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Conmebol alertou CBF de suspeitas sobre Bruno Henrique – 05/11/2024 – Esporte

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Conmebol alertou CBF de suspeitas sobre Bruno Henrique - 05/11/2024 - Esporte

Demétrio Vecchioli

O relatório que deu origem à operação deflagrada nesta terça-feira (5) contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, aponta lucros totais de R$ 13.050 em apostas de três casas diferentes para que o jogador tomasse um cartão amarelo em partida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro do ano passado.

A informação consta um relatório da Ibia (International Betting Integrity Association), contratada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), que repassou a denúncia somente em 29 de julho de 2024 à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O jogo ocorreu em 1º de novembro de 2023, nove meses antes.

De acordo com esse relatório, um operador teve aproximadamente R$ 6,1 mil de lucro na Betano, outro teve R$ 4,7 mil de lucro na GaleraBet e um terceiro lucrou R$ 3.050 na KTO. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que analisou e arquivou o caso, considerou os valores “ínfimos” quando comparados ao salário do atleta.

O relatório diz que “os apostadores envolvidos, nas três operadoras de apostas, eram uma combinação de contas recém-registradas (aparentemente para apostar neste resultado) e clientes estabelecidos que aumentaram suas apostas significativamente para apostar neste resultado”.

A necessidade de usar mais de uma conta para obter lucro considerável se explica por um limite imposto pelas próprias “bets”, como são chamadas as casas de aposta online, para apostas do tipo.

A Betano, por exemplo, aceita uma aposta máxima de R$ 631 para um cartão amarelo de Jonathan Calleri pelo São Paulo em jogo nesta terça (5), contra o Bahia. Ele tem uma média de cartões (seis em 25 jogos) semelhante à que tinha Bruno Henrique quando das apostas (cinco em 23 jogos).

Para conseguir apostar R$ 3.000, seria necessário, usando esse exemplo, utilizar cinco contas diferentes.

Em abril, a CBF havia dito à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado que, de 15 jogos suspeitos organizados pela entidade em 2023, nenhum deles teve lugar no Campeonato Brasileiro da Série A.

A informação repassada aos senadores estava baseada em um relatório da Sportradar, empresa contratada pela CBF para fazer o monitoramento de apostas suspeitas. Esse relatório apontou suspeita em 109 jogos do futebol brasileiro em 2023, a maioria deles de divisões inferiores de campeonatos estaduais e partidas de categorias de base.

O alerta só veio em relatório da Ibia para a Conmebol, que identificou volume atípico de apostas para que Bruno Henrique tomasse cartão amarelo contra o Santos em duelo realizado em Brasília, no Mané Garrincha.

A Polícia Federal, no entanto, disse ao divulgar a operação que o material tem origem em relatórios da Ibia e da Sportradar.

“A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (Ibia) e da Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro”, afirmou a PF.

Nos acréscimos do jogo, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo por falta forte sobre Soteldo, ofendeu o árbitro Rodrigo Klein e levou em seguida o vermelho direto. Como já estava pendurado em cartões amarelos, o flamenguista precisou cumprir suspensão nas duas partidas seguintes, contra Fortaleza e Palmeiras.

O relatório da Ibia foi encaminhado pela CBF à procuradoria do STJD, que arquivou o caso após questionar a Sportradar e a empresa contratada pela CBF informar que, pelo seu levantamento, não havia identificado irregularidades. A empresa disse ainda que faria nova varredura e, encontrando suspeitas, informaria o STJD, o que não aconteceu.

Em nota à imprensa, o STJD afirmou que “a Procuradoria constatou que os fatos observados se coadunam com a realidade razoável da prática do futebol” e que o alerta “não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador”. Ao tribunal não cabe investigar se há relação pessoal entre Bruno Henrique e os apostadores.

Como o jogo ocorreu em Brasília, a CBF informou também o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que também investigou o caso e, nesta terça, em conjunto com Polícia Federal, deflagrou a Operação Spot-fixing. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bruno Henrique no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em outras cidades mineiras, onde residem seus familiares.

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) da Promotoria do DF, os dados obtidos no decorrer das investigações junto às casas de apostas apontaram que as apostas atípicas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.

“Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão”, informou o MPDFT.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Bruno Henrique informou que não vai emitir nenhum pronunciamento.

Em comunicado nas redes sociais, o Flamengo afirmou que, “ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência”. O clube disse que não teve acesso aos autos.

A Sportradar não comentou o caso. Procuradas, a Betano e a GaleraBet não responderam. A reportagem não conseguiu contato com a KTO.





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José Carlos Dias, gigante dos direitos humanos – 14/12/2024 – Oscar Vilhena Vieira

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José Carlos Dias, gigante dos direitos humanos - 14/12/2024 - Oscar Vilhena Vieira

Ingressar no centro de tortura do DOI-Codi ou no prédio do Dops para atender perseguidos políticos, em plena vigência do ato institucional número 5, exigia muita coragem e ousadia de um advogado. Defender mais de 500 presos políticos durante o regime de exceção, muitos deles gratuitamente, demandava também enorme competência e determinação. O fato é que essas virtudes nunca faltaram a José Carlos Dias.

A trajetória de José Carlos Dias indica que ele jamais gostou de andar sozinho. Em 1970, aceitou o convite de dom Paulo Evaristo Arns para formar, ao lado de Margarida Genevois, Dalmo Dallari, José Gregori, Fabio Comparato e outros militantes dos direitos humanos, a Comissão de Justiça e Paz. Organização que foi fundamental na luta contra a tortura durante o regime militar.

Em 1977, José Carlos Dias voltou parte de sua interminável energia para o processo de abertura, sendo um dos redatores e articuladores da famosa Carta aos Brasileiros, que viria a se transformar num dos marcos fundamentais da redemocratização, participando ativamente da mobilização das Diretas e da convocação constituinte, ao lado de Miguel Reale Jr. e de outros amigos de geração.

Desde cedo, José Carlos teve clareza de que as violações de direitos humanos não terminariam com o fim da ditadura, especialmente em relação a presos comuns e aos grupos vulneráveis que habitam as periferias sociais brasileiras. Por isso aceitou o desafio de assumir a Secretaria de Justiça, no governo Montoro em São Paulo, e o Ministério da Justiça, na Presidência de Fernando Henrique Cardoso.

Em ambas oportunidades colocou em curso projetos inovadores de reforma do sistema carcerário e da segurança pública. A falta de compromisso de sucessivos governos de direita, centro e esquerda com essas reformas nos levaram a uma dramática deterioração das condições de segurança no Brasil, como estamos testemunhando hoje em São Paulo.

Quando parecia animado com a ideia de reduzir o passo, foi convocado mais uma vez a defender a democracia. Sua contribuição para a Comissão Arns, idealizada por Paulo Sérgio Pinheiro, foi essencial para reconstruir o tecido da sociedade civil brasileira. A escolha unânime de José Carlos Dias para ler o Manifesto de Defesa do Estado de Direito, em 11 de agosto de 2022, em nome de centenas de entidades —do Movimento Negro à Fiesp, da CUT à Febraban—, foi o reconhecimento de sua rica trajetória.

O percurso de José Carlos Dias tem sido marcado por enorme coerência política, correção moral e competência profissional, além de um forte compromisso com o pluralismo, a tolerância e, sobretudo, com a defesa dos direitos humanos.

José Carlos Dias tornou-se ao longo das últimas décadas uma espécie de âncora moral para as novas gerações de advogadas e advogados, assim como para todos aqueles que militam pela dignidade humana.

Como se não bastasse, em José Carlos Dias todas essas virtudes republicanas convivem de forma mais que harmoniosa com uma aguda sensibilidade poética, um humor brejeiríssimo e uma despretensão militante.

A trajetória desse brasileiro gigante, como cravou Juca Kfouri, nos chega agora por meio de um conjunto de relatos cuidadosamente organizados por Ricardo Carvalho e Otávio Dias. “Democracia e Liberdade”, uma inspiradora leitura para este final de ano.


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Mike Bowers: uma década de ótimas imagens no Guardian Australia – em fotos | Arte e design

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Mike Bowers: uma década de ótimas imagens no Guardian Australia – em fotos | Arte e design

Guardian Staff

Bowers, que está deixando o Guardian Australia após 11 anos, tirou algumas das fotos mais memoráveis ​​do Parlamento em Canberra, além de cobrir incêndios florestais, secas e inundações em todo o país. Aqui estão alguns destaques



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Médico de Nova York processado pelo Texas por teleprescrever pílula abortiva

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Médico de Nova York processado pelo Texas por teleprescrever pílula abortiva

Texas, onde o aborto é proibido, exceto raramente “exceções médicas”anunciou na sexta-feira, 13 de dezembro, que iniciou um processo contra um médico nova-iorquino por ter prescrito e enviado pílulas abortivas a uma paciente neste estado conservador do sul dos Estados Unidos. Estes processos, lançados quinta-feira nos tribunais do Texas pelo seu procurador-geral, Ken Paxton, correm o risco de desencadear um conflito de jurisdição com o Estado de Nova Iorque, que adotou leis que protegem os atos acusados ​​da praticante, Margaret Daley Carpenter.

Este médico de Nova Iorque, fundador da Coligação para o Aborto por Telemedicina, “drogas abortivas fornecidas ilegalmente” para um paciente do Texas, diz Ken Paxton em um comunicado à imprensa. Estas drogas têm “acabou com a vida de um nascituro e causou graves complicações à mãe, que necessitou de intervenção médica”acrescentou.

“O Dr. Carpenter tratou conscientemente residentes do Texas, apesar de não ter licença médica lá e não estar autorizado a praticar telemedicina lá”denunciou o procurador-geral. Ele pede aos tribunais que a condenem a « 100 000 dólares (95 000 euros) multar “ para cada violação da lei. O paciente, de 20 anos, recebeu a medicação pelo médico em maio e foi internado em julho por causa de uma hemorragia, conforme texto da denúncia.

“Diante de ataques de outros Estados contra aqueles que permitem o acesso à interrupção voluntária da gravidez (IVG)Nova York tem orgulho de ser um santuário nesta áreareagiu num comunicado de imprensa a sua homóloga no Estado de Nova Iorque, a procuradora-geral Letitia James. Protegeremos os nossos prestadores de cuidados de saúde de tentativas injustas de os punir por fazerem o seu trabalho e nunca cederemos a intimidações ou ameaças. »

Aborto proibido em cerca de vinte estados americanos

Através do seu acórdão histórico de Junho de 2022, que anulou a garantia federal do direito ao aborto, o Supremo Tribunal Americano, com uma maioria conservadora, deu aos estados plena liberdade para legislar nesta área. Desde então, cerca de vinte estados proibiram o aborto, seja ele realizado por medicação ou cirurgia, ou regulamentaram-no estritamente. O Texas proíbe todos os abortos, inclusive em casos de incesto ou estupro. As únicas exceções: se houver risco de morte ou invalidez grave para a mãe.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes Nos Estados Unidos, médicos na linha de frente contra a proibição do aborto

Cerca de vinte outros estados, incluindo Nova Iorque, promulgaram leis que protegem os profissionais que fornecem pílulas abortivas a pacientes em estados onde o aborto é proibido.

O mundo com AFP

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