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Derrotada em 2024, esquerda mostra força em projeç…
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Daniel Pereira
Derrotada na eleição municipal deste ano, a esquerda aparece como favorita para vencer a próxima corrida presidencial, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na última quinta-feira, 12. Se a projeção se confirmar, o PT reeditará o enredo do ciclo eleitoral anterior, no qual também fracassou na disputa pelas prefeituras, em 2020, mas conquistou a Presidência da República pela quinta vez, em 2022.
De acordo com o levantamento, o presidente Lula venceria com folga todos os nomes da direita apresentados aos entrevistados. Ele bateria o antecessor Jair Bolsonaro — seu principal oponente, hoje considerado inelegível — por 51% a 35%. Também superaria, se a votação fosse agora, o governador Tarcísio de Freitas (52%a 26%), Pablo Marçal (52% a 27%) e o governador Ronaldo Caiado (54%a 20%).
Outros dados revelam a força eleitoral do presidente, apesar de o governo dele enfrentar problemas múltiplos, da relação com o Congresso à luta pelo equilíbrio das contas públicas. De acordo com a pesquisa, 52% dizem que conhecem e votariam no presidente, percentual muito superior aos registrados nos casos de Bolsonaro (37%), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (28%) e de Tarcísio de Freitas (22%).
Também caiu o total de entrevistados que acham que Lula não deve concorrer novamente. Em outubro, eram 58%. Agora, são 52%. Em movimento contrário, subiu o contingente daqueles que defendem uma nova candidatura: de 40% para 45%.
Sucessor
Na hipótese de Lula não disputar em 2026, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é considerado o favorito dos entrevistados para ser o postulante governista à Presidência. Ele foi citado por 27%, à frente do ex-ministro Ciro Gomes (17%) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (14%). Derrotado por Bolsonaro em 2018, Haddad enfrenta rivais internos no PT e, fora do âmbito partidário, tenta convencer o Congresso a aprovar seu novo pacote de ajuste fiscal.
Apesar do momento delicado no exercício da função, ele demonstra potencial eleitoral. Segundo a Genial/Quaest, Haddad também venceria os nomes da direita se as eleições fossem hoje. No caso de Bolsonaro, por exemplo, o resultado seria 42% para o ministro e 35% para o ex-presidente. Num embate com Tarcísio de Freitas, 44% a 25%.
Para Haddad ser candidato ao Planalto, Lula tem de abrir mão do páreo — e o ministro, vencer as resistências internas que enfrenta. Uma vez em campanha, seu desafio seria outro: contornar o alto nível de rejeição. Do total de entrevistados, 52% afirmaram que não votariam em Haddad. É um pouco menos do que o percentual de Bolsonaro (57%), mas muito mais do que o de Tarcísio de Freitas (33%).
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Relatora da CPI insiste em convocação do president…
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15 de dezembro de 2024 Ricardo Chapola
Relatora da CPI das Bets, instalada para investigar os sites de apostas, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) disse que uma das prioridades da comissão a partir de agora é colher o depoimento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
Soraya já apresentou requerimentos para a convocação do executivo, mas, por alguma razão que senadora diz não saber explicar, eles nunca foram aprovados. “Acho que ele tem muito a colaborar, já que o Brasileirão atualmente é patrocinado por uma casa de apostas”, disse a relatora.
A senadora apresentou um requerimento de convocação do presidente da CBF em 14 de novembro deste ano. No dia 19, ele foi apreciado e rejeitado. No mesmo dia, ela protocolou um novo requerimento, dessa vez na modalidade de convite, que não foi apreciado pela comissão até o momento.
Thronicke reclama e, em tom enigmático, diz que algo acontece de estranho todas as vezes em que ela tenta convocar o presidente da CBF. “Estou convocando o Ednaldo e eles (os senadores) estão tirando. Será que o problema sou eu?”, indagou. Uma vez aprovado o requerimento pelos membros da comissão, cabe ao presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), agendar a data da oitiva.
Estatísticas e audiências
Nesta semana, a relatora do colegiado afirmou ter se reunido com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No encontro, recebeu informações e dados sobre o perfil dos apostadores virtuais no Brasil que apontam que a maior parte deles são pessoas com mais de 60 anos. “São números chocantes e astronômicos que dão um sinal de alerta muito pesado. Queremos levar essas estatísticas para serem analisadas pela CPI”, ressalta Soraya.
A senadora destacou que as próximas sessões da comissão devem ser dedicadas a ouvir depoimentos de vítimas de golpes em sites de apostas. A ideia é colher os relatos em audiências reservadas.
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Por que o mercado financeiro faria Braga Netto pre…
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15 de dezembro de 2024Matheus Leitão
São estarrecedores os dados sobre como a elite vê o governo Lula e o futuro do Brasil. Não há o que os demova da ideia de que só um Paulo Guedes – ressalte-se que o maior furador de teto de gastos até hoje – seja a salvação do Brasil, que para eles se resume a cifras e indicadores. O governo Lula, claro, está longe de acertar na maioria das escolhas e algumas são especialmente desnecessárias.
A trapalhada comunicacional do governo em ter anunciado a isenção do Imposto de Renda para aqueles que ganham até 5 mil reais junto do plano para o corte de gastos é clara e evidente. Não havia motivos para tratar do assunto, quando se sabia que nem o plano era o mais esperado pelos operadores financeiros.
A conta é simples: se o mercado entende que a economia está superaquecida e a pleno emprego, deixar essa faixa com mais dinheiro na mão fará com que ela gaste mais. Com mais poder de compra, os setores de varejo e serviços serão ainda mais impulsionados, o que, na visão dos investidores e tomadores de decisão do capital financeiro, é algo a se combater, ao menos neste momento. Isso fica claro quando se olha para os números da pesquisa: para 85% dos entrevistados, a economia tende a piorar, ante 15% apenas que acredite que ela melhore caso seja aprovada a isenção do IR para os que ganham até 5 mil reais.
Feita as ressalvas dos atropelos do governo, é preciso dizer que talvez pouco importa esta ou aquela atitude por parte do executivo atual, quando se constata que em uma hipotética disputa entre Lula e Bolsonaro e, 2026, o ex-presidente e todo seu histórico golpista, teria, atentem bem, 80% de intenção de votos. É, para dizer o mínimo, inacreditável que os operadores do capital financeiro pensem desta forma. Mas eles não só pensam, como vão além.
Repare que em grande maioria os entrevistados pela Quaest não fazem ressalvas, uma vez que tudo é visto com um pessimismo exacerbado que pouco parece ter a ver com a realidade. Quando a pergunta é sobre o quanto a política econômica está indo na direção certa, 96% dizem estar na direção errada. Simples assim, mesmo depois de errarem seguidas vezes sobre o crescimento do PIB e outros indicadores.
A sandice vai além. Quando questionados sobre como ficou a imagem do Brasil no exterior, desde que Lula tomou posse, 64% disseram que a imagem do Brasil ficou, pasmem, pior. 24% diz estar igual e 12% acredita que melhorou. Para 88%, portanto, o Brasil no exterior é pior visto ou continou igual quando comparado com o antecessor Jair Bolsonaro. Quero crer, e o leitor mais atento também, que a pergunta se refira especificamente ao cenário econômico, embora não pareça ser este o conteúdo da pergunta.
Não sendo este o objetivo da Quaest para a referida pergunta acerca da imagem internacional do Brasil, chegamos à conclusão de que aquele cenário de descontrole total da pandemia, de arroubos antidemocráticos e de toda a controvérsia com a vacina seja visto como algo de melhor aparência porque foi acompanhado de uma política econômica que desperta nostalgia na turma do mercado .
Claro que quando Bolsonaro sai de cena, dada a sua inelegibilidade, quem vem para os braços da Faria Lima é Tarcísio de Freitas, o tal moderado do momento. 78% dos entrevistados acredita que o governador de São Paulo é o mais indicado para o posto de presidente em um cenário sem Jair Bolsonaro. Não lhes foi perguntado, mas não seria difícil imaginar que em um eventual ministério da Segurança Pública de Tarcísio, o preferido para assumir o posto seria Guilherme Derrite, aquele que nem o bolsonarismo ousou trazer para as fileiras do Executivo. Não para por aí. Os dados da pesquisa mostram que eles vão muito além.
Era de se pensar que em um cenário em que Lula estivesse fora, um candidato mais ao centro e até razoavelmente aprovado por eles fosse despontar. Não é bem assim que funciona. Se a eleição fosse entre Bolsonaro e Haddad, por exemplo, 71% estaria com o ex-presidente, ante 21% dos que votariam no atual ministro da Fazenda. E se Lula estiver no jogo em 2026 e tiver de concorrer com Pablo Marçal, a preferência é clara: 65% apoiariam o coach, contra 17% dos que optariam por votar em Lula. E mesmo entre Pablo Marçal e Haddad, o candidato do PRTB teria maioria: 54% contra 33% do candidato do PT.
Se esse cenário não é ideológico em um nível extremado, eu não sei dizer o que pode ser classificado como tal. Por fim, mas longe de ser menos importante, está a confiança em lideranças políticas. Quanto Lula é confiável para os operadores do mercado financeiro? 3% confiam mais ou menos nele, frente a 97% que não confia nada no atual presidente. Quanto à confiança em Bolsonaro, 5% diz confiar muito, 31% diz confiar mais ou menos. Quase o mesmo índice dado a Gabriel Galipolo, o novo presidente do Banco Central a partir de 2025. Ou seja, todos apoiaram a volta do ex-presidente para o jogo sem problema algum. E quem são os mais confiáveis? Roberto Campos Neto (70%), Tarcisio de Freitas (69%) e Romeu Zema (47%). Sem muitas surpresas por aí.
O que mais estarrece é que não fosse Tarcísio de Freitas o querido da vez e tivesse Braga Netto, por exemplo, sido eleito governador de algum estado com projeção e importância, talvez estaríamos vendo uma intenção de votos altíssima em um general quatro estrelas preso neste sábado, 15, por envolvimento em uma trama golpista descabida e da qual muito ouviremos falar. Certamente sua confiança seria altíssima por parte dos financistas e investidores, indiferente do histórico de suas ações em outros setores.
Quanto à democracia? Para gestores, analistas e tomadores de decisão do capital financeiro isso pouco tem importância e não é uma variável determinante para escolhas que eles fazem.
* Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutorando em Ciência Política (UFPR-PR). Cursou História(PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É editor-adjunto da Revista de Sociologia e Política. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem). Contribui semanalmente com esta coluna.
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Pacheco sinaliza que ajudará em articulação para a…
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14 de dezembro de 2024Ricardo Chapola
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou a senadores que compõem a CPI das Bets que vai atuar para tentar encerrar os trabalhos da comissão antes do previsto. A CPI foi instalada em novembro e tem prazo para funcionar até abril do ano que vem. A medida seria uma resposta aos rumores de que donos de site de apostas estariam sendo vítimas de achaque.
Pacheco não tem poder regimental para acabar com uma CPI, mas pode costurar acordos capazes de esvaziar a comissão, orientando, por exemplo, que os membros deixem de comparecer às sessões. Na semana passada, depois de discutir com a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, durante uma sessão do colegiado, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) procurou o presidente do Congresso para informá-lo sobre suspeitas de que um conhecido lobista de Brasília estaria extorquindo empresários, supostamente em parceria com integrantes da comissão.
Ciro Nogueira relatou ao presidente do Senado ter recebido informações de que o lobista Silvio de Assis teria pedido R$ 40 milhões a um empresário para evitar que ele fosse convocado a depor na CPI, alegando ter influência sobre determinados congressistas.
Sem acusar diretamente Soraya Thronicke, Nogueira afirmou que a relatora mantém relação de proximidade com o lobista. A parlamentar admite conhecer Assis, mas ressaltou que não tem relação de amizade com ele. “Isso é difamação, é calúnia”, afirmou.
Fim melancólico
Em setembro do ano passado, um movimento semelhante resultou no fim da CPI das Apostas Esportivas, que tinha sido instalada na Câmara dos Deputados para investigar manipulações em partidas de futebol. A comissão tinha prazo para funcionar até novembro do ano passado, mas foi encerrada dois meses antes, sem sequer realizar a votação do parecer final do então relator, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
O e encerramento dos trabalhos aconteceu depois uma reportagem publicada por VEJA que revelou que Carreras teria pedido R$ 35 milhões ao representante de uma associação de casas esportivas em troca de ajuda e proteção na comissão. O relato foi feito pelo presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, Wesley Cardia, a José Francisco Manssur, assessor especial do Ministério da Fazenda. Em depoimento à CPI, Manssur confirmou a história.
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