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Deputada diz que Governador Tião Viana ‘nunca está no Acre, vive viajando’

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Deputada aborda reportagem sobre atuação de facções e violência no Acre.

A segunda reportagem da série Acre em Guerra, do programa Fantástico, da Rede Globo, que mostrou como as facções criminosas dominam os presídios do Acre, foi abordada pela deputada Eliane Sinhasique (MDB) durante sessão desta terça-feira (12), na Aleac. Para a oposicionista, a atuação das facções no Estado é uma prova da incompetência do governo.

A reportagem mostrou que o Acre é o Estado que lidera as taxas de mortes violentas no país. São 60 homicídios para cada 100 mil habitantes; a média nacional é de 26. Em Rio Branco o dado é ainda mais assustador: 80 assassinatos para cada 100 mil pessoas. Esses números provam a total incompetência do governo do Estado, que nunca conseguiu imprimir políticas públicas para evitar tantos assassinatos. Uma administração desastrosa”, disse a parlamentar.



Ainda de acordo com a emedebista, as secretarias do Estado não funcionam como deveriam. “O governador esquece que por trás de cada corpo que tomba vítima de facadas, tiros e paulada, tem uma mãe, uma esposa, uma família. Nós precisamos de uma Secretaria da Mulher mais eficiente, de uma Secretaria de Juventude, de Educação, de Esporte, de Assistência Social mais eficientes. Precisamos de atendimento psicológico para essas famílias que perdem seus entes queridos nessa guerra que vivemos. O Estado não dá nenhum tipo de suporte, não previne, não debate”, disse.

Para concluir, Eliane Sinhasique questionou a ausência do governador Tião Viana no Acre. “Ele nunca está aqui, vive viajando. Não cuida do Acre, sendo que essa é a função dele. Soube que ele já está arrumando as malas para passar 15 dias no Japão. No Acre, morre mais gente do que numa guerra e cadê o governador? Ele abandonou tudo faz tempo”, finalizou. Por Mircléia Magalhães

POLÍTICA

Como a prisão de Braga Netto tem ampliado a tensão…

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Como a prisão de Braga Netto tem ampliado a tensão...

Ramiro Brites

Às 6h15 do sábado 14, o ministro da Defesa, José Múcio, recebeu um telefonema do comandante do Exército, general Tomás Paiva, para comunicar que estava em curso um momento ímpar na história do Brasil: a Polícia Federal estava no apartamento de Walter Braga Netto, no Rio de Janeiro, para prender aquele que é um dos dezenove generais de quatro estrelas, o mais alto nível da hierarquia do Exército. Foi a primeira vez no país que um oficial com tamanha graduação teve a prisão determinada pela Justiça — antes, outras detenções só haviam ocorrido em períodos de turbulência institucional. Também foi o momento em que as investigações sobre a trama golpista urdida no final de 2022 para impedir a posse de Lula chegaram mais perto de Jair Bolsonaro. Braga Netto não era só um militar de alta patente: ocupou os ministérios da Defesa e da Casa Civil durante seu governo e, mais tarde, acabou escolhido candidato a vice na sua chapa presidencial.

O baque é o maior sofrido pelo ex-­presidente desde que a investigação chegou a outro militar graduado, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, seu ex-ajudante de ordens. Peça-chave, Cid concordou em fazer delação e forneceu depoimentos e provas que levaram à prisão de Braga Netto e ao indiciamento dele, de Bolsonaro e mais 38 pessoas por abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Amplamente citado no relatório final da Polícia Federal, divulgado em 21 de novembro, como peça-chave na conspiração golpista, Braga Netto foi preso só três semanas depois, o que ajudou a elevar a tensão em outros investigados no caso. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a medida só ocorreu agora porque ficou evidenciado que o general tentou obstruir as investigações e que isso só foi confirmado no depoimento mais recente de Mauro Cid, no último dia 5.

A preocupação se explica porque só Bolsonaro está acima de Braga Netto na hierarquia dos envolvidos na suposta trama. Algumas horas depois da prisão, o ex-presidente saiu em defesa do ex-auxiliar por meio de um post nas redes sociais no qual criticava a decisão de Moraes. “Como alguém pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, disse, citando relatório da PF enviado ao STF. O inquérito, porém, segue aberto. Tanto é que os investigadores coletaram o celular de Braga Netto e mais de dez pen drives do coronel Flávio Peregrino, seu ex-assessor. Além disso, como o caso está com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pode pedir apuração complementar antes de decidir se faz denúncia ao Supremo, não é possível dizer que a investigação não pode ser obstruída.

DEFESA - Bolsonaro: ex-presidente e aliados criticaram a decisão de Moraes (Al Drago/Bloomberg/Getty Images)

Depois da reação imediata, Bolsonaro e seu entorno adotaram o silêncio. Por “orientação jurídica”, até Valdemar Costa Neto, presidente do PL de Braga Netto e Bolsonaro, anunciou que não daria mais entrevistas. Os filhos do capitão ficaram calados até a quarta 18, quando o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rompeu o silêncio em entrevista coletiva convocada por parlamentares da oposição. Repetiu a tese do pai — a de que não havia o que obstruir — e atacou duramente o comandante do Exército, Tomás Paiva, a quem chamou de “inepto” e “inútil” por não reagir à prisão de Braga Netto. “Poderia colocar uma abóbora em vez dele”, disse. A maior parte das críticas a Moraes e a defesa explícita de Braga Netto ficaram a cargo de apoiadores nas redes e aliados secundários no Congresso, como o ex-vice-­presidente e general Hamilton Mourão, hoje senador. “Todo mundo está com medo”, resume Gilson Machado, ex-ministro do Turismo na gestão Bolsonaro e dono de uma pousada em São Miguel dos Milagres, litoral de Alagoas, onde Braga Netto estava hospedado pouco antes da prisão.

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Apesar do temor, o entorno do ex-­presidente atuou nos bastidores. Uma das estratégias consistiu em aparar as arestas nos planos de defesa jurídica de Braga Netto e Bolsonaro. A relação quase colapsou quando o defensor do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, em entrevista à GloboNews, disse que os conspiradores alijariam Bolsonaro do poder caso o golpe desse certo. A impressão que passou — e irritou Braga Netto — foi a de que Bolsonaro poderia deixar o aliado à própria sorte, o que não seria novidade no currículo do ex-presidente. Criticado por gente próxima a Bolsonaro, o advogado do general, Luiz Henrique Prata, foi substituído por José Luis Oliveira Lima, criminalista que já defendeu o ex-ministro José Dirceu e fechou a delação do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, na Lava-Jato. O entorno de Bolsonaro, porém, considera remota a chance de delação, mas também achava isso em relação a Mauro Cid. A princípio, a tese a ser seguida pela nova defesa de Braga Netto será dizer que não houve orquestração golpista.

A preocupação não deve diminuir nos próximos dias. Embora Gonet esteja propenso a decidir sobre a denúncia em fevereiro, ao fim do recesso, já preocupa o fato de Alexandre de Moraes ter informado ao STF que seguirá trabalhando normalmente durante a parada da Corte. Sem muito que fazer, bolsonaristas apostam até na estratégia de empurrar a situação até a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro — avaliam que, com o aliado de direita no cargo, haverá menos ambiente político para prender Bolsonaro. Achar que a marcha da PF, do Ministério Público e do Judiciário vai levar isso em conta só mostra o tamanho da aflição.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924



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A divergência entre quatro ministros do STF no cas…

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A divergência entre quatro ministros do STF no cas...

Matheus Leitão

 

Um dos julgamentos mais importantes da história recente do Supremo Tribunal Federal aconteceu nesta semana, e ganhou menos destaque do que deveria em meio à crise do dólar e a corrida pela votação do pacote de gastos do governo Lula.

A corte começou a definir a responsabilidade das redes sociais pelo conteúdo que as plataformas publicam. O placar, até agora, mostra divergência que merece destaque da coluna.

Injúria, calúnia e difamação 

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, sustenta que a remoção de mensagens consideradas ofensivas à honra – injúria, difamação ou calúnia – depende de ordem judicial.

Sendo assim, o artigo 19 do Marco Civil da Internet seria preservado e as bigtechs só responderiam por eventuais danos se descumprissem as decisões dos magistrados.

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Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli, contudo, defendem que, tão logo sejam notificadas pela vítima ou seus representantes legais, as plataformas já estão aptas a responder pelos prejuízos decorrentes dos conteúdos ofensivos ou ilícitos que publicarem.

Modelo de negócios

Como aparte, o ministro Alexandre de Moraes concordou com os dois colegas de toga e ponderou, com toda razão, que publicizar o crime é o modelo de negócios das plataformas digitais.

O julgamento foi suspenso com o pedido de vista do ministro André Mendonça.

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Lançar para o Judiciário, abarrotado e lento, um dever que é das bigtechs não aplaude a lógica. É delas a obrigação de oferecer um ambiente minimamente seguro para a comunicação pública, especialmente quando mencionamos a proteção de grupos minorizados, a democracia e a prevenção ao extremismo.

Por esse e outros motivos, Fux, Toffoli e Moraes estão certos.

Justiça abarrotada

O relatório Justiça em Números, atualizado pelo Conselho Nacional de Justiça, revela um estoque de 83,8 milhões de processos aguardando um desfecho em 2023, enquanto o ingresso de novos casos teve alta de 9,4% – o maior patamar da série histórica.

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São números que não permitem equilíbrio de forças entre as vítimas e seus algozes. Na internet, o tempo é bem mais veloz que todo o processo que antecede uma sentença. Enquanto o estrago se agrava, a vítima entra em uma fila cujo tempo médio de espera, segundo o CNJ, é de 4 anos e 3 meses pela resposta.

As plataformas têm recursos para promover a mediação e evitar grande parte das agressões veiculadas (aliás, no interesse próprio, elas fazem controles). Ocorre que é do negócio delas a espetacularização, a violência que chama atenção, as fakes news que geram seguidores. É isso que gera engajamento e ampliação do valor da publicidade e dos negócios que a sustentam.



Esse processo infeccioso precisa ser contido antes da judicialização. A epidemia do ódio e das violações de direitos humanos nas redes não será combatida sem que as bigtechs assumam a responsabilidade pelo espaço permissivo e sem limites que administram.



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Militares: “foi um caso isolado”

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Militares: “foi um caso isolado”

rprangel2004@gmail.com (Ricardo Rangel)

Em janeiro de 2019, sem qualquer motivo, 8 soldados do Exército abriram fogo — 257 tiros — sobre um automóvel civil.  Feriram 1 e mataram 2. A Justiça Militar — por conta de uma lei absurda de 2017, é dela a jurisdição sobre crimes dolosos de militares contra civis — os condenou a penas entre 28 e 31 anos.

Esta semana, o Superior Tribunal Militar (com um único voto contra) reformou a sentença para penas entre 3 e 4 anos em regime aberto. Ou seja, garantiu a impunidade dos assassinos.

Na semana passada, a Marinha publicou um vídeo choraminguento dizendo que a vida do soldado é um mar de sofrimentos, enquanto a vida dos paisanos é uma maré mansa.

No esforço de tentar escapar do pacote de cortes do governo e manter seus privilégios (conseguiu), insultou 200 milhões de brasileiros. Fez isso no momento em que o comandante da Marinha está para ser denunciado por tentativa de golpe militar.

Durante a CPI da Saúde, os comandantes das Forças Armadas ameaçaram senadores para que deixassem impunes os diversos militares envolvidos em esquemas de atravessamento de vacinas (pelo jeito, conseguiram).

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A imagem e a reputação das Forças Armadas, como se sabe, andam mais sujas do que pau de galinheiro. Toda vez que alguém faz uma crítica aos militares, no entanto, ouve-se que foi um “caso isolado” e que as Forças Armadas são “legalistas”, “disciplinadas”, “profissionais”, “cumpridoras de suas funções constitucionais” etc. etc.

OK.

Mas se as Forças Armadas querem voltar, um dia, a ser respeitadas, é bom mudar a chave.

(Por Ricardo Rangel em 20/12/2024)





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