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Debate sobre a taxação dos milionários é necessário – 11/10/2024 – Adriana Fernandes

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Debate sobre a taxação dos milionários é necessário - 11/10/2024 - Adriana Fernandes

O presidente Lula (PT) deu o tom ao defender nesta sexta-feira (11) a taxação de rendas hoje isentas dos milionários por meio de um imposto mínimo e reafirmar o compromisso de campanha de elevar para R$ 5.000 a faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

Lula não vai recuar da proposta de isenção, que já foi defendida pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) na eleição de 2018 e por Jair Bolsonaro (PL) nas duas campanhas à Presidência da República que disputou.

É possível questionar a eficácia do aumento do número de pessoas que ficarão isentas de pagar o Imposto de Renda, caso Lula cumpra a promessa.

Desta vez, porém, o governo tem na mesa uma medida permanente para bancar a perda de arrecadação com a elevação da faixa de isenção do IRPF: a taxação mínima dos milionários.

Uma minoria de menos de 250 mil pessoas que se beneficiam de isenções, que existem na legislação brasileira e fazem com que elas escapem do pagamento de tributos.

A maior delas é na distribuição de lucros e dividendos aos seus acionistas. Mas há também aplicações financeiras e outros tantos tipos de renda isentos. No Brasil, mais de R$ 1 trilhão da renda de pessoas físicas está isenta, aumentando a desigualdade entre o grupo de pessoas mais ricas e o restante da população.

Reportagem recente desta Folha mostrou que um pequeno grupo de 38,4 mil empresários recebeu R$ 46 bilhões em lucros distribuídos por empresas do Simples Nacional em 2022. São pessoas com uma renda individual média de R$ 1,5 milhão, considerando esse e outros rendimentos declarados à Receita Federal. Os milionários do Simples.

Com a compensação da perda de arrecadação pela criação do imposto mínimo, não há, portanto, em tese, que falar em rombo das contas públicas com a medida. O estresse do mercado financeiro é com o impacto no próprio bolso.

Havia uma percepção crescente de que a reforma da renda e a volta da tributação de lucros e dividendos estavam perdendo fôlego com a aprovação da reforma tributária dos impostos do consumo e o esgarçamento da agenda de Haddad de aumento da arrecadação para diminuir o déficit das contas públicas.

A leitura é que se repetiria o que ocorreu durante o governo Bolsonaro, quando a proposta do então ministro da Economia, Paulo Guedes, de volta da tributação de lucros de dividendos com uma alíquota de 20%, não deu em nada.

O projeto de Guedes foi desfigurado pela Câmara diante do aumento dos privilégios para os mais ricos e acertadamente foi encaminhado para a geladeira de tão ruim.

A revelação pela Folha, nesta semana, de que a Fazenda estuda a criação do imposto mínimo com uma alíquota de 12% e ou 15% para milionários mostrou que o governo quer avançar com a reforma.

A proposta tem uma engenhosa sistemática que permite, na prática, capturar essas rendas isentas dos milionários e fazer com que eles sejam minimamente tributados.

Existem mais de quatro cenários a depender do alcance do imposto mínimo e da correção da tabela. Os caminhos a seguir são apenas dois. Tentar a taxação mínima ou esperar para fazer uma reforma da renda mais ampla, mexendo também com o Imposto de Renda das empresas e na sistemática de lucro presumido.

Lula já começou a construir a narrativa para ter apoio ao falar que existem “caras que têm ação na Petrobras e recebem R$ 45 bilhões de dividendos sem pagar imposto”.

O governo pode encontrar um meio-termo para aumentar a faixa de isenção com custo menor. O debate está na rua e é saudável para a sociedade brasileira.


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CasaFolha terá cursos de Fernanda Keller e Álvaro M. Dias – 15/12/2024 – Poder

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CasaFolha terá cursos de Fernanda Keller e Álvaro M. Dias - 15/12/2024 - Poder

Uirá Machado

A CasaFolha contará, a partir de janeiro, com os cursos “Ironman e a superação dos limites”, da triatleta Fernanda Keller, e “inteligência artificial e o futuro da humanidade”, do neurocientista Álvaro Machado Dias.

Lançada no dia 26 de setembro, a CasaFolha é uma plataforma que reúne cursos online comandados por personalidades de destaque em diversas áreas. Já são 15 “masterclasses” disponíveis no streaming, e novos conteúdos são incluídos todos os meses.

Fernanda e Álvaro se somarão a nomes como a Monja Coen, que ensina meditação, o ex-ministro Pedro Malan, que apresenta sua forma de analisar a economia, o sócio do BTG Pactual George Wachsmann, que explica noções fundamentais para quem quer investir dinheiro, e o cineasta José Padilha, que fala sobre a arte de contar histórias.

Todos os cursos estão disponíveis em casafolhasp.com.br. Para acessar, é preciso ter uma assinatura da plataforma, que pode ser feita em casafolhasp.com.br/assine. Quem já é assinante da Folha não precisa de uma nova assinatura; basta fazer o upgrade em condições especiais em casafolhasp.com.br/upgrade.

A estreia de Álvaro Machado Dias está programada para o dia 15 de janeiro. Colunista da Folha, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e sócio do Instituto Locomotiva e da WeMind, ele se aprofundou em temas como processos decisórios do cérebro humano e inteligência artificial.

Na CasaFolha, o neurocientista explora outra faceta com a qual se destaca: a de futurista, alguém especializado em captar tendências de longo prazo, seja em relação a inovações tecnológicas, seja em relação a qualquer área da sociedade.

Em suas aulas, ele explica quais são os princípios do futurismo e mostra como é possível fazer previsões informadas sobre os próximos anos da humanidade —uma habilidade útil para quem quer investir em novos produtos, por exemplo, ou antecipar a adaptação de uma empresa ou serviço.

Entre seus focos está a inteligência artificial. Álvaro explica como funcionam ferramentas como o ChatGPT, procura mostrar o que tende a acontecer com elas no futuro e aponta alguns desdobramentos na educação e no mercado de trabalho, entre outros.

No final de janeiro, no dia 30, será a estreia de Fernanda Keller, detentora de diversos recordes em provas de resistência e que recentemente se tornou a primeira pessoa da América Latina a ter seu nome incluído no Hall da Fama do Ironman mundial.

Fernanda conheceu o triatlo nos anos 1980 e ajudou a difundi-lo no Brasil. Não demorou a participar também do circuito do Ironman, uma prova que começa com 3,8 km de natação, passa para 180 km de ciclismo e termina com uma corrida de 42 km.

Recordista mundial de pódios no Ironman do Havaí, pentacampeã do Ironman Brasil e hexacampeã do troféu Brasil, Fernanda é considerada uma lenda do esporte.

Em seu curso na CasaFolha, ela fala sobre a mentalidade de uma atleta de elite, explica o que é preciso fazer em termos de motivação e disciplina para se tornar uma vencedora, conta como conseguiu superar tantos limites e dá diversas dicas para quem gosta de correr, nadar ou pedalar.

Ela também fala sobre seu papel de mulher pioneira em um esporte que, décadas atrás, a maioria das pessoas considerava ser “típico de homens”.

As aulas de Álvaro e Fernanda chegam à CasaFolha na sequência de duas estreias de dezembro. No último dia 12, entrou na plataforma o curso “comunicação persuasiva”, com Giovanni Begossi e Micarla Lins.

Campeões de oratória e debate competitivo, Giovanni e Micarla dão dicas práticas para falar melhor em público, ensinam maneiras de preparar uma apresentação, mostram como usar a linguagem corporal para enfatizar a mensagem e explicam truques para qualquer pessoa se tornar mais carismática.

Antes deles, no dia 5, foi o lançamento do curso “investindo para o futuro”, com George Wachsmann, um dos nomes mais respeitados do mercado financeiro.

Responsável pela mesa de distribuição de fundos no BTG Pactual, onde supervisiona a alocação de mais de R$ 100 bilhões, Jojô explica de forma didática como funcionam as principais opções para quem quer fazer o dinheiro render mais.

Como assinar a CasaFolha

Para assinar a plataforma, basta entrar em casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto de 67% no lançamento, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no app.

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Antony Blinken confirma contato “direto” dos EUA com os governantes rebeldes da Síria HTS | Síria

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Antony Blinken confirma contato “direto” dos EUA com os governantes rebeldes da Síria HTS | Síria

Guardian staff and agencies

Antony Blinken disse que os EUA fizeram “contato direto” com os rebeldes vitoriosos Hayat Tahrir al-Sham da Síria, enquanto os estados ocidentais e árabes, juntamente com a Turquia, expressaram em conjunto apoio a uma união unida e pacífica. Síria.

O comentário do secretário de Estado dos EUA ocorre apesar de Washington ter designado os rebeldes do HTS como terroristas em 2018.

Blinken e outros diplomatas mantiveram conversações sobre a Síria em Aqaba, na Jordânia, no sábado. “Temos estado em contacto com a HTS e com outras partes”, disse Blinken, sem especificar como ocorreu o contacto.

A Turquia anunciou que reabriu a sua embaixada em Damasco, quase uma semana depois do Rebeldes liderados por islamitas derrubaram o regime de Bashar al-Assade 12 anos após o encerramento da missão diplomática turca no início da guerra civil na Síria.

A Turquia tem sido um actor importante no conflito da Síria, exercendo uma influência considerável no noroeste, financiando grupos armados e mantendo uma relação de trabalho com o HTS, que liderou a ofensiva que derrubou Assad.

Numa declaração conjunta após a reunião na Jordânia, diplomatas dos EUA, da Turquia, da UE e dos países árabes “afirmaram o total apoio ao povo sírio neste momento crítico da sua história para construir um futuro mais esperançoso, seguro e pacífico”.

Apelaram a uma transição liderada pela Síria para “produzir um governo inclusivo, não sectário e representativo, formado através de um processo transparente”, com respeito pelos direitos humanos.

“A Síria finalmente tem a oportunidade de pôr fim a décadas de isolamento”, afirmou o grupo.

O chefe das Forças Democráticas Sírias lideradas pelos curdos, apoiadas pelos EUA, no nordeste do país, apelou no sábado aos curdos “para adoptarem uma posição favorável em relação ao diálogo sírio”.

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, instou os participantes nas conversações na Jordânia a fornecerem ajuda humanitária e a garantirem “que as instituições do Estado não entrem em colapso”.

Um diplomata do Qatar disse na sexta-feira que uma delegação do emirado do Golfo visitaria a Síria no domingo para se encontrar com funcionários do governo de transição para conversações sobre ajuda e reabertura da sua embaixada.

Ao contrário de outros estados árabes, o Qatar nunca restaurou os laços diplomáticos com Assad após uma ruptura em 2011.

A chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, disse na Jordânia que o bloco, o maior fornecedor de ajuda à Síria, estava “interessado na reconstrução e reconstrução da Síria”.

A fuga de Assad da Síria no fim de semana passado deixou os sírios numa alegre descrença no final repentino de uma era em que supostos dissidentes foram presos ou mortos. Coroou mais de uma década de guerra que matou mais de 500 mil pessoas e deslocou milhões.

O HTS muçulmano sunita está enraizado no ramo sírio da Al Qaeda e é considerado uma organização terrorista por muitos governos ocidentais, mas tem procurado moderar a sua retórica.

“Apreciamos algumas das palavras positivas que ouvimos nos últimos dias, mas o que importa é a ação – e a ação sustentada”, disse Blinken. Se a transição avançar, “nós, por sua vez, analisaremos várias sanções e outras medidas que tomamos”.

Pubs e lojas de bebidas em Damasco fecharam inicialmente após a vitória dos rebeldes, mas estão reabrindo provisoriamente.

“Você tem o direito de trabalhar e viver sua vida como antes”, disse Safi, o proprietário do bar Papa, na Cidade Velha, que os rebeldes lhe disseram.

Mas em Abu Dhabi, Anwar Gargash, conselheiro presidencial nos Emirados Árabes Unidos, disse que “precisamos de estar alerta”, apesar do discurso de unidade do HTS.

A situação do país continua altamente volátil. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que uma emboscada levada a cabo por “elementos legalistas do antigo regime” matou pelo menos quatro combatentes rebeldes perto de uma villa pertencente a um parente de Assad na costa do Mediterrâneo.

Com a Agência France-Presse



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Ler, um prazer universal fotografado por David Hurn

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Ler, um prazer universal fotografado por David Hurn

A repetição é uma arte de alto risco. Ao enfrentá-lo, David Hurn ganhou a aposta: seu livro dedicado à leitura faz muito sucesso. No entanto, ele toma emprestado o tema já explorado há meio século por um de seus antigos mentores, o americano-húngaro André Kertész (1894-1985). As duas obras têm o mesmo tamanho, a mesma qualidade de papel, a mesma fluidez, sem verdadeiro começo ou fim.

Os dois homens conheceram-se em Londres na década de 1980, durante uma apresentação de 24 horas aberta a cerca de uma centena de fotógrafos de todo o mundo. O objetivo era capturar um dia na vida de Londres. Hurn, então com quase cinquenta anos, ofereceu-se para acompanhar Kertész, que tinha 89 anos, neste exercício.

“Em um café da manhã preparatório em um hotel em South Kensington, eu disse a ele que seu livro intitulado Na leitura (“na leitura”), publicado pela primeira vez em 1971, foi um dos meus livros favoritos, diz o fotógrafo galês. Depois de muita discussão e risadas, sugeri que, se ele me desse permissão, eu reescreveria o livro quando tivesse 89 anos. Ele concordou. Começou como uma brincadeira e esse é o resultado. »

Seis décadas colecionando

eu’Na leitura de David Hurn, publicado pela RRB Photobooks, compila fotos tiradas desde o final da década de 1950 de pessoas lendo, no País de Gales, mas também em grande parte da Europa, Catar, Estados Unidos e Nova Zelândia. Momentos de descanso e introspecção em cafés, estações de trem, clubes de strip, museus, à beira-mar, em sets de filmagem, em parques, ruas… “Em retrospectiva, vemos nessas imagens a presença contínua de livros e jornais, enquanto a moda das roupas e dos cortes de cabelo evoluem”, ele observa com prazer. Seis décadas de colecionismo que testemunham o prazer intemporal da leitura, a paixão do autor que constitui o fio condutor desta longa e cativante viagem.

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