-feira, 14 de outubro
Uma família deslocada que foge dos ataques aéreos israelenses no sul agora vive em uma calçada na Corniche de Beirute (Bilal Hussein/AP Photo)

Como é que as pessoas deslocadas estão a gerir?

Cerca de 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas, segundo o governo libanês.

As pessoas dormem em escolas que foram transformadas em abrigos, enquanto outras se refugiaram nas ruas ou à beira-mar.

Os preços dos aluguéis aumentaram substancialmente em áreas mais seguras, enquanto partes do sul, o Vale do Bekaa, no leste, e os subúrbios ao sul de Beirute, foram dizimados.

Na segunda-feira, Israel também realizou um ataque no norte do Líbano, atingindo uma família deslocada em Aitou, perto de Zgharta, e matando pelo menos 23 pessoas.

O seu alvo não era claro, mas o ataque causou medo em muitas pessoas que acolheram pessoas deslocadas.

Na semana passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deu ao povo libanês um ultimato para desafiar o Hezbollah ou aceitar que o Líbano se tornasse outra Gaza.

Alguns analistas disseram que isto era semelhante a Netanyahu exigir que os libaneses iniciassem uma guerra civil.

Os ataques e comentários constituem o que os analistas dizem ser a estratégia de Netanyahu para semear o medo e fazer com que os libaneses se voltem uns contra os outros.

Como o governo libanês respondeu?

O governo interino do primeiro-ministro Najib Mikati tem um impacto limitado em tempos normais e, portanto, terá dificuldades para ser eficaz numa crise deste tipo.

Quanto mais a guerra durar, menos a administração, já cambaleante, será capaz de exercer influência.

O governo ativou um plano de emergência nacional para uma resposta humanitária conjunta com organizações e parceiros das Nações Unidas.

No entanto, o governo ofereceu à cidade de Sidon, no sul, apenas 50 mil dólares para satisfazer necessidades que as autoridades locais estimaram em 1 milhão de dólares por mês, de acordo com a Action for Humanity, uma ONG internacional que fornece ajuda no Líbano. E isso foi antes da intensificação de Israel.

“Bombas estão caindo ao nosso redor. As vidas das pessoas estão sendo destruídas”, disse Faraz Yousafzai, da Action for Humanity, à Al Jazeera.

“Isso nem sequer começa a atender às necessidades crescentes.”

O Ministério da Educação transformou as escolas em abrigos temporários para muitos dos deslocados, mas ainda há milhares de pessoas que lutam para encontrar abrigo.

O governo tem participado em conversações com a comunidade internacional na tentativa de alcançar um cessar-fogo.

O ministro das Relações Exteriores do Líbano disse à CNN que o falecido líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, concordou com um cessar-fogo temporário pouco antes de Israel o assassinar com bombas destruidoras de bunkers de meia tonelada.



Leia Mais: Aljazeera

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Casas continuam sem luz em SP mesmo após anúncio da Enel – 17/10/2024 – Cotidiano

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Casas continuam sem luz em SP mesmo após anúncio da Enel - 17/10/2024 - Cotidiano

Diego Alejandro

Após a concessionária Enel anunciar nesta quinta (17) o fim da crise causada pelo apagão iniciado na última sexta-feira (11), moradores da capital paulista ainda estão às escuras.

O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou que durante a madrugada desta quinta todos os pedidos de restabelecimentos de energia feitos nos dias 11 e 12 estavam solucionados. Cerca de 36 mil clientes seguiam sem energia —número perto da normalidade, segundo a empresa.

Contudo, a Folha localizou nesta manhã moradores da zona sul da cidade com solicitações protocoladas na Enel no sábado (12) e ainda sem energia em casa.

A Enel foi questionada acerca dos protocolos nesta quinta, mas não respondeu até a publicação deste texto.

Na rua Sebastião Azevedo, na Vila das Belezas (zona sul de SP) as casas estão sem energia desde o temporal de sexta. Uma das residências ainda está com fios, partidos após a queda de uma árvore, sobre o portão.

A moradora Isabel Cristina, 57, conta que a árvore caiu por volta das 19h da sexta-feira (11), mas só foi retirada pela prefeitura na terça-feira (15).

A árvore destruiu parte do telhado e da garagem da casa que Isabel mora com a irmã e a filha. E como há previsão de temporal para o fim de semana, ela tem pressa para reparar os estragos. Segundo ela, não há telhas para comprar em lojas de material de construção próximas e o jeito será retirar de outra parte da cobertura para completar a área danificada.

Ela conta que a família tem se alimentado de comida comprada e tomado banho com água aquecida no fogão.

Mais acima na rua, a costureira Maria do Carmo, 76, diz que a luz voltou para parte dos vizinhos em três momentos, mas logo caiu.

“Sobrevivendo só por Deus, porque estou sem renda há uma semana. Só não perdi alimento porque a tempestade aconteceu no dia em que ia no mercado”.

Sem aposentadoria, Maria sustenta a casa com serviço de costura, mas sem energia, não pode ligar a máquina para trabalhar.

Ela e o marido estão com gripe e, desde sexta, o único jeito de tomar banho tem sido de caneca, sentindo frio.

Por volta das 10h, uma equipe da empresa apareceu na rua, mas não informaram se já seria feito o reparo e a previsão do restabelecimento da energia para as residências.





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Rio tem mais de 1,7 mil casos de ataques a ônibus urbanos em 2024

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Rio tem mais de 1,7 mil casos de ataques a ônibus urbanos em 2024

Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

A cidade do Rio de Janeiro registrou mais de 1,7 mil casos de incêndios e vandalismo de ônibus urbanos neste ano, segundo dados do sindicato das empresas do setor (Rio Ônibus). A maior parte é de vandalismos diversos (1.750 ônibus), enquanto os registros de veículos queimados são bem menores (oito ônibus).

De acordo com o Rio Ônibus, apesar de serem em número menor, os incêndios causam prejuízo proporcionalmente bem maior: os oito veículos queimados provocaram prejuízo de R$ 6,8 milhões às empresas, enquanto os atos de vandalismos diversos somaram prejuízo de R$ 15,8 milhões para reparos aos 1.750 veículos danificados.

O prejuízo total neste ano, de acordo com o Sindicato, chega a R$ 22,6 milhões. O Rio Ônibus informou ainda que houve registro de outros 97 casos de sequestro de ônibus.

Nesta quarta-feira (16), nove ônibus foram sequestrados por criminosos na região da Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, para usá-los como barricada nos acessos à comunidade, durante uma operação policial.

O sindicato das empresas do setor estima que os prejuízos decorrentes de ações de vandalismo em 2023 chegaram a R$ 47,7 milhões. No período foram quase 2,9 mil casos registrados de danos a veículos, dos quais 26 foram incendiados. No ano passado, 162 coletivos foram sequestrados.



Leia Mais: Agência Brasil



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Motorista que deixou bilhete após arranhar carro tem gentileza retribuída 6 anos depois

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Davi Giovanni Guimarães, de 8 anos, o menino que teve o braço reimplantado após acidente com ônibus no Rio, recebeu alta do hospital, após 38 dias. - Foto: @Itatiaia

O motorista Nicolas Rodrigues Boucher havia acabado de tirar a carteira e depois de arranhar um outro carro, deixou um bilhete para que o dono entrasse em contato. Agora, seis anos depois. ele retribuiu a gentileza.

Na época, Nicolas, de São Paulo, estava com o automóvel do pai no estacionamento da academia. Quando foi manobrar o veículo acabou arranhando um outro e deixou um bilhete no carro dizendo que pagaria o conserto. A pessoa que teve o carro avariado nunca entrou em contato.



E como o bem vai e volta, dessa vez foi Nícolas que teve o carro arranhado e encontrou um bilhete parecido com o que deixou. Reproduzindo gesto, ele não aceitou que o outro motorista pagasse o conserto, mas entrou em contato para parabenizar pela honestidade.

Estacionado na rua

Motorista de aplicativo, Nícolas contou que o carro dele estava estacionado no bairro Itararé, quando foi arranhado por uma motorista. Ele mora na região e como não tem garagem, costuma deixar o veículo na via.

Quando notou o arranhão, ele disse: ”Fique um pouco preocupado, mas a preocupação perdeu posição e a felicidade [tomou conta] por isso ter acontecido com uma pessoa honesta”, explicou o rapaz de 24 anos em entrevista ao G1.

No bilhete, a motorista deixava o próprio contato para que Nicolas mandasse uma mensagem. Ela estava disposta a pagar pelo prejuízo que causou.

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“Gentileza gera gentileza”

Foi tudo parecido com o que ele viveu anos atrás: “Deixei meu nome, explique onde que arranhei, pedi desculpa, deixei meu telefone para entrar em contato e mandar o orçamento, mas a pessoa nem entrou”, lembrou o jovem.

Nícolas entrou em contato com a motorista e explicou que não aceitaria o pagamento.

“Tem certeza? Qualquer coisa você me avisa”, disse a mulher que bateu no carro dele.

“[certeza] Absoluta, gentileza gera gentileza”, respondeu Nícolas.

E seis anos depois, a história se repetiu.

Corrente do bem

Em 2018, Nicolas era estudante de pré-vestibular. Quando questionado sobre o motivo de achar que o primeiro motorista do bilhete nunca fez contato com ele, ele explicou.

“Ou a pessoa ficou com dó porque viu que era folha de caderno, [com] aquelas ‘rebarbas’, e [pensou] que era um estudante quebrado, ou sei lá, achou que fosse besteira, que não ia gastar muito”, brincou.

O negócio é que você fez a coisa certa, Nicolas e taí a corrente do bem!

Nicolas entrou em contato com a jovem e disse que não aceitaria o pagamento. Verdadeira corrente do bem! - Foto: Nicolas Rodrigues Nicolas entrou em contato com a jovem e disse que não aceitaria o pagamento. Verdadeira corrente do bem! – Foto: Nicolas Rodrigues



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