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Coreia do Norte vai enviar tropas para ajudar a Rússia – 18/10/2024 – Mundo

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Coreia do Norte vai enviar tropas para ajudar a Rússia - 18/10/2024 - Mundo

A Coreia do Norte enviou 1.500 soldados das suas forças especiais para a Rússia e deve utilizá-los contra a Ucrânia na guerra no Leste Europeu, disse nesta sexta-feira (18) o governo da Coreia do Sul, adversário de Pyongyang.

De acordo com o NIS (Serviço Nacional de Inteligência), agência de espionagem de Seul, os soldados estão recebendo treinamento no extremo leste da Rússia, que faz fronteira com a Coreia do Norte, e devem ser transferidos para a linha de frente na Ucrânia em breve.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, fez a mesma acusação nesta quinta (17) em um encontro com líderes da União Europeia. Segundo o ucraniano, o objetivo da Coreia do Norte seria enviar até 10 mil soldados contra seu país. O chefe da Otan, Mark Rutte, havia dito que a aliança não tem provas do envolvimento direto de Pyongyang na guerra.

Segundo o NIS, navios da Frota do Pacífico da marinha russa transportaram os 1.500 soldados até Vladivostok e devem repetir a operação em breve. Os norte-coreanos teriam recebido uniformes e armas russas, além de identificação militar falsa.

A Rússia ampliou sua aliança com a Coreia do Norte em 2023, e o presidente Vladimir Putin fez uma rara visita oficial ao ditador Kim Jong-un em junho desse ano. Os dois países negam qualquer envio de armas entre eles.

O NIS disse que utilizou inteligência artificial e tecnologia de reconhecimento facial para identificar oficiais das Forças Armadas norte-coreanas que já atuam na região de Donetsk, território ucraniano ocupado pela Rússia. Segundo Seul, eles estariam lá para ajudar os russos a operar mísseis de fabricação norte-coreana. Os serviços de inteligência ucranianos cooperaram com o NIS, afirmou a agência.

A Coreia do Norte já enviou mais de 13 mil contêineres de munição, mísseis e foguetes anti-tanque à Rússia desde agosto do ano passado, disse o NIS, afirmando que chegou a essa conclusão analisando restos de armas utilizadas contra a Ucrânia.

“A cooperação militar direta entre a Rússia e a Coreia do Norte relatada pela mídia internacional foi confirmada oficialmente”, escreveu a agência de espionagem em nota. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, convocou uma reunião para discutir as informações.

“Os participantes compartilharam a opinião de que a situação atual, na qual as relações próximas da Coreia do Norte e da Rússia possibilitaram o envio de equipamento militar e soldados, constitui uma grave ameaça de segurança ao nosso país e à comunidade internacional”, disse o escritório do presidente.

Seul prometeu ainda responder “com todos os meios disponíveis” às atividades de Pyongyang, sem entrar em detalhes. A Coreia do Sul é um dos principais produtores de armas e equipamento militar do mundo e exporta caças, artilharia e mísseis para uma série de países. Os Estados Unidos, aliado próximo do país, vem pressionando o governo sul-coreano a enviar armas para a Ucrânia —até aqui, sem sucesso.

Na avaliação de especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, por mais grave que seja a acusação sul-coreana de que Pyongyang enviará tropas contra a Ucrânia, o desdobramento não deve ser o bastante para alterar a posição de Seul.

“A linha vermelha [da Coreia do Sul] seria se a Rússia auxiliasse a Coreia do Norte no seu programa nuclear”, afirma Ramon Pardo, do King’s College de Londres, no Reino Unido.

A Coreia do Norte tem 1,28 milhão de soldados na ativa, de acordo com dados sul-coreanos. Se confirmado, o envio de tropas à Ucrânia seria o primeiro envolvimento do regime em um conflito desde o fim da Guerra da Coreia em 1953.



Leia Mais: Folha

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Entenda o impasse na gestão do Hospital Federal de Bonsucesso

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Entenda o impasse na gestão do Hospital Federal de Bonsucesso

Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

Diante do quadro de sucateamento ao longo dos anos do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o Ministério da Saúde escolheu o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa estatal pública do Rio Grande do Sul, para fazer a gestão da unidade da zona norte do Rio de Janeiro. 

Além da ampliação do quadro funcional, o complexo do HFB precisa de obras de infraestrutura; retomada do serviço de emergência; reabertura de 210 leitos que estão fechados por falta de equipamentos e pessoal, bem como as UTIs e Centro cirúrgico; e obras nos sistemas elétrico e hidráulico.

A solução destes problemas cabe ao GHC desde a terça-feira (15), quando o Ministério da Saúde iniciou a transferência da gestão. A previsão da pasta e do novo gestor é de completar esse processo de transição em 90 dias, período em que se espera a reabertura do serviço de emergência e a entrega progressiva de leitos comuns e de UTI e a volta do funcionamento do Centro Cirúrgico.

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos fatores para a escolha do novo gestor é o fato de o GHC ser “uma empresa pública vinculada ao governo federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Para a ministra Nísia Trindade, o GHC já mostrou referência no atendimento à população, inclusive quando ajudou o ministério em missões no Haiti, no território Yanomami e no enfrentamento à grave crise climática do Rio Grande do Sul.

“Por ser vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é um ponto central para o nosso trabalho de qualidade. Essa é a razão do GHC: um hospital de excelência e que vai contribuir de forma fundamental no Rio de Janeiro. Estamos trazendo o que temos de melhor na gestão hospitalar do Brasil”, garantiu Nísia em texto divulgado pelo MS.

O diretor-presidente do GHC, Gilberto Barichello, contou que para retomar o atendimento nesses serviços interrompidos, são necessárias medidas emergenciais:

“Nós precisamos substituir todo o cabeamento da subestação de energia elétrica, porque hoje não tem capacidade suficiente para incorporar novas tecnologias ou para reabrir o hospital. A gente já tomou essas medidas e o cabeamento já começou a ser substituído e tem o prazo até 16 de novembro para a empresa entregar toda a substituição do cabeamento da subestação que conduz a energia para os diversos prédios” revelou em entrevista à Agência Brasil.

Outra obra necessária é a troca do telhado de parte do hospital que está avariado e impede o funcionamento, por exemplo, de 24 leitos de curta permanência que estão fechados por causa de goteiras:

“O telhado todo furado, são telhas de cerâmica antigas sustentadas por madeira danificada por cupim. As telhas estão quebradas e o telhado fica furado e os leitos estão interditados. Vamos licitar de forma urgente por dispensa para que a gente troque o telhado e devolve em até 90 dias, também esses leitos de curta permanência. A partir de agora é tudo com o Grupo Conceição”, disse Barichello.

GHC

O grupo é uma organização com mais de 64 anos aplicados em atenção à saúde. É formado por quatro hospitais, um centro de oncologia. Além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), tem mais 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e uma Escola de Formação em Saúde Pública.

Vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é reconhecido como a maior rede pública de hospitais da região Sul, com atendimento 100% SUS. A estrutura inclui 1.391 leitos, com internações de 46,1 mil usuários por ano.

Por ano são realizados cerca de 4 milhões de exames, 1,1 milhão de consultas, 27 mil cirurgias e 6,6 mil partos. Ao todo o quadro de pessoal tem 10.852 profissionais que ingressaram por concurso público.

Processo seletivo

Para a nova gestão, o Grupo Hospitalar Conceição pode contratar 2.252 profissionais de saúde em vagas temporárias de médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos. O processo seletivo vai priorizar profissionais do Rio de Janeiro, com o objetivo de dar capacidade plena ao Hospital Federal de Bonsucesso.

O edital que permitiu a contratação foi publicado nesta sexta-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU). O processo seletivo simplificado está incluído nas ações para o fortalecimento da administração definida pelo Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde indicou que nesta transição, os servidores federais poderão optar por continuar trabalhando no hospital ou pedir transferência para outras unidades da rede.

“Os direitos dos servidores, conforme os termos do concurso público ou contrato, serão preservados, não haverá mudança de regime. Os funcionários terão direito de escolha garantido e acertado”, apontou o ministério em texto publicado no seu site.

Segundo o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Júnior, os profissionais temporários que já trabalham no HFB poderão participar do processo seletivo e os prazos dos contratos atuais até novembro e dezembro de 2024 serão mantidos.

De acordo com Barichello, a contratação temporária é pelo período de 60 dias, que podem ser prorrogados pelo mesmo período. Durante esse tempo, o GHC vai fazer uma avaliação completa sobre o dimensionamento da unidade hospitalar para saber qual é a real necessidade de vagas que precisam para que o hospital volte ao pleno funcionamento.

Depois da análise que deve estar concluída em 180 dias, será aberto um concurso público para a contratação definitiva de profissionais. “Além de substituir o cabeamento, trocar o telhado, contratação de mais de 2,2 mil profissionais, nós queremos que, em 45 dias, todos já estejam lá trabalhando lá em dezembro”, completou.

O presidente do GHC informou que os atuais trabalhadores do HFB são do regime estatutário e seus direitos conquistados serão garantidos. Já os do GHC também passaram por concurso público mas são do regime CLT e não é possível fazer a transposição de regime. No entanto, os empregados temporários que já trabalham na unidade hospitalar poderão mudar por meio do processo de seleção que foi aberto agora.

Recadastramento

No período de dez dias será feito um recadastramento dos atuais servidores estatutários do HFB. “Nós precisamos conhecer os trabalhadores que estão lá, que turno de trabalho eles têm, que escala, carga horária, qual é o perfil e especialidade, para que a gente reorganize o hospital para reabrir com toda a capacidade instalada”, disse Barichello.

Outra medida necessária é a aquisição de equipamentos. “Para abrir todos os 210 leitos fechados, mais a emergência e salas cirúrgicas, nós precisamos adquirir equipamentos, entre eles, cama, monitores multi paramédicos, carro de anestesia… Enfim, para abrir em 90 dias precisamos concluir a aquisição de equipamentos”, observou. Essa análise deverá ser feita em dois ou três dias.

Críticas

Mesmo anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (15), a entrada das equipes do GHC no Hospital de Bonsucesso só ocorreu neste sábado (19) depois da ação de policiais federais e militares autorizados pela justiça.

Nesse período, um grupo de servidores organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-/RJ) fez um bloqueio na porta da unidade e impediu que a nova gestão entrasse no HFB.

Mesmo com multas diárias de R$ 50 mil determinadas pela justiça do Rio junto com a ordem de desbloqueio, os manifestantes permaneceram no local e prometiam ficar lá até a audiência de conciliação marcada para a próxima segunda-feira (21).

A dirigente sindical do Sindsprev-/RJ, Christiane Gerardo, disse que os manifestantes não aceitam negociar com o Ministério da Saúde e nem com o GHC, porque não concordam com a transferência de gestão do Hospital de Bonsucesso.

“A saída é manter a gestão pública ligada diretamente ao Ministério da Saúde com respeito às decisões dos órgãos deliberativos colegiados e eles fazerem concurso público para cargo efetivo. Fora isso, não existe nenhuma possibilidade de negociação com essa gente, porque nós somos água e eles são vinho. Não nos misturamos”, apontou em entrevista à Agência Brasil.

Apesar de não conseguirem entrar no HFB por causa do bloqueio, equipes do GHC/Bonsucesso começaram a preparação para assumir o trabalho na unidade com a realização de oficinas na sede do MS no centro do Rio. A intenção era preparar os primeiros 15 dias no processo de integração entre os trabalhadores do Bonsucesso e do GHC.

Transferências de gestão

Os manifestaram eram contra também ao que chamam de fatiamento dos hospitais federais que funcionam no Rio de Janeiro, após a decisão do Ministério da Saúde de fazer a transição para novas administrações escolhidas pela pasta.

O próximo a ter a transferência de gestão prevista é a do Hospital Federal do Andaraí, na zona norte da capital, que passará a ser gerido pela Prefeitura do Rio. Por causa do período eleitoral o processo não pôde avançar e agora será retomado.

Já o Hospital Federal dos Servidores, na região portuária, terá a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC. A mudança de gestão do Hospital da Lagoa ainda não tem prazo definido.

De acordo com o Ministério da Saúde, o HFB é um complexo hospitalar com mais de 42.242m² de área construída. A localização na Avenida Brasil, principal via do Estado do Rio de Janeiro, ligando a cidade às outras, principalmente da Baixada Fluminense, permite que a unidade seja uma referência em serviços de média e alta complexidade a toda a população fluminense.

Em 2020, um incêndio atingiu o HFB, e desde lá a precariedade aumentou com o fechamento da emergência, de leitos comuns e de UTI, além do Centro Cirúrgico.

 



Leia Mais: Agência Brasil



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Harris enfatiza direito ao aborto e votação antecipada em comício lotado em Atlanta | Eleições dos EUA 2024

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Harris enfatiza direito ao aborto e votação antecipada em comício lotado em Atlanta | Eleições dos EUA 2024

George Chidi in Atlanta, Georgia

Kamala Harris destacou a ameaça aos direitos reprodutivos das mulheres e a aparente exaustão de Donald Trump em um comício no sábado no sul de Atlanta, continuando uma pressão em tribunal por votos na Geórgia, enquanto a votação antecipada bate recordes aqui.

A corrida continua a parecer acirrada na Geórgia, com as pesquisas sugerindo que o candidato republicano detém uma vantagem de um ponto no estado. Trump fez várias aparições na Geórgia e tem um comício com a Turning Point Action planejado no condado de Gwinnett, fora Atlantana próxima semana.

No entanto, a National Rifle Association cancelou um comício planejado para sábado com Trump em Savannah, citando um “conflito de agenda”. Trump também cancelou várias entrevistas à imprensa na semana passada.

A campanha de Trump tem empurrado com raiva para trás contra uma sugestão levantada por um funcionário de que Trump estava exausto com as aparências. Mas Harris aproveitou a ideia como um grito de guerra.

“E agora ele está evitando debates e cancelando entrevistas por causa da exaustão”, disse Harris. “E quando ele responde a uma pergunta ou fala em um comício, você notou que ele tende a sair do roteiro e divagar, e geralmente não consegue terminar um pensamento? … As pessoas estão exaustas com alguém tentando fazer com que os americanos apontem o dedo uns para os outros. Estamos exaustos. É por isso que digo que é hora de virar a página.”

Harris interage com um jovem torcedor no comício de Atlanta. Fotografia: Dustin Chambers/Reuters

Harris voltou a temas familiares em um dia de clima perfeito em Atlanta, descrevendo a “economia de oportunidades” como aquela que reduz o custo de vida para medicamentos prescritos, mantimentos e moradia por meio de iniciativas anti-apuramento de preços, ao mesmo tempo em que fornece apoio financeiro para novos pais e empreendedores.

Alargar a cobertura do Medicare para serviços de cuidados de saúde ao domicílio evitaria que os adultos trabalhadores tivessem de abandonar um emprego produtivo ou de gastar poupanças para cuidar de pais idosos. “É uma questão de dignidade”, disse ela no Anfiteatro Lakewood da cidade.

Harris participará dos cultos de domingo na Igreja Batista Missionária do Novo Nascimento, uma megaigreja de maioria negra no coração dos subúrbios negros de Atlanta, no sul do condado de DeKalb. Novo Nascimento e outras grandes igrejas negras em Geórgia tradicionalmente organizam uma campanha de “almas às urnas” nos primeiros dias de votação nos domingos.

Às 17h de sábado, cerca de 1,3 milhão de georgianos votaram pessoalmente, mais que o dobro do ritmo de 2020, no quinto dia de votação antecipada na Geórgia. Em 2020, cerca de 2,7 milhões dos 5 milhões de eleitores votaram pessoalmente mais cedo, com mais de dois terços dos votos expressos antes do dia das eleições. No entanto, os votos por correspondência caíram drasticamente, um reflexo do fim da pandemia e das mudanças nas regras de votação por correspondência.

A votação antecipada fornece feedback em tempo real para estrategistas de campanha que desejam atingir os eleitores que ainda não votaram. Os democratas pressionaram os seus apoiantes na Geórgia para que votassem no início de 2020 e 2022, uma estratégia que ajudou a levar o partido à vitória na corrida presidencial de 2020 e às duas vitórias vitais da Geórgia no Senado dos EUA.

“Geórgia, do nada, abrimos um caminho”, disse o senador norte-americano Jon Ossoff. “Esta é uma eleição que determinará o caráter da nossa república. Isto é muito mais profundo do que Democratas versus Republicanos. O ex-presidente Trump não está apto para a presidência.”

Mas até agora, neste ano, a votação antecipada nas zonas rurais e ex-urbanas da Geórgia, ricas em votos republicanos, ultrapassou as principais taxas de participação em Atlanta. Donald Trump encorajou claramente os seus apoiantes a votarem no início deste ano, um reconhecimento tácito do erro estratégico de 2020.

Os primeiros eleitores entre os democratas têm falado abertamente sobre a política de aborto que impulsiona os seus votos. As mortes de Amber Thurman e Candi Miller, duas mulheres da Geórgia que não tiveram acesso a serviços de saúde materna atempados ou a abortos legais, repercutiram na retórica eleitoral.

Usher em Atlanta hoje. Fotografia: Jacquelyn Martin/AP

“Vamos concordar, não é preciso abandonar a fé ou crenças profundamente arraigadas para concordar: o governo não deveria dizer-lhe o que fazer”, disse Harris. A manifestação exibiu clipes da família de Thurman descrevendo sua dor e, em seguida, de Trump zombando de sua perda em uma entrevista na prefeitura organizada pela Fox News.

“Ele menospreza a tristeza deles, falando sobre si mesmo e sobre sua audiência na televisão”, disse Harris. “É cruel.”

Mas o comício de Lakewood teve claramente como objetivo aumentar a participação e o entusiasmo entre os eleitores negros. Usher, um icônico músico e dançarino de R&B de Atlanta, falou cedo para a multidão, pedindo às pessoas que votassem antecipadamente em Harris e que entrassem em contato com amigos e familiares.

“A forma como votamos – quero dizer, tudo o que fizermos nos próximos 17 dias – afetará nossos filhos, nossos netos e as pessoas que mais amamos”, disse Usher.

Ryan Wilson, cofundador do centro de redes privadas Gathering Spot e notável empresário de Atlanta, discutiu a proposta de Harris de oferecer até US$ 50.000 em subsídios a empreendedores negros. “Isso teria sido uma virada de jogo para mim”, disse ele. “A agenda de oportunidades do vice-presidente Harris para homens negros que fornecem a pessoas como eu as ferramentas para alcançar riqueza geracional, reduzir custos e proteger os seus direitos. E o que Donald Trump faria? Acho que é justo dizer: nada.”



Leia Mais: The Guardian



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A pintora Tarsila do Amaral ou as ambiguidades do modernismo, no Museu do Luxemburgo

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A pintora Tarsila do Amaral ou as ambiguidades do modernismo, no Museu do Luxemburgo

Tarsila do Amaral (1886-1973) é a maior figura da criação artística no Brasil do período entre guerras. Embora tenha feito muitas visitas à França, nunca havia sido objeto de uma retrospectiva lá. O apresentado pelo Museu do Luxemburgo em Paris reúne cerca de 150 obras e documentos. Mas, por ser bastante exaustivo, suscita pensamentos contraditórios, ao ponto do desconforto.

O artista nasceu em 1886, em uma família de classe média alta do estado de São Paulo, à frente de fazendas, grandes propriedades dedicadas ao café. A sua infância e adolescência conformam-se com esta confortável situação: uma boa educação, um tutor belga para falar francês, aulas de piano, uma primeira viagem à Europa aos 16 anos e um casamento aos 18 com um primo da sua mãe, união que dura pouco tempo. A jovem preferiu a pintura ao piano, que estudou em São Paulo, depois em Paris, para onde foi em 1920. Académie Julian, Louvre, primeira pintura aceita no Salão da Sociedade de Artistas Franceses em 1922, impressionismo tardio: primeiro acima de tudo, está longe de ser o que agita a vida intelectual parisiense. Mas ela rapidamente percebe isso.

Retornando a São Paulo em 1922, juntou-se aos escritores que se autodenominavam “modernos”, fundou com eles um grupo, uniu-se ao poeta e ensaísta Oswald de Andrade (1890-1954), e retornou com ele a Paris em 1923. Em Em março, matriculou-se em aulas com André Lhote, que se dizia cubista. O casal conheceu Blaise Cendrars, graças a quem conheceram Constantin Brancusi, Georges Braque, Sonia e Robert Delaunay, Pablo Picasso… Em outubro, ela seguiu brevemente os ensinamentos de Fernand Léger. Sua facilidade financeira lhe permitiu adquirir obras de seus novos amigos. A iniciação é, portanto, rápida e os seus efeitos são claramente visíveis: linhas geométricas, planos frontais de cor e volumes curvos modulados à la Léger. Ela aplicou essas soluções plásticas nas paisagens do Brasil, para onde retornou em dezembro de 1923 e onde Cendrars se hospedou no início de 1924.

Cobra Primordial e Ovo

Nos anos que se seguiram, o casal Amaral-Andrade corporizou o modernismo brasileiro no Brasil e na França, ela em suas telas intensamente coloridas compostas de poucas linhas retas ou curvas, e ele em seus poemas e ensaios. Eles vivem alternadamente nos dois países, onde expõe com sucesso.

Sob árvores de troncos cilíndricos e palmeiras ovais, ela revela uma fauna meio real, meio imaginária e formas humanas muito desproporcionais, como os nus de Picasso. Abaporu (1928) é o arquétipo: um corpo com pernas e pés direitos alargados e uma cabeça minúscula, sentado perto de um cacto sob um sol redondo. O desenho é publicado no centro de Manifesto antropofágico publicado por Andrade em maio de 1928. Este texto, mais lírico do que límpido, pretende ser a certidão de nascimento de uma arte brasileira na qual as culturas indígenas indígenas e a cultura ocidental se uniriam. Andrade cita o mito da grande serpente e exalta a resistência dos povos indígenas à aculturação colonial. O canibalismo invocado no título seria a metáfora dessa resistência. Esse “antropofagia” híbrido, Amaral pinta: boi com chifres muito longos na mata, cobra e ovo primordial, vegetação com formas sexuadas. E, sempre, verdes e azuis intensos.

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