![Soldados do Mali durante treino em Menaka, em dezembro de 2021.](https://img.lemde.fr/2024/10/21/0/0/6000/4000/664/0/75/0/9482327_1729520798965-000-9ud9c9.jpg)
O retiro não passou despercebido. O que realmente aconteceu nas areias do norte Malino início de Outubro, quando as Forças Armadas do Mali (FAMa) e os seus parceiros do grupo paramilitar russo Wagner desistiram de subir a Tin Zaouatine, cidade fronteiriça comArgéliaonde no dia 27 de julho sofreram uma derrota humilhante contra os rebeldes do Quadro Estratégico Permanente (CSP)?
Chegando a Kidal no final de Setembro vinda de Gao, uma coluna de mais de 400 homens, principalmente de Wagner e embarcada em mais de 70 veículos, incluindo muitos veículos blindados, estava de facto equipada com a missão de ” pegar “ Tin Zaouatine, segundo um oficial maliano, e para lavar a afronta sofrida no final de julho. Esta derrota com um número muito elevado de vítimas (47 soldados malianos e 84 mercenários russos mortos, segundo o CSP) não só mina a história da junta maliana na reconquista do território nacional, mas acima de tudo representa o mais grave revés sofrido por Wagner no continente africano.
Mas a tentativa de vingança foi interrompida. Saindo de Kidal no final de setembro em direção ao nordeste, o comboio chegou à cidade de In Teferkit e depois seguiu no início de outubro para o local da batalha de verão, cerca de sessenta quilômetros ao sul de Tin Zaoutine. Ali foram recuperados corpos de soldados malianos, afirma o Estado-Maior, mas não os dos combatentes de Wagner, garante o CSP. A coluna, no entanto, interrompeu o seu progresso ali, evitando o contacto com os rebeldes maioritariamente tuaregues, e voltou para Kidal.
“Queríamos que eles entrassem na “zona negra”, uma zona montanhosa onde não tinham outra escolha senão tomar certas passagens onde poderiam ser encurralados. Mas eles não foram para lá.”explica um executivo da CSP.
Uma batalha muito perigosa
Vários factores parecem explicar esta reviravolta. A consciência de um risco excessivamente elevado de repetição da catástrofe de 27 de Julho desempenha certamente um papel importante neste contexto. No entanto, nem a junta nem Wagner podiam permitir-se sofrer novamente tal revés.
Dentro do exército, vários oficiais, incluindo Sadio Camara, ministro da defesa e arquitecto da parceria com Wagner, pressionavam para liderar a ofensiva a Tin Zaouatine. Outros, incluindo o chefe do Estado-Maior, Oumar Diarra, no entanto, teriam refreado o seu entusiasmo – nomeadamente durante uma reunião no Estado-Maior no início de Setembro em Bamako -, acreditando que não estavam preparados para travar uma batalha que tornou-se muito perigoso aos olhos deles. A causa: clima desfavorável (tempestade de areia e fortes chuvas nas semanas anteriores) e problemas logísticos, principalmente de abastecimento.
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