ACRE
Depois de 25 anos, acordo garante indenização de R$ 14 milhões a Ashaninkas do AC por desmatamento
PUBLICADO
5 anos atrásem
Uma disputa que durava 25 anos acabou com uma vitória para o povo indígena Ashaninka do Acre. Os indígenas vão receber R$ 14 milhões de indenização da empresa do ex-governador do Acre, Orleir Cameli, por desmatamento ilegal na área de floresta onde eles vivem, na fronteira com o Peru.
A empresa também foi condenada a pagar outros R$ 6 milhões que serão destinados a um fundo administrado pelo Ministério da Justiça, voltado para a defesa dos povos da floresta.
A reportagem não conseguiu contato com a empresa Marmud Cameli. Procurado pela Rede Amazônica Acre, o governador do estado, que era sobrinho de Orleir, Gladson Cameli, disse que não vai comentar a decisão.
O acordo foi assinado, na quarta-feira (1º), pela Associação Ashaninka do Rio Amônia, pela presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Produradoria-geral da República, Advocacia-Geral da União (AGU), e representante da empresa Marmud Cameli, do ex-governador do Acre, que morreu em 2013.
A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) e a AGU fizeram a intermediação do acordo.
De acordo com o processo, o desmatamento ilegal retirou centenas de árvores nobres como cedro e mogno da terra indígena. Além do pagamento da indenização, os desmatadores concordaram em ir a público registrar pedido formal de desculpas à comunidade indígena.
O advogado do povo indígena, Antônio Rodrigo Machado, explicou que a tentativa de fechar um acordo entre as partes só foi sinalizado no final de 2018. Mesmo firmado, o pacto ainda não foi homologado, mas há previsão para a próxima semana.
“É importante levar em consideração que estamos falando de um acordo que envolve um reconhecimento de culpa, um pedido de desculpas por parte dos madeireiros, o que faz com que tenhamos nesse acordo um símbolo muito positivo, tanto para os empresários ligados ao caso como para os povos indígenas do Brasil”, acrescentou.
Desmatamento ilegal em terra indígena
O Ministério Público Federal, em 1996, entrou com uma ação civil pública contra Orleir Cameli, que na época era governador do estado, e outras três pessoas por desmatamento ilegal nas terras indígenas.
O advogado ressaltou que, apesar da batalha judicial ter iniciado há 25 anos, os danos causados aos indígenas por desmatamento ilegal nas terras ocorrem desde a década de 80.
“Então, são gerações e gerações de Ashaninkas do Rio Amônia que reconhecem a história dos danos ocasionados ao povo que sofreu muito e que hoje pode ver esse acordo colocar, digamos assim, no esquecimento, mas como reconstrução da própria comunidade”, avaliou.
Com o acordo, a empresa Marmud Cameli e seus respectivos sócios serão excluídos da condição de réus. Agora, a ação segue contra outro empresário, que não aceitou participar do acordo.
“O juiz nesse caso apenas vai observar que todos as partes que assinaram fizeram isso de maneira voluntária e com interesses, digamos assim, de transparência do exercício da própria vontade. Então, é uma questão meramente burocrática e esperamos juntar isso hoje. O acordo foi firmado ontem [quarta,1], vamos juntar hoje [quinta,2]. Acreditamos que até semana que vem está tudo homologado e oficializado,” frisou.
Destinação
O advogado falou também sobre a destinação do dinheiro da indenização. Segundo ele, o recurso será repassado para a Associação Ashaninka do Rio Amônia, que deve usar em projetos de reflorestamento, de recomposição ambiental da Floresta Amazônica, entre outros.
“Na defesa dos povos indígenas e também nos povos da floresta e, primordialmente, na defesa da Floresta Amazônica. Tudo que diz respeito à Floresta Amazônica vai ser fonte de destinação dos valores que estão sendo implementados tanto para o Fundo de Defesa Difuso, que é administrado pelo Ministério da Justiça, e vai poder receber projetos para essa destinação”, complementou.
Apesar do acordo, Machado destacou que a discussão do processo sobre a prescrição de dano ambiental, continua em debate no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, esse debate vai ajudar a definir e solucionar outros crimes ambientais do Brasil.
“O dano ambiental, como de Brumadinho e Mariana e todos os outros grandes crimes que aconteceram em nosso país vão precisar da resposta desse processo”, finaliza.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Iapen produz peças em marcenaria que ajudam na ressocialização de detentos
PUBLICADO
1 segundo atrásem
5 de fevereiro de 2025 Zayra Amorim
Com madeira beneficiada de doações feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros parceiros, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) tem promovido, por meio das oficinas de marcenaria, a ressocialização de pessoas privadas de liberdade.
Os móveis produzidos visam a ressocialização de pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade no Acre dentro de projetos sociais contemplados com recursos das penas pecuniárias da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco (Vepma).
Cadeiras, poltronas, mesas de jantar, tábua de cortar carne, banquetas, portas, entre outros, são itens confeccionados pelos apenados e estão à venda no Polo Moveleiro da capital acreana, localizado na Rua das Acácias, 1133, Distrito Industrial. O valor arrecado com as vendas será revestido para continuar com o projeto de ressocialização.
“Essa é uma oportunidade para os detentos poderem sair das celas e colocar seus conhecimentos em prática, pois muitos deles já são marceneiros, e poder usar esses conhecimentos no período do cumprimento da pena ajuda a passar para os demais presos uma noção básica de marcenaria, se aprimorando nisso, surgindo novas oportunidades de trabalho para eles na vida pós-cárcere”, explica Vítor Djannaro, chefe da Divisão do Trabalho, Produção e Renda do Iapen.
O detento do sistema penitenciário, J.O.S, trabalha há nove meses remindo pena no Polo Moveleiro de Rio Branco. Ele conta o quanto esta atividade o tem ajudado: “O trabalho aqui para mim está sendo ótimo, pois já atuo na marcenaria há trinta e dois anos, e aqui tem sido um aprendizado a mais. Estou aprendendo aqui o que ainda não sabia e pretendo trabalhar com as outras pessoas nessa área fora daqui, e os cursos ajudam muito a gente”.
Os apenados que trabalham com a marcenaria, a cada três dias trabalhados, adquirem um dia de remissão de pena.
Visualizações: 8
Relacionado
ACRE
Cadastro de Propriedade Rural garante segurança e confiabilidade no sistema de defesa agropecuária do Acre
PUBLICADO
31 minutos atrásem
5 de fevereiro de 2025 Fabiana Matos
Nos últimos anos, o Cadastro de Propriedade Rural tornou-se uma ferramenta essencial para o avanço do monitoramento das propriedades rurais e suas explorações pecuárias, garantindo que o agronegócio brasileiro se desenvolva de maneira sustentável, em conformidade com as normas ambientais e para qualquer ação que o Instituto de Defesa Agropecuária e Floresta do Acre (Idaf) possa executar.
A portaria Idaf nº 246, de 9 de julho de 2024 estabelece a necessidade do cadastro para finalidade de informações para programas sanitários, coordenados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), pois, com análise dessas informações, rotineiramente ou em auditorias, garante-se a existência de dados atualizados e confiáveis.
Todas as ações de defesa sanitária agropecuárias requerem consulta aos cadastros de produtores e de explorações pecuárias. O Idaf esclarece que o cadastramento será realizado diretamente por meio do titular interessado ou de seu representante legal, mediante apresentação do documento oficial de identificação com foto, cópia de comprovante de endereço para correspondência e documentos acompanhados obrigatoriamente do Cadastro Ambiental Rural (CAR), destinado à identificação, localização geográfica e jurisdicional da propriedade, entre outros.
Compete ao produtor rural estar submetido às medidas indicadas pela Defesa Sanitária Animal para prevenção, combate, controle, erradicação e prevenção, nos prazos e condições fixados pelo Idaf, conforme a Lei n° 3.724, de 13 de abril de 2021.
Após a entrega dos documentos na unidade do Idaf onde se encontra a propriedade, técnicos do órgão irão in loco analisar as informações descritas, para que não haja conflito com outras propriedades já cadastradas no Sistema Eletrônico de Gerenciamento dos Dados de Defesa do Estado (Sisdaf).
Somente com as informações confirmadas, o cadastro será aprovado e realizada a inserção dos dados no Sisdaf, utilizando exclusivamente as coordenadas da geolocalização da Sede/Curral que consta na Formulário de Vigilância em Saúde Animal (FVSA) da vistoria de abertura, além da implementação no sistema do QGIS, com descrições do projeto de assentamentos, CAR, terras indígenas, áreas de conservação, pontos de propriedades ativas e inativas, explorações pecuárias e outras, porque somente por meio desse mecanismo será identificado se a propriedade pode ser aberta.
“Em propriedades destinadas exclusivamente ao cultivo agrícola, sem criação de animais, o cadastro segue os mesmos procedimentos e requisitos documentais, excetuando-se a obrigatoriedade de apresentação da marca de rebanho. O cadastro deve especificar os tipos de exploração agrícola existente na propriedade. Além disso, conforme a Portaria Idaf nº 54/2023, as propriedades rurais que utilizam agrotóxicos devem estar cadastradas junto ao Idaf/AC”, esclarece o coordenador de Agrotóxicos e Afins, Marcelo Machado.
Além disso, o cadastramento de propriedade rural traz uma série de benefícios para o proprietário, a possibilidade de obter financiamentos agrícolas com taxas de juros mais baixas e a valorização do imóvel no mercado.
“A coordenação de cadastro, em dois anos de gestão, inovou com novos procedimentos e monitoramento diário as novas aberturas de cadastro de propriedade rural para criação de rebanhos ou plantios de culturas no Estado, assim disponibilizando o cadastro com uma confiabilidade para todas as ações do Idaf, garantindo melhor atendimento ao produtor”, afirma o coordenador estadual do Suporte ao Cadastro (CESC), Fábio Monteiro.
Visualizações: 10
Relacionado
ACRE
Seplan oferta curso sobre governança nas contratações públicas para seus servidores
PUBLICADO
1 hora atrásem
5 de fevereiro de 2025 Mariá Thaumaturgo
A Secretaria de Planejamento (Seplan), encerrou nesta quarta-feira, 5, o curso sobre governança nas contratações públicas, que teve início na segunda-feira, 3, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Rio Branco. A capacitação é uma parceria com a empresa de treinamentos Public Thinker.
O curso abordou conceitos fundamentais e normativas que orientam a gestão eficiente dos processos de aquisição no setor público. O treinamento destacou a importância da transparência, da gestão por competências e da integridade no ciclo das contratações. O instrutor da capacitação, Paulo Alves, descreveu a programação: “Estamos tratando sobre a governança aplicada às contratações públicas. Focamos nos principais pontos que são o estabelecimento de um planejamento estratégico, a instituição do plano de contratações anuais como ferramenta central da área de contratações, um gerenciamento de riscos em contratações com a aplicação de controles internos e também os elementos de gestão por competências”.
Os participantes conheceram instrumentos fundamentais para a governança das contratações, como o Plano de Logística Sustentável e o Plano Anual de Contratações, que alinha as aquisições ao planejamento estratégico institucional. O Decreto 10.947/2022, que regulamenta esse plano, foi abordado para reforçar a importância do planejamento adequado.
Segundo a chefe do Departamento de Gerenciamento de Créditos à Gestão e Modernização, Claudia Saldanha, o indo além das tarefas rotineiras. “Os servidores passam a ter uma visão mais completa do processo e não apenas da parte que executam no dia a dia. É um treinamento altamente aplicável na instituição e que acreditamos que trará mais eficiência aos nossos processos internos”, explica.
Visualizações: 9
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- EDUCAÇÃO7 dias ago
Fernando Padula: Escolas vulneráveis terão gestão privada – 30/01/2025 – Educação
- MUNDO2 dias ago
Tarcísio faz ofensiva na Alesp e negocia até com PT – 03/02/2025 – Poder
- MUNDO4 dias ago
Homem é estuprado em briga de torcidas em Recife (PE) – 01/02/2025 – Cotidiano
- MUNDO4 dias ago
E a Fernanda Torres, hein? – 01/02/2025 – Antonio Prata
Você precisa fazer login para comentar.