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crianças de escolas públicas voltam à escola, apesar do medo de bombardeio
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Sentados à sua mesa, na escola pública mista Tahwita, em Furn El-Chebbak, nos arredores de Beirute, Cybèle, Tia e Khaled não sabem: nesta manhã de terça-feira, 12 de novembro, acaba de ser emitida uma ordem de evacuação . ser emitido pelo exército israelense para vários bairros nos subúrbios ao sul da capital, localizados a menos de dez minutos de carro do seu estabelecimento. Isto significa que os caças em breve destruirão os céus e as bombas cairão em áreas designadas, onde as forças estatais judaicas dizem que têm como alvo a infra-estrutura do Hezbollah.
A calma ainda reina. Os jovens adolescentes estão aproveitando a alegria de voltar à escola desde o dia anterior. “Encontrei meus amigos, minhas amantes, sou próximo deles. Eu quero estudar. Não há estresse aqui”diz Cybèle Zein, 13 anos. Em casa, na casa da avó, há uma ansiedade adulta, a televisão ligada continuamente com a sua procissão de notícias macabras e de destruição filmadas ao vivo. A escola é um marco da vida antes da guerra, oferece uma aparência de normalidade. Cybèle teve que deixar Haret Hreik, um bairro fortemente bombardeado nos subúrbios ao sul. A família não sabe se o apartamento ainda está inteiro.
O início do ano letivo nas escolas públicas, frequentadas por crianças das famílias mais pobres – as das classes média e alta são muitas vezes educadas em privado – foi adiado. Pela guerra e pela transformação destes estabelecimentos em abrigos para deslocados que fugiram das regiões sob o fogo da ofensiva israelita lançada em 23 de Setembro. Mais de 200.000 libaneses registaram-se no início de Novembro para continuar a sua educação no sector público.
“Uma região segura”
“Retomamos as aulas, acolhe Tia Mchantaf, 13 anos, que vive em Aïn El-Remmaneh, um subúrbio de Beirute perto dos subúrbios do sul. Em casa ouvimos as bombas, mas é seguro. A guerra não vai me impedir de me concentrar. »
“Não quero perder mais um ano escola”, diz Khaled Charafeddine, 14 anos, que acaba de regressar de Akkar, uma região pobre no norte do Líbano, onde se refugiou com a família. As escolas públicas estiveram fechadas durante um ano e meio, em 2020-2021, devido à epidemia de Covid-19 e o ensino online era muito caótico.
Trinta minutos após a ordem de evacuação, começaram os ataques israelenses. Os mais próximos ocorrerão a pouco mais de 2 quilômetros de distância. O sinal do recreio toca. No pátio, onde está pendurada uma bandeira libanesa, os alunos brincam e comem. De repente, uma explosão mais violenta que as anteriores. Gritos de crianças. Gritos de adolescentes. A escola educa 120 alunos do jardim de infância ao certificado. O diretor, Claude Harfouche, corre e os reúne. Com voz firme, ela tenta tranquilizá-los: “Estamos em uma região segura. Não devemos entrar em pânico. »
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Desabafo inusitado de uma leitora – 15/12/2024 – De Grão em Grão
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15 minutos atrásem
16 de dezembro de 2024 Michael Viriato
Recebi uma mensagem bastante inusitada de uma leitora. Não vou fazer comentários, apenas transcrever o texto na íntegra. Como diz na mensagem, ela pediu anonimato para não ser identificada, mas pediu que mantivesse o nome de seu companheiro como uma forma de que esta carta viesse a mudar seu comportamento financeiro.
Caro Michael,
Me chamo Carla, mas peço que não use meu nome verdadeiro. Nos últimos três anos, nosso padrão de vida caiu muito, e você sabe como são os vizinhos. A fofoca corre solta aqui no condomínio, e não quero que outros descubram minha situação.
Primeiro, queria parabenizá-lo pelo seu esforço. Depois de 37 anos escrevendo na Folha de S.Paulo, percebo que disciplina foi seu forte. Queria eu que Oswaldo tivesse tido metade dessa disciplina. Esse é o motivo desta mensagem. Espero que ele leia isso e, quem sabe, mude seu comportamento. Sim, acredite, hoje é 2054.
Me juntei ao Oswaldo há cerca de dez anos. Ele tinha 55 anos na época. Os primeiros oito anos foram uma maravilha. Sou amante da vida boa. Acordar cedo não é comigo. Gosto de descansar, comer bem, cochilar no meio do dia, fazer um pouco de exercício e dar algumas voltas no condomínio. No início, tudo estava bem. Até o momento em que Oswaldo chegou àquilo que chamam de aposentadoria. Já notava a preocupação dele.
Ele sempre leu sua coluna. Eu não. Prefiro a coluna do Marcão (Cozinha Bruta) e a da Silvia Haidar (Gatices). Sim, eles também escrevem até hoje, e o conteúdo tem mais a ver comigo. Nunca gostei nem entendi de investimento, por isso, nem sei o que você deveria recomendar para seus leitores.
Mas tenho algumas críticas e sugestões.
Você errou, e isso está causando problemas para mim hoje.
Você acreditava que o INSS ajudaria na renda. O Oswaldo acreditou em você. Mas, hoje, não tem mais INSS. Quem poupou pode ter alguma aposentadoria. Como ele não poupou, não só nosso padrão de vida caiu como estamos tendo de vender a nossa casa. Oswaldo disse que não está dando para pagar o condomínio. Eu tenho falado para os vizinhos que vamos para uma maior, mas vamos ter de mudar para uma menor. Detesto ambientes apertados.
Quem está nos ajudando é o filho do Oswaldo. Não gosto dele e acho que ele nunca gostou de mim. Sempre que eu chegava perto para cumprimentar ele se afastava.
Oswaldo se sente mal em receber a ajuda do filho e fica de mau humor. Muitas vezes, esse sentimento acaba sobrando para mim. Mas fazer o quê? Vou para o meu canto.
E aqui vai minha maior crítica: você deveria ter sido mais incisivo nas recomendações de poupança. O ponto é que o Oswaldo viveu bem e gastou tudo com as outras. Agora está sobrando para mim e justamente no fim de minha vida. Sim, indivíduos de minha espécie vivem apenas cerca de 13 anos. Eu já estou com 11.
Talvez você esteja confuso sobre quem está escrevendo. Vou explicar. A inteligência artificial permitiu a nós, gatos, nos comunicarmos com humanos. Não consigo entender como meus antepassados faziam para conviver sem essa tecnologia.
Então, Oswaldo, se você estiver lendo: deixe de se comportar como gatos e poupe.
Com esperança,
Carla.”
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