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Curso ensina letramento racial a trabalhadores do SUS
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Francielly Barbosa* – Estagiária da Agência Brasil
No contexto das comemorações ao Dia da Consciência Negra, celebrado pela primeira vez como feriado nacional neste ano, a Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Campus Virtual Fiocruz lançaram o curso online gratuito Letramento racial para trabalhadores do SUS. A formação, com foco em trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), busca conscientizar sobre a necessidade de desconstruir práticas racistas e promover a diversidade e a equidade no campo da saúde.
Coordenado pelas professoras Regimarina Reis e Letícia Batista, da escola politécnica, a iniciativa é fruto de uma parceria entre a instituição e as universidades federais da Bahia (UFBA), do Maranhão (UFMA), do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fluminense (UFF), com apoio do Ministério da Educação (MEC).
Durante a capacitação, serão abordados temas como as relações entre o racismo e a saúde como direito no Brasil e a prática antirracista como princípio do trabalho em saúde. O objetivo é reconhecer e questionar estereótipos, preconceitos, discriminações e injustiças raciais.
Formação
A professora Regimarina Reis disse que o curso é resultado de um conjunto de pesquisas desenvolvidas e coordenadas em parceria com a professora Letícia Batista, da UFF, e com o professor da Universidade Federal da Bahia Marcos Araújo.
“Desenvolvemos o curso partindo da evidência inquestionável de que a população negra é desproporcionalmente afetada pelas desigualdades sociais no Brasil”, explicou.
Coordenadora adjunta do curso, Letícia Batista destaca que “o racismo é uma produção social e sua ação impacta também o SUS, reproduzindo iniquidades em saúde”. A pesquisadora reforça que a capacitação não busca apenas reconhecer o racismo, mas fortalecer a produção de ações antirracistas no âmbito das políticas voltadas para a saúde.
A formação é a primeira desenvolvida no âmbito do edital Inova Educação – Recursos Educacionais Abertos, iniciativa da Fiocruz. O curso é aberto para todos os interessados pelo tema e pode ser adaptado e utilizado em outros materiais.
“É nesse sentido que entendemos a importância do curso, como processo formativo introdutório, com abrangência nacional, que afirma e difunde o lugar da questão racial para compreender as relações sociais e os processos de saúde e adoecimento no país. O racismo é um obstáculo central para a realização da saúde como direito no Brasil, devendo ser enfrentado”, resume Reis.
“Com racismo não há saúde, com racismo os princípios do SUS são irrealizáveis em sua plenitude. A expectativa é que mais iniciativas formativas e de práticas antirracistas possam ser realizadas ao nível nacional e local”.
Letramento racial
No Brasil, 55,5% da população nacional se identifica como negra sendo 45,3% (92,1 milhões) autodeclarada parda e 10,2% (20,7 milhões) preta. Os dados são do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo representando a maioria da população, pessoas negras ainda têm menos acesso aos serviços de saúde no país, principalmente em comparação às pessoas brancas.
Apenas 74,8% das pessoas pretas e 73,3% das pessoas pardas consultaram um médico nos 12 meses anteriores à divulgação da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, também realizada pelo IBGE, em convênio com o Ministério da Saúde. Entre pessoas brancas, essa proporção passa para 79,4%.
“Fato é que negras e negros no país vivem em piores moradias, tem menos acesso à educação, apresentam piores condições de saúde, recebem os menores salários, ocupam menos as posições de poder, são mais encarcerados, entre outros indicadores sociais que evidenciam a sub-representação negra, em relação à população branca. Isso reflete o processo de formação da sociedade brasileira, que é fortemente ancorado em hierarquias raciais e tem o racismo estrutural como tecnologia de poder”, reflete Reis.
Para a coordenadora, a sociedade brasileira é construída com base no racismo estrutural, que organiza e orienta o cotidiano de pessoas negras e brancas. À reportagem, ela ressalta que essa forma de discriminação está presente não apenas nas relações interpessoais, mas também nas instituições públicas, incluindo o SUS.
“O racismo presente na sociedade é também produzido e reproduzido nas organizações de saúde, no trabalho em saúde e na formação dos trabalhadores da saúde”.
Reis ainda aponta para a negligência de debates sobre o tema ao longo da formação dos trabalhadores da área da saúde. “O racismo é promotor de adoecimento individual e coletivo, apesar disso, as questões raciais não são abordadas na formação dos trabalhadores da saúde, e nem nos processos de trabalho. Há uma interdição dessa discussão em todas as categorias profissionais e níveis formativos em saúde”.
Até o momento, a formação conta com cerca de 7 mil inscritos, de todas as 27 unidades da Federação.
* Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa
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Em IA, Brasil pensa pequeno, e a Índia sonha gigante – 15/12/2024 – Ronaldo Lemos
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15 de dezembro de 2024Uma lição que o Brasil pode aprender com a Índia: a melhor defesa é o ataque. Por exemplo, em questões como tecnologia e inteligência artificial, a posição indiana é o contrário da brasileira. Mas antes de falar nisso vamos analisar a nossa derrota.
A economia brasileira foi por décadas maior que a indiana. Em 2010, o PIB indiano era de US$ 1,73 trilhão, e o brasileiro, de US$ 2,2 trilhões. Esse foi o último ano assim. A partir de 2011 a Índia virou o jogo. O PIB brasileiro ficou igual, e o indiano alcança hoje US$ 3,8 trilhões, mais que o dobro do ano da ultrapassagem.
O que houve? Vários fatores. Um deles é que a Índia foi altiva na ambição de virar liderança tecnológica. Hoje, há empresas indianas globais nesse setor. Já o Brasil assumiu uma postura subalterna. Um exemplo é a aprovação, na semana passada, do projeto de lei sobre inteligência artificial no Senado. A lei aprovada é uma cópia (ou melhor, uma caricatura) da lei europeia. A única exceção é a parte de direitos autorais, que é realmente original.
A parte “europeizada” do texto coloca o país como uma vítima da inteligência artificial. Cria todo um aparato burocrático para conter e regular as empresas de IA, grandes, pequenas ou médias. Dá ao Executivo poderes quase ilimitados para estender a regulação para qualquer setor que utilize IA. E pronto, acaba aí. A lei não trata de temas-chave como o futuro do trabalho, a questão da concorrência e da concentração econômica. E nem de estratégia, isto é, medidas para que o país possa competir globalmente nesse setor.
E a Índia, o que fez? O país acaba de anunciar seu plano chamado “India AI Mission”. Vai investir US$ 1,1 bilhão para se tornar protagonista em IA. A maior parte dos recursos vai ser usada para comprar chips e a infraestrutura necessária para criar inteligência artificial de ponta, em parcerias público-privadas. A ideia é comprar 10 mil chips H200 da Nvidia, os mais avançados. A primeira empresa que já está fazendo isso é a E2E Networks, fundada no estado de Haryana, norte do país.
Outra parcela de 20% dos recursos será aplicada para desenvolver modelos fundacionais (LLMs) locais. Outros 30% serão usados para apoiar startups indianas. O valor a ser aplicado em regulação e burocracias envolvendo IA é de apenas 0,2%. Enquanto o Brasil montou um time só com zagueiros, a Índia aposta no ataque.
A razão para isso não é irresponsabilidade. Ao contrário. A Índia identificou claramente que o maior risco que qualquer país corre com a inteligência artificial é que a oferta local de serviços de IA seja feita exclusivamente por empresas do Vale do Silício. Nesse cenário, não importa o quanto a sua regulação seja bem-feita ou a sua burocracia seja reluzente, você estará fora do jogo. Não há perigo maior que esse.
O Brasil também fez um Plano Nacional de IA, que é bem-feito. No entanto, não prevê a compra de chips de IA nem tem a ambição do plano indiano. Resta saber também se sobreviverá ao corte de gastos. Até essa pergunta ser respondida, a Índia já estará ainda mais à frente do Brasil.
READER
Já era – Achar que regulação sozinha protege o país da IA
Já é – Perceber que a melhor forma de proteção é desenvolver IA localmente
Já vem – Câmara dos Deputados analisando em 2025 a lei de inteligência artificial
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Rayssa Leal vence no fim e se torna tricampeã mundial de skate street
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15 de dezembro de 2024 Agência Brasil
Acostumada a façanhas incríveis sob pressão, a maranhense Rayssa Leal, de apenas 16 anos, voltou a fazer história neste domingo (15) ao se tornar a primeira atleta a a conquistar o tricampeonato na Liga Mundial de Skate Street (SLS, na sigla em inglês). Atrás no placar ao errar as duas primeiras apresentações das manobras no Super Crown (competição final que define o campeão da temporada), Rayssa levou o Ginásio Ibirapuera ao delírio ao cravar nota 9.1 na quinta e última chance, vencendo de virada a disputa com quatro japonesas (duas delas campeãs olímpicas) e uma australiana. A brasileira levantou o troféu e o prêmio de US$ 100 mil dólares (o equivalente a R$ 600 mil) ao somar 35.4 pontos. Campeã olímpica em Paris, a japonesa Coco Yoshizawa ( 34,2) foi a segunda colocada e a compatriota Yuemeda Oda a terceira no pódio.
Fome de título da minha tricampeã! 🤪🏆🏆🏆
📸 Reprodução / @sls#TimeBrasil pic.twitter.com/b7xgELQ88w
— Time Brasil (@timebrasil) December 15, 2024
“Eu não tenho palavras o suficiente. Tudo isso que aconteceu hoje vale mais do que esse troféu. Reviravolta, errei as duas primeiras tentativas. Estava nervosa, não vou mentir. Minha família acompanhou tudo isso. Esse troféu vai para o pessoal que está em casa. Vocês viram a realidade do skate, a amizade, a família e vão ver isso aumentando. O nível estava alto, várias notas 9. Foi bem Corinthians. Estou realizada. Estou com todo mundo time, completo, minha psicóloga saiu da Itália para vir para cá”, disse emocionada a maranhense de Imperatriz, em entrevista à TV Globo logo após a conquista.
O controle emocional, de fato, fez toda a diferença. Bronze em Paris, Rayssa correu risco de ficar fora do pódio neste domingo (15), ao errar as duas primeiras manobras na segunda parte da competição. Mas Fadinha – apelido que ganhou na infância ao andar de skate fantasiada – mostrou mais uma vez porque é conhecida como Rainha do Gelo.
A brasileira começou bem Super Crown, arrancando aplausos na primeira parte da disputa (duas voltas de 45 segundos), arrancando aplausos dos oito mil torcedores no Ibirapuera, com notas 8.2 e 8.5. No entanto, na soma total, a brasileira das duas voltas, Rayssa terminou atrás da revelação australiana Chloe Covell, de apenas 14 anos. A competição previa ainda cinco apresentações de manobras, sendo que apenas as três melhores notas seriam consideradas na pontuação. Aí veio o susto! Rayssa caiu nas duas primeiras rodadas e zerou na pontuação. A brasileira viu a liderança se alternando entre a australiana Chloe e o quarteto asiático (Momiji Nishiya, Yumeka Oda, Coco Yoshizawa e Liz Akama).
Sem poder errar mais, Rayssa foi para o tudo ou nada e arrancou notas excelentes nas três últimas apresentações de manobras para manter o Brasil na hegemonia no skate street feminino mundial: 9.1, 8.7 e 9.1.
Ela é inevitável! 👑
QUE ORGULHO TER VOCÊ REPRESENTANDO O BRASIL, @rayssaleal! pic.twitter.com/7N5HqN3nDR
— Time Brasil (@timebrasil) December 15, 2024
“Foi um ano muito bom, de muito aprendizado, física e mentalmente. Foi um ano difícil, driblamos as dificuldades e deu tudo certo. É tudo ou nada. Na última manobra é bem isso, precisava de 9. Essa e algumas [outras manobras] dariam 9, mas essa é a que fico mais confiante. Felipe fez uma estratégia sensacional, sabe todos os meus pontos”, disse a brasileira referindo-se ao técnico Felipe Gustavo, amigo de Rayssa que este ano passou a treiná-la.
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Southampton x Tottenham: Premier League – ao vivo | Primeira Liga
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15 de dezembro de 2024 Daniel Gallan
Principais eventos
Big Ange não está se contendo. Depois de criticar Timo Werner, afirmando que o desempenho do alemão contra o Rangers nesta semana foi “não aceitável”o técnico do Tottenham afirmou que não tem tempo para “egos machucados”.
É uma abordagem pesada, mas talvez seja isso que seja necessário. Um pequeno chute na retaguarda para iniciar uma temporada agitada.
Vamos descobrir se funcionou.
Time do Tottenham
Big Ange ainda está em busca de seu XI inicial preferido.
Dejan Kulusekvski, Lucas Bergvall, Djed Spence, Pape Sarr e Dominic Solanke começam. Timo Werner, depois de ser repreendido pelo chefe no meio da semana, está no banco ao lado de um grupo de jovens.
Tottenham 4-2-3-1: Forster, Gray, Dragusin, Spence, Udogie, Bergvall, Sarr, Maddison, Son, Kulusevski, Solanke.
Subs: Austin, Porro, Lankshear, Dorrington, Olusesi, King, Hardy, Werner, Johnson.
Equipe do Southampton
Quatro mudanças para o Saints em relação ao time que perdeu para o Villa na semana passada.
Alex McCarthy retorna ao gol com Jan Bednarek na frente dele. Joe Aribo e Kamaldeen Sulemana também tiveram a oportunidade de mostrar seu talento desde o início.
Southampton 4-5-1: McCarthy, Walker-Peters, Manning, Harwood-Bellis, Bednarek, Sulemana, Downes, Aribo, Fernandes, Armstrong, Dibling.
Subs: Lumley, Bree, Wood, Sugawara, Amo-Ameyaw, Fraser, Lallana, Onuachu, Archer.
Preâmbulo
É certo que este é normalmente o caso do futebol, mas ambas as equipas poderiam realmente vencer esta noite.
O Southampton está enraizado na parte inferior da tabela e não vence há mais de um mês. O Tottenham, que está em 12º lugar, tem feito o que faz: vence (ou pelo menos compete com) bons times, mas depois prejudica o lugar contra todos os outros.
Os lobos uivam à porta dos dois treinadores e só um resultado positivo na costa sul os manterá afastados mais um pouco.
Isso significa que teremos um encontro clássico onde os jogadores atacam e cada folha de grama é disputada? Essa é certamente a esperança.
Início às 19h.
Equipes e mais atualizações a seguir.
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