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Desilusões eleitorais: PT culpa adversários pela d…

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Desilusões eleitorais: PT culpa adversários pela d...

José Casado

Enquanto o PT lambe feridas da eleição que ainda não terminou, o PSD de Gilberto Kassab e Eduardo Paes degusta a vitória em 847 prefeituras e lidera o coro da reeleição de Lula, em 2026.

Desde domingo, a cada entrevista Kassab e Paes lembram o refrão mais conhecido na política brasileira nos últimos 35 anos: “Lula, de novo”.

É interessante que esteja acontecendo três semanas antes do teste mais difícil para Lula nessa eleição do meio do mandato, o embate pela prefeitura de São Paulo. A candidatura de Guilherme Boulos, do Psol, foi escolha privada, assim como a imposição ao PT do retorno de Marta Suplicy, candidata a vice.

Qualquer que seja o resultado eleitoral na maior cidade do país, vai ter a marca pessoal de Lula, e, por óbvio, terá impacto no seu projeto para 2026. É quando completará 81 anos de idade, dos quais 44 como candidato do PT.

Lula estreou nas urnas em 1982, disputando o governo de São Paulo (teve 10% dos votos). Na época, Kassab era um estudante de ciências políticas na Universidade de Brasília, e Paes um garoto na zona sul carioca. Lula atravessou a vida deles como paradigma de liderança política, como aconteceu com todos os brasileiros que se tornaram adultos na transição democrática.

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Aos 64 anos, Kassab preside o PSD, que integra o ministério de Lula, e é secretário de governo em São Paulo. Nessas eleições, o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, ganhou relevo no vácuo do erradio Jair Bolsonaro. Juntos, Kassab e Tarcísio ajudaram a eleger 354 de 645 prefeitos paulistas. Desde domingo, a base política do governador se espraia por 54% do Estado, o maior colégio eleitoral do país (21% dos votos nacionais).

Kassab vai encerrar a semana repetindo duas coisas sobre 2026: 1) Tarcísio é um bom candidato à renovação do mandato em São Paulo; 2) Lula está “acima dos partidos”, não deve ser subestimado na provável candidatura à reeleição, entre outras razões porque ganhou cinco em nove eleições presidenciais (duas com Dilma Rousseff), e tem um eleitorado cativo porque fez o Bolsa Família para 20 milhões de famílias e entregou casas para outras 14 milhões.

Paes integra o coro. “O favorito é o incumbente [quem está na presidência]”, disse ao repórter Italo Nogueira. Acrescentou: “Lula é um talento na política, sabe governar.” Nesta terça-feira (8/10) o prefeito do Rio foi ao Palácio do Planalto. Celebrou com Lula a reeleição em primeiro turno, com 60,4% dos votos. Paes devastou a base municipal do carioca Jair Bolsonaro. Obteve 72% da votação em áreas da Zona Oeste, como Santa Cruz, Pedra de Guaratiba e Sepetiba, onde o ex-presidente sempre foi bem votado, ocasionalmente com sete em cada dez votos apurados.

É relevante que “Lula, de novo” esteja sendo lembrado — para alguns políticos, lançado — por líderes do PSD, um partido de renovação do centro, enquanto o PT que Lula ajudou a criar se enreda numa versão para justificar sua debilidade nas urnas.

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O resultado do primeiro turno, alega a direção petista em nota pública, ocorreu “num cenário que mais uma vez favoreceu a eleição ou reeleição de candidatos das legendas da centro-direita e direita dominantes no Congresso”. Ou seja, onde houve derrota petista, a culpa é dos adversários

Esse “cenário que mais uma vez favoreceu” a oposição ao PT, vale lembrar, é o do terceiro governo Lula e da quinta administração petista em 21 anos.



Uma leitura alternativa poderia ser a seguinte: o PT perdeu em todas as urnas onde os adversários receberam mais votos.



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Lula ironiza postura de deputado evangélico ‘ex-bo…

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Lula ironiza postura de deputado evangélico ‘ex-bo...

Lucas Mathias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a postura do deputado federal Otoni de Paula (MDB), dois dias depois de sancionar, em cerimônia com o parlamentar, o Dia Nacional da Música Gospel. Em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, nesta quinta-feira, 17, Lula disse que Otoni reconheceu seus feitos em governos anteriores pelos evangélicos, mas preferiu votar no seu adversário nas eleições de 2022. “Fiquei com vontade de perguntar, se você sabe disso, por que votou no Bolsonaro?”, questionou o mandatário. 

Ferrenho defensor do bolsonarismo durante o mandato do ex-presidente, Otoni de Paula foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara e chegou a ter seus perfis nas redes sociais suspensos em 2021, em meio a uma investigação por incitar violência contra as instituições para o feriado de 7 de setembro. Nos últimos anos, no entanto, o parlamentar teve mudança brusca de postura. Hoje, se diz um “ex-bolsonarista”. 

A participação na cerimônia no Palácio do Planalto, na terça-feira, 15, ao lado de Lula, contudo, surpreendeu membros da Bancada Evangélica, que criticaram a postura do parlamentar. Para Lula, o ato junto de Otoni, que orou pelo presidente, “teve uma repercussão muito boa para mim e muito ruim para ele, porque os bolsonaristas estão triturando ele”. 

“Deu uma celeuma muito grande”, comentou Lula. “O deputado deu uma declaração dizendo que não votou em mim, que muitos evangélicos não votaram em mim, mas que reconhecia que tudo o que foi feito aos evangélicos, foi feito por mim. O Dia dos Evangélicos, a Lei do Silêncio que não deixei passar, a Lei do Pastor, ou seja: tudo fui eu que criei, para a Igreja Evangélica. Ele reconheceu isso. E fiquei com vontade de perguntar, se você sabe disso, por que votou no Bolsonaro?”, completou. 

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Ainda na terça-feira, em entrevista ao site “O Fuxico Gospel”, Otoni já havia defendido sua presença na cerimônia com o presidente. Ele ponderou que não será “ponte nenhuma” para estreitar os laços entre o PT e os evangélicos, pauta que tem se mostrado um dos principais obstáculos do partido nas últimas eleições. Mas disse que não vai se negar a orar por Lula

“Essa briga vou comprar. Aonde eu for, vou dizer: orem pelo Lula, orem pelo governo. Não sou daqueles que torcem para o avião cair, só porque não gostam do piloto. Eu estou no avião. (…) O crente que não consegue orar para uma autoridade constituída por Deus, é ele que está endemoniado. Esta nação não é de Bolsonaro, não é de Lula, do PL ou do PT, mas de Jesus Cristo”, disse o parlamentar. 





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Eliziane Gama volta ao Senado com foco em CPI das…

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Eliziane Gama volta ao Senado com foco em CPI das...

Nicholas Shores

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Depois de três meses à frente da Secretaria de Estado da Juventude do Maranhão, Eliziane Gama (PSD) retomou o mandato no Senado nesta quinta-feira com duas prioridades.

A primeira é participar da CPI das Bets, que vai investigar o impacto das apostas esportivas on-line no orçamento das famílias brasileiras. O líder do PSD, Otto Alencar (BA), deve indicá-la como suplente da comissão.

Nos moldes de sua atuação na CPMI do 8 de Janeiro, Eliziane está determinada a travar uma “luta implacável” contra o crescimento das bets no país.

Além disso, a senadora, evangélica da Assembleia de Deus, quer contribuir com o esforço de reaproximação do presidente Lula com adeptos dessas denominações religiosas.

Para ela, a sanção, pelo petista, do projeto de lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel foi um “gol de letra”.

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Em junho, Eliziane participou de cerimônia no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio de Janeiro, em que Eduardo Paes (PSD) celebrou a emissão de um selo dos Correios pelo centenário da Assembleia de Deus no Brasil.



O evento foi um dos símbolos da aproximação do prefeito carioca com o eleitorado evangélico.

Agora, a senadora vai procurar ministros do Palácio do Planalto para convencer Lula a fazer uma cerimônia em Brasília para festejar o lançamento do selo nacionalmente.



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Fenômeno revelado pela pesquisa Quaest em São Paul…

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Fenômeno revelado pela pesquisa Quaest em São Paul...

Matheus Leitão

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Nas entranhas da política paulistana, onde as certezas parecem tão sólidas quanto o concreto dos seus arranha-céus, os dados recentes da pesquisa Quaest desafiam a lógica eleitoral tradicional, revelando um cenário onde as linhas ideológicas são tanto borradas quanto inesperadas.

Segundo o levantamento, realizado presencialmente com 1.200 pessoas de 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 15 outubro, 18% dos eleitores que se identificam com o PT estão inclinados a apoiar Ricardo Nunes, enquanto 11% dos eleitores alinhados com Bolsonaro demonstram um apoio surpreendente a Guilherme Boulos.

Esses números sugerem um fenômeno intrigante na metrópole paulista: o voto surpreendente.

Estamos diante de eleitores que desafiam previsões e análises padrão, escolhendo candidatos que, à primeira vista, não se alinham com suas inclinações políticas anteriores.

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Este comportamento eleitoral reflete um descontentamento ou talvez um apelo mais profundo por mudanças que transcendem as barreiras ideológicas.

Esses votos, aparentemente ilógicos, têm o potencial de alterar significativamente o resultado das eleições. São um lembrete de que, em política, as certezas podem ser tão voláteis quanto as intenções de voto. São esses eleitores imprevisíveis que muitas vezes decidem o destino de uma eleição, especialmente em uma cidade tão complexa e diversificada quanto São Paulo.



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